Uma conversa com Marco Aurélio - pedagogo e pesquisador sobre cinema e relações étnico raciais - sobre a sua trajetória artística, suas conquistas e planos futuros. Passando por assuntos como produção audiovisual, arte, estética e política, mas também falando sobre o companheirismo do fazer cinema no aquilombamento, açaí e viagens.
31.01.2020 | por Marco Aurélio Correa
Idris Elba como James Bond, Halle Berry no papel de uma Bond Girl, Ariel em modo pequena sereia negra ou Julia Roberts como Harriet Tubman: surrealismos unilaterais, aparentemente. Fazemos piadas com a coisa. Com as coisas que nos assolam. E a verdade é que nós, negros, temos um humor muito peculiar que pode, por vezes, chocar quem esteja de fora. O que é que ainda te ofende?
23.01.2020 | por Gisela Casimiro
Como tomar posição, ou seja, não ficar no impasse, mas ao mesmo tempo não impor? E também, como não permitir que a franqueza vire uma exposição desmedida, como não desproteger-se completamente? A franqueza envolve exposição, mas não tem de ser um desnudamento, não é uma exibição. É muito possível sucumbir a essas corruptelas da coisa: a honestidade radical virar metralhadora opinativa ou desresponsabilização afectiva; a exposição virar exibição... Ou seja, tudo versões variadas da indiferença.
10.01.2020 | por Marta Lança e Fernanda Eugénio
Rodear-me de mulheres neste filme foi uma decisão consciente. Acho que é importante. São pequenos passos e espero que um dia não seja preciso, que seja natural haver mais mulheres a trabalhar em cinema, em Angola principalmente. Muitas vezes as mulheres não estão no mesmo patamar que os homens porque não tiveram as mesmas oportunidades, mas nós temos que ir crescendo juntas.
02.01.2020 | por Iolanda Vasile
Gabriel nasceu em 1988, na Colômbia, e foi adotado por uma família norueguesa em 1989. Cresceu em uma pequena e bela cidade no leste da Noruega e era o único moreno entre as crianças loiras. “Você pode ver esse garoto mais escuro no meio de meninos loiros de olhos azuis em nossa foto da turma do jardim de infância.
23.12.2019 | por Sinem Taş
“A minha mãe tinha uma energia incrível. Sabe que a ciência diz ‘a energia não pode ser criada nem destruída’. O fato de o corpo dela ter partido não significa que ela não esteja connosco. Ela está em todos os lugares. É por isso que fiz essa tatuagem. Ela diz: ‘a morte não pode matar’. Apesar de ter partido deste lugar, ainda continua a ensinar-me muito”.
15.11.2019 | por Sinem Taş
Não são demónios; não são anjos; são apenas pessoas. E escutem-nas. Nós próprios temos feito um imenso exercício de escuta. A ponto da pessoa mais forte até se esquecer que a pessoa mais fraca poderá ter algo a dizer, veja, porque está simplesmente ali; é um acessório, simplesmente fala com ele, compreende?
06.11.2019 | por Chinua Achebe
"A dor é inevitável, sofrer é opcional”, diz Steffen, andando vagoroso na floresta de Fisterra, na Galiza, Espanha. Um ativista da paz que uma vez serviu o exército na Operação Tempestade do Deserto, em 1990, na qual advogava pelo direito humano à água e ao saneamento para todos.
23.10.2019 | por Sinem Taş
Uma ponte em Paris... Umas pessoas dançam, outras observam, sorrindo. Uns filmam nos telefones, outros dão um tímido passo e deixam uma moeda no estojo da viola. Wallace e Youmi continuam a cantar no melhor escritório do mundo...
02.10.2019 | por Sinem Taş
No Kwanza-Sul percebeu os vários ritmos e a imponência de um país que cultiva o riso e a memória curta para se defender dos dramas que o desumanizam: a escravatura, o colonialismo, a dominação, os pequenos e grandes poderes, os oportunismos e a ignorância. De como é vertiginoso o urdir da história no quotidiano. A geração à qual pertence preocupou-se em recuperar a memória cultural perdida nessas e noutras violências, também com o olhar vívido e intrigante das ingenuidades e militâncias da independência.
