Paulo Flores I Raíz da Alma

O objectivo de Paulo Flores, consciente e claro, foi atingido: o que se ouviu no CCB, sob o título (ainda provisório, pode mudar quando chegar a disco) de “Raiz da Alma” foi uma série e honesta demonstração do melhor som do semba angolano, sem efeitos “plásticos” a atrapalhar. Não teve todos os instrumentos que gostaria (tambores angolanos tiveram que ser substituídos por congas, por questões logísticas), mas ainda assim os onze músicos que o acompanharam o palco deram o seu melhor para que a tal sonoridade antiga, cheia e quente ali se sentisse. Com Paulo Flores (voz) estiveram Tedy Nsingui (guitarra eléctrica), Pirica Duya, Tony Sá (violões), Mias Galheta (baixo acústico), Nanutu (sax soprano), Jorge Mulumba (hungu, puita e voz), Graça (bateria), Javier Carrilho, João Ferreira (percussões), Zizi Vasconcelos, Rita Damásio (coros).
O espectáculo começou com três temas do próprio Paulo Flores, dois do seu mais recente trabalho (o triplo “Ex-Combatentes”), “Caboledo” e “Sembinha” e, no meio, o sempre muito aplaudido “Está a chegar a hora”. Depois vieram as prometidas homenagens aos grandes criadores da canção angolana: “O pregão da vó Ximinha”, de Viriato da Cruz e Ruy Mingas, “Maria provocação”, de Ana Maria Mascarenhas (que estava na sala) ou “Amanhã”, numa justa recordação do Duo Ouro Negro. No meio de “Manuelê” e “Manico”, Paulo Flores voltou ao seu reportório recente para cantar “Maravilhoso 1972” (parceria com Albano Cardoso), numa excelente versão que na cadência o aproximou mais de “Ouro de tolo”, do brasileiro Raul Seixas.

Depois, o protagonismo foi entregue a Nanutu, que fez vibrar a sala com o som do seu sax soprano e com a energia dos seus passos de dança. Ainda no domínio instrumental, destaque para o “diálogo” seguinte, entre o fraseado do notável guitarrista Tedy Nsingui (nome histórico na música angolana, que já partilhara o palco com B.B. King, Matadidi e Francó, do Zaire) e o baixo de Mias Galheta. Antes, Paulo Flores já explicara que alguns instrumentos angolanos tinham correspondência noutros lugares. Por exemplo, o hungu e a puíta correspondem, respectivamente, ao berimbau e à cuíca no Brasil.
“Poema do semba”, sempre uma festa, antecedeu a entrada em palco de Tito Paris, para repetir o seu célebre dueto com Paulo Flores em “Clarice”, que já viu muitos palcos, de Lisboa a Luanda, passando pela Cidade da Praia. Por fim, uma composição inédita, “Me leva”, onde Paulo Flores põe todas as contradições do seu amor por Angola.
Para o “encore”, Paulo Flores escolheu o mordaz “Makalakato”, que não deixa de ser actual. “Para contentar a maralha mandou vir mais vinho e música do estrangeiro/ comprou mais uma casa em Cascais/ meu Sambizanga Rangel/ continuam musseque” ou “Caté o filho do muadié/ é um barriga cheia/ anda num bruto carrão mas o filho do pépé/ não tem um pão p’ra levar a escola”. Isto enquanto, diz o refrão, “O bom povo vive a correr…/ o sofrimento de todos os dias”. Mas felizmente canta, e com que voz!

Público

Paulo Flores
Raiz da Alma
4 estrelas em 5
Lisboa, Grande Auditório do CCB
Domingo, 24 de Outubro às 21h

25.10.2010 | by martalanca | Paulo Flores

FEIRA PRETA

Feira PretaFeira PretaEncontro de cultura, cidadania, educação e economia solidária, a Feira Preta reúne inúmeros representantes da cultura afro-brasileira e dezenas de empreendedores de diversas regiões do Brasil.

 É a maior feira de cultura negra da América Latina. É o resultado de um conjunto de iniciativas colaborativas, coletivas e inclusivas realizadas durante todo o ano. Trata-se de um evento anual que une cultura e comércio de produtos segmentados em uma grande celebração que encerra o mês da consciência negra.

A Feira Preta ocorre desde 2002. Teve sua primeira edição em espaço público na Praça Benedito Calixto, onde reunia 40 empreendedores de artesanato, moda, bijouterias, entre outros. O espaço ficou pequeno para tanta diversidade, arte e empreendedorismo e ganhou espaços maiores e mais estruturados com o passar dos anos.

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24.10.2010 | by adrianabarbosa | Feira Preta

'O Semba é a matriz de vários ritmos'', Paulo Flores

Em Portugal para dois concertos, Paulo Flores, a voz do semba angolano, vai apresentar Raiz da Alma, um projecto de pesquisa das origens do semba, que vai ao encontro dos instrumentos base, como o mukindo, a puita ou a dikanza.

