Número Especial Música e Migração da revista Migrações

No âmbito das IV Jornadas do Observatório da Imigração no dia 16 de Maio de 2011, no Auditório 3 da Fundação Calouste Gulbenkian, decorrerá o lançamento do Número Especial Música e Migração da revista Migrações, coordenado por Maria de São José Côrte-Real, investigadora do Instituto de Etnomusicologia – INET, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. 

 Apresentado pela coordenadora científica do volume, Maria de São José Côrte-Real, de modo informal sob a moderação de Rui Miguel Abreu, Jornalista e crítico de hip-hop e DJ, com a participação dos autores que aparecerem no Auditório 3 da Fundação Calouste Gulbenkian na próxima segunda-feira às 17h00.
Destacamos o carácter internacional desta publicação, em versões Inglesa e Portuguesa, reunindo textos de autores de escolas e experiências científicas e artísticas europeias, americanas, africanas, indianas, australianas, e do Médio Oriente.  
Solicitamos confirmação de presença até dia 13 de Maio para o seguinte contacto de e-mail: seminarios@acidi.gov.pt 
Música e Migração, Número Temático disponível aqui
Music and Migration, Special Issue avalilable at

13.05.2011 | by martalanca | migrações, música

Exposição fronteiras dia 13 de Maio / Baile na Garagem - LISBOA

22:00 / EXPOSIÇÃO / Salas 1 e -1 Sede «FRONTEIRAS» / MALI
Bienal Africana de Fotografia «Bamako’09»

Exposição de fotografias de artistas africanos e afro-americanos que resulta dos 8.ºs Encontros de Fotografia de Bamako, a mais importante bienal de fotografia africana. São várias dezenas de fotografias e vídeos de 53 fotógrafos, todos eles glosando o tema «Fronteiras». A questão, abordada sob múltiplos ângulos e com o recurso a várias técnicas, não deixa de ser pertinente no mundo globalizado actual, mas surge associada  de forma particular ao sofrimento e à exclusão, à esperança e às utopias de quem vive em África ou faz parte da diáspora africana. Ao contrário do que foi hábito durante muitos anos, com as imagens de africanos e da sua realidade a serem apresentadas por fotógrafos e realizadores não africanos, desta vez há um discurso fotográfico e imagens cuja autoria é daqueles que habitam neste continente ou que a ele regressam por pertença e dessa realidade fazem a sua representação.

‎24:00 / BAILE / Garagem da Fundação Calouste Gulbenkian com DJ’s KENNETH MONTAGUE e LYNDON BARRY

 roulotte de venda de bebidas...roulotte de venda de bebidas…
(entrada livre)

 

12.05.2011 | by martalanca | próximo futuro

Cidade aTravessa poesia dos lugares, LISBOA

Depois de um ano atravessando Rio de Janeiro e São Paulo, o evento mensal Cidade aTravessa: poesia dos lugares cruza o oceano e aporta em Lisboa. Nessa primeira edição portuguesa (décima primeira do evento), nômades portugueses e brasileiros como Ana Luisa Amaral, Antonio Cícero, João Gilberto Noll e Fernando Aguiar, o francês Henri Deluy, o italiano Enzo Minarelli, além de outros poetas vindos do México, Holanda e Reino Unido, se reúnem na Casa Fernando Pessoa durante dois dias para celebrar as várias maneiras de dizer poesia.  Com curadoria dos escritores brasileiros Márcio-André, Victor Paes e Ronaldo Ferrito, o evento surge com a necessidade de criar um núcleo móvel da palavra, unindo os movimentos de diversas partes do mundo e fazendo convergir as inúmeras vertentes poéticas atuais, em seu amplo aspecto de entendimento. Leituras, performances de poesia sonora, filmes que experimentam a palavra, poemas visuais, além de conferências instigantes e entrevistas abertas, levam ao público o que há de mais atual na poesia contemporânea. Tudo, claro, regado a absinto, bebida que se tornou símbolo do evento. Em 2011, o Cidade aTravessa acontecerá revezadamente nas cidades de Lisboa, Rio de Janeiro e São Paulo, sempre com transmissão ao vivo pelo website do evento: http://www.confrariadovento.com/cidadeatravessa.htm

 

12.05.2011 | by franciscabagulho | absinto, lisboa, performance, poesia, Rio de Janeiro, são paulo

Fotografia africana I

Samuel Fosso (Invitation)Samuel Fosso (Invitation)Haverá uma história da fotografia africana, ou haverá histórias das fotografias africanas, porque as diversidades do continente tornam improvável um critério simplesmente geográfico. O Norte de África, a região sub-sahariana, o Sul têm histórias próprias, sem ser preciso invocar outras histórias regionais e/ou tribais diferenciadas. E certamente não haverá uma história da fotografia feita por negros, separadamente, porque isso seria refazer um simétrico apartheid depois do desaparecimento do apartheid branco. Ricardo Rangel era mestiço, David Goldblatt é branco, tal como é Jürgen Schadeberg, o qual, aliás, nasceu em Berlim.

