CINEMA E PÓS-NATUREZA, Escola de Verão FCSH

De 2 a 16 Julho 2024 Horário: terças e quintas-feiras das 17h00 às 20h00
Duração: 15hDocente: Salomé Lopes Coelhosalomecoelho@fcsh.unl.ptEnsino Presencial+ Info e Inscrições


OBJETIVOS
O curso oferece uma introdução aos modos como o cinema figura as relações entre humanos e não-humanos, destacando os ritmos da matéria no cinema experimental latino-americano. Discutiremos as interseções entre cinema e problemáticas ambientais, abordando criticamente alguns dos seus conceitos-chave. Analisaremos imagens em movimento que, para além da representação e no sentido de uma compreensão performativa do cinema, abordam múltiplas formas de estar-no-mundo, incluindo existências vegetais e minerais. O curso permitirá a familiarização com a noção de ritmos da matéria como chave de análise ecocrítica. Espera-se que os/as participantes desenvolvam ferramentas para o estudo e criação artística que desafiem perspectivas antropocêntricas.
PROGRAMA
Fundamentos Teóricos: Imagens em Movimento, Ritmos da Matéria e Mundos Pós-Naturais
Introdução à relação do cinema com preocupações ambientais; definição de conceitos-chave e mapeamento de debates atuais;
Cinema experimental e mundos não-humanos: dos primórdios da teoria do cinema às concetualizações dos novos materialismos e pós-humanidades feministas;
Os ritmos da matéria como âmbito privilegiado para abordar as relações entre humanos e não-humanos.
Ritmos da matéria vegetal
Ritmos vegetais e imagens em movimento, da produção à receção fílmica,
Filosofias do pensamento vegetal;
Mundos vegetais para além das ontologias ocidentais;
Ritmos da matéria inorgânica e Cinema Geológico
Figurações cinematográficas e modos de relação com a matéria inorgânica que excedem lógicas extrativas e de progresso;
Geologia dos média e intersecções entre cinema, escalas temporais, processos e ritmos geológicos;
Cinema geológico: práticas teóricas e práticas fílmicas.
Projecto Final
Apresentações orais dos/as participantes, incluindo análise crítica de filmes ou projectos criativos próprios, que articulem os conteúdos do curso.
BIBLIOGRAFIA
Braidotti, Rosi & Maria Hlavajova (Eds.) (2018). Posthuman Glossary. London/New York: Bloomsbury.
Della Noce, Elio & Lucas Murari (Eds.) (2022). Expanded nature. Écologies du cinéma expérimental. Paris: Light Cone.
Fornoff, Carolyn & Gisella Heffes (Eds.) (2021). Pushing past the human in Latin American cinema. Albany: State Uni. of New York Press.
Iovino, Serenella & Serpil Oppermann (Eds.) (2014). Material Ecocriticism. Bloomington/ Indianapolis: Indiana University Press.
Viveiros de Castro, E. (2014). Cannibal Metaphysics. Minneapolis: Univocal.
Yusoff, Kathryn (2018). A Billion Black Anthropocenes or None. Minneapolis: University of Minnesota Press.
*Imagem: Osario analógico, Azucena Losana 

26.05.2024 | por martalanca | cinema, natureza, Salomé Lopes Coelho

Não Foi Cabral: Revendo Silêncios e omissões

Dias 23 e 24 de maio, no Auditório Ilídio Pinho da UCP no Porto, pelas 18h30

A Escola das Artes da Universidade Católica no Porto convida-o a assistir a duas masterclasses inseridas no programa “Não foi Cabral” com Flávio Cerqueira, um escultor de significados, e Hélio Menezes, antropólogo que atua como crítico, pesquisador e curador de alguns dos eventos mais importantes da cena cultural brasileira, nomeadamente da última bienal de São Paulo.

Inseridas na programação do ciclo “Não foi Cabral: revendo silêncios e omissões “que está a decorrer na Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa no Porto, vão ter lugar no Auditório Ilídio Pinho, duas aulas abertas, nos dias 23 e 24 de maio, pelas 18h30, continuando assim o propósito de estimular o debate sobre o fazer da(s) História(s).

