FERTILIZAR / NUTRIR

Andreia Garcia, Aoaní Salvaterra, Henda Vieira-Lopes, Jade Rocha, Mulheres Negras Escurecidas (MNE), Vinícius Couto 

17 janeiro quarta 18h30 I  Palco da Sala Principal TBA

Entrada livre (sujeita à lotação) mediante levantamento prévio de bilhete no próprio dia a partir das 15h (no máximo de dois bilhetes por pessoa)

Duração 2h

A Terra dá e recebe.

Queimar para fertilizar, ciclo inaugural tendo o fogo como potência de transformação cósmica, como urgência: assim (re)iniciámos a programação de discurso no último semestre de 2023.

Mas o que ficou depois do fogo?
Como regenerar territórios-corpos-lugares após a queima?
Como criar o impossível?

Neste ciclo que agora se desenha de janeiro a março mergulhamos no húmus, no invisível, no ventre. Escutamos o pulsar da matéria, reaprendemos a desacelerar sendo movimento contínuo.
Refletimos sobre extrativismo, colaboração, simbiose, cura e descanso.

Fertilizar/Nutrir, novos ciclos.
A Terra dá e recebe.
Aliamos prática e afetos.
Como nutrir o invisível?
Que futuros fertilizar?
A Terra dá e recebe.

Melissa Rodrigues

 

ANDREIA GARCIA é arquiteta, curadora e professora. Os seus interesses focam-se na prática contemporânea da arquitetura numa era marcada por fortes avanços tecnológicos e uma progressiva crise ecológica. Foi curadora da representação portuguesa na 18.ª Exposição Internacional de Arquitetura – Bienal de Veneza 2023.

AOANÍ SALVATERRA nasceu em São Tomé e Príncipe, é licenciada em Comunicação Social – Jornalismo e mestre em Teatro – Artes Performativas pela Escola Superior de Teatro e Cinema. Desde 2017 tem trabalhado como atriz e performer em teatro, cinema e audiovisuais, com trabalhos exibidos nos Estados Unidos da América, Portugal, Alemanha, Itália e China.

HENDA VIEIRA-LOPES é Negro, Africano, Pai, Filho, Irmão, Rastafari, Ogan e Capoeirista. É também cofundador do coletivo AfroPsis, Formador, Sonhador, Pesquisador e diretor clínico e Terapeuta Sistémico Afrocentrado no Espaço Yanda, que criou.

JADE ROCHA, também conhecida por techtoniKAH, é uma artista criadora visual, poeta, cozinheira, pintora de peles de Pindorama (São Paulo – Barueri). Orientada pela espiritualidade e pela relação íntima com elementos naturais, a artista desafia a rigidez dos ritmos, das temporalidades e dos enquadramentos normativos do dito sistema da arte. 

MULHERES NEGRAS ESCURECIDAS (MNE) são um coletivo de mulheres negras que tem por base a troca de afetos. Escurecidas nos seus pensamentos e ideais, criam um espaço seguro de reflexões sobre diferentes questões e empoderamento.

VINÍCIUS COUTO é artista visual e performer. O seu trabalho baseia-se na investigação HIV/sida e nas suas intersecções, fornecendo, através da arte, informação e experiências para eliminar estigmas.

16.01.2024 | por Nélida Brito | Africa, Andreia Garcia, Aoaní Salvaterra, Henda Vieira-Lopes, Jade Rocha, Mulheres Negras Escurecidas, união negra

As coreografias do impossível desembarcam no MAM Rio

Obras da 35ª Bienal chegam ao MAM Rio 

A primeira parada do programa de mostras itinerantes da 35ª Bienal de São Paulo – coreografias do impossível será o Rio de Janeiro, correalizada com o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio), para onde os curadores Diane Lima, Grada Kilomba, Hélio Menezes e Manuel Borja-Villel conceberam um recorte especial da mostra, adaptado às características e ao contexto da cidade, com abertura marcada para o dia 27 de janeiro. 