Mas para além dessas histórias possíveis, há uma outra história necessária, que é menos a da produção e criação fotográfica (um espaço sempre, ou por muito tempo ainda, aberto à inclusão de um qualquer acervo desconhecido e até eventualmente inédito, ou mesmo, num caso limite, de um acervo nunca visto) do que a história da divulgação, da circulação e da recepção da fotografia, ou seja, a história do conhecimento e do reconhecimento da fotografia africana feita por africanos, dentro e fora de África.

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12.05.2011 | by martalanca | Alexandre Pomar, Fotografia Africana

SÁBADO 14 MAIO - RDA69 - "Bastards of Utopia" de Maple Razsa e Pacho Velez

O documentário de Maple Rahsa e de Pacho Velez apresenta um dos poucos documentos sobre o movimento anarquista e de ocupação de casas que não é marcado por um absoluto sensacionalismo ou por invenção pura e dura. A contextualização na efervescência política da Ex-Jugoslávia e numa expressão local deste movimento, longe das suas capitais em Barcelona, na Grécia ou na Holanda, tornam o documentário mais complexo, e a narratividade… mais próxima do filme etnográfico do que do canal história também ajuda em que esteja aqui presente um fundamental documento filmico que deve interessar não só aos directamente envolvidos ou cúmplices nos movimentos retratados mas a todos os interessados em cinema documental ou antropologia.
Antes será exibido o curto documentário da Paper Tiger Television “Maple Razsa and Michael Hardt read Riot Porn”, que apresenta uma reflexão sobre o papel da imagem dentro de uma narrativa e comunicação política. Dos motins gregos aos acampamentos No-Border qual o papel dos videos disponiveis online de confrontos entre a polícia e manifestantes na difusão das lutas a nivel global? 
No fim dos visionamentos será proposto um debate sobre as obras visionadas.
Dos Autores:
“Na sua infância viveram o colapso da Jugoslávia. Mas agora, por entre as ondas de choque do falhanço do socialismo, lutam para abrir caminho a um novo esquerdismo. Quer lutando com a polícia ou ocupando uma fábrica antiga, estes activistas arriscam tudo para poder viver a sua política. Entre tudo isto um antrópologo Americano que chegou para observar o movimento acaba por participar e até ser detido com eles. À medida que as contrariedades se amontoam irão eles desistir da luta?
O filme, rodado durante os anos de trabalho de campo com um colectivo anarquista Croata, aplica a perspectiva única da EnMasseFilms que combina participação directa com uma reflexão critíca deste movimento político. O seu retrato do activismo é tanto cúmplice quanto crítico - uma meditação comprometida e elegante na luta para re-imaginar a esquerda e o poder de uma juventude”

14 de Maio, Sábado, 20h - Jantar, 21h30 - Filme, Regueirão dos Anjos

12.05.2011 | by martalanca | Ex-Jugoslávia, movimento anarquista, utopia

Kathársis - PRAIA

Performance audiovisual no dia 14 de Maio, às 20h, no terraço do Palácio da Cultura Ildo Lobo.
A partir do filme KATHÁRSIS realizado em 2009, César Schofield Cardoso e Sori Araújo irão criar um espectáculo, com performances de video e música heavy metal, ao vivo.
Info do projecto         Info Facebook

12.05.2011 | by martalanca | César Schofield, performance

Entrevista Elísio Macamo "Conhecimentos Endógenos e a Construção do Futuro em África"

Entrevista a Elísio Macamo no âmbito da Conferência Internacional “Conhecimentos Endógenos e a Construção do Futuro em África”.

Conferência Internacional “Conhecimentos Endógenos e a Construção do Futuro em África” realizou-se nos dias 15 e 16 de Abril, na Fundação EngºAntónio de Almeida, no Porto.

ler mais no BUALA

12.05.2011 | by franciscabagulho | Conhecimento endógeno em África, Elísio Macamo

Noites Africanas, jantar temático – Angola

A CACAU está a  organizar todas as sextas-feiras uma noite especial para comemorar o mês de África.
No dia 13 de Maio a Noite Africana pertencerá a Angola, com  um jantar
dançante onde estarão presentes o funge, a moabmba, o peixe, o feijao
de óleo de palma,a kissaka, por apenas Dbs 200.000,00. Faça já a sua
reserva, através dos seguintes contactos: 9842473, 9911069, 9906900 e
ainda na CACAU sita na Antiga Oficina das Obras Públicas, Largo das
Alfândegas, C. Postal 14, S.Tomé.

11.05.2011 | by martalanca | Cacau, S.Tomé e Príncipe

GRANDES LIÇÕES - dia 13 - PRÓXIMO FUTURO


Um conjunto de 4 conferências apresentadas por intelectuais, professores e escritores oriundos de África, América Latina e Europa e personalidades fundamentais da cultura contemporânea destas regiões culturais.
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13 DE MAIO DE 2011 Auditório 2 Fundação Calouste Gulbenkian - 9h30 -17h

A 1.ª parte das Grandes Lições inicia com a conferência de PATRICK CHABAL, dedicada ao “Racionalismo ocidental depois do pós-colonialismo”. Seguir-se-ão as comunicações de KOLE OMOTOSO, sobre “A ambiguidade perigosa da tribo Wabenzi: Áfricas dos Próximos Futuros”, e de YUDHISHTHIR RAJ ISAR, intitulada “Política Cultural: enfrentando uma hidra”. Por razões alheias à organização do Próximo Futuro, o professor Breyten Breytenbach não poderá estar presente.

