Literaturas africanas de expressão portuguesa são tema principal da Plural Pluriel

  As literaturas africanas de língua portuguesa estão em destaque no número 6 da revista Plural Pluriel - Revue des Cultures de Langue Portugaise (Primavera-Verão 2010), publicada pelo Departamento de Estudos Lusófonos da Universidade de Paris Ouest Nanterre La Défense.

De acordo com os seus editores, a Plural Pluriel previu desde a sua criação consagrar um número às literaturas africanas: “hoje em dia, elas ultrapassam o estado de emergência em que estiveram acantonadas durante muito tempo, para atingir um nível de serena maturidade, em que se misturam os anciãos - Pepetela, Luandino Vieira -, os mestres, lidos, traduzidos e adaptados - Mia Couto e poucos mais - e uma numerosa geração, já impaciente, de autores de Cabo Verde, da Guiné-Bissau, de Angola e de Moçambique, vivendo ou não nos seus países”.
O número, organizado por José Manuel da Costa Esteves, responsável pela Cátedra Lindley Cintra do Instituto Camões da Universidade Paris Ouest, é também uma homenagem a Michel Laban, professor, investigador e tradutor, falecido em 2008. A revista inclui textos de Maria Helena Araújo Carreira, Adriano Alcântara, Alberto Carvalho, entre outros. Na secção “documentos”, quatro escritores africanos - Mia Couto, Ondjaki, Carmén Tindó e Abdulai Sila - homenageiam o seu tradutor e amigo.
Como habitualmente, a revista dá igualmente conta da mais recente actividade e das iniciativas desenvolvidas pelo CRILUS - Centro de Pesquisas Interdisciplinares sobre o Mundo Lusófono.

 

tirado de Cena lusófona

18.09.2010 | by martalanca | literaturas africanas

Soso Arte Contemporânea Africana

Amanhã (sábado - 08/09) é o último dia para conferir as exposições em cartaz na SOSO arte contemporânea africana e no Espaço Cultural SOSO+: Kiluanji Kia Henda e Segunda Ponte.
Kiluanji busca levar os espectadores a refletir sobre a contemporaneidade e seu reflexo nas sociedades, como as alterações dos hábitos e costumes que ocorrem a todo instante, utopias que pretendem antecipar um futuro possível, ou ainda a implantação de novos elementos da globalização na paisagem. Num estilo experimental, com ironia apurada, conjuga a linguagem da foto-reportagem com a da fotografia conceitual.

A Segunda Ponte é parte de um projeto maior, o 3PONTES, que integra a II Trienal de Luanda e, a convite da Fundação Sindika Dokolo, tem curadoria de Daniel Rangel, diretor de Museus do Instituto do Patrimônio Artístico e Culturaigl da Bahia. Ao todo, o projeto levará o trabalho de 20 artistas contemporâneos baianos a Luanda, fortalecendo um processo de trocas e intercâmbio cultural entre Angola e Bahia. Integram a Segunda Ponte os artistas: com Adriana Araújo, Caetano Dias, Glauber Rocha, Ieda Oliveira, Maxim Malhado, Marepe, Sarah Hallelujah e Virgínia de Medeiros.

Espaço SOSO+ (av. São João, 284, São Paulo-SP; de terça a sexta, das 11h às 19h, e aos sábados, das 11h às 17h)

