De como se constrói um imigrante

Peço o título emprestado a um artigo de Ana Bigotte Vieira publicado no BUALA – Cultura Contemporânea Africana. A autora apresenta, sem sentimentalismos e excessos na escrita, a situação que se vive próximo de Ceuta, em solo marroquino, lugar onde se reúnem pessoas de várias nacionalidades, à espera do momento certo para tentarem o salto desesperado e esperançado contra o arame farpado. Contra elas, a exaustão, a fome, os abusos dos donos das redes de imigração ilegal, mas também das polícias marroquina e espanhola, e o SIVE, um sistema de detecção e bloqueio dos barcos dos imigrantes em alto mar, composto por radares, câmaras de vigilância e ligação por satélite, que permite às autoridades impedirem o acesso à costa.

Ao ler o artigo de Ana Bigotte Vieira, lembrei-me de um dos meus livros favoritos. Eldorado, de Laurent Gaudé (ed. ASA), veio parar nas minhas mãos por acaso. Comecei a ler com alguma indiferença - não tinha mais nada para ler naquele dia - mas rapidamente a escrita do autor francês me captivou e não consegui largar o livro até o acabar. Esta é a história do comandante Italiano Salvatore Piracci que durante vinte anos patrulha o Mediterrâneo e intercepta as embarcações dos imigrantes clandestinos, muitas vezes abandonadas em alto mar pelos traficantes. Um dia, a sua fé na missão é profundamente abalada quando é confrontado por uma sobrevivente que perdeu o seu filho durante a viagem. O comandante abandona tudo e todos e segue o caminho dos imigrantes, tornando-se um deles. Paralelamente, seguimos a história de dois irmãos que saem do Sudão esperando poder chegar à Europa, o novo Eldorado. Só um deles chegará ao destino.

Foi também ao livro de Laurent Gaudé que pensei quando olhei pela primeira vez para a obra do artista camaronês Barthélémy Toguo Road for Exile, integrada na exposição Islands Never Found, apresentada no Museu Estatal de Arte Contemporânea de Thessaloniki, Grécia. Mesmo antes de saber qual era o título da obra, a fragilidade no equilíbrio das peças amontoadas no barco, a falta de espaço, a transparência do mar feito com garrafas de vodka (bonito, mas duro e enganador ao mesmo tempo), lembrou-me as histórias contadas por Gaudé, o universo por ele descrito. Barthélémy Toguo criou até agora cinco versões da peça Road for Exile. Uma delas foi apresentada no ano passado no Carpe Diem no Bairro Alto (ler artigo no BUALA).

Recentemente li mais um romance cujo tema era a imigração. Leaving Tangier (não traduzido para português), do poeta e escritor marroquino Tahar Ben Jelloun, é um livro que conta a história de dois irmãos marroquinos que procuram uma vida melhor em Espanha. Um livro sobre uma realidade que em grande parte desconhecia (sobre o regime marroquino ou sobre as relações amorosas e a homossexualidade num país árabe), o contraste sempre presente entre o tradicional e o moderno, e também entre a Europa e a África do Norte. A abordagem a estas temáticas torna-se mais interessante pelo facto de o autor estar radicado em Paris há quarenta anos, vivendo entre (ou dentro de) as duas culturas.

Maria Vlachou

tirado do blog Musing on Culture

08.01.2011 | by martalanca | Barthélémy Toguo, deslocação, imigração

Ebo Taylor & The Bonze Konkoma on Tour - January 2011

 

Ebo Taylor (picture by Wim Heutink)Ebo Taylor (picture by Wim Heutink)

One of Ghana’s most prolific musicians, arrangers and composers of the last 50 years, ace guitarist Ebo Taylor will be back on stage with his band Bonze Konkoma. 
After their succesful debut last summer the group is back in Europe once more. They will be playing five exclusive concerts starting on Saturday the 15th of Jan in Frankfurt, Germany.