Para além dos diversos links que já aqui tivemos oportunidade de disponibilizar sobre os convidados desta 1.ª parte, vale a pena rever as respectivas sinopses das comunicações no site do Próximo Futuro. A entrada para assistir às Grandes Lições élivre e haverá tradução simultânea.

PATRICK CHABAL (França)
 The Politics of Suffering and Smilling (2009) The Politics of Suffering and Smilling (2009)«RACIONALISMO OCIDENTAL DEPOIS DO PÓS-COLONIALISMO»

O futuro do Ocidente está estreitamente ligado ao do mundo não ocidental. As questões ambientais que o mundo enfrenta e o crescimento inexorável do poder económico da China e de outros países asiáticos fazem com que o Ocidente não possa olhar "para o que vem a seguir" da mesma forma que o fazia antes. Mas o desafio é bem mais profundo do que o actual debate sobre o "declínio do Ocidente" sugere. A minha intervenção centrar-se-á no modo como o desafio pós-colonial colocado à perspectiva que o Ocidente tem do mundo e a influência de cidadãos não ocidentais a viver no Ocidente se juntaram para evidenciar os limites daquilo a que posso chamar o racionalismo ocidental - com o que me refiro às teorias que utilizamos para entender e agir sobre o mundo. A incapacidade crescente do pensamento social ocidental para explicar de forma plausível e abordar com êxito algumas das suas questões sociais e económicas, e alguns dos desafios contemporâneos cruciais a nível da política internacional, deixaram a nu a inadequação das ciências sociais do Ocidente à medida que se foram desenvolvendo nos séculos subsequentes ao Iluminismo. Aquilo de que o Ocidente precisa, mas que ainda não aceitou, não é de mais e melhor teoria, mas de uma nova forma de pensar.
Patrick Chabal é francês e estudou em França, nos EUA e na Grã-Bretanha. Fez investigação e deu aulas na Universidade de Cambridge (onde se doutorou em Ciências Políticas) e é actualmente professor no Departamento de História do King's College (Londres). Para além disso, foi professor visitante em Itália, em França, na Suíça, na Índia, em Portugal, na Venezuela e na África do Sul. Está envolvido num projecto a longo prazo em que se conjuga o estudo da cultura na política comparada e a pesquisa da teoria das ciências sociais. Entre as obras que deu à estampa, muitas delas traduzidas para diversas línguas, incluem-se: Amílcar Cabral (1983), Power in Africa (1992), Vozes Moçambicanas: Literatura e Nacionalidade (1994), The Postcolonial Literature of Lusophone Africa (1996), Africa Works: Disorder as Political Instrument (1999), A History of Postcolonial Lusophone Africa (2002), Culture Troubles: Politics and the Interpretation of Meaning (2006), Angola: The Weight of History (2008), Africa: The Politics of Suffering and Smiling (2009). Em 2012, deve sair The End of Conceit: Western Rationality after Postcolonialism.