18.09.2010 | by martalanca | kiluanji kia henda

pensar o Torre Bela

17.09.2010 | by martalanca

Lançamento de livro do José Luís Mendonça

Poesia Manuscrita pelos Hipocampos de José Luís Mendonça (Chá de Caxinde) - apresentação em mesa redonda pelos escritores e professores Abreu Paxe e  António Quino na União  dos Escritores Angolanos, 23 de setembro, às 18 h.
pintura de Thó Simõespintura de Thó Simões“No princípio era o hipocampo. E o hipocampo se fez poema e habitou entre nós. A sua beleza ofuscava. As suas crinas acendiam a luz do mundo e o seu voo milimétrico exumava o sal da Terra. Com essa luz e esse sal modelávamos a alma do tempo no interior de uma percussão de marimbas. “E disse Deus: Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num lugar; e apareça a porção seca; e assim foi. E chamou Deus à porção seca Terra; e ao ajuntamento das águas chamou Mares. [Génesis 1:9,10]” Então o hipocampo abraçou as correntes marítimas, o poema se fez mar e, nas esquinas do tempo, ficou apenas uma arqueologia de estrofes, sinais de búzios gravados em inesperada poeira de estrita ressonância mitológica. Comecei a ler e a registar as marcas da escrita dos hipocampos em 2004, quando circulava por Dakar, Senegal. Em 2006, na Índia, Chenai, eles cantaram e dançaram para mim nos grandes boulevards de solidão interior, em momentâneos sonhos. A partir desse ano, fui atirado como o “batêau ivre” de Rimbaud, para dentro da grande corrente fria de Benguela onde me vi subitamente escorté des hippocampes noirs. Ao desembarcar, recolhi, decifrei e restaurei a grande maioria dos seus manuscritos sobrantes nas praias do Cabo Ledo, província do Bengo, na baía de Luanda, na Ilha de Nossa Senhora do Cabo e noutras cidades costeiras de Angola. A minha estadia em Paris, a partir de 2008, permitiu recuperar outros resquícios do mar da memória. São esses versos ou falas de hipocampos, linguagem do sal e das águas, linguagem da intimidade revelada à luz branca de cada página, que esses minúsculos peixes-cavalo aqui dão à estampa”.

17.09.2010 | by martalanca | hipocampos, José Luís Mendonça

O NOVÍSSIMO TESTAMENTO, de Mário Lúcio Sousa

«[…] segundo o que o povo contava, o menino abotoava roupas com assobios, desde a mais tenrinha idade que atacava bibes, calções, batas e pijamas com assobios, e ali mesmo, diante de toda a gente, estando a brincar de roda frente a Jesus, também o tinha feito, mas ninguém tinha dado por ele, e ficou Jesus incomodada com a descrição, Jesus não concebia que por um tal infantil motivo fosse uma criatura inocente encomendada à morte precoce e enclausurada pelo resto da vida, e eis que as Marias, dando credo aos contos populares, continuaram a apresentar o anónimo dizendo que, por azar, o menino tinha nascido com uma incorrigível virtude de bom e viciado assobiador, e assim como abotoava as suas roupas, também desabotoava as dos outros, por pura distracção, todas as crianças adoram chichorrobiar à toa e era isso que tinha ditado a sua sina, a criança não podia ir à missa, nem à escola, nem às procissões, nem assomar-se à janela sequer, e muito menos maravilhar-se como toda e qualquer criatura, o garoto não podia emitir sequer um desses silvos que todo o ser humano acrescenta para realçar o espanto, porque punha todo o mundo a nu, até o rei, mas menino faz exactamente aquilo que se lhe interdita e, por isso, o pequenote teve de ser considerado besta e condenado às masmorras domésticas porquanto nem todos os parentes e vizinhos aceitaram substituir nas suas e nas vestes das suas filhas botões por fechos e colchetes e também não estavam dispostos a ver-se nus na praça pública […]»

17.09.2010 | by martalanca | Mário Lúcio Sousa

"Luanda's Dreams" de Benjamin Sabby

14 a 26 de Outubro no Centro Cultural Português - Luanda
Heroínas II (Nossas Zungueiras de Todos os Dias), acrílico s/ tela, 140 x  100 cm, 2010Heroínas II (Nossas Zungueiras de Todos os Dias), acrílico s/ tela, 140 x 100 cm, 2010

 

 

 

 

 

 

Esta exposição de pintura e instalação, aborta aspectos da vida cidade de Luanda, os contrastes, as singularidades e outros pormenores. Todas as obras têm como fundo a relação entre os edifícios novos imponentes e os musseques, uma coabitação entre o novo e o velho. Este artista plástico angolano vive e trabalha em Luanda, é membro da União Nacional de Artistas Plásticos  e professor de Educação Visual. Como curador produziu exposições dos pintores VAN, Ana Silva e Paulo Kussy.Made in Angola, acrílico s/ tela, 140 x 140 cm, 2010Made in Angola, acrílico s/ tela, 140 x 140 cm, 2010

 

17.09.2010 | by martalanca | Benjamin Sabby

vidas de artistas

17.09.2010 | by martalanca

Programa de Bolsas para Artistas UNESCO-Aschberg

O Programa de Bolsas para Artistas UNESCO-Aschberg orgulha-se de anunciar a abertura de candidaturas 2011. O Programa promove a mobilidade de jovens artistas através de residências artísticas no estrangeiro.