21.08.2019 | por Marta Lança
Ouvi um ruído e, assim que abri os olhos, percebi que estava rasgando os lençóis. Acordei o meu marido e ele disse: ‘não se preocupe, deve estar na sua cama’. Então eu disse-lhe: ‘não estou assustada, mas todos os lençóis estão estragados e rasgados.'
14.08.2019 | por Sinem Taş
Há três anos, com Esse Cabelo, apresentaram-na como representante de uma literatura acerca de raça, género, identidade. Voltou agora com Luanda, Lisboa, Paraíso e diz que quer apenas participar na longa e antiga conversa sobre literatura. Enquanto procura escrever o seu livro ideal, totalmente inventado, uma mancha de texto sem capítulos que resista a discussões acerca do presente.
25.07.2019 | por Isabel Lucas
A Angola que eu deixei em 1992 não tem rigorosamente nada a ver com a Angola actual, e acho bem que as coisas mudem. Não tenho saudades nenhumas do tempo colonial, que era um tempo de injustiça, mesmo eu que ia à escola e à universidade, e estava do lado privilegiado, sei muito bem que é um sistema para esquecer (ou para lembrar....). Como também está resolvido sem nostalgia esses tempos de envolvimento quase amoroso: a Independência, o nascer um país, criarmos os filhos, uma avalanche de coisas que nos estavam a acontecer e nós tínhamos 20 anos.
24.06.2019 | por Marta Lança
Entrevista com Sangare Okapi e Amosse Mucavele ao escritor moçambicano Aurélio Furdela."Um bom verso nem sempre rima com bom-menino. Pior, é que nem se está à procura de bons meninos, mas de aduladores. A nossa intelectualidade gosta de ser bajulada, é uma espécie de importação da cultura do sistema político, quase uma tentativa de reprodução da hierarquia vinda da luta de libertação nacional, merecedora de uma certa glorificação, esses outros se querem Chipandes da literatura."
16.06.2019 | por Aurélio Furdela
Ao colocar os sacos na sua própria cabeça, Chagas inverte-os, dessa forma desacelerando e desnaturalizando a imediatez normalizadora com que, acriticamente, eles próprios e as suas mensagens circulam. Sem deixar de se implicar a si mesmo e, por extensão, a todos nós, o artista incita-nos a um questionamento essencial, enquanto ponto de partida para a procura conjunta de outros modos de vida.
12.06.2019 | por Ana Balona de Oliveira
Em Madrid, despedi-me do “louco” António, que vive com a sua confiança e amor às pessoas que não conhece, partilhando a sua refeição, sóbrio há 30 anos. As últimas palavras que me disse: “A vida é um milagre, nunca te esqueças”.
16.05.2019 | por Sinem Taş
Acredito que a sociedade não está ainda pronta para certas coisas. Por exemplo, quando as pessoas se aproximam para lhe fazer carinho, o olhar de amor em seus rostos muda logo para um olhar piedoso. O fato de alguém ter uma deficiência não significa que não consiga entender o que se passa à sua volta. Não culpo as pessoas por tal, embora elas devessem entender que sentir pena não ajuda.
04.05.2019 | por Sinem Taş
“A vida é muito curta para inventarmos problemas. É bem provável que nem tudo aconteça como queremos. Mas tudo o que acontece é lindo. Tudo! Tristeza, doenças, até perder um amor é bonito. Porque aprendemos com todas as experiências”.
28.04.2019 | por Sinem Taş
claro que este projeto passou por dificuldades. Não havia muitos produtores de brinquedos em Portugal na época em que comecei. Nem os brinquedos tinham tanta importância. Era somente um brinquedo... O que não é o caso para mim. Todos têm nomes e histórias. Este é o trabalho que amo. Sou feliz porque faço o que gosto todos os dias, sem pressão e sem ordens. E vejo rostos felizes todos os dias. As pessoas que entram nesta loja são especiais, pois sabem que os meus brinquedos são mais que mero plástico. Eles são muito mais”, diz Julieta.
22.04.2019 | por Sinem Taş
A resistência traz aos jovens uma fase mais enérgica de intervenção e focam em assuntos como questionamento do papel dos servidores do estado, democracia e governança e mobilização política. “Estamos numa fase muito interessante, em que o desafio da construção das novas formas de mobilização protagonizadas pelos jovens está a ser confrontada com desafios de encontrar, também, novas formas de representação e legitimação da governação democrática”.
14.04.2019 | por Henri Chevalier