KOLE OTOMOSO (Nigéria)
A AMBIGUIDADE PERIGOSA DA TRIBO WABENZI: ÁFRICAS DOS PRÓXIMOS FUTUROS

A descolonização marcou o início da sociedade industrial moderna, tanto no que se refere àqueles que lutaram contra ela como aos que eram a favor dela. Na América do Norte, na América do Sul, na Ásia e em África os povos descolonizados e os descolonizadores na Europa e no Sudeste Asiático tiveram uma nova oportunidade para reorganizar [remodelar] o mundo. Os EUA emergiram na América do Norte; o Japão apareceu (?) no Sudeste Asiático, levando consigo os locais que antes tinha ocupado, colonizado e explorado. A América do Sul ainda está a lutar para aparecer. O Norte de África e o Médio Oriente viram o futuro como o regresso às glórias pretéritas do Islão. Os Árabes eram grandiosos quando o Islão foi grandioso. O Islão precisava de ser novamente grandioso para que os Árabes recuperem a sua grandeza. Na África a sul do Saara, incluindo o Haiti, o futuro foi uma rejeição total do seu passado de escravatura, colonização e exploração por parte da Europa e da América do Norte. A nível nacional, estados como o Haiti (1804), Nigéria (1960), África (1994) e Sudão do Sul (2011) aprovaram leis que combateram o passado em vez de os direccionarem (encaminharem?) para o futuro. É como se a experiência de escravatura, colonização e pilhagem de recursos abrangesse a totalidade da sua história. Qualquer coisa que seja proveniente da Europa e da América do Norte é rejeitada quase de imediato. Mas, a nível pessoal, existe a ambiguidade do consumismo sem sequer haver a pretensão de substituir a importação. A expressão cultural é a de um período de anomia subsequente à descolonização. Romances como Things Fall Apart and No Longer at Ease, de Achebe, The BEautyful Ones are Not Yet Born, de Ayi Kwi Armah, No Sweetness Here, de Ama Ata Aidoo, e Season of Anomy, de Wole Soyinka, dizem tudo. Há ainda My Mercedes is Bigger than Yours, de Nkem Nwankwo. As questões culturais que estes romances abordam ― ressentimento, auto-estima e vingança ― não se resolvem através do suicídio ou da emigração do indivíduo africano para a Europa ou a América do Norte. A Europa e a América do Norte têm de ajudar o Africano a sentir menos ressentimento, a recuperar a sua auto-estima, pela compreensão de que a escravatura, a colonização e a pilhagem de recursos não constituem a totalidade da experiência africana e de que o melhor reside no futuro. (A tribo WaBenzi é classe moderna africana que possui um Mercedes!)
Kole Otomoso
nasceu em Akure (Nigéria), em 1943, e vive em Joanesburgo (África do Sul). Estudou no King’s College de Lagos, na Universidade de Ibadan, antes de se doutorar em Teatro e Cinema Árabe Contemporâneo na Universidade de Edimburgo. Regressou à Nigéria para leccionar nas universidades de Ibadan e de Ife (mais tarde chamada Obafemi Awolowo University). Prosseguiu a carreira académica na Escócia, no Lesoto e na África do Sul: leccionou na University of the Western Cape (Cidade do Cabo) e na University of Stellenbosch. Entre as suas obras incluem-se The Combat (1972), Just Before Dawn (1988), Season of Migration to the South (1994), Achebe or Soyinka: a study in contrasts (1996). O livro de memórias Witness to Possibilities aguarda publicação (África do Sul, Setembro de 2011; Nigéria, Julho de 2011).
YUDHISHTHIR RAJ ISAR (França)
«POLÍTICA CULTURAL»: ENFRENTANDO UMA HIDRA

A expressão «política cultural» tornou-se um guião global mas, como quase todas as palavras relacionadas com o conceito contemporâneo de 'cultura', a «política cultural» é entendida de formas muito diversas. Estas noções são muitas vezes utilizadas em relação com outros tropos contemporâneos, como 'identidade', 'democracia' ou 'direitos'. Assim, constituem corpos de conhecimento e de prática motivados por tensões e paradoxos e cujo ordenamento pode ser tão esclarecedor quanto obscuro. Algumas destas questões serão abordadas numa perspectiva internacional e transcultural.
Yudhishthir Raj Isar é um analista cultural independente, assessor e conferencista. É professor de Estudos de Políticas Culturais na Universidade Americana de Paris, Maître de Conférence no Institut d’Etudes Politiques e professor visitante noutras universidades. É co-editor e fundador da The Cultures and Globalization Series. Foi presidente da plataforma Culture Action Europe (2004-2008). É membro e/ou assessor de organizações na Europa, América do Norte e Ásia; consultor em fundações privadas, organizações intergovernamentais e na Comissão Europeia. Durante três décadas foi broker of ideas na UNESCO, onde desempenhou as funções de secretário executivo da Comissão Mundial de Cultura e Desenvolvimento e de director e do Fundo Internacional para a Promoção da Cultura.
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22:00 / EXPOSIÇÃO / Salas 1 e -1 Sede «FRONTEIRAS» / MALI
Bienal Africana de Fotografia «Bamako’09»

Exposição de fotografias de artistas africanos e afro-americanos que resulta dos 8.ºs Encontros de Fotografia de Bamako, a mais importante bienal de fotografia africana. São várias dezenas de fotografias e vídeos de 53 fotógrafos, todos eles glosando o tema «Fronteiras». A questão, abordada sob múltiplos ângulos e com o recurso a várias técnicas, não deixa de ser pertinente no mundo globalizado actual, mas surge associada  de forma particular ao sofrimento e à exclusão, à esperança e às utopias de quem vive em África ou faz parte da diáspora africana. Ao contrário do que foi hábito durante muitos anos, com as imagens de africanos e da sua realidade a serem apresentadas por fotógrafos e realizadores não africanos, desta vez há um discurso fotográfico e imagens cuja autoria é daqueles que habitam neste continente ou que a ele regressam por pertença e dessa realidade fazem a sua representação.
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24:00 / BAILE / Garagem da Fundação Calouste Gulbenkian com DJ’s
KENNETH MONTAGUE e LYNDON BARRY

(entrada livre)

11.05.2011 | by martalanca | conferências, Patrick Chabal, próximo futuro

Entrevista a Fausto

Fausto Bordalo Dias numa entrevista concedida à Visão em Junho de 2010, altura em que foi o músico a quem o CCB deu “Carta Branca” para, com direcção musical de Zé Mário Branco, fazer um espectáculo em que a sua trilogia “Diáspora Lusitana”, iniciada com “por Este Rio Acima” (82) e continuada com “Crónicas da Terra Ardente” (94), deu o mote. Em 2011 deve sair o terceiro disco, do qual Fausto e os seus músicos avançaram alguns temas neste espectáculo.

