“O que faço melhor é o que de mais raiz nós temos”, entrevista a Paulo Flores

“O que faço melhor é o que de mais raiz nós temos”, entrevista a Paulo Flores Esta conversa refere-se à sua trilogia “Ex-Combatentes” (“Viagem”, “Sembas” e “Ilhas”), que navega em águas poéticas e documentais da vida angolana. "Descubro muita humildade nas pessoas que sempre estiveram aqui e a forma erguida como continuam a levar a vida impressiona-me. Sempre reclamei de tudo, mas quando vejo como as pessoas levam a vida, perpetuando, elas sim, uma identidade tão forte, isso é o que me inspira."

Cara a cara

21.10.2010 | por Marta Lança

"A beleza e o sofrimento" - conversa com o artista Barthélémy Toguo

"A beleza e o sofrimento" - conversa com o artista Barthélémy Toguo A passagem de Barthélémy Toguo por Lisboa em 2009 foi pretexto para a conversa que se segue. Apresentou no espaço Carpe Diem a instalação "Road for Exile" integrada numa programação sobre a ideia de viagem, exílio, solidão, medos urbanos e barbárie. A conversa que tivemos é uma ocasião para revisitar os seus projectos anteriores, as suas origens camaronesas e as viagens. Barthélémy Toguo é um dos mais importantes artistas internacionais da sua geração, e tem uma obra que organiza o mundo como um ciclo de vida e de morte.

Cara a cara

19.10.2010 | por Marta Mestre

No rasto de instrumentos inovadores, Victor Gama

No rasto de instrumentos inovadores, Victor Gama Os Kronos Quartet apresentarão a peça “Rio Cunene” de Victor Gama no Grande Auditório do CCB, em Lisboa, já em Novembro, depois de o terem feito no Carnegie Hall, Nova Iorque. A pesquisa e construção de instrumentos continua em Angola, uma fonte inesgotável de projectos, onde Victor Gama nasceu e cresceu, dividindo também o seu trabalho com Portugal e Colômbia. Este compositor e performer, formado em Engenharia Electrónica, conta o porquê de instrumentos musicais inovadores.

Cara a cara

18.10.2010 | por Marta Lança

Representações de África na National Geographic

Representações de África na National Geographic Os artigos da National Geographic têm um sentido imperialista, onde se representa sempre um “outro”, sendo esse outro o oposto aos Estados Unidos. A representação que vários artigos e fotos da National Geographic fazem sobre África segue um padrão que representa uma alteridade selvagem versus um mundo civilizado. Esta representação de África cria uma imagem de África como um lugar onde as pessoas podem ir de safari, procurar a exploração e a aventura.

A ler

18.10.2010 | por Andrés Cartagena Troche

Pela abolição das fronteiras herdadas da colonização -entrevista a Achille Mbembe

Pela abolição das fronteiras herdadas da colonização -entrevista a Achille Mbembe Esta oscilação da geografia, do imaginário e das formas de mobilidade é um fator chave das recomposições em curso. Acompanhar de maneira criativa estas recomposições exige que sejam abolidas fronteiras herdadas da colonização, que sejam abertos grandes espaços de circulação sem os quais não haverá nenhum pólo regional de força económica e de criatividade intelectual, cultural e artística. Nós temos que abrir em África vastos espaços de livre-circulação.

Jogos Sem Fronteiras

16.10.2010 | por Achille Mbembe

Arqueologia de uma cultura soterrada, entrevista a Emanoel Araújo

Arqueologia de uma cultura soterrada, entrevista a Emanoel Araújo Entrevista com o artista plástico e curador brasileiro Emanoel Araújo, em 2003, o início do projecto que deu origem ao Museu Afro Brasil em S.Paulo.

Cara a cara

15.10.2010 | por Anelito de Oliveira

Barthélémy Toguo: unbounded exile

Barthélémy Toguo: unbounded exile No Carpe Diem - Arte e Pesquisa em Lisboa o artista franco-camaronês Barthélémy Toguo expôs a instalação Road for Exile, uma vasta narrativa sobre tráfico, trânsito e morte, mas também a beleza que tudo isto pode conter. Actualmente, Barthélémy Toguo trabalha com a prestigiada galeria Robert Miller (NY), e continua o seu percurso consolidado, acrescentando imagens belas e grotescas ao seu universo. Vimos a sua participação no projecto “Carpe Diem - Arte e Pesquisa”.