Participam da exposição Citra SasmitaEdgar CalelEmanoel AraujoKatherine DunhamLeilah WeinraubLuiz de AbreuM’barek BouhchichiMalincheMarilyn Boror BorMaya DerenMin Tanaka e François PainQuilombo CafundóRosana PaulinoSantu MofokengSimone Leigh e Madeleine Hunt-EhrlichThe Living and the Dead EnsembleTorkwase DysonXica Manicongo e Zumví Arquivo Afro Fotográfico.

A exposição fica em cartaz até 7 de abril e a entrada é gratuita, com contribuição voluntária. Não perca!

Vistas de obras de Rosana Paulino, Edgar Calel, Citra Sasmita e M'barek Bouhchichi © Levi Fanan / Fundação Bienal de São PauloVistas de obras de Rosana Paulino, Edgar Calel, Citra Sasmita e M'barek Bouhchichi © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo

35ª Bienal de São Paulo – coreografias do impossível
Programa de mostras itinerantes
Itinerância MAM Rio
Curadoria: Diane Lima, Grada Kilomba, Hélio Menezes e Manuel Borja-Villel
27 jan – 7 abr 2024
qua, qui, sex, sáb, 10h – 18h
dom, 11h – 18h
feriados (exceto aos domingos), 10h – 18h
horário exclusivo para visitação de pessoas com deficiência intelectual, pessoas autistas ou com algum tipo de hipersensibilidade a estímulos visuais ou sonoros: dom, 10h – 11h
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro – MAM Rio
Av. Infante Dom Henrique, 85
Parque do Flamengo, Rio de Janeiro
https://mam.rio/
entrada com contribuição voluntária

 

 

 

16.01.2024 | por Nélida Brito | arte, Brasil

Residência Artística PALOP 2024

A Residência Artística UPCYCLES é uma iniciativa de incentivo à criação artística, à mobilidade e ao intercâmbio entre artistas emergentes e jovens curadores dos PALOP, organizada pela Associação dos Amigos do Museu do Cinema em Moçambique, com financiamento da Fundação Calouste Gulbenkian (Portugal) e apoio do Centro Cultural Franco-moçambicano e da Fortaleza de Maputo, cuja 4.ª edição se realiza em 2024.

As candidaturas estão abertas de 31 de Dezembro de 2023 a 31 de Janeiro de 2024.

Prevendo a participação de quatro artistas - dois de Moçambique e dois de outros PALOP - e quatro curadores convidados, a UPCycles garante, além de uma experiência única de tutoria e intercâmbio, as viagens dos participantes estrangeiros e um subsídio de produção e alimentação para todos os participantes.

Durante o mês de Março, num regime de desenvolvimento à distância, seguido de 10 dias intensivos de finalização e montagem, em Maputo, os participantes serão orientados para a conceção e criação de obras de arte multimédia que “reciclem” imagens do arquivo audiovisual os PALOP, criando narrativas que proporcionem novas interpretações da História e da Memória, a elas associadas. O trabalho será acompanhado pela tutora residente Ângela Ferreira, curadores convidados e uma equipa técnica de apoio, e a exposição inaugura a 6 de Abril de 2024, no espaço da Fortaleza de Maputo.

Podem candidatar-se artistas visuais e curadores emergentes, dos PALOP, que desenvolvam a sua prática artística em campos vários de execução multimédia e que apresentem um projeto para a reutilização de recursos de arquivos audiovisuais públicos e/ou privados.