As candidaturas estão abertas a artistas visuais, escritores criativos e músicos com idades compreendidas entre os 25 e os 35 anos.

Para consultar a lista de bolsas disponíveis para 2011 visite por favor o website. Irá encontrar links directos para instituições e instruções completas sobre os procedimentos de candidatura e respectivos prazos.

17.09.2010 | by martalanca | bolsas

Dockanema pluritemático

Futebol

Neste tema vamos ter cerca de 10 filmes. Quisemos aproveitar um pouco a onda do Mundial que há pouco terminou aqui no país vizinho. Os filmes, de diferentes origens, propõem uma reflexão sobre o futebol, sobretudo como fenómeno sociocultural e até político. Outros são mais biográficos, focando futebolistas como Maradona, Erik Cantona ou o brasileiro Garrincha. “Mundialito”, do uruguaio Sebastián Bednarik, é uma estreia absoluta em festivais. É um filme lindíssimo sobre como o Uruguai, apesar de não ter dinheiro, conseguiu organizar o Mundialito, um torneio com todos os campeões do mundo para celebrar o cinquentenário do primeiro campeonato do mundo que eles tinham ganho em 1930, a jogar em casa.

Quem acabou por conseguir viabilizar o torneio foi Sílvio Berlusconi, então um ilustre desconhecido, que, ao estabelecer conexão com um traficante de armas que tinha muito dinheiro para lavar, garantiu a realização da prova, paga com os direitos televisivos. O torneiro realizou-se e foi ganho pela selecção da casa. Berlusconi começou aí a construir a sua fortuna.”

Ritmos Urbanos

“Trata-se de um conjunto de filmes que retratam realidades difíceis, nalguns casos mesmo violentas, que acontecem em espaços urbanos africanos ligados à cultura subterrânea ou marginal. Versa sobre uma cultura marginal, que não existe nos circuitos de difusão dessas cidades ou países, mas que não deixa de exprimir retratos bastante acutilantes das situações socioeconómicas e políticas que vivem nessas cidades e países.”

A acção decorre em grandes metrópoles africanas como Luanda, Kinshasa, Maputo ou Durban. Estes “marginais” resistem através da criação artística, sobretudo da música e da pintura. É gente que se exprime, que contesta o status quo das coisas, e que, com estes filmes, tem a possibilidade de fazer ouvir a sua voz. –

Porquê a democracia?

Em inglês “Why Democracy?”. É um conjunto de documentários produzido por várias cadeias de televisão, mas que, por determinadas razões, atingiu um número muito restrito de telespectadores. São documentários produzidos para a BBC, ARTE, canais australianos e de países nórdicos. Alguns destes filmes já passaram em Moçambique, na STV, mas, devido à hora tardia, tiveram muito pouca visibilidade. Os filmes respondem a algumas questões como: “Porque é que utilizamos a democracia? Como é que funciona a democracia? Como ela é utilizada para esconder outras coisas? Embora cada um dos filmes retrate situações particulares, há coisas que são universais como as eleições, a questão do género, o ambiente, os direitos humanos, e todas as suas problemáticas associadas a este contexto.

Retrospectiva 50 anos de independências africanas

Muitos países de África completam este ano (2010) 50 anos como países independentes. É, por isso, uma boa altura para se fazer uma retrospectiva. Maioritariamente, dizem respeito à independência da África francófona. Penso que é um momento importante sobre o qual é necessário reflectir para saber onde estamos 50 anos após o sonho de muitos. São filmes recentes muito baseados na memória daqueles primeiros anos, dando a conhecer figuras que tiveram um papel muito importante nesses anos, como Patrice Lumumba, Amílcar Cabral, Frantz Fanon, Ben Bella, e Leopold Senghor.