A primeira masterclasse, dia 23 de maio, é conduzida pelo artista e professor brasileiro, Flavio Cerqueira que irá apresentar um panorama da sua trajetória artística de 15 anos. Nesta sessão abordará os seus processos criativos e da produção da escultura em bronze, além das questões conceituais e simbólicas que traz na sua poética. O artista irá começar por contar a sua primeira experiência numa residência artística e do seu primeiro atelier na cidade de Lisboa e como isso influenciou sua carreira.

Flávio CerqueiraFlávio CerqueiraHélio MenezesHélio Menezes

No dia 24 de maio, pela mesma hora, a aula é de Hélio Menezes, pesquisador, crítico e curador de alguns dos eventos mais importantes da cena cultural brasileira. Nesta conversa, pretende analisar a história e legado do Museu AfroBrasil, no ano em que completa 20 anos de existência, bem como sublinhar desafios e propostas de renovação para os seus anos vindouros. Através da leitura de obras dos acervos do MAB e da sua expografia inaugural, propõe investigar em que medida o museu antecipou um olhar contracolonial nas artes ao contar, num arranjo entre História, Memória, Cultura e Contemporaneidade, outra história do Brasil - tendo as matrizes africanas que o formaram e estruturam como protagonista.

Este ciclo “Não foi Cabral: revendo silêncios e omissões” é o tema do programa cultural da Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa, em parceria com a Escola das Artes com a Universidade de São Paulo (Brasil) e a Universidade de Princeton (EUA).

Nuno Crespo, diretor da Escola das Artes e co-curador do programa, sublinha que o ciclo “pretende construir um espaço de debate onde juntos possamos pensar as narrativas históricas e o modo como artistas de diferentes geografias e culturas têm sido motores fundamentais no alargamento e transformação dessa história oficial.” Sobre esta nova edição do programa, o diretor da Escola das Artes completa que “é fruto de um trabalho continuado da Escola das Artes em trazer temáticas com expressão no mundo não só artístico, como atual e global.

22.05.2024 | por martalanca | “Não foi Cabral: revendo silêncios e omissões”

Universidade de Lisboa discute fronteiras, jihadismo e alterações climáticas no Norte de África

A Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa será o cenário de um colóquio de dois dias, que trará a Portugal especialistas dos EUA, de Marrocos, dos Países Baixos e do Reino Unido, para discutirem, com académicos portugueses, temas como fronteiras, jihadismo, alterações climáticas e conflitos espoletados pela disputa da água no Sahel, e a sua dimensão histórica associada ao Magrebe e à Península Ibérica.

“O Sahel, o Magrebe e a Península Ibérica: Fronteiras, Trânsitos e Conflitos” é o nome deste encontro científico, que se realizará entre 28 e 29 de maio, e que reunirá investigadores das áreas da história medieval e contemporânea, da arqueologia, da antropologia, da sociologia e da política.

O historiador neerlandês Joas Wagemakers, da Universidade de Utrecht, que se distinguiu com a obra A Quiet Jihadist: The Ideology and Influence of Abu Muhammad al-Maqdisi (2012), redigida a partir da entrevista a este ideólogo da al-Qaeda, será o orador principal e abrirá os trabalhos. Da sua investigação, fazem parte estudos sobre o pensamento salafista, a Irmandade Muçulmana, o Hamas e os direitos das mulheres no mundo xiita e na Arábia Saudita.

A discutir noções de fronteira e fronteiro durante a presença portuguesa em Marrocos, no século XVI, estará o historiador Gonçalo Matos Ramos (Universidade de Lisboa). O antropólogo e historiador marroquino Rahal Boubrik (Universidade Mohamed V de Rabat) centrar-se-á na jihad lançada pelo shaykh Ma’ al’Aynayn contra espanhóis e franceses, na Mauritânia, entre o final do século XIX e o princípio do século XX. Já o antropólogo Francisco Ramos (Universidade Nova de Lisboa) contribuirá para este debate sobre fronteiras e colonialismos com uma análise sobre a revisitação contemporânea de políticas postas em prática na Mauritânia pós-independência.