Frankfurt – Brotfabrik - Sat 15.1.2011

Nijmegen – Dornrosje - Wed 19.1.2011

Antwerp – Zuiderpershuis - Thu 20.1.2011

Amsterdam – Tropentheater - Fri 21.1.2011

Utrecht - RASA - Sat 22.1.2011

 

 

Array Bonze Konkoma, a 13-piece outfit, brings a unique and vibrant blend of Highlife, Afrobeat and Jazz, for which Taylor digs deep into Fante-Akan music like Asafo or Adzewa.
In musicians’ circles, Ebo Talyor´s name and style resonates with those of his Nigerian contemporaries Fela Kuti and Tony Allen. His performance will showcase once more the creative spirit and artistic accomplishment of this outstanding Ghanaian artist and bandleader.

 

Ebo Taylor – guitar, lead vocal

Willie – bass

Henry Taylor - guitar

Ebo Taylor Jr. - keyboards

Possible Prempeh - bass drum (Konkoma Drum Ensemble)

Kwame Takyi – tenor drum

Atta Electric – snearl drum

Ebo Koree – konkon

Mame Ekua – vocals, perc.

Aba Tawiah – vocals, perc.

Sarah Esi Baawa - vocals

Benjamin Osabotey - trombone

Osei Tutu - trumpet

 

 

 

08.01.2011 | by nadinesiegert

MONTADOR e / ou ASSISTENTE DE MONTAGEM PRECISA-SE!

LOCAL: LUANDA, ANGOLA

O projecto ANGOLA – NOS TRILHOS DA INDEPENDÊNCIA produzido pela GERAÇÃO 80 está a procura de um montador e ou assistente de montagem. A equipa precisa que este novo membro(a) seja uma pessoa responsável, autónoma, pontual, saiba trabalhar em equipa e lidar com as mais diferentes tipos de pressões que a produção de um documentário desta natureza exige.
NOTA
Experiência é importante, mas a produtora GERAÇÃO 80 está aberta a pessoas que queiram aprender esta profissão e estejam honestamente interessadas em desenvolver-se neste ramo.

EXPERIÊNCIA ou CONHECIMENTOS em
SISTEMAS OPERATIVOS
• Mac OS X
• Windows

SOFTWARES
• Final Cut Studio (DVD Studio Pro e Compressor)
• CS5 ( Photoshop e After Effects)
• Plural Eyes

TAREFAS PRINCIPAIS
• Catalogação e backup das filmagens
• Conversão dos diferentes formatos vídeo
• Sincronização de som e imagem
• Montagem

Em relação ao pagamento, o projecto ainda não pode determinar um montante tendo em conta que ainda está dependente de algumas respostas dos sponsors. Mas de qualquer forma gostaríamos de saber se tem interesse ou não e em que condições.

www.projectotrilhos.com

08.01.2011 | by martalanca

Identidades Brasileiras - Música Negra Urbana , Casa da América Latina, Lisboa

Identidades Brasileiras - Música Negra Urbana 
A Casa da América Latina de Lisboa, realiza entre os dias 16 e 20 de Janeiro, a mostra Identidades Brasileiras - Música Negra Urbana. O projecto tem como objectivo a realização de uma mostra áudio-visual sobre a música negra urbana produzida no Brasil nos últimos 40 anos. Com a influência do movimento norte-americano Black Power, a partir dos anos 60, vários artistas brasileiros negros encontraram uma forma de se expressar através de uma cultura que hoje concretiza-se em ritmos dançantes que conquistam (desde o samba-rock ao som dos bailes Funks) adeptos, inclusive no exterior. “Música para dançar” é a expressão que resume o objectivo dos seguidores da também chamada Música Preta Brasileira, que mesmo de forma divertida e interactiva, revelam valores essenciais à cultura negra, como sua constante luta por integração e igualdade social.
 
A realização da mostra Identidades Brasileiras – Música Negra Urbana pretende apresentar à comunidade Lisboeta, uma pequena parte do imenso acervo áudio-visual que foi produzido no Brasil nos últimos anos e que documenta a trajectória desse movimento. Será também apresentada a conferência M.P.B Música Preta Brasileira - a influência da Black Music no Brasil, com a participação da jornalista e etnomusicóloga Claudia Goes e a Dj brasileira Black Josie, que realiza um workshop no Museu da Música de Lisboa e comanda o encerramento da Mostra em uma noite dançante na Casa da América Latina.