Produção Nacional

A produção nacional irá ter também o seu destaque. É muito interessante porque todos os anos fico surpreendido com o número de filmes produzidos aqui em Moçambique e que ninguém vê, embora tivessem sido realizados para diversos propósitos. Outros foram mesmo efectuados por iniciativa própria, em deficientes condições técnicas, mas mesmo assim merecem ser exibidos.

Como não existe um circuito estruturado para passar estes filmes, o Dockanema acaba por ser o seu momento áureo, podendo até ser, depois daqui, exibidos noutros festivais. Já tem acontecido isso. Ao todo irão ser exibidos 14 filmes nacionais. No final, aos que o criticam dizendo que o festival é elitista e que o povo não tem acesso a ele, Pedro Pimenta defende-se: “O festival, em si, não é elitista, a estrutura de difusão deste país e desta cidade é que é elitista. Não sai do centro, não se criam alternativas, acho que não cabe a mim criar isso.”

 

17.09.2010 | by martalanca | Dockanema

Cinco finalistas do BESPhoto são de Portugal, Angola, Moçambique e Brasil

Cinco candidatos seleccionados de quatro países lusófonos representados: Portugal, Brasil, Angola e Moçambique. Assim determinou o júri do Prémio BESPhoto 2011, na primeira edição aberta aos artistas de expressão portuguesa no Brasil e Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) desde que o prémio foi lançado em 2004.

Esta sétima edição adquire estatuto internacional também pela itinerância. Os cinco escolhidos vão apresentar, pela primeira vez, o seu trabalho na Pinacoteca de São Paulo (em Julho e Agosto de 2011) depois da habitual exposição no Museu Colecção Berardo em Lisboa, entre 14 de Março e 13 de Junho. Depois das mostras, será anunciado o vencedor. O prémio terá um valor pecuniário (40 mil euros) superior ao habitual.
Ao angolano Kiluanji Kia Henda (Luanda, 1979), escolhido pelo “trabalho desenvolvido em torno da sua experiência da história recente de Angola”, juntam-se os portugueses Carlos Lobo (Guimarães, 1974) de quem o júri realça “a precisão da sua abordagem à fotografia da paisagem urbana” e Manuela Marques, notada pela “sua poética da intimidade expressa em diversos projectos”.
exposição de Kiluanji Kia Hendaexposição de Kiluanji Kia HendaMas integram também o grupo final o moçambicano Mário Macilau (Maputo, 1984), do qual o júri refere “a qualidade da sua representação do panorama social e cultural de Moçambique” e o brasileiro Mauro Restiffe (São José do Rio Pardo, 1970), escolhido pelo “uso que faz da tradição da história da fotografia na tomada de paisagens contemporâneas”.
O júri é composto pelo curador, crítico de arte e professor Delfim Sardo, por Portugal, Bisi Silva, a curadora e fundadora-directora do Centro de Arte Contemporânea de Lagos, na Nigéria, por África, e pelo Brasil o curador e crítico de arte Ivo Mesquita. A selecção dos candidatos foi feita a partir de exposições e edições realizadas em suporte fotográfico no último ano.

17.09.2010 | by martalanca

Crianças de lugar nenhum

Fotografias de Mauro Pinto*

Existe, em Maputo, um lugar que se chama Chiango.

“Chiango”, um nome bonito para nomear um lugar impensável – um lugar sem infância, pintado a preto e branco.

No interior de minúsculas “casas-caixões” e de alguns blocos apertados de cimento que servem de dormitório, vivem crianças que a sociedade moçambicana marginalizou e chamou de “fora da lei”. Classificados e normatizados como “infractores” pelo sistema judiciário, os nomes destas crianças foram esquecidos na gaveta de um grande e imponente edifício a que chamamos de “LEI”.

Com o passar do tempo, lentamente, os seus rostos e corpos foram também desaparecendo da memória de quem legislou as suas infâncias. Arquivadas em beliches enferrujados, uma por cima da outra, tal como se faz com caixas de papelão, estas crianças foram enviadas para um lugar de destino nenhum.

Sem água e energia, sem estrutura alguma para inseri-las de volta na sociedade, crianças e jovens, irmãs e avós tornadas mães, vivem nestes “campos de reeducação”, totalmente privados de educação.