 

CANDIDATURA (31 de Dezembro 2023 a 31 de Janeiro de 2024)

A inscrição é feita no formulário online, acessível no link:

http://bit.ly/Formulario2024_UPCycles

No formulário solicita-se o envio de dados pessoais e os seguintes documentos:

- Scan do Documento de Identificação (BI ou passaporte);

- Portfólio de trabalhos dos últimos 3 anos, com links ou website de trabalhos anteriores

(em formato PDF, ficheiro não superior a 10MB);

- CV;

- Carta de Motivação explicando o seu interesse na UPCycles;

- Projeto Artístico contendo: Memória Descritiva (até 500 palavras), Esboços (mínimo 2),

Imagens ou Fotos de Referência (entre 3 e 10) e a indicação dos Arquivos com os quais

pretende trabalhar;

 

Divulgação dos resultados

15 de Fevereiro de 2024

 

REGULAMENTO

O Regulamento pode ser consultado e baixado em:

https://museucinemamoz.wixsite.com/upcyclespalop/regulamento

Nas suas três edições anteriores, a UPCycles recebeu mais de uma dezena e meia de artistas, entre os

quais, David Aguacheiro, Marilú Námoda, Eliana N’Zualo, Yassmin Forte, Samira Vera-Cruz, Ângelo Lopes,

Sofia Yala, Diogo Bento, e outr@s.

E-mail: upcycles2019@gmail.com I Facebook: upcyclespalop I Instagram: upcyclespalop

Mais informações e esclarecimentos:

upcycles2019@gmail.com e das redes sociais da UPCycles e da AAMCM - Diana Manhiça +258 848605699

 

16.01.2024 | por Nélida Brito | Africa, arte, PALOP's

Set-UP: Podcast sobre dança contemporânea portuguesa lança segunda temporada

Fica disponível a 18 de fevereiro a segunda temporada do Set-up: Podcasts da dança contemporânea portuguesa. O projeto, lançado em 2023,  tem como principal objetivo a criação de um arquivo sonoro e visual sobre as histórias de vida e o percurso profissional de algumas das mais relevantes figuras da dança contemporânea portuguesa. Criado pela Sekoia - Artes Performativas, o conjunto de conversas será lançado, em formato áudio, no Spotify e Apple Podcasts, em vídeo, no Youtube, contando com tradução para inglês e linguagem gestual. 

A segunda edição convidou 11 artistas de diversas gerações e correntes artísticas, o que resultou num igual número de conversas moderadas por Ana Rocha onde se abordaram alguns dos principais momentos profissionais e pessoais de: Ana Rita Teodoro, Clara AndermattCláudia DiasDavid Marques, Gaya de Medeiros, João FiadeiroMarco da Silva FerreiraMiguel PereiraTânia CarvalhoVânia Gala e Victor Hugo Pontes.

A primeira edição do projeto já havia lançado entrevistas com Carlota Lagido, Catarina Miranda, Filipa Francisco, Joana Castro, João dos Santos Martins, Joana von Mayer Trindade e Hugo Cristovão, Joclécio Azevedo, José Laginha, Madalena Vitorino, Francisco Camacho, Olga Roriz, Odete Ferreira, Rui Horta, Sofia Dias & Vítor Roriz, Vânia Rovisco e Vera Mantero. 

16.01.2024 | por Nélida Brito | arte, dança, podcast

"Rosinha e outros bichos do Mato", de Marta Pessoa

“ROSINHA E OS OUTROS BICHOS DO MATO”, é um documentário de Marta Pessoa que perscruta a ideia de “racismo suave” e como esta vem beber ao enaltecido colonialismo português. A Rosinha titular é uma nativa guineense que se torna no símbolo da primeira exposição colonial portuguesa apresentada pelo Estado Novo em 1934. Uma viagem ao passado para entender o presente.

O filme estreia já dia 18 (quinta-feira)!

Onde assistir?

Dia 19 de janeiro- Cinema City Alvalade (com Patrícia Ferraz de Matos)

Dia 23 de janeiro- Cinema City Alvalade (com Aurora Almada e Santos)

ROSINHA E OS OUTROS BICHOS DO MATOROSINHA E OS OUTROS BICHOS DO MATO

ROSINHA E OS OUTROS BICHOS DO MATOROSINHA E OS OUTROS BICHOS DO MATO

16.01.2024 | por Nélida Brito | Africa, cinema, colonialismo, exposição colonial do Porto

"Cardinal Virtue": exposição individual do artista londrino Faisal Abdu'Allah inaugura a 20 de janeiro no Hangar

Cardinal Virtue ©Faisal Abdu'AllahCardinal Virtue ©Faisal Abdu'Allah

Inaugura no próximo dia 20 de janeiro de 2024, no Hangar - Centro de Investigação Artística, em Lisboa, a exposição “Cardinal Virtue” de Faisal Abdu’Allah. Este artista londrino, conhecido pelas suas obras de grande escala que exploram a interseccionalidade da identidade, vai estar em Lisboa para esta inauguração.