A Casa da América Latina de Lisboa, realiza entre os dias 16 e 20 de Janeiro, a mostra Identidades Brasileiras - Música Negra Urbana. O projecto tem como objectivo a realização de uma mostra áudio-visual sobre a música negra urbana produzida no Brasil nos últimos 40 anos. Com a influência do movimento norte-americano Black Power, a partir dos anos 60, vários artistas brasileiros negros encontraram uma forma de se expressar através de uma cultura que hoje concretiza-se em ritmos dançantes que conquistam (desde o samba-rock ao som dos bailes Funks) adeptos, inclusive no exterior. “Música para dançar” é a expressão que resume o objectivo dos seguidores da também chamada Música Preta Brasileira, que mesmo de forma divertida e interactiva, revelam valores essenciais à cultura negra, como sua constante luta por integração e igualdade social. A realização da mostra Identidades Brasileiras – Música Negra Urbana pretende apresentar à comunidade Lisboeta, uma pequena parte do imenso acervo áudio-visual que foi produzido no Brasil nos últimos anos e que documenta a trajectória desse movimento. Será também apresentada a conferência M.P.B Música Preta Brasileira - a influência da Black Music no Brasil, com a participação da jornalista e etnomusicóloga Claudia Goes e a Dj brasileira Black Josie, que realiza um workshop no Museu da Música de Lisboa e comanda o encerramento da Mostra em uma noite dançante na Casa da América Latina.
Programa:
CASA DA AMÉRICA LATINA _ DJ Black Noise – Noite dançante, 20 Jan: 22h-24h
FNAC CHIADO _ Mostra de vídeos-documentários e Debate: M.P.B. A Música Preta Brasileira e a influência da Black Music no Brasil. Com a jornalista Claudia Goes e DJ Black Josie, 16 Jan: 17h
MUSEU DA MÚSICA _ Workshop Técnicas de manipulação de sons para performance ao vivo dias 18, 19 Jan: 14h30-17h30
Inscrições     + infos 

07.01.2011 | by franciscabagulho

Here are a few more recent publications, mainly on Mozambique:

Isabel Fêo P. B. Rodrigues and Kathleen Sheldon, “Cape Verdean and Mozambican Women’s Literature: Liberating the National and Seizing the Intimate,” African Studies Review 53, 3 (December 2010): 77-99.

Rachel Chapman, _Family Secrets: Risking Reproduction in Central Mozambique_, Nashville, Tenn.: Vanderbilt University Press, 2010.

Zermarie Deacon, “Mozambique: the gendered impact of warfare,” in _Narrating war and peace in Africa_, edited by Toyin Falola and Hetty ter Haar (Rochester, N.Y.: University of Rochester Press, 2010.

J. de Pina-Cabral, “Xará: namesakes in Southern Mozambique and Bahia,”Ethnos 75, 3 (2010): 323-45.

William J. Mathias and Kimberly A. McCabe, “Sex trafficking in the countries of South Africa, Mozambique, and Zimbabwe,” in Sex trafficking: a global perspective_, edited by Kimberly A. McCabe and Sabita Manian (Lanham, Md.: Lexington Books, 2010)
B. H. Noden, A. Gomes, and D. Ferreira, “Influence of religious affiliation and education on HIV knowledge and HIV-related sexual behaviours among unmarried youth in rural central Mozambique,” AIDS Care 22, 10 (2010): 1285-94.

07.01.2011 | by martalanca

Estação das Letras - Brasil


07.01.2011 | by martalanca

CACAU- em S.Tomé

CACAU- Casa das Artes Criação ambiente Utopias, convida para
apresentação do projecto ” A Descoberta de Nós ” a ter lugar amanhã dia 7 de Janeiro a partir das 18 horas.