Que justiça é esta? – é o que se pergunta o fotógrafo Mauro Pinto na viagem que faz para este “lugar nenhum”.

Através do seu olhar, tecido com cuidado ao longo das linhas que desenham estes rostos “desaparecidos”, percebemos que nas curvas deste lugar quadrado e asséptico, algo pulsa de vida e de infância. Por detrás dos rostos tornados visíveis pela imagem, dos brinquedos e objectos que emergem redondos das linhas rectas de cada beliche e colchão, dos desenhos tortos pintados à carvão, pendurados e inscritos nas paredes brancas, espreita a infância e o desejo pela cor.

Cada fotografia contida nesta série consiste num acto de coragem.

Cada fotografia insiste como um ponto de interrogação nas nossas “Leis” e instituições.

Cada fotografia exige que imaginemos uma outra “Lei”, outra “infância”, outro lugar que não seja em lugar nenhum.

 

Camila de Sousa



* Mauro Pinto participará em El Ojo Salvaje, Mês de Fotografia no Paraguay a partir de 23 de setembro. A sua exposição terá lugar no Centro de Artes Visuais/Museo do Barro.

16.09.2010 | by martalanca | Mauro Pinto

Saul Williams no Bairro Alto!

Muito boa entrevista sobre o trabalho do músico, performer, poeta, músico norte-americano. Aqui

16.09.2010 | by martalanca | Saul Williams

Ministros franceses saúdam chefe de polícia de fronteira por expulsões de ciganos

O governo francês enviou os ministros da Imigração, Eric Besson, e do Interior, Brice Hortefeux, ao aeroporto internacional Charles de Gaulle, em Paris, para cumprimentar publicamente a cúpula da Polícia Fronteiriça (PAF) pela deportação de 1.700 ciganos entre “28 de julho e o final de setembro”.

A aparição pública de ambos os ministros, encarregados de aplicar a política migratória e de segurança do presidente francês conservador Nicolas Sarkozy, ocorreu depois da troca de farpas entre o governo francês e a Comissão Europeia sobre a expulsão de ciganos pela França — a briga foi desmentida pelo presidente.

No final de agosto, Besson indicou que desde 1º de janeiro, 8.313 ciganos provenientes da Romênia e da Bulgária —países pertencentes à UE desde 2007— tinham sido repatriados aos seus países.

A polêmica que gerou o choque entre Paris e Bruxelas surgiu devido a uma diretriz do ministério do Interior, fechada em 5 de agosto, mas que foi apresentada publicamente na semana passada, sobre a qual Besson disse não ter sido informado.

Uma circular mencionava explicitamente como “prioritário o desmantelamento de acampamentos ilegais de ciganos”.

“Trabalhamos juntos”, afirmou nesta quinta-feira Besson à imprensa, depois de uma fonte do governo ter afirmado na quarta que as relações entre ambos os ministros são “muito ruins”.

“Somos defensores da união”, acrescentou Hortefeux, contra quem duas ONGs francesas apresentarão um processo por “discriminação racial”.

DESMENTIDO

Mais cedo, Sarkozy desmentiu ter batido boca com o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, sobre o tema da deportação dos ciganos, afirmando à imprensa que “não houve gritos”.

“Se há alguém que manteve a calma e se absteve de fazer comentários excessivos, esse alguém fui eu”, declarou Sarkozy durante coletiva de imprensa no final de uma cúpula em Bruxelas. “Conheço Barroso bem e o respeito. Além disso, o apoiei como presidente da Comissão e apreciei o fato de ele ter ‘lavado as mãos’ em relação às declarações de sua vice-presidente. Mas sou o chefe de Estado francês, não posso permitir que insultem meu país”, completou Sarkozy.

“Não houve gritos (…), mas disse francamente o que a França pensa (…) e continuaremos trabalhando com Barroso, sem problemas”, concluiu.

Anteriormente, o premiê búlgaro, Boyko Borisov, havia dito que Sarkozy e Barroso teriam protagonizado uma “discussão violenta” em torno das expulsões de ciganos da França. “Houve uma discussão muito violenta entre o presidente da Comissão e o presidente francês sobre a questão dos ciganos”, disse o búlgaro à imprensa.