Esta será uma oportunidade para conhecer o trabalho deste artista que, no início dos anos 80, rompeu com o establishment artístico britânico e com as regras da representação institucional, tendo seleccionado os seus temas a partir da utopia emigrada, da consciência social afro-britânica, da identidade muçulmana e da vida da classe trabalhadora. Abdu’Allah tem exposto o seu trabalho por todo o mundo, participou na Bienal de Turim, na 55ª Bienal de Veneza e na Aqua Art Miami, tendo recebido vários prémios como o Joan Mitchell, Mayor of London Award, NEA e The Andy Warhol Foundation for the Visual Arts. As suas obras fazem parte das colecções da Tate Britain, do V&A Museum, do MMoCA e do Chazen Museum. Podemos também encontrá-lo nos documentários “Live Salon with Faisal Abdu’Allah” (2006) e The Fade (2012).

 

Esta exposição individual estará patente até ao dia 28 de fevereiro.

Ainda antes deste momento, vai ser exibida no Hangar - Centro de Investigação Artística a obra “Goals” de Jabulani Maseko. Esta peça de dez minutos desenrola-se numa ampla paisagem de inverno na Suíça, captando a luta de Maseko enquanto empurra uma baliza de um lado para o outro do quadro, uma obra que reafirma a forma de trabalhar do artista, que reflete frequentemente o local onde se encontra geograficamente num determinado momento. Após a projeção de “Goals”, está programada uma conversa interactiva com Jabulani Maseko, que irá aprofundar o tema abrangente do corpo no trabalho do artista, explorando a sua recorrência e significado no seu portfólio artístico mais vasto. 

 

Todas estas actividades são de entrada livre

O Hangar - Centro de Investigação Artística está aberto de quarta a sábado das 15h às 19h.

 

Sobre Faisal Abdu’Allah 

Dr. Faisal Abdu’Allah (nascido em 1969), em Londres, é um artista contemporâneo mais conhecido pelas suas obras de grande escala que exploram a interseccionalidade da identidade. Abdu’Allah foi exposto nos cinco continentes e participou na Bienal de Turim, na 55ª Bienal de Veneza e na Aqua Art Miami. Abdu’Allah colaborou com Sir David Adjaye, Virgil Abloh, o coreógrafo Frank Gatson Jr. e a cantora Brandy. Abdu’Allah recebeu vários prémios de prestígio, incluindo o Joan Mitchell, Mayor of London Award, NEA e The Andy Warhol Foundation for the Visual Arts. As suas obras fazem parte das colecções da Tate Britain, do V&A Museum, do MMoCA e do Chazen Museum. Abdu’Allah é o Presidente Distinto da Família Chazen em Arte e Reitor Associado para as Artes na UW-Madison. Abdu’Allah é protagonista do atual documentário da Netflix, The Fade, e é representado pela Magnolia Editions e pela Autograph.

 

Sobre Jabulani Maseko

Jabulani Maseko, nasceu na África do Sul do Apartheid em 1977, foi o primeiro aluno negro em Redhill, uma escola particular para crianças brancas na época. Deixou a África do Sul aos 18 anos, coincidindo com o colapso do regime. O seu desejo pelo ensino superior levou-o ao Reino Unido, onde obteve um mestrado na Slade School of Fine Art, em Londres. As obras de Maseko têm sido exibidas em exposições coletivas e individuais nos Estados Unidos, Europa e África, e fazem parte de várias coleções conceituadas. O arsenal criativo de Jabulani Maseko, que abrange escultura, desenho, pintura, instalação e performance, gravita frequentemente em torno de materiais ricos em significado da sua infância no apartheid na África do Sul.