Homem discreto, discretíssimo na verdade, mas frontal e intransigente no essencial da sua vida e arte, Fausto concedeu uma rara entrevista à Visão (não, nunca o vimos, nem veremos, rendido aos poderes instituídos ou aos media, nunca o veremos numa “Caras” ou “Vip”, nem a embandeirar slogans e cedências ao facilitismo).  

Visão - Vergílio Ferreira dizia que “da nossa língua vê-se o mar”, também dá vontade de dizer que das suas canções, sobretudo das desta trilogia, se vê o mar. Mas não é o mar dos grandes feitos lusitanos, de Camões, nem o mar do mostrengo e do homem do leme de Pessoa, nem o mar das anémonas e corais de Sophia… Que mar é o seu?   

Eu diria que contei o outro lado da história. Não sou um nacionalista, mas considero-me um patriota e, nas minhas músicas, tentei encontrar o sentido do que a minha Pátria fez, durante os Descobrimentos. Porque me interessava compreendê-lo e adaptar esse sentido aos tempos actuais. Houve quem procurasse apenas glorificar. Eu glorifico o que há para glorificar, mas também conto o outro lado, o da gente que falhou e também matou. Nas sete canções inéditas que vou cantar agora, no Centro Cultural de Belém, conta-se o confronto, “à sombra das ciladas”, que não é meigo. Mas também há o maravilhamento dos portugueses quando encontram homens mais negros. O choque de culturas pode dar em maravilhamento. Esse contacto pode ser enriquecedor. Mas também sabemos que o encontro de culturas diferentes pode dar naquilo que deu, e ainda dá, em guerras e conflitos, de certo modo incompreensíveis. Faço sempre essa adaptação da leitura da história para os tempos actuais. 

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11.05.2011 | by martalanca | descobrimentos, Fausto, música

Thami Mnyele exchange of art and culture between Africa and the Netherlands

Thami Mnyele Foundation promotes the exchange of art and culture between Africa and the Netherlands.

There are two residency programs the Full Residency Program and the Short Residency Program.

Full Residency Program
Full residencies are awarded competitively to artists from the whole of Africa. The Thami Mnyele Foundation offers two Full Residency Program scholarships per year. Applicants are evaluated by an independent committee of art professionals, who are appointed by the Board of the Foundation. 
Those selected are offered accommodation and studio space for a three month period. Artists who are selected for the Full Residency Program also receive:

  • a monthly allowance which covers the costs for living and materials (currently amounting to euro 850 per month); a reimbursment of return travel to Amsterdam; medical and legal liability insurance for the period of stay; assistance in applying for visa; an introduction to the Dutch art world and access to the Foundation’s extensive network.

Short Residency Program
Short Residency Programs are awarded to artists from the whole of Africa, who have been invited to participate in cultural projects in the Netherlands and are in need of accomodation in Amsterdam for a short period. The Short Residency Program offers artists free studio and housing for a set period of time. The Short Residency Program does not include an allowance for living and material costs, medical and legal liability insurance and traveling expenses, nor does the Foundation assist in visa application.

+ infos

11.05.2011 | by franciscabagulho | residências artísticas

"Crise de modelos nos organismos internacionais"

Conferência com Doutor Carlos Lopes (Sub-secretário geral da ONU)

13 de Maio de 2011 11 horas Sala Keynes na FEUC

Carlos Lopes nasceu em 1960, na cidade de Canchungo (antiga Teixeira Pinto), noroeste da Guiné Bissau.

Sociólogo e Economista, estudou no Instituto de Estudos do Desenvolvimento (IUED) em Genebra, é mestre em Desenvolvimento e Planeamento Estratégico e doutor em História pela Universidade de Paris I, Panthéon-Sorbonne.

Em 1984, Carlos Lopes foi um dos fundadores do primeiro grupo de trabalho do Conselho Económico e Social da ONU (ECOSOG), com sede em Dacar, Senegal, tendo sido convidado a integrar os quadros do PNUD em 1988 como economista para a área do desenvolvimento, subindo rapidamente na hierarquia da organização. Foi Director Adjunto do Gabinete de Avaliação Estratégica e Planeamento antes de seguir para o Zimbabué como coordenador residente do PNUD, após o que foi convidado a assumir as operações no Brasil.

Na Guiné Bissau atingiu o topo da carreira da função pública tendo sido fundador do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa (INEP), uma das instituições de pesquisa mais conceituadas da África Ocidental, tornando-se especialista em Desenvolvimento e em Planificação Estratégica e Reforma do Programa de Avaliação das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PUND), onde iniciou funções em 1998.

Ajudou a criar organizações não governamentais em várias partes do mundo e foi consultor da Organização das Nações Unidas para a Educação, Cultura e Ciência (UNESCO), da Agência Sueca para o Desenvolvimento Internacional (ASDI) e da Comissão Económica das Nações Unidas para África (CENUA).

Em Setembro de 2005 foi convidado por Kofi Annan para chefiar o Departamento dos Assuntos Políticos, de Manutenção de Paz e Humanitários da equipa executiva do secretário-geral da ONU, sendo, desde Março de 2007, Director-executivo do Instituto das Nações Unidas para a Formação e Pesquisa (Unitar), cargo que acumula com o de Sub-secretário Geral das Nações Unidas.