O bloco estima que a França possa estar violando a legislação comunitária sobre a liberdade de circulação de cidadãos da União Europeia com a decisão de deportar ciganos para a Romênia e a Bulgária — que são membros do bloco desde 2007. A França pode ser denunciada diante da Justiça europeia.

Já Sarkozy disse diante dos líderes da UE que a comissão “ofendeu a França”, ao fazer uma relação, por meio da comissária de Justiça, Viviane Reding, entre as expulsões de ciganos e as deportações da 2ª Guerra Mundial (1939-1945).

DESGRAÇA

No início da semana, Reding classificou a política imigratória francesa como uma “desgraça”. Em reação, Paris deixou claro que não suspenderá o programa de expulsões de ciganos.

Frente à inflexibilidade do governo francês, Reding teceu críticas ainda mais duras. “A discriminação por motivos de raça ou etnia não tem espaço na Europa”, afirmou a comissária. “Pensava que a Europa não precisaria testemunhar mais uma vez uma situação como esta após a Segunda Guerra Mundial”, disse Reding, se referindo à perseguição sofrida pelos ciganos na Alemanha nazista.

Em reação, Berlim apoiou a posição da comissária, mas defendeu que um tom mais moderado seria mais adequado. “O direito de livre circulação dentro da União Europeia (UE) é incondicional e nenhuma discriminação é permitida contra minorias étnicas”, afirmou o porta-voz do governo alemão, Steffen Seibert.

Uma representante da Comissão Europeia “tem perfeitamente o direito de fazer uma declaração, como fez ontem. Mas essas declarações são às vezes mais úteis se tiverem um tom moderado”, acrescentou.
O Executivo europeu apoiou nesta quarta-feira Reding ao afirmar que ela falava “em nome da Comissão”, e Barroso deu seu apoio pessoal.

France press

16.09.2010 | by martalanca

Estudo do Caboverdiano: génese e gramática de uma língua crioula, seminário na FCSH, Lisboa

Este ano lectivo, no primeiro semestre (a começar em meados de Outubro), a FCSH em Lisboa irá ter, entre outros, o seminário livre de doutoramento ‘Estudo do Caboverdiano: génese e gramática de uma língua crioula’.
Existem duas possibilidades para frequentar estes seminários:
- alunos de doutoramento da FCSH, seja de que área for: só têm de se inscrever no respectivo secretariado (1º piso do edifício I&D, na Avenida de Berna - contacto: Andreia Teixeira, 217908345).
- todos os outros (que, assim, terão o estatuto de alunos extraordinários): têm de pedir uma autorização e esperar uma resposta - esta autorização prende-se apenas com o facto de ser dada prioridade aos estudantes de doutoramento; caso já não haja vagas em relação ao previsto, são os professores que decidem se aceitam mais um aluno ou não.
Se forem aceites, podem frequentar os seminários mediante o pagamento de uma propina de 250 euros.
+ infos

15.09.2010 | by franciscabagulho | cabo verde, doutoramento, língua crioula

Time Bank for art community

Starting about a year ago, we have been developing a time bank for the art community. On a practical level, our time/bank is a platform where artists, curators, writers and other people in our field, can exchange time and skills—help each other get things done without using money. In a more idealistic way, the time/bank can become a place where certain types of actions and ideas, that seem to have no value in our market-driven society, can gain a sense of worth. 
Time/Bank is now up and running online. We invite you to have a look and see if this is something you would like to get involved in. 
www.e-flux.com/timebank

15.09.2010 | by franciscabagulho | arte contemporânea, time bank

Novas Galerias no Buala: Pascale Marthine Tayou + Jordi Burch

Acabámos de abrir mais duas exposições na nossa Galeria:

Traffic Jam”, de Pascale Marthine Tayou

Poor Boer”, de Jordi Burch

Vista geral de 'Traffic Jam', de Pascale Marthine Tayou
Pieter Smit, 20 anos. Jordi Burch / Kameraphoto