 

> > > > > >  AGENDA HANGAR

 

>>> “Goals” de Jabulani Masek (projeção + conversa)

Data: 18 janeiro, 19h

 

>>> “Cardinal Virtue” de Faisal Abdu’Allah  (exposição)

Inauguração: 20 janeiro 

Patente até 28 de fevereiro 

Hangar - Centro de Investigação Artística

Rua Damasceno Monteiro 12

1170-112 Lisboa

Quarta a sábado | 15h – 19h

entrada livre 

Para mais informações, por favor contactar:

Rita Bonifácio | press.hangarcia@gmail.com | 918453750

15.01.2024 | por Nélida Brito | Africa, arte afro-britânica, Faisal Abdu'Allah

Em Memória da Memória. Interrogações e testemunhos pós-imperiais

Episódio #10 “Herdar o Império” Conversa com Ariana Furtado
 

Márcio de Carvalho (cortesia do artista)Márcio de Carvalho (cortesia do artista)Em memória da memória, sentamo-nos com Ariana Furtado.
Ariana Furtado nasceu em Cabo Verde em 1976 e veio viver para Portugal ainda bebé de colo. A sua biografia e a da sua família, ascendentes e descendentes, acabaram por ocupar um lugar central no trabalho pedagógico e social que faz. Sobretudo na área da educação, vocação maior e cumprida. Professora do 1.º ciclo do ensino básico, tradutora de livros infantis e coautora do projeto “Com a mala na mão contra a discriminação”, Ariana contorno-nos neste encontro um pouco mais dessas suas outras mil faces.
As vivências de Ariana, entre Cabo Verde e Portugal, configuram-se em labirintos que se inscrevem sem nome. São experiências marcadas na pele e que transportaram para a sua biografia íntima, familiar e profissional. Essas heranças do império, e que o tempo não apaga, Ariana espera que se mitigem na próxima geração, a da sua filha Madalena.
A realização é de Inês Nascimento Rodrigues, a edição de som de José Gomes e a imagem gráfica de Márcio de Carvalho. Indicativo: voz de Rui Cruzeiro e música original da autoria de XEXA.

Ouvir aqui. 

12.01.2024 | por mariana | Africa, african culture, african studies, ariana furtado, cabo verde

Problematizar a realidade| Descolonizar a descolonização | Philip Cartelli, Samir Gandesha

Programa 3: Descolonizar a descolonização I Fundação Calouste Gulbenkian, Auditório 3 I 18.01.2024 | 18h30
Exibição integral:Borom sarret (1963, 20 min.) de Ousmane Sembène
Discussão: Philip Cartelli, Samir Gandesha