A influência dos almorávidas no território do Sahel e do Magrebe será também explorada. O arqueólogo britânico Timothy Insoll (Universidade de Exeter) abordará as redes de circulação e os vestígios deixados por esta confederação política que, entre meados do século XI e meados do seguinte, construiu um império que se estendia entre as margens dos rios Senegal e Níger até ao Tejo. A historiadora Inês Lourinho (Universidade de Lisboa), por sua vez, analisará um “artigo” de uma revista do DAESH, que recorre à memória dos almorávidas para legitimar politicamente grupos jihadistas contemporâneos.

Ricardo René Larémont, cientista político e sociólogo norte-americano, da Universidade de Binghamton, trará a discussão para os violentos conflitos entre pastoralistas nómadas e agricultores do Sahel, em virtude das alterações climáticas, que têm levado ao recuo das bacias hidrográficas. Um cenário de instabilidade e de condições de vida frágeis favorece o aparecimento de grupos armados. Outro cientista político, o norte-americano Aaron Y. Zelin, da Universidade Brandeis, falará do recrutamento de combatentes para o jihadismo global. Criador do site Jihadology, que acompanha as comunicações de redes jihadistas, Zelin abordará o percurso de Abu ‘Iyad al-Tunisi, um destacado membro da al-Qaeda ao tempo de Usama b. Laden e depois de Ayman al-Zawahiri.

O historiador Hermenegildo Fernandes, diretor da Faculdade de Letras, e especialista nas transições entre as sociedades islâmicas e cristãs no Ocidente Peninsular medieval, fechará os trabalhos, com uma reflexão sobre as temáticas em debate, procurando estabelecer linhas de raciocínio e continuidades entre a Idade Média e a contemporaneidade.

Cada dia do colóquio será concluído com uma mesa-redonda, que viverá do animado debate entre os vários oradores, uma importante contribuição para aclarar e pensar questões com impacto direto na nossa sociedade.

22.05.2024 | por martalanca | Sahel

txon-poesia, Festival Internacional de Poesia e Poética 2024

Amílcar Cabral é homenageado nesta 4ª edição, para quem a escrita de poemas esteve ligada à ação cultural. Viveu parte da infância em Mindelo, Cabo Verde, onde fez o liceu e começou a escrever poemas. Cabral desenvolve a sua obra poética em torno de temas como a insularidade, o isolamento, a emigração e os flagelos causados pela seca, aridez e a erosão. Nas suas palavras, poesia é “como um produto do meio em que tem expressão”, por isso deve ter os “pés fincados na terra” para poder cantar a realidade humana.

A convidada internacional do txon-poesia, Festival Internacional de Poesia e Poética em Mindelo 2024 é Olinda Beja, escritora, poeta, narradora, contadora de histórias, nascida em Guadalupe, São Tomé e Príncipe. Com vasta obra publicada entre poesia, romances, contos e infanto-juvenil, dedicada à difusão da cultura santomense. Tem poemas e contos traduzidos para várias línguas, é detentora de prémios literários, distinções e homenagens. Embora já seja presença conhecida em Cabo Verde, estará na cidade de Mindelo pela primeira vez.

PROGRAMA

QUINTA FEIRA, 23 DE MAIO

18:00 horas
POESIA, IMAGEM E DECOLONIZAÇÃO DO OLHAR
Projeção de vídeo-poema de Carol Braga e conversa com João Paradela e Maiky Miller, moderada por Érico Medina
Alternativa Galeria

21:00 horas
MAUMDIA
Espetáculo de Zenaida Medina (TriPé)
Espaço Fernando Pessoa do Centro Cultural Português, Polo do Mindelo
Entrada livre com lugares limitados. Reserva pelo: +238 9867231

SEXTA FEIRA, 24 DE MAIO

18:00 horas
KILÊLÊ: A DANÇA SAGRADA DO FALCÃO
Conversa em torno do livro de Olinda Beja com apresentação de Filinto Elísio e Olavo Bilac Cardoso e presença da autora
Centro de Língua Portuguesa – Mindelo, Universidade de Cabo Verde (Liceu Velho)