15.09.2010 | by franciscabagulho | arte contemporânea, Jordi Burch, Pascale Marthine Tayou

literatura e antropologia: possíveis interferências - Ruy Duarte

14.09.2010 | by martalanca | Ruy Duarte de Carvalho

festival Todos - Lisboa

16| 17| 18| 19 de Setembro

Nesta segunda edição, apresenta no seu território de eleição, Anjos, Intendente, Mouraria e Martim Moniz um programa novo, mas enraizado nos seus propósitos iniciais: um festival de dimensão internacional desenhado à medida do bairro, que propõe ao longo de quatro dias um contacto forte e íntimo com as culturas que habitam esta zona da cidade. A Música, que leva o Fado ao Canto Tradicional Chinês, no Martim Moniz, o Paraíso do Circo apresentado por uma Família Cigana, no Largo do Intendente, o Teatro Popular como Shakespeare o fazia, no ringue de futebol de salão do Grupo Desportivo da Mouraria.
Uma programação que se quer informal e festiva feita de acontecimentos maiores e multiculturais, que vestem as praças de referência do bairro: a Kocani Orkestar traz dos Balcãs um cruzamento musical e magnético dos mundos árabes e orientais, ou o Circo da Família Romanès, feito de anjos ciganos, trapezistas voadores, que dançam e cantam sob o céu do Intendente.
Outro foco de programação para esta maravilhosa “ilha” obscura que resiste no interior de Lisboa, são os encontros e trocas de experiências vividas antes do festival entre um grupo amplo de moradores de várias idades, credos e países e diferentes artistas.
Preparámos uma programação / encontro que parte da escrita, do cinema, da dança, do canto e da fotografia para oferecer ao público que vem, um passeio que lhe dá a descobrir pessoas e aspectos únicos deste bairro. O ciúme, a inveja e o amor que Shakespeare criou no seu “Otelo”, serão falados pelos os vizinhos no coração da Mouraria no espectáculo “…Um beijo, mais um beijo, outro beijo”. A Dança de Ainhoa Vidal, um espectáculo entre gerações, que trata da solidão, do compromisso e da raiz de onde a pessoa cresce, fará encontrar bailarinos e pessoas idosas do bairro à volta do passo do tempo. Cozinhas/Cataventos de odores e sabores propõem-nos uma grande viagem do Oriente ao Ocidente pela mão de famílias inteiras que cozinham com e para o público.
Ana Madureira, actriz , ilustradora e fiadeira de contos de vida, doba um livro a partir de um novelo de impressões e conversas fiadas com moradores. Adolescentes vão com os “Filhos de Lumière”, ver a cor do seu bairro através da linguagem cinematográfica.
Mães, pais e bebés encontram-se para se ouvirem a embalar os bebés do mundo que o bairro guarda. Este festival, é também um espaço de felicidades experimentadas no interior das escolas, dos lares, das ruas, das associações, que se iniciou no ano passado e que nesta edição cresce e se alarga. Neste Todos reunimos moradores no reconhecimento e na compreensão da sua vida também como matéria artística universal.
Lojas, restaurantes, lugares de culto, associações, são outras razões de passeio. Uma sala de estar, em pleno Martim Moniz, convida o público a repousar os olhos em livros transportadores de mundos. Livros na Casa da Achada para ler em silêncio. As Vozes do Bairro ecoam e incitam todos a ouvir, a cantar este lugar. Este é o momento de reincendiar com o seu bater, o seu
pulsar de hoje, a respiração do agora.
Venha ao Todos e traga todos.

14.09.2010 | by martalanca | Festival Todos

Música do Dia: Tim Maia - Acenda O Farol

 

O ano era 1978, em plena era Disco, Tim Maia juntou-se à turma que adorava luzes de neon e roupas com cores berrantes. Maia, o síndico, brincou com a Disco e lançou esse Lp Tim Maia Disco Club, onde se encontram clássicos como Sossego

14.09.2010 | by keitamayanda

DOCTV na Cinemateca

A partir de amanhã e até sexta-feira decorre na Cinemateca Portuguesa, em Lisboa, a Mostra dos Documentários resultantes do 1º Programa DOCTV da CPLP, com filmes de todos os países membros desta organização.

Mais informações nos sites do ICA e da Cinemateca.

14.09.2010 | by guilhermecartaxo | cinema, cinemateca, CPLP, documentário