As obras de arte, nomeadamente aquelas que trabalham a partir de material documental, podem oferecer um apelo particularmente desafiante para refletir sobre a realidade. Enquanto a ligação indexante à realidade que abordam garante ao som e à imagem uma credibilidade específica, a postura do artista, a sua escolha estética, temática e política, bem como a posição autorreflexiva, podem gerar uma avaliação crítica sobre a constituição dessa realidade. É neste ponto que a arte encontra a filosofia. A reflexão sobre a relação entre o mundo factual e a sua apropriação subjetiva, questionando as reivindicações hegemónicas de objetividade e autoridade e problematizando as contradições inerentes à sociedade, são, por imanência, questões filosóficas.
A presente edição de Problematizar a realidade – encontros entre arte e filosofia reúne um conjunto de seis sessões de discussão e quatro seminários, decorre na Fundação Calouste Gulbenkian e foca-se no momento em que a arte e a filosofia estabelecem diálogos produtivos, propondo abordagens diversificadas sobre o pensamento contemporâneo. Cada sessão de discussão parte da exibição parcial ou integral de obras de arte, acompanhada por uma reflexão conduzida por teóricos, investigadores ou artistas.
A terceira sessão de discussão acontece em janeiro e reúne o artista Philip Cartelli e o investigador Samir Gandesha numa reflexão suscitada pela exibição de Borom sarret (1963), da autoria de Ousmane Sembène, considerado o pai do cinema africano. O filme retrata um dia na vida de um condutor de carroças em Dakar (Senegal), cujo percurso sublinha a separação da cidade, entre os espaços pobres e os condomínios fechados. Nas palavras de Samir Gandesha, trata-se de um minimalismo formal com várias camadas de complexidade que revelam a violência estrutural, estabelecida e consolidada através das relações coloniais de classe e de género, que perduram no período pós-independência.
Philip Cartelli (EUA) é artista e investigador, cujo trabalho em filme e vídeo foi apresentado em festivais e outros eventos, incluindo: Locarno Film Festival, Edinburgh International Film Festival, Visions du Réel (Nyon), Torino Film Festival, FIDMarseille e Art of the Real (Film at Lincoln Center, Nova Iorque). Cartelli foi participante no Whitney Independent Study Program (Nova Iorque) e é doutorado pela Harvard University (onde foi membro do Sensory Ethnography Lab) e pela École des hautes études en sciences sociales (Paris). Atualmente, é Professor Associado no Department of Visual Arts do Wagner College (Nova Iorque).
Samir Gandesha (Canadá) é Professor Associado no Department of the Humanities e Diretor do Institute for the Humanities, ambos na Simon Fraser University (Canadá). Para além da autoria de artigos, capítulos de livros e entradas de enciclopédias, é editor de Spectres of Fascism: Historical, Theoretical and International Perspectives (Pluto Press, 2020), Crossing Borders: Essays in Honour of Ian H. Angus, Beyond Phenomenology and Critique (Arbeiter Ring, 2020, com Peyman Vahabzadeh), Aesthetic Marx (Bloomsbury Academic, 2017, com Johan F. Hartle), Spell of Capital: Reification and Spectacle (Amsterdam University Press, 2017, com Johan F. Hartle), Arendt and Adorno: Political and Philosophical Investigations (Stanford University Press, 2012, com Lars Rensmann), entre outros.


Duração da sessão: 120 Min. | M/14 | Entrada livre, sujeita à lotação da sala.
Filme falado em francês e legendado em português e inglês; a discussão é em língua inglesa com tradução simultânea para português.
Ver site Para mais informações, por favor contactar:
info@problematisingreality.com
www.facebook.com/ProblematisingReality

04.01.2024 | por martalanca | Philip Cartelli, Samir Gandesha

Mostra de Cinema IPO Lisboa 100 Anos

Inserida nas comemorações do centenário do Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil, a Mostra de Cinema organizada em parceria com o IndieLisboa vai levar ao ecrã do Cinema São Jorge seis filmes que apresentam diversas abordagens e perspectivas sobre a forma como lidamos com o corpo e o cancro.

A inauguração é às 18h de sexta-feira (05/01), precedida por um cocktail de abertura antes da exibição de A Luta Contra o Cancro em Portugal, curta-metragem documental assinada por António Lopes Ribeiro em 1952, uma obra histórica sobre a criação, construção e implementação do IPO em Lisboa. A sessão de abertura prossegue depois com La guerre est déclarée, realizado e protagonizado por Valérie Donzelli, filme de abertura da secção Semaine de la Critique do Festival de Cannes em 2011.

Da programação, destaque também para o debate que vai acontecer no sábado, depois da exibição do filme estreado no último Festival de Berlim, Notre corps, de Claire Simon (sábado às 15h). Com o objectivo de enriquecer a experiência dos espectadores e discutir os temas abordados, o debate é moderado pela radialista Joana Cruz, com as participações de Paula Chaves (representante da Liga Portuguesa Contra o Cancro), Nuno Artur Silva (ex-secretário de Estado da Cultura e fundador das Produções Fictícias) e o poeta e editor das Edições Saguão, Rui Miguel Ribeiro.

