foto de Jean Depara
Amigos, colaboradores e leitores:
Escrevo de Luanda para saudar toda esta plataforma que tem vindo a alargar a sua rede. Faz hoje dois anos que pusemos o BUALA online, com a convicção de que era um espaço necessário, e ainda não nos arrependemos!
Este projecto editorial tem sido apenas possível graças a uma equipa dedicada e voluntária de editores, colaboradores, tradutores e consultores. Revelou-se um fenómeno crescente de visitas e colaborações, uma energia que se quer manter assim, dinâmica, rigorosa, de acolhimento de ideias novas e diferentes perspectivas que têm contribuído paro nosso sentido problematizante sobre a cultura e contemporaneidade africana, tão imensa quanto complexa. Prestamos um serviço de informação cultural, numa liberdade editorial que preza a qualidade e a pluralidade, e que gostaríamos de desenvolver mais e mais para benefício de todos.
Apesar de não termos financiamento, e de isso nos contranger bastante no que gostaríamos de executar, hoje é dia de festa e o BUALA aqui está para ficar, aberto a todos.
+ INFO SOBRE O BUALA
Agradeço a todos que colaboram connosco!
porque se comemora África logo hoje?
A Organização da Unidade Africana escolheu o dia da sua constituição, 25 de Maio de 1963 como o Dia da África, para celebrar os africanos.
47 Anos desde a criação, em Addis Abeba (Etiópia), da Organização de Unidade Africana (OUA), em carta assinada por 32 estados africanos já independentes na altura.
O acto constituiu-se no maior compromisso político dos líderes africanos, que visou a aceleração do fim da colonização do continente.
No dia 25 de Maio de 1963 reuniram-se 32 Chefes de Estado africanos com ideias contrárias à subordinação a que o continente estava submetido durante séculos (colonialismo, neocolonialismo e “partilha da África”).
Dessa reunião, nasceu a OUA (Organização de Unidade Africana). Pela importância daquele momento, o 25 de Maio foi instituído pela ONU (Organização das Nações Unidas), em 1972, Dia da Libertação de África. A criação da OUA traduziu a vontade dos africanos de se unirem numa força comum, capaz de responder, de forma organizada e solidária, aos múltiplos desafios com que se defrontam para reunir as condições necessárias à construção dos seus países. Como a OUA mostrou-se incapaz de resolver os conflitos surgidos continuamente em toda a parte do continente, os golpes de estado tornaram-se uma prática. Economicamente, os indicadores também estavam longe de serem animadores, concorrendo para isso a própria instabilidade militar e as múltiplas epidemias.
Assim, a 12 Julho de 2002, em Durban, o último presidente da OUA, o sul-africano Thabo Mbeki, proclamou solenemente a dissolução da organização e o nascimento da União Africana, como necessidade de se fazer face aos desafios com que o continente se defronta, perante as mudanças sociais, económicas e políticas que se operam no mundo.
Contudo, resolveu manter a comemoração do Dia de Africa a 25 de Maio, para lembrar o ponto de partida, a trajetória e o que resta para se chegar à meta de “uma África unida e forte”, capaz de concretizar os sonhos de “liberdade, igualdade, justiça e dignidade” dos fundadores.
Dos 54 estados africanos, 53 são membros da nova organização: Marrocos afastou-se voluntariamente em 1985, em sinal de protesto pela admissão da auto-proclamada República Árabe Saharaui, reconhecida pela OUA em 1982.