 

07.01.2011 | by martalanca | Cacau, S.Tomé e Príncipe

Prémio Fernão Mendes Pinto,

Encontram-se a decorrer as candidaturas para o Prémio Fernão Mendes Pinto, até 30 de Maio de 2011. No valor de 10.000  (dez mil euros), este prémio é instituído pelo Conselho de Administração da Associação das Universidades de Língua Portuguesa (AULP), que resulta de um protocolo de cooperação entre a AULP, a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) e o Instituto Camões (IC). É concedido a estudantes de mestrado ou doutorado que tenham desenvolvido em suas teses, trabalhos que contribuam para a aproximação das comunidades de língua portuguesa, defendidas durante o ano civil anterior, ou seja, em 2010. 

 

Para além de um prémio monetário, a obra do laureado será publicada pelo Instituto Camões.

 

Para concorrer, envie-nos:

 

- Uma declaração da Universidade ou do Instituto de Investigação Científica;

- 02 Cópias da tese (uma em papel e a outra em suporte informático – CD);

- Curriculum Vitae;

- Parecer do Orientador da tese.

 

OBS. O vencedor do Prémio Fernão Mendes Pinto, edição 2010, será anunciado no XXI Encontro da AULP- Associação das Universidades de Língua Portuguesa,  no Instituto Politécnico de Bragança, entre os dias 6 e 9 de Junho de 2011.

 

06.01.2011 | by martalanca

Morreu Malangatana

O pintor moçambicano Malangatana morreu esta madrugada, aos 74 anos.

ler notícia jornal Público

05.01.2011 | by franciscabagulho

MINDELO … temos cultura? Ciclo de encontros sobre o panorama cultural do Mindelo

A cidade de Mindelo está em constante transformação. Nos últimos anos têm surgido novos espaços e agentes culturais e o desenvolvimento do ensino superior povoou a cidade com estudantes universitários. Para uns, a identidade cultural da cidade tem-se reforçado enquanto que, para outros, a cidade está a definhar tanto do ponto de vista económico como cultural. Mindelo ainda é capital da cultura ou a cidade perdeu o seu mais importante capital? 

Temas dos encontros:

A CIDADE E A CULTURA

Data: 11 de Janeiro, 18H00

Convidados: Germano de Almeida, Leão Lopes, Teresa Fortes

Local: Casa Senador Vera Cruz

 

  AS PERIFERIAS DA CULTURA

Data: 18 de Janeiro, 18h00

Convidados: César Schofield, Silvino Benetti, Helmer Fortes e outros representantes de associações e instituições culturais

Local: M_EIA, Instituto Universitário de Arte, Tecnologia e Cultura

 

EDUCAÇÃO CULTURAL E FORMAÇÃO DE NOVOS PÚBLICOS

Data: 25 de Janeiro

 

A OFERTA CULTURAL DA CIDADE. QUE BALANÇO?

Data: 8 de Fevereiro

 

CULTURA, ECONOMIA E TURISMO

Data: 15 de Fevereiro

 

MINDELO, UMA CIDADE NO ARQUIPÉLAGO DO MUNDO

Data: 15 de Março

Keep reading "MINDELO … temos cultura? Ciclo de encontros sobre o panorama cultural do Mindelo"

04.01.2011 | by martalanca | cabo verde, cultura, Mindelo

Finissage do Estudio Candonga, Sala do Veado, Lisboa

Francisco Vidal e RitaGT convidam para a Finissage do projecto colaborativo: Estudio Candonga

Conversa/ Visita guiada com Luís Tirapicos

Dia 07 de Janeiro de 2011 às 21h30 _ Sala do Veado, Museu Nacional de História Natural, Rua da Escola Politécnica, 5

04.01.2011 | by franciscabagulho

As Cidades e a Construção Informal

Ciclo de Documentários na Casa da Achada no âmbito do Colóquio Políticas de Políticas de Habitação e Construção Informal 14 de Janeiro de 2011, ISCTE-IUL (Aud. Afonso de Barros, Ala Autónoma)

A habitação de construção informal e as implicações das políticas sociais de habitação sobre os habitantes de bairros degradados são temas que têm vindo a ser explorados por uma geração de novos investigadores. Os trabalhos recentes, ou ainda em desen-volvimento, não esquecem a produção científica nem os debate prévios no domínio da habitação em geral e da habitação social em particular. As novidades estão sobretudo nas metodologias cruzadas – etnografia, história, sociologia, geografia.