Todas as sessões são apresentadas por profissionais de saúde do IPO que vão complementar a exibição de cada filme com uma visão experiente e de proximidade, de quem lida diariamente com a doença oncológica.

A mostra reúne filmes premiados, assinados por cineastas de prestígio como Nanni Moretti, Arthur Hiller ou Catarina Vasconcelos, que contam histórias de coragem, resiliência e esperança.

O programa da Mostra é o seguinte:

5 JANEIRO, SEXTA-FEIRA

18h00

A LUTA CONTRA O CANCRO EM PORTUGAL

António Lopes Ribeiro, Portugal, Documentário, 1952, 16’

+

LA GUERRE EST DÉCLARÉE

Valérie Donzelli, França, Ficção, 2011, 100’

21h00

LOVE STORY

Arthur Hiller, EUA, Ficção, 1970, 100’

6 DE JANEIRO, SÁBADO

15h00

NOTRE CORPS

Claire Simon, França, Documentário, 2023, 168’

»» sessão seguida de Debate

21h00

CARO DIARIO

Nanni Moretti, Itália, Ficção, 1993, 100’

7 DE JANEIRO, DOMINGO

15h00

THE FAREWELL

Lulu Wang, EUA / China, Ficção, 2019, 100’

18h30

A METAMORFOSE DOS PÁSSAROS

Catarina Vasconcelos, Portugal,

Documentário/Ficção, 2020, 101’

 

04.01.2024 | por martalanca | cinema

Inauguração da Toponímia Presença Africana em Lisboa

13 janeiro, 15h, Largo de São Domingos

No seguimento do projeto apoiado pela Câmara Municipal de Lisboa (CML) inserido no Programa BIP/ZIP, a Associação Cultural e Juvenil Batoto Yetu Portugal (BYP) tem o prazer de a/o convidar para estar presente na inauguração das placas toponímicas e da estátua que assinalam algumas personalidades e espaços da presença africana na cidade de Lisboa. O evento terá lugar dia 13 de janeiro, pelas 15h, no Largo de São Domingos (Rossio, Lisboa). Este projeto é composto por 20 placas, distribuídas pelos principais locais de memória da histórica presença africana na cidade, e conta também com uma estátua em homenagem a “Pai Paulino”, obra do escultor moçambicano Frank Ntaluma. Este projeto foi realizado em parceria próxima com o Hangar, Gabinete de Estudos Olissiponenses, Jardim Botânico Tropical, JF de Arroios, JF da Misericórdia, JF de Santa Maria Maior, JF de Santo António, JF de São Vicente, JF de Belém, JF da Estrela, Museu da Marioneta, Paroquias associadas à Igreja da Graça, Igreja de São Domingos, Basílica dos Mártires, Lisbon Walker, Sardinha do Bairro Tuk Tuk, Battuta Experiencies Tuk Tuk, Traço Invulgar Lda (Mármores e granitos), apoiantes via crowdfunding, PAR – Respostas Sociais, Casa Pia de Lisboa, I.P. e Infotreff.

Este projeto contou com a consultoria da Professora Doutora Isabel Castro Henriques, bem como com o apoio técnico da DMC/DPC/DSPC/CML. Este evento, de relevância nacional e internacional, é parte de um percurso traçado pela BYP, que data de 1996 – ano da sua fundação –, a partir da qual, a associação se empenhou no resgate de um conjunto de manifestações e práticas artísticas do continente e da diáspora africanas, continuado mais tarde pela sua investigação sobre o Fado Dançado, as Visitas Guiadas aos espaços de presença africana na Área Metropolitana de Lisboa e no Vale do Sado e, mais recentemente pela promoção, em parceria com a Secretaria de Estado da Igualdade e Migrações, da Plataforma Memória Africana Digital em Portugal.

04.01.2024 | por martalanca | batoto yetu portugal, ISABEL CASTRO HENRIQUES, presença africana