21:00 horas
ROTEIRO POÉTICO
Ponto de encontro: “Kilêlê: a dança sagrada do falcão”, performance poética de Olinda Beja na Alternativa Galeria, seguindo para: “Novidades do Passado e Déjà-vus do Futuro”, showcase com Revan Almeida no Espaço Fernando Pessoa do Centro Cultural Português, Polo do Mindelo

SÁBADO, 25 DE MAIO

10:00 horas
PARA ALÉM DA PALAVRA: A ARTE DO DIZER E DO CONTAR
Oficina de performances da palavra com Olinda Beja
Espaço Zeca Afonso do Centro Cultural Português, Polo do Mindelo
Entrada livre mediante inscrição para: txonpoesia@gmail.com

16:00 horas
VIVA AMÍLCAR CABRAL!
Projeção do filme “Canhão de boca” de Ângelo Lopes seguida de conversa com Ana Cordeiro, Carlos Santos e Rita Rainho, moderada por Érico Medina
Alternativa Galeria
18:30 horas
POEMAS DE LIBERDADE
Performance poética pela Academia Cesária Évora com direção de Yannick Fortes
Alternativa Galeria

21:00 horas
SPOKEN WORD MINDELO #23
Slammers: Christy Roberto, Cuktel, Érico Medina, Helena Moscoso, Indzayz, Márcia C. Brito, Valódia Monteiro
MICRO ABERTO // OPEN MIC
Performances musicais:
Caplan Neves
Bertânia Almeida com Nuno Tavares
Hosted by: Anaísa Lopes e José Pinto
Espaço Fernando Pessoa do Centro Cultural Português, Polo do Mindelo

22.05.2024 | por martalanca | txon-poesia

O Árabe do Futuro

NOVIDADE NOVELA GRÁFICA: ÁRABE DO FUTURO 6. SER JOVEM NO MÉDIO ORIENTE (1994-2011, escrita e desenhada por Riad Sattouf, Teorema

Sinopse:

O Árabe do Futuro, conta a vida de um jovem no Oriente Médio (1978-2011) numa série em BD dividida em seis volumes, escrita e desenhada por Riad Sattouf. Vendeu mais de 3 milhões de exemplares e foi traduzido para 23 idiomas, conta a infância e a adolescência do autor, filho mais velho de mãe francesa e pai sírio. A história leva-nos da Líbia do Coronel Gaddafi à Síria de Hafez Al Assad, passando pela Bretanha, de Rennes ao Cabo Fréhel. Este sexto volume cobre os anos 1994-2011 e é o último da série.

RIAD SATTOUF Autor de origem franco-síria, Riad Sattouf nasceu em Paris em 1978. Passa a sua infância na Argélia, na Líbia e na Síria, onde recebe uma educação muçulmana. Regressa a França com 12 anos de idade, prosseguindo os seus estudos, primeiro em Cap Fréhel e mais tarde em Rennes, onde cursa a Escola de Belas-Artes. É atualmente um autor de BD de grande sucesso. É igualmente um (re)conhecido cineasta, tendo realizado Les BeauxGosses, galardoado com um César para o Melhor Primeiro Filme em 2010, e Jacky au Royaume des Filles, que estreou em França nos inícios de 2014.

 

18.05.2024 | por martalanca | árabe

Exposição "Problemas do Primitivismo – a partir de Portugal" » Inauguração 18 maio, 17h00

De 18 de maio a 17 de novembro, 2024 Centro Internacional das Artes José de Guimarães

Curadoria: Mariana Pinto dos Santos (IHA-NOVA FCSH / IN2PAST) e Marta Mestre (CIAJG)

