Edital para atribuição de uma Bolsa de Investigação

Encontra-se aberto concurso para a atribuição de uma Bolsa de Investigação para licenciado no âmbito do projeto intitulado “O trabalho da arte e a arte do trabalho: circuitos criativos de formação e integração laboral de imigrantes em Portugal”, financiado pelo Alto-Comissariado para as Migrações (ACM), através do Programa Anual 2013 do Fundo Europeu para a Integração de Nacionais de Países Terceiros (FEINPT), e em curso no CIES-IUL do ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL).

 

Área Científica: Estudos Urbanos

Requisitos de admissão: Os candidatos deverão possuir formação académica em ciências sociais (licenciados ou mestrandos) com experiência comprovada no uso da metodologia etnográfica.

Condições preferenciais: Os candidatos devem ter experiência na realização de entrevistas e de vídeo etnográfico