Vai ser no Centro Cultural de Belém e na Casa da Música, que Flores dará a conhecer o semba na sua primeira essência, com um show que resgata os instrumentos esquecidos e privilegia instrumentistas como Nanuto ou Tedy Nsingui.
O resgate foi tarefa fácil, explica Paulo Flores que já dividiu o palco com músicos como Carlitos Vieira Dias e também com outros mestres dos anos 60.
Nesta aventura da Raiz da Alma, com álbum prometido para 2011, o cantor e compositor descobriu também compositoras mulheres e sonoridades dos anos 50/60 que se julgavam perdidas.
“Encontrei o ritmo do bossa-nova que se tocava nos Camarões na década de 40”, conta com entusiasmo.
O projecto Raiz da Alma foi um ensinamento não só para Flores, como também para os músicos mais novos, garante, ao dar como exemplo o kuduro, “em que a base rítmica é o semba e a kazukuta, mas que é preciso saber de onde vem, ir às origens”, que o cantor confessa nunca ter explorado tão fundo.
Para o concerto no CCB e na Casa da Música, o angolano orgulha-se de tocar com o guitarrista Tedy Nsingui, “um kota que participou num show antes do grande combate entre Muhammad Ali e George Foreman em Kinshasa. Nessa noite Nsingui esteve ao lado de grandes nomes como B.B. King, Matadidi e Francó.
Considerado um dos mestres da música angolana e exímio nas misturas de ritmos e sonoridades, Paulo Flores vê o semba como a matriz de vários ritmos, não só em Angola, mas também no Brasil, um género que está a dar a volta ao mundo.

@Mayra Prata Fernandes, SAPO

24.10.2010 | by martalanca | Paulo Flores

II Congresso de Língua Portuguesa

 O Congresso de Língua Portuguesa que o Instituto Piaget organiza através do Centro Internacional de Investigação e Reflexão Transdisciplinar, procura promover o debate acerca de algumas das mais importantes dimensões da promoção e difusão da língua portuguesa e das culturas da Lusofonia.
Criadores, académicos, jornalistas que têm como traço comum o envolvimento em projectos de valorização e difusão da Língua Portuguesa e da Cultura Portuguesa, deram-nos a honra de aceitar o nosso convite para se debruçarem sobre o seis temas:
  • O Português como Língua de Identidade e Criação;
  • Unidade e Diversidade da Língua Portuguesa;
  • O Português nos Media e no Ciberespaço;
  • O Português como Língua de Ciência;
  • O Ensino do Português;
  • O Português nos Grandes Espaços Linguísticos e Económicos.
A partilha do seu saber e experiência constituir-se-á certamente como uma ocasião de aprendizagem, reflexão e debate para todos aqueles que se interessam pela valorização da sexta língua mais falada em todo o mundo e pelo fortalecimento do espaço da lusofonia.
Veja aqui

23.10.2010 | by martalanca | língua portuguesa

"Transformação Urbana: experiências locais"

Encontro “Transformação Urbana: experiências locais”, no dia 4 de Novembro,  FCSH, Universidade Nova de Lisboa

22.10.2010 | by martalanca

Lino Damião, as paixões da alma

O artista plástico angolano Lino Damião realiza, a partir do dia 23 deste mês, na cidade de Aveiro, em Portugal, uma exposição individual denominada Batidas Coloridas.

Tem um percurso que se mistura com tintas, telas, pincéis, exposições e concertos de jazz. E neste andar pela vida foi-se cruzando com alguns nomes sonantes do universo da Arte na baixa luandense.
Começou no Xicala- uma visão menos turística que a mítica Ilha de Luanda. Quando se preparava para saltar dos calções para as blues-jeans vivia já sintonizado com a Fotografia que o pai Paulino Damião exercia com mestria no Jornal de Angola.
Logo após a Independência de Angola avança para o curso de Desenho, promovido pela Secretaria de Estado da Cultura, na Escola Experimental “Barracão”, para as bandas do Casuno, Cidade Alta.
Estava dado o primeiro passo. Decide, nessa altura, ser pintor.
A formação continuou pelo ensino médio, pela vida.
Nesta procura permanente de novos horizontes descobriu que os becos têm saídas e outras cores e amplitudes estão – muitas vezes- ao alcance da ambição.
Sempre à volta dos “mais velhos” torna-se frequentador assíduo e amigo dos mestres Viteix e António Ole- referências incontornáveis da Arte em Angola.
Passa muitas longas horas na Galeria Humbihumbi, a catedral das exposições em Luanda nos anos 80, liderada pelo saudoso Tirso Amaral.
Não tenho qualquer receio em afirmar que Lino Damião é actualmente um dos mais empenhados e criativos estilistas da sua geração. Atento aos múltiplos quotidianos vai ao encontro de uma realidade circunstancial, das experiências do dia-a-dia, que testemunha nas suas derivas expressivas com uma subjectividade carregada de afectos em que a intensidade das cores aponta caminhos luminosos e o interior de um sonho.
Nas suas telas as tintas que se ocultam e desocultam umas às outras estão traços e gestos carregados de grande força lúdica, de carácter, muitas vezes dissonantes como o Jazz que ama.
Autor de um processo pictórico forte e carregado das cores vivas de Angola começa a ver engordar o seu currículo existencial e artístico, dentro e fora-de-portas, como no caso vertente.
Este fazer agilizado e cheio de referências telúricas fazem-me desejar viajar pelos seus quadros cheios das paixões do autor.