Cara a cara

14.10.2010 | por Marta Mestre

Desmedida: Ruy Duarte de Carvalho, a escrita e nós, no “vaivém das barcas”

Desmedida: Ruy Duarte de Carvalho, a escrita e nós, no “vaivém das barcas” Embora defenda sempre a necessidade de distinguir o pessoal do profissional, percebo que essa distinção hoje mostra-se impossível para mim. Não há como não me sentir, nesse momento, misturada ao tentar falar desse notável Desmedida, que ficou como um dos últimos legados deixados pelo Ruy Duarte. E dos mais valiosos para nós brasileiros. Porque a emoção é indisfarçável, eu antecipo o meu pedido de desculpas por não conseguir a dose de rigor que foi sempre uma das marcas essenciais do autor desse e de outros livros fundamentais.

Ruy Duarte de Carvalho

12.10.2010 | por Rita Chaves

O ensino de cultura afro-brasileira no Brasil

O ensino de cultura afro-brasileira no Brasil Com a nova lei, os conteúdos curriculares devem abordar a História da África e dos Africanos, considerando a luta dos negros no Brasil, a cultura negra e o(a) negro(a) na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição que deram para o desenvolvimento e crescimento das áreas social, econômica e política, tendo em vista uma educação que articule a garantia dos direitos sociais e o respeito aos direitos humanos.

A ler

12.10.2010 | por Shirlei C. Victorino

Carlos Paca - “O teatro é a verdade, a reciprocidade no momento”

Carlos Paca - “O teatro é a verdade, a reciprocidade no momento” A diferença é que o negro no Brasil sente-se brasileiro e em Portugal sente-se imigrante, fazem-nos sentir assim. O governo português diz que está a promover a integração, mas de que forma, se somos excluídos de todos os sectores da sociedade? Mas há também o reverso da moeda: o que é que os actores negros fazem para contrapor esta situação? - reflecte o actor angolano, sediado em Portugal.

Cara a cara

11.10.2010 | por Marta Lança

Etnografia(s) e territorialidade

Etnografia(s) e territorialidade  O papel de mediação do etnógrafo, o sujeito “ocidental”, o viajante, colocado entre os mundos de partida e as culturas de contacto, apresenta uma flagrante afinidade com o perfil itinerante dos autores de ficções africanas, em diferentes momentos da História recente. De formas distintas, muitos destes autores preocuparam-se em transmitir imagens e conteúdos representativos das culturas a que estavam expostos, tanto a partir de universos de localização regional como de contextos marcados pela experiência urbana, em boa medida cosmopolita.

Ruy Duarte de Carvalho

08.10.2010 | por Ana Maria Mão-de-Ferro Martinho

Luanda's dream e a desfiguração da realidade

Luanda's dream e a desfiguração da realidade Na tentativa de estetizar o banal e de pintar aquelas que ele denomina de “superfícies menos convencionais”, o artista apropria-se de um conjunto de “acessórios” que são necessários para que os “novos heróis urbanos” evitem as agruras da vida do dia-a-dia, em Luanda: o banco da kinguila, a caixa do engraxador e o carro do roboteiro são (re)decorados à sua maneira, alterando as suas funções de origem

Cara a cara

08.10.2010 | por Adriano Mixinge

René Tavares: "(In)acabado"

René Tavares: "(In)acabado" René Tavares traduz em traços, linhas e manchas uma síntese pessoal da sua própria identidade, sempre em processo (“inacabado”), posicionando-se em constante movimento entre referências passadas e presentes. A última exposição do artista santomense na Galeria Bozart (Lisboa).

Cara a cara

07.10.2010 | por Lúcia Marques

Em busca do espaço verde - poemas da Guiné

Em busca do espaço verde - poemas da Guiné 1998 a cidade de Bissau gritou sem socorro enquanto os homens lhe batiam, Bissau continuou gritando a sua dor e maldizer... os filhos refugiaram-se no regaço da morte nos destinos incertos esperanças frustradas

Mukanda

07.10.2010 | por Eliseu Ié

“Gosto de ver as coisas atentamente" entrevista a Admas Habteslasie

“Gosto de ver as coisas atentamente" entrevista a Admas Habteslasie Entrevista a Admas Habteslasie a propósito do seu apaixonante “Limbo”: um trabalho fotográfico de grande fôlego que explora as paisagens e certos aspectos da história recente da Eritreia através de três capítulos sucessivos: Passado, Futuro e Presente. Na tradição da fotografia documental, Habteslasie constrói uma obra sensível e vigorosa sobre um país mal conhecido.

Cara a cara

07.10.2010 | por Marian Nur Goni

Ecos do gueto - os dias agitados de Maputo

Ecos do gueto - os dias agitados de Maputo Ao primeiro dia de Setembro deste ano, a população dos subúrbios de Maputo, maioritariamente jovem, saiu à rua para protestar. O aumento do preço dos bens essenciais impostos pelo Governo moçambicano serviu de mote. No rescaldo de violentos e mortais confrontos com a polícia, um mês após a “greve”, estes são alguns ecos daquilo que os jovens de Maputo estão a dizer.

Cidade

06.10.2010 | por Joana Simões Piedade

"Deixem-me ao menos subir às palmeiras…": um filme da 'frente de guerrilha'

"Deixem-me ao menos subir às palmeiras…": um filme da 'frente de guerrilha' Entrevista ao realizador Joaquim Lopes Barbosa, autor de "Deixem-me ao menos subir às palmeiras…", filme rodado em Moçambique, proibido antes do 25 de Abril de 1974, que nunca teve estreia comercial, só raramente foi projectado, permanecendo quase desconhecido e pouco referenciado em termos de história do cinema. Um cineasta para quem “o cinema deve ser uma frente de guerrilha, actuando o mais positivamente possível, contra os tabus, as morais duvidosas e os lugares-comuns bafientos e anacrónicos”.

Afroscreen

03.10.2010 | por Maria do Carmo Piçarra

Luanda, virada para o futuro negligencia o seu passado

Luanda, virada para o futuro negligencia o seu passado Os “sobrados” são as últimas casas que datam do tempo da escravatura. “O soalho destas casas era feito com a madeira com a qual se enchiam os porões dos navios de escravos que voltavam vazios do Brasil”, conta Ângela Mingas. “E as paredes eram em adobe (uma técnica à base de terra crua), fabricados com uma mistura de terra e de conchas apanhadas pelos pescadores da Ilha. São características que já não se encontram …” e cujos últimos vestígios estão em vias de desaparecer: “Em três anos, metade dos sobrados que restavam em Luanda foram destruídos. Hoje só restam 14…”

Cidade

01.10.2010 | por Cécile de Comarmond

Música e lusotropicalismo na Luanda colonial tardia

Música e lusotropicalismo na Luanda colonial tardia A música, na Angola colonial, era escrita na dor, em privado, e torná-la pública era torná-la colectiva. O som e talvez até o processo, atraíam os brancos e no ínicio dos anos 70, num revirar irónico da narrativa lusotropicalista, muitos foram até aos musseques para ouvir os Ngola Ritmos e outras bandas populares. Afinal, era a música angolana e os africanos que produziam a cultura, tãp cosmopolita como africana, que atraía as audiências europeias.

Palcos

30.09.2010 | por Marissa Moorman

A outra face do jornalismo moçambicano - Guerra Manuel

A outra face do jornalismo moçambicano - Guerra Manuel Guerra Manuel foi um dos primeiros jornalistas negros em Moçambique. Entrevistou Malagantana, Ricardo Chibanga e Lindo Lhongo na década de 60. Todos eles jovens no início das carreiras. Ao entrevistar estes jovens pretendia dar a conhecer ao mundo o talento e a capacidade artística dos moçambicanos, numa época em que estes não eram valorizados e nem havia espaço na imprensa colonial.

Cara a cara

30.09.2010 | por Rui Guerra Laranjeira