Este sábado, 18 de maio, às 17h00, o Centro Internacional das Artes José de Guimarães inaugura ”Problemas do Primitivismo – a partir de Portugal”uma exposição que, assente numa pesquisa ampla em arquivos e coleções portuguesas, interroga o «primitivismo» e as suas contradições. A exposição aborda os contextos da ditadura, da colonização, do anticolonialismo e do pós-colonialismo, propondo uma máquina visual impregnada de imagens e referências artísticas e culturais que problematiza a invenção do «primitivo» e a sua persistência até à contemporaneidade. Seis palavras-chave, permeáveis entre si, organizam a exposição: Civilização, Museu, Ingénuo, «Mar Português», «Jazz-Band» e Extração. Através delas, dá-se a ver não uma cronologia fixa, mas percursos e correlações diagramáticas, tensões entre textos e imagens, que enfatizam a estrutura ideológica, social e cultural sobre a qual assentou e assenta a ideia de «primitivo».  

A partir das 19h00, o CIAJG recebe também o “antimuseu”, um programa com intervenções musicais contínuas em lugares inesperados, que explora o contexto arquitetónico e acústico e estabelece novos parâmetros para a experiência do museu. Depois de uma 1ª edição em 2022, o “antimuseu” volta a afirmar-se como um momento de cruzamento entre a música exploratória e a arte contemporânea espelhado num programa de extensa catarse, até às 02h00, com apresentações de nomes fulgurantes como Croatian Amor, DJ Lynce, DJ Veludo, Miguel Pedro, oqbqbo e Vanity Productions.

Entrada gratuita, até ao limite da lotação disponível

 

Problemas do Primitivismo – a partir de Portugal é uma exposição que interroga o «primitivismo» e as suas contradições. A exposição aborda os contextos da ditadura, da colonização, do anticolonialismo e do pós-colonialismo, propondo uma máquina visual impregnada de imagens e referências artísticas e culturais que problematiza a invenção do «primitivo» e a sua persistência até à contemporaneidade. Seis palavras-chave, permeáveis entre si, organizam a exposição: Civilização, Museu, Ingénuo, «Mar Português», «Jazz-Band» e Extração. Através delas, dá-se a ver não uma cronologia fixa, mas percursos e correlações diagramáticas, tensões entre textos e imagens, que enfatizam a estrutura ideológica, social e cultural sobre a qual assentou e assenta a ideia de «primitivo».  
Na modernidade, em tempo de fascismos e imperialismos, essa ideia tanto foi ferramenta nacionalista e de legitimação do projeto colonial, como ferramenta libertária e anticolonial, pois muitos intelectuais e artistas beberam no ideário primitivista movidos pela vontade de subversão da ordem social estabelecida. Porém, os estereótipos, preconceitos, e a visão homogénea sobre o «Outro», estiveram presentes nos vários usos, por vezes conflituosos e antagónicos, do primitivismo.
De cunho investigativo e experimental, e sem pretensão de esgotar o assunto, a proposta curatorial convoca todo o museu para uma abordagem crítica através de uma polifonia de vozes nas fontes e nos autores e artistas convidados a participar. Mais de setenta artistas, autoras e autores, de diversas proveniências e inscrições culturais, colaboram nesta exposição com obras de arte, originais e reproduções, textos e citações.
A exposição resulta de um mergulho em arquivos e coleções portuguesas e que incorpora muitas perspetivas e pesquisas recentes, na área da história e crítica da arte, antropologia, museologia, etc. Deriva, em parte, do projeto PIM – Modernismos Ibéricos e o Imaginário Primitivista, que esteve sediado no IHA de 2018 a 2022, com investigação adicional dos últimos dois anos e incluindo artistas contemporâneos.
Problemas do Primitivismo – a partir de Portugal é possível graças ao apoio da Fundação Millennium bcp, tanto financeiro como no empréstimo de obras, e ao apoio do IHA, que financiou uma bolsa de investigação de 6 meses no âmbito do IHA seed-project Investigação documental e visual no âmbito da exposição ‘Primitivo’, atribuída a Margarida Moura (IHA – GI ArtTHC), que assume assistência de curadoria.