A sociologia da habitação e o urbanismo debruçaram-se fortemente sobre estas mesmas questões sobretudo nos anos 1990, provocando algum cansaço temático. No entanto, novos investigadores têm vindo a reequacionar estas questões, não esquecendo os trabalhos prévios e combinando disciplinas e debates, antes tendencialmente separados.

ver programa colóquio aqui

 

04.01.2011 | by franciscabagulho | documentários, habitação informal

WAGE: Working Artists and the Greater Economy

04.01.2011 | by franciscabagulho | activismo cultural

Idioma Comum: Artistas da CPLP na Colecção da Fundação PLMJ

Obras de Abraão Vicente, Délio Jasse, Flávio Miranda, Ihosvanny, Jorge Dias, Julia Kater, Kiluanji Kia Henda, Lino Damião, Mário Macilau, Mauro Pinto, Mudaulane, Pinto, René Tavares e Yonamine

 

Comissariado por Miguel Amado

A exposição “Idioma Comum: Artistas da CPLP na Colecção da Fundação PLMJ”, a inaugurar no dia 13 de Janeiro, às 18H30, no Espaço Fundação PLMJ, e patente até 26 de Março. Esta exposição reúne obras de artistas da CPLP pertencentes à Colecção da Fundação PLMJ, constituindo a primeira mostra deste acervo no Espaço Fundação PLMJ, em Lisboa. 

Com este projecto, a Fundação PLMJ contribui para o reconhecimento dos artistas da CPLP no nosso país e para as relações culturais entre Portugal e os restantes membros da CPLP. Acompanha a exposição um catálogo com reprodução das obras expostas e de outras igualmente adquiridas pela Fundação PLMJ, bem como uma introdução do comissário a este projecto.

obra de Kiluanji Kia Hendaobra de Kiluanji Kia Henda

A Fundação PLMJ desenvolve, presentemente, uma colecção consagrada à arte da CPLP. Este espólio contempla vários artistas da CPLP, quinze dos quais com obras agora expostas. O acervo foca-se em jovens criadores sobretudo angolanos e moçambicanos, mas também das demais nacionalidades da CPLP, cuja presença adquirida nos seus países se expande, agora, a Portugal. As obras expostas caracterizam-se por uma linguagem contemporânea, marcada por uma visão do mundo de matriz cosmopolita, abordando tanto a realidade cultural local como a ordem social global num cenário pós-colonial. É, pois, ao idioma artístico comum aos jovens criadores da CPLP que o título desta exposição se refere, e é da comunhão estilística desta nova arte que emerge o potencial da Colecção da Fundação PLMJ dedicada à CPLP.

 

04.01.2011 | by martalanca | artes visuais, CPLP, lusofonia

Exposição Tinta nos Nervos

04.01.2011 | by martalanca | BD

jantar de S.Tomé e Príncipe no Centro interculturalidade

03.01.2011 | by martalanca

ESTAR AQUI OU ALI? um projecto de Kleber Lourenço

“O que alcançamos são algumas generalizações válidas que lançamos aqui e ali, iluminando passagens. É, porém, irresistível, como aventura intelectual, a procura dessas generalizações. É também indispensável, porque nenhum povo vive sem uma teoria de si mesmo. Se não tem uma antropologia que a proveja, improvisa-a e difunde-a no folclore.”

Darcy Ribeiro – O povo brasileiro

 

Estar aqui ou ali? é um projecto de pesquisa solo de dança contemporânea, do intérprete-criador brasileiro Kleber Lourenço, em cruzamento com as linguagens do teatro e da performance. Pretende abordar através do corpo a relação entre identidade x territorialidade. Conceitos bastante explorados na arte contemporânea, mas investigados aqui, sobre o recorte CORPO X ESPAÇO X EIXO.