 

Jerónimo Belo, crítico de Jazz, no País

22.10.2010 | by martalanca | Lino Damião

A investigação sobre discriminação religiosa ganha prémio de Liberdade Religiosa

A Comissão da Liberdade Religiosa, actualmente presidida pelo Dr. Mário Soares, decidiu atribuir o prémio Liberdade Religiosa 2010, na sua primeira edição, à equipa da Númena que conduziu o trabalho de investigação A discriminação religiosa na perspectiva das confissões minoritárias.

A equipa constituída por Pedro Soares, Tiago Santos e Isabel Tomás empreendeu uma investigação cujo objectivo central foi reconhecer os principais focos de discriminação religiosa na perspectiva das representações dos líderes das confissões minoritárias. Partindo de uma amostra intencional de 16 confissões, cujos líderes foram inquiridos por meio de entrevistas semi-estruturadas, os autores puderam concluir pela existência de oportunidades de aperfeiçoamento ao nível da implementação prática da Lei da Liberdade Religiosa, das atitudes sociais prevalentes, da sensibilização do governo local, e ao nível simbólico e da perpetuação de estereótipos.

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22.10.2010 | by martalanca | discriminação religiosa, Liberdade Religiosa

Trilhos culturais de Angola contemporânea

A produtora angolana Dread Locks apresentou , em Luanda, o documentário Trilhos culturais de Angola, que narra momentos históricos do Caminho de Ferro de Benguela (CFB), bem como aspectos culturais da respectiva região.
Em 50 minutos de vídeo, o documentário, que levou 16 dias de rodagem e seis meses de produção, centra a sua acção no troço Lobito/Cubal (ambos municípios de Benguela), num percurso de aproximadamente 153 quilómetros.
Presente no evento, o vice-ministro da Cultura, Cornélio Calei, disse que o documentário constitui uma importante fonte de investigação para pesquisadores, pois a sua temática é de interesse para a História de Angola

22.10.2010 | by martalanca

Mafalala Blues, uma intervenção fotográfica de Camila de Sousa

22.10.2010 | by martalanca | Mafalala Blues

Fazuma

nova emissão da FAZUMA, cheia de som muita bom pra ti, wi!

muita música africana, da boa!

escuta aqui

 

 

21.10.2010 | by martalanca | fazuma

Mário Lúcio Sousa hoje na Fábrica e Braço de Prata, Lisboa

Mário Lúcio Sousa estará hoje na Fábrica e Braço de Prata, pelas 22h00, para apresentar simultaneamente o seu romance O Novíssimo Testamento, vencedor do Prémio Literário Carlos de Oliveira, e o seu novo CD, Kreol, no qual canta e toca com Milton Nascimento, Pablo Milanés, Harry Belafonte e Teresa Salgueiro, entre outros. Prometemos boas palavras e bons sons. Apareçam!

 

21.10.2010 | by martalanca | literatura caboverdiana, Mário Lúcio de Sousa

Musica do Dia: Sly Johnson - Slaave 2 Feat Slum Village

França de novo no mapa, Sly Johnson ex Saian Supa Crew lançou o seu primeiro oficial LP, intitulado 74. Soul, vintage soul, neo soul, Sly fez cover de bandas como The Korgis e Otis Redding, convidou Ayo e Slum Village para o acompanharem nessa empreitada e nos ofereceu essa pérola com 11 malhas relaxantes.

21.10.2010 | by keitamayanda

Ecocentrismo

Moda / Instalação / Performance na Trienal de Luanda

21.10.2010 | by martalanca

Dolce Vita Africana de Cosima Spender, no doclisboa

Dolce Vita Africana de Cosima Spender

FRANÇA, REINO UNIDO, 2008, 59’

Retrato do fotógrafo africano Malick Sidibé e viagem através da história recente do Mali. As fotografias de Malick Sidibé captam o espírito despreocupado de uma juventude ávida de rítmos internacionais, que afirma a libertação do colonialismo nos primórdios da independência.