Escreveu e coordenou mais de duas dezenas de livros, entre eles, Desenvolvimento para Cépticos ou Compasso de Espera – O Fundamental e o Acessório na Crise Africana, um pequeno livro com prefácio de Boaventura Sousa Santos, editado em 1997, que rapidamente se tornou uma ferramenta fundamental para uma melhor compreensão dos temas africanos.

Leccionou em várias universidades: Coimbra, Lisboa, México, Zurique, Uppsala, São Paulo e Rio de Janeiro.

Foi consultor da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciências e Cultura (UNESCO) e da Comissão Económica das Nações Unidas para África (CEA) e da Agência Sueca para o Desenvolvimento Internacional (ASDI), integrando os quadros do PNUD em 1988 como economista do desenvolvimento. Foi coordenador residente do PNUD no Brasil, entre 2003 e 2005, país onde PNUD aplica o seu programa mais importante.

Em 2009 a jornalista Teresa de Sousa do Público fez-lhe uma entrevista que vale a pena recordar.

11.05.2011 | by martalanca | Carlos Lopes, ONU

O ESTADO DAS ARTES EM ÁFRICA E NA AMÉRICA DO SUL

5.º WORKSHOP DE INVESTIGAÇÃO12 DE MAIO DE 2011
Auditório 3 da FCG. 09h30 – 17h30 / ENTRADA LIVRE
Quando propusemos como tema de investigação “O Estado das Artes em África e na América do Sul” no âmbito do Programa Gulbenkian de Cultura Contemporânea – centrado nos países, nos criadores, pensadores, artistas, nos problemas dos países da América Latina e Caraíbas, de África e da Europa –, não imaginávamos que no momento em que este Workshop se realiza, parte destes países estivesse a viver mutações tão profundas com consequências para toda a humanidade.
Mas sabíamos das alterações profundas em todos os domínios da vida que três décadas de democracia acrescidas de progresso económico tinham alterado significativamente a maioria dos países da América Latina. Sabíamos também que em África, dada a sua profunda diversidade e desigualdade económica e política, muitos países se preparam para atingir os objectivos do milénio, enquanto outros, já se prevê, não os atingirão. Sabíamos também que as relações Sul – Sul, que têm uma história muito mais longa do que os media descrevem, se acentuaram na última década, o que veio alterar relações de força, comerciais e de fluxos de pessoas e bens. A abordagem feita do ponto de vista cultural, e não exclusivamente artística, ao longo destes três anos que o Programa já leva, confirma-nos que o Próximo Futuro para toda a humanidade passa necessariamente pelo que acontecer nestas regiões culturais, com as enormes diferenças que, é preciso reafirmar, existem entre os países e, melhor, entre as cidades e as zonas rurais que os constituem.
À semelhança dos quatro Workshops anteriores, queremos contribuir com a produção e difusão de teoria nos campos das ciências sociais e das artes, e uma vez mais em colaboração com Centros de Investigação de excelência, nacionais e internacionais.
09h30
IMAGINÁRIOS POST-UTÓPICOS EN LA ACTUAL NARRATIVA CUBANA
Magdalena López (CEC-Centro de Estudos Comparatistas/UL)
A partir de los años noventa, la narrativa cubana indaga sobre el derrumbe de la utopía revolucionaria. Generalmente, la crítica literaria ha tendido a establecer una diferenciación entre aquellos narradores que fueron hijos de la utopía, nacidos apenas unos pocos años antes de 1959 y los posteriores, que nacieron en el fracaso de esa misma utopía, con posterioridad a aquel año. Ambos grupos se distinguen por un rasgo fundamental: los primeros llegaron a compartir una fe en las premisas de la revolución que los más recientes nunca tuvieron. A pesar de este rasgo distintivo, es posible encontrar puntos de encuentros entre los “desengañados” y los “novísimos” que nos llevan a replantear cómo abordar nuevas subjetividades en un nación que aparenta no tener futuro. Mi investigación comprende un estudio comparativo de las novelas El libro de la realidad (2001) de Arturo Arango, Las bestias (2006) de Ronaldo Menéndez (2006), Paisaje de otoño (1998) de Leonardo Padura y Cien botellas en una pared (2002) de Ena Lucía Portela.  La obras coinciden en la necesidad de deconstruir los parámetros identitarios y teleológicos del discurso revolucionario al tiempo que, las últimas dos, lejos de anunciar el fin de la historia; sugieren nuevas posibilidades de agenciamiento que se resisten a la debacle post-utópica.

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11.05.2011 | by martalanca | conferências, próximo futuro

Salão FNLIJ de Livros para Crianças e Jovens

Aos escritores de países africanos de língua portuguesa,

13º Salão FNLIJ de Livros para Crianças e Jovens, que ocorrerá  no Rio de Janeiro, de 6 a 17 de junho, tem como tema A Língua Portuguesa. Para tal, estamos buscando o apoio e a participação dos autores da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Se você é escritor ou ilustrador de um desses países, envie seu livro para a exposição que está sendo organizada pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil e que será apresentada no evento.