Algumas das questões levantadas na pesquisa são: como construir/desconstruir um estereótipo de corpo que o identifica? Como trabalhar as semelhanças, diferenças e particularidades de um corpo identificado como nordestino e brasileiro? Como este corpo em contacto com outras culturas se reconhece e se distancia? Que corpos se encontram aqui e ali?

No recorte CORPO, pretendo explorar o contacto com a população de Lagos, na troca de experiências entre minhas memórias e as memórias reveladas. Diálogo directo com o homem da cidade, seu comportamento e expressões culturais. No recorte ESPAÇO, a exploração do espaço público e privado, através de intervenções externas na cidade e nos espaços do LAC. No recorte EIXO, problematizar em reflexões e na prática corporal a ideia de Centro X Periferia.

O projecto abrange esta mesma pesquisa em cidades do nordeste do Brasil, em cidades de outras regiões do país e em outros países.

Kleber Lourenço

Keep reading "ESTAR AQUI OU ALI? um projecto de Kleber Lourenço"

03.01.2011 | by martalanca | cultura afro-brasileira, Kleber Lourenço

Publicada em oito volumes, a coleção História Geral da África está agora também disponível em português.

Brasília: UNESCO, Secad/MEC, UFSCar, 2010.
A edição completa da coleção já foi publicada em árabe, inglês e francês; e sua versão condensada está editada em inglês, francês e em várias outras línguas, incluindo hausa, peul e swahili. Um dos projetos editoriais mais importantes da UNESCO nos
últimos trinta anos, a coleção História Geral da África é um grande marco no processo de reconhecimento do patrimônio cultural da África, pois ela permite compreender o desenvolvimento histórico dos povos africanos e sua relação com outras civilizações a partir de uma visão panorâmica, diacrônica e objetiva, obtida de dentro do continente. A coleção foi produzida por mais de 350 especialistas das mais variadas áreas do conhecimento, sob a direção de um Comitê Científico Internacional formado por 39 intelectuais, dos quais dois terços eram africanos.
Download gratuito (somente na versão em português):
*Volume I: Metodologia e Pré-História da África (PDF, 8.8 Mb)
* ISBN: 978-85-7652-123-5

*Volume II: África Antiga (PDF, 11.5 Mb)
* ISBN: 978-85-7652-124-2

*Volume III: África do século VII ao XI (PDF, 9.6 Mb)
* ISBN: 978-85-7652-125-9

*Volume IV: África do século XII ao XVI (PDF, 9.3 Mb)
* ISBN: 978-85-7652-126-6

*Volume V: África do século XVI ao XVIII (PDF, 18.2 Mb)
* ISBN: 978-85-7652-127-3

*Volume VI: África do século XIX à década de 1880 (PDF, 10.3 Mb)
* ISBN: 978-85-7652-128-0

*Volume VII: África sob dominação colonial, 1880-1935 (9.6 Mb)
* ISBN: 978-85-7652-129-7

*Volume VIII: África desde 1935 (9.9 Mb)
* ISBN: 978-85-7652-130-3

Informações Adicionais:

Coleção História Geral da África

Programa Brasil-África: Histórias Cruzadas

 

03.01.2011 | by martalanca | história de áfrica

Music without sound

You are missing some Flash content that should appear here! Perhaps your browser cannot display it, or maybe it did not initialize correctly.

This article is based on David Byrne‘s excerpt text “Singing is a trick to get people to listen to music for longer than they would do ordinarily”, that can be found inside the 1983 Talking Heads’ live album “Stop Making Sense“ inlay booklet.

By default all of us humans are music listeners. We can’t exactly set a date to when music firstly came to the fore of our ears and senses, though. And fairly enough is to say, that the need to strive for a place or date for the origin of music is irrelevant. Music has always been intrinsically a form of organized sound. Someway, through our cultural experiences, it has evolved continually and accordingly with our ordinary social experiences and senses to the point that we have it today.