 

 

16.05.2024 | por martalanca | primitivismo

GERMINAR com Ariana Furtado, Colectivo FACA, Kitty Furtado

22 maio quarta 18h30 Teatro do Bairro Alto - programa de Melissa Rodrigues

Num ciclo dedicado a semear futuros coletivos, refletimos sobre educação e as suas ramificações e intersecções com a arte, a decolonialidade e a contra-colonialidade, a imaginação e a transgressão como prática de liberdade, como nos ensinou bell hooks.  

Inspiramo-nos nas palavras-sementes de Amílcar Cabral, Lilica Boal, Frantz Fanon, Paulo Freire, Lélia González, entre tantas outras, para fazer da educação a primeira e principal arma de mudança.

Antes da conversa será projetado o filme Skola di Tarafe/Mangrove School de Filipa César e Sónia Vaz Borges.

Skola di Tarafe/Mangrove School  

Video & 16mm transferido para vídeo, 2K, som, cor, 35’, 2022

 Numa viagem recente à Guiné-Bissau, fomos pesquisar sobre as condições dos alunos nas escolas de guerrilha situadas nos mangais. Em vez disso, rapidamente nos tornámos nós próprias as alunas e a primeira lição foi como andar. Se andares erguida, colocando primeiro os calcanhares no chão, logo escorregas nos ouriques e cais no arrozal inundado ou ficas presa na lama do mangal. Então, tens que baixar o corpo, dobrar os joelhos e espetar os dedos dos pés verticalmente na lama, estender os braços para a frente e avançar num movimento consciente e presente. Na escola do mangue, a aprendizagem acontece com o corpo todo.

Este trabalho parte de uma pesquisa profunda sobre o sistema militante educativo desenvolvido pelo Partido Africano para a Independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde (PAIGC) durante o processo de libertação, os onze anos de luta armada (1963-74) contra a ocupação colonial portuguesa e o interesse recorrente no imaginário da tarafe – a palavra criola para mangue. O mangue é uma arquitetura natural aérea, onde a memória ainda flutua através das redes das raízes e o respiro da maré oxigena um conhecimento de resistência numa condição de resistência pelo conhecimento. Aqui entramos num imaginário entrelaçado de várias dimensões convergentes: a epistemologia do rizoma, conceitos de educação militante e política, os ensinamentos de habitantes da comunidade Malafo, arquivos nómadas e noções agronómicas/botânicas de engenharia de mangais.

Sónia Vaz Borges & Filipa César 

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ARIANA FURTADO nasceu em Cabo-Verde, cresceu em Portugal, é professora do 1.º Ciclo e coordenadora da Escola Básica do Castelo em Lisboa, Agrupamento de Escolas Gil Vicente. É coautora dos projetos premiados Com a mala na mão contra a discriminação e Ge(ne)rando polémica…ou antes pelo contrário. Traduziu ainda os livros para a infância: O Senhor da Dança e O Grão de Milho Mágico de Véronique Tadjo, O Colar Mágico e O Camaleão que se achava feio de Souleymane Mbodj.

KITTY FURTADO é crítica cultural empenhada na diluição de fronteiras entre academia e esfera pública. Doutora em Estudos Culturais, tem sido curadora de mostras de cinema (pós-)colonial e promovido a discussão pública em torno da Memória Cultural, do Racismo e das Reparações.

 O COLECTIVO FACA é um projeto de cidadania ativa, que questiona as narrativas da cultura visual, formado em 2019 por Andreia Coutinho e Maribel Mendes Sobreira. Trazem discussões para o debate cultural português acerca das temáticas do feminismo, colonialismo, racismo, LGBTQI+ e não-normatividade em geral em espaços museológicos. Não apagando a História, cruzam as diversas narrativas, puxando as margens para o centro do debate.