Mais informações com Lucilia Soares ou Sonia Becker para

comunicacofblij@fnlij.org.br

Elizabeth Serra, Secretária Geral

11.05.2011 | by martalanca | livro infantil

saudade no museradio.fm

music website run by Olivia and Lilly

http://museradio.fm/playlists/saudade/

This collections takes its inspiration from Saudade, an old Portuguese word that expresses longing and the melancholy of separation. It has been the theme of countless songs across the Portuguese speaking world. One of the most famous songs called Saudade is by Cape Verde’s legendary singer Cesaria Evora. As well as mining the music of Cape Verde, we have traveled across the rest of the Lusophone world, including  Angola, Brazil, Portugal, and Guinea-Bissau, finding wistful melodies that express both sadness and beauty.

1. Saudades de Luanda – OS KIEZOS; 2. Barroco Tropical – ANTONIO ZAMBUJO; 3. Sofrimento – WALDEMAR BASTOS; 4. Balumenko – BONGA; 5. Valsa Da Tunísia – VINÍCIUS DE MORAES; 6. Regasu – MAYRA ANDRADE; 7. Cavalos – DONA ROSA; 8. Pretty Down – MARIO LUCIO; 9. Sodade & Rosinha Dos Limões – LULA PENA; 10. Julia – SUPER MAMA DJOMBO; 11. Tchan De Pedra – BANA; 12. Beijo De Saudade – MARIZA feat. TITO PARIS; 13. Muxima – WALDEMAR BASTOS; 14. Tia – ARTUR NUNES; 15. Aname – BONGA; 16. Canto a Luanda – CARLITOS VIERA DIAS; 17. Saudade Do Meu Amor – TAFFETAS; 18. Sodade – CESARIA EVORA

11.05.2011 | by franciscabagulho | música

Epipiderme #18 - encontros à volta da performance, LISBOA

12 Maio às 21h no espaço do URSO (Rua Palmira, nº5 R/C Dt. Lisboa. Performance:

Vitor Lago Silva (Portugal) “THE LAST WORDS OF DOMENICO” Duração: 7´

Concerto de Vitor Lago Silva e João Maia e Silva (Portugal) “ATTIC TESLA” Duração: 25´

http://thelastwordsofdomenico.wordpress.com/

http://fotocrono-fatosensivelwireless-vls.blogspot.com/

Ana Gesto (Espanha) Cuatro Veces la edad (1978-2011) Duração: 20´

http://anagesto.blogspot.com

Filipa Aranda com a participação de António M. Rodrigues (Portugal) “Transgressões” Duração: 45

http://filiparanda.wordpress.com/

Vídeo- intervenções no espaço público:

GIA – Grupo de Interferência Ambiental (Salvador/Bahia – Brasil) Duração: 20´

http://giabahia.blogspot.com/

Aleatoriedade, humor e reflexões a respeito da vida cotidiana e suas singularidades: talvez esses sejam pontos chaves do Grupo de Interferência Ambiental - GIA, coletivo artístico que foge a qualquer tentativa de definição.
O grupo é formado por artistas visuais, designers, arte-educadores e (às vezes) músicos que têm em comum, além da amizade, uma admiração pelas linguagens artísticas contemporâneas e sua pluralidade, mais especificamente àquelas relacionadas à arte e ao espaço público. Pode-se dizer que as práticas do GIA beberam na fonte da arte conceitual, em que o estatuto da obra de arte é negado, em favor do processo e, muitas vezes, da ação efêmera, buscando uma reconfiguração da relação entre o artista e o público.
Um dos principais objetivos do grupo é a utilização de meios que possibilitem atingir uma margem cada vez maior de pessoas, tomando de assalto o espaço público. Assim, as ações do GIA procuram interrogar as condições em que os indivíduos atuam com os elementos do seu entorno, produzindo, assim, significados sociais. E esses significados, são também, processuais, pois segundo John Cage “o mundo, na realidade, não é um objeto, é um processo”. O GIA, portanto, está disposto a questionar as convenções sociais sempre que possível, através de práticas concretas infiltradas em pequenas transgressões.
A estética GIA, baseada na simplicidade e ao mesmo tempo irônica, procura mostrar, portanto, que a arte está indissoluvelmente ligada à vida.

O grupo existe desde 2002 e os participantes atuais são: Mark Dayves, Everton Marco Santos, Tiago Ribeiro, Ludmila Britto, Tininha Llanos, Luis Parras, Cristiano Piton.

11.05.2011 | by franciscabagulho | performance

SOSO arte contemporânea africana na SPARTE, SÃO PAULO

11.05.2011 | by franciscabagulho | arte contemporânea africana

Workshop de Butoh BODY RESONANCE

a menina dos meus olhos a.c. e o Forum Dança apresentam o Workshop de ButohBODY RESONANCE com Yumiko Yoshioka.

28 Junho a 02 Julho 2011, das 9h-22h, no Forum Dança.


“O corpo é um receptáculo de tempo. Através de uma exploração dirigida às memórias colectivas do nosso passado, podemos encontrar uma fonte de recursos abundantes, enriquecendo a essência da nossa vida. Pretendo activar essas memórias esquecidas, concentrando-nos no Ki (energia vital) e na sua circulação. Ressonância corporal(Body Resonance) é a chave para abrir o mundo em constante mudança dentro e fora de nós. Um passo para a metamorfose. Vamos desfrutar o caos!”  Yumiko Yoshioka
Yumiko Yoshika: Bailarina, coreógrafa, professora, directora artística. Nasceu em Tóquio, reside na Alemanha desde 1988.No início dos anos setenta e oitenta pertenceu à  primeira companhia feminina de dança Butoh, ARIADONE. Dançou com Ko Murobushi e Carlotta Ikeda em “Le Dernier Eden” (em Paris),a primeira coreografia de Butoh fora do Japão. Foi um membro activo da companhia de teatro japonesa e alemâ “Tatoeba - THEATRE DANSE Grotesque” com Minako Seki e Ra’i delta. Em 1995 fundou o grupo de arte e formação “TEN PEN Chii art labour” com Joachim Manger (Alemanha) e Zam Johnson (E.U.A.). Yumiko pesquisa a interactividade entre a dança, o espaço e a arte visual, afastando-se da dança Butoh convencional. TEN PEN Chii tem criado uma série de obras, como “N. Yoin” (1996), “DA-PPI” (1998), “I-ki, uma máquina de dança interativa do corpo” (1999), “Test Labour” (2000) “Minus Alpha” (2002), Waku Déjà “Furu-Zoom” (2005, em colaboração com Susanne Linke) “SU-i” (2006), “Vu” (2007), “KET - SUI “(2008), muito aclamados no cenário artístico interdisciplinar. É directora artística de “Ex … it!” (Dance Exchange Research Project, desde 1995), juntamente com Ra’i delta, em que mais de 100 artistas e estudantes de dança de todo o mundo participam. Desde 2003, trabalha como  júri em Schloss Broellin.
Preço:até 31 Maio 2011 - 82,50 €a partir de 1 Junho 2011 - 90 €Nível aberto
Mais informações e inscrições

T. 21 342 8985 forumdanca@forumdanca.pt

10.05.2011 | by martalanca | ButohBODY RESONANC

exposição fronteiras dia 13 de Maio / Baile na Garagem

10.05.2011 | by martalanca | fronteiras, próximo futuro

“Os Africanos em Portugal: História e Memória (séculos XV- XXI)

A exposição “Os Africanos em Portugal: História e Memória (séculos XV- XXI) inaugurada na passada 5ªfeira estará presente na Torre de Belém até dia 05 de Junho.
A autoria e coordenação é da Profª Isabel Castro Henriques, uma das mais proeminentes figuras da cena académica no que diz respeito aos Estudos Africanos em Portugal. O objectivo da exposição é retratar cronologicamente as relações dos africanos com Portugal desde a sua chegada aos dias de hoje.
O continente africano e os africanos ocupam um lugar central na problemática das relações de Portugal com outros homens, outras culturas e outros mundos ao longo da História, “pela longa duração dos contactos, pela natureza das formas relacionais, pela força da sua presença no imaginário português”, citando a autora. A presença de Africanos tem sido contínua até aos dias de hoje e difere por exemplo da presença dos romanos ou dos árabes que vinham para Portugal para cumprir objectivos pessoais. Os africanos vieram como escravos (duzentos e quarenta africanos desembarcaram no porto de Lisboa da primeira vez) e só depois da abolição da escravatura no séc. XVIII, pelo Marquês de Pombal, é que lentamente se foram integrando na sociedade portuguesa.


A exposição é apresentada em vários painéis compostos por textos e fotografias relativas aos sete temas:
1-      Africanos: Uma nova mercadoria (séc. XV- XVI)
2-      Bairro do Mocambo em Lisboa
3-      A Integração dos Africanos (séc. XVI- XIX)
4-      A desumanização dos Africanos
5-      Estratégias Africanas
6-      Permanências e Mudanças (séc. XVIII- XX)
7-      Novas Dinâmicas Africanas (Depois de 1974)
O interesse da UNESCO nesta exposição vem também na sequência da extraordinária e recente descoberta feita em Lagos.  A Camâra Municipal preparava-se para construir um parque de estacionamento quando teve que acabar com as obras de uma vez por todas pois foi encontrado um cemitério- ou que seria na altura a lixeira- com 155 esqueletos de homens, mulheres e crianças africanos escravos (muitos dos esqueletos ainda se encontram com as mãos atrás das costas como se pode ver em fotografia, na exposição).
Segundo a UNESCO, este cemitério é único na Europa  e provavelmente o mais antigo do mundo.  O Comité Português UNESCO “ A Rota do Escravo” assumiu a edição e o apoio da exposição.
Contou também com os apoios do ACIDI (Alto Comissariado para a Integração e Diálogo Intercultural),a Fundação Calouste Gulbenkian, a FCT (Fundação para a Ciência e Tecnologia), a Fundação Portugal Africa, o IPAD, e a UCCLA (União da Cidades Capitais de Língua Portuguesa).

10.05.2011 | by ritadamasio | africanos em portugal, arquelogia, colonização, dinamicas africanas, escravatura, fotografia, relações de portugal com africa