Everywhere in the world, whether in the Western or Eastern cultures, we find these forms of organized sound, that spread exactly from one point to the other, and vice-versa, in between cultures. Permanently evolving, changing. The structures vary from abstract - a relative term, regarding a cultural point of view - to more structured ways. Different note ranges, scales, rhythms, pitches and patterns have always adorned either way of music, regardless it’s origin.

Eastern cultures have always had their own way to approach music. Most commonly, Eastern music has been regarded as “odd” in the West, for its vague sound, rhythm and chants (when it happens to be the case). This is so much so that it’s rather impossible to get any average Western music lover to get along to Indian Classical or Hindu ragas, from India, at the first hearings of those rhythm patterns. A quasi-parallel example is set with Jazz, which is a genre from the Western world. Western average music listeners are more likely to be fond of vocal pop songs.

Most people from Western countries need to recognize what they’re listening to, to feel at ease with the sound, allowing themselves to enjoy the music. They need a voice. A voice singing the lyrics on the top of the song is the main ingredient to hook, to greater extent, people into the music; mainly with pop music. But then, that would only do for the average music listener. And the length of a song is equally relevant for the average music listener. The average music listener feels misguided if a song lacks vocals or specific lyrics or if it lasts longer than three and a half minutes.

The more sparse sound of the Indian Classical music of Allauddin Khan or the Hindu ragas via Ravi Shankar and Annapurna Devi, in India (genres that extend to Pakistan and Bangladesh), made their way to the West world during the sixties, when popular acts like The Beatles and The Rolling Stones became enchanted with the Indian culture through literature. They incorporated Indian instruments (sitar, tambura, etc.) into their music and played along with it, hence expanding their music. And there were Alice Coltrane too, adding the Indian influence to her music with the seminal “Journey in Satchidananda”.

Through the likes of Louis Armstrong, Billy Holliday, Ella Fitzgerald and Chet Baker, jazz music came closer to pop audiences, by the vocal component those musicians added to the genre. It’s clear that melody is not enough for the ears of the general music listeners. They need the singing voice. And minimalist, experimentalist, avantgarde and music concret musicians will never become popular or make any money from their records (works). Money, accolades, popularity, acceptance from the general public, would never mean to be their point, anyway. Melody is pointless here.

02.01.2011 | by herminiobovino | Musik

O espectro da anarquia

Casa da Achada # sábado, 8 de Janeiro # 15h # entrada livre I organização UNIPOP (ver localização aqui)
O recurso a etiquetas ideológicas é uma prática recorrente, quer por parte de correntes de pensamento e movimentos sociais e políticos quer por parte dos poderes instituídos. Se para os primeiros uma lógica de fixação identitária parece impô-lo, para o segundo trata-se de uma técnica de definição de um inimigo, interno ou externo, identificável, de um processo de naturalização do recurso à violência autorizada. «Comunismo», «terrorismo», «antiglobalização», «anarquismo» têm sido algumas dessas etiquetas. Mais recentemente, o «anarquismo» – ou mais sofisticadamente as «ideias anarquistas» – instalou-se no espaço mediático a propósito de um conjunto de movimentações sociais contra os poderes instituídos. Detenções, condenações judiciais, cordões policiais em manifestações, a coberto da defesa da democracia contra as «ideias anarquistas», têm, na verdade, sustentado a criminalização de todas as lutas que procuram situar-se para lá da intervenção política e social institucionalizada. Partindo do reconhecimento de que por detrás da designação «anarquismo» se esconde uma enorme pluralidade teórica e prática, a UNIPOP propõe uma discussão acerca do percurso histórico das «ideias anarquistas» em Portugal, bem como uma abordagem cruzada de algumas das tradições teóricas que se colocam sob essa etiqueta.
com a participação de:
António Cunha
# membro do colectivo Casa Viva #
António Pedro Dores
# sociólogo e prof. no ISCTE #
José Carvalho Ferreira
# economista e prof. no ISEG #
José Neves
# historiador e prof. na FCSH #
Miguel Madeira
# economista #
Miguel Serras Pereira
# tradutor #
Ricardo Noronha
# doutorando em História #

02.01.2011 | by martalanca