16.05.2024 | por martalanca | ariana furtado, colectivo FACA, filipa césar, Kitty Furtado, Sónia Vaz Borges

Sobreviventes, de José Barahona

Sinopse: Numa ilha deserta, um grupo de sobreviventes de um naufrágio de um navio negreiro enquanto luta pela sobrevivência assiste a uma inversão dos valores morais e sociais da época. “Sobreviventes” conta a história de como senhores e pessoas escravizadas conseguiriam ou não conviver numa situação extrema. Esse olhar sobre os portugueses colonialistas e a escravatura, a partir da história de um naufrágio, é uma ideia de José Barahona, com argumento co-escrito com José Eduardo Agualusa. Uma produção David & Golias e Refinaria Filmes

16.05.2024 | por martalanca | cinema, José Barahona

Dança e música africana e afrobrasileira

Dias 6,7 e 8 Julho

Senhora dos Milagres – Centro de Vivências, Arte e Natureza - Monção

 “VIAGEM 24H A ÁFRICA”, é a frase que serve de mote a um intensivo de dança, música, cinema, gastronomia e sobretudo cultura africana.


Esta é a 6ª edição de um encontro organizado por Eva Azevedo - Associação Popolomondo, que pretende, uma vez mais, desafiar a comunidade a conhecer as ligações históricas, culturais e sociais que existem entre Portugal e África. Nesta edição, Eva Azevedo propõe-nos uma ‘viagem’ do Benim ao Brasil, dentro do contexto do projecto “Olokum” - uma reflexão sobre a dança africana como expressão cultural globalizante. Facto é que os gestos, a língua e a cor do povo africano foram desde o período dos descobrimentos, da escravatura e da colonização, transportados no corpo dos seus viajantes para os vários continentes, ao longo dos séculos. Hoje, permanece o fascínio pela mistura resultante do encontro de culturas, pensamentos e religiões diferentes. Em nome dessa união, a dança africana convida-nos a fazer parte da sua história contemporânea, em constante renovação.
A“VI VIAGEM 24H A ÁFRICA”, realizada na aldeia dos Milagres, em Monção, contará com a especial participação de Vincent Harisdo (Benim), Jorge Ciprianno e Pedro Barbosa (Brasil), Vanessa Fernandes (Guiné Bissau/Portugal) e Eva Azevedo (Portugal). Este encontro decorrerá nos dias 6, 7 e 8 de Julho, perfazendo as 24 horas de convívio.
Ao longo das edições anteriores, organizadas desde 2010, desafiámos artistas de diversas áreas e diferentes países a embarcar numa partilha de conhecimentos, experiências e vivências. O resultado tem sido uma perfeita simbiose entre todos, envolvendo-nos em conversas, debates e reflexões sobre a vida a arte e os filmes que as documentam, exibidos ao anoitecer.
Este evento já contou com a participação de nomes como Dafra Keita, Sibiri Konaté, Emmanuel Sanou, Noumoutie Reggae Ouattara, Issouf Outtara (Burkina Faso), Djily (Senegal), Cristina Rosa Velardo (Espanha), Dyllu Matola (Moçambique), Nerea Rubio (Espanha), António Tavares (Cabo Verde), Allatantou Compagnie, Sementinha, Artmetisse, Taluma Films, Teresa Fabião (Portugal- Brasil), Vanessa Fernandes (Portugal- Bissau) e André Soares (Portugal). 

Vídeo do evento anterior https://www.youtube.com/watch? v=-obvWgtwAjQ mais informações em: https://www.facebook.com/24hvi agemaafrica/

16.05.2024 | por martalanca | cinema, cultura africana., dança, gastronomia, música

“Fazer Comunidade, Constituir memória 2024” . residência artistas PALOP

A Residência Artística com a duração de dois meses (03/07 a 30/08) é dirigida a duas/dois artistas com vínculo aos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), nascidos ou descendentes de cidadãos oriundos dos países PALOP, sem limite de idade, finalistas de escolas de Arte ou com percurso artístico já desenvolvido nas diferentes áreas das artes visuais.
Inclui alojamento, fee para alimentação, estúdio de trabalho, fee para produção, tutorias, curadoria, exposição dos projetos, divulgação e edição de um catálogo online bilingue. A bolsa não contempla custos de deslocação ou viagem.
O regulamento pode ser consultado aqui: https://www.ramastudios.pt/residencia-artistica-fazer-comunidade-constituir-memoria-2024

16.05.2024 | por martalanca | PALOP, RAMA, Residência Artística