No DocLisboa [www.doclisboa.org]

21 OUT. 21:00 – Cinema LONDRES - Sala 2

23 OUT. 18:30 – Cinema LONDRES - Sala 2

24 OUT. 20:30 – Cinema LONDRES - Sala 1

20.10.2010 | by franciscabagulho | cinema, Fotografia Africana

aprender SWAHILI

O SWAHILI (também conhecido po Kiswahili) é uma das línguas mais conhecidas do grupo Banto e uma das línguas mais faladas na África Oriental. É usada como língua nacional no Quénia, Tanzânia e Uganda e tem milhões de falantes que a utilizam como segunda língua, permitindo que sirva como uma língua franca entre os diversos grupos étnicos do Leste Africano (algumas regiões do Burundi, Republica Democrática do Congo, Ruanda, Somalia e Moçambique), sendo também escolhida como uma das línguas oficiais da União Africana. Além disso, o SWAHILI tem também falantes em diversas ilhas situadas no extremo oeste do Oceano Índico (Zanzibar, Pemba, Máfia, Lamu e Comores) e ainda áreas do extremo norte de Madagáscar.

Os conteúdos Programáticos deste curso livre empenham-se na conversação, escrita, leitura, características gramaticais,  tradução de textos,  etc.

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20.10.2010 | by martalanca | SWAHILI

Zuela Hungo

O Projecto 5R e Abada Capoeira acolherá no dia 20 Outubro de 2010 a 2ª Trienal Luanda 2010 do Zuela Hungo com música, sons e demonstração de jogos acrobaticos comandados pelo Hungo/birimbau.

20.10.2010 | by martalanca | birimbau, Hungo

Olavo Amado, pintor de S.Tomé

Vídeo da exposição de pintura “Yes, Why Not?” de Olavo Amado em São Tomé, por Inês Henriques


20.10.2010 | by martalanca | Olavo Amado, S.Tomé

Mulheres artistas de África

O texto “Criando um espaço de liberdade: mulheres artistas de África de N’Goné Fall prossegue uma linha iniciada com o de Kobena Mercer. Se este último desenvolve a sua argumentação em torno da questão da identidade sexual, o ensaio de N’Goné Fall introduz o tópico do género a fim de assinalar o modo como ‘ser-se mulher’ em África constitui uma condição que em nada corresponde a uma essência, mas um condicionalismo e também uma possibilidade para o trabalho artístico. Este não se resume evidentemente a questões de género, mas também é sobredeterminado pelos contextos, distintos, em que as artistas trabalham.

Extraído do catalogo da exposição Global Feminisms que teve lugar no Museu de Brooklyn de Nova Iorque no ano de 2007, o texto chama também a atenção para o modo como o feminismo não corresponde a um programa universalmente global, mas assume características distintas, nas suas manifestações locais, apesar das interdependências entre os dois planos.

Com este texto, cria-se também uma relação com a exposição virtual “Partilhando linguagens: duas gerações de artistas em Lisboa”, em que o critério de selecção dos trabalhos se orientou - não só, mas também –por questões de género.

Serve esta abordagem, tal como os textos anteriores sobre o conceito de ‘arte africana’, para salientar que a arte e os discursos em torno da sua definição ou canonização não são política nem economicamente neutros, mas dependem de contextos de poder que também contribuem para determinar o que deve ser incluído ou excluído do campo da arte e o que deve ser remetido para o estatuto de mero testemunho individual ou colectivo, ou seja, de interesse ‘etnográfico’.

ler artigo no Artafrica

19.10.2010 | by martalanca | artistas africanas, feminismo, mulher, N’Goné Fall

Afrikya, programa de rádio

programa interessante sobre Africa, discorrendo por música e reflexões actuais sobre o continente

um livro de Patrício Batsikama, As Origens do Reino do Congo

debate sobre os retratos de visitantes nem sempre agradáveis e

visita a Polifonias Insulares de Inocência Mata

ouvir aqui, enviados por Toke é Esse

 

19.10.2010 | by martalanca | Afrikya

Raíz, de César Schofield Cardoso: Melhor Filme do Festival Internacional de Cinema em Cabo Verde

 

O público do Festival Internacional de Cinema em Cabo Verde escolheu como melhor film ea  curta Raíz, de César Schofield Cardoso. Este trabalho, que faz parte da tríade Raiz, Polém e Seiva, três curtas que compõem mua video instalação intitulada UTOPIA (mais info) recebeu também uma menção honrosa do Júri.

 

oiça aqui uma entrevista dada pelo autor

 

Raíz, de César Schofield Cardoso

2010

 

com Nuno Barreto

Música de Ndú Carlos, Lúcia Cardoso e Lúcia Cardoso

Produção de Samira Pereira

 

projectoutopia@gmail.com  

 

 

18.10.2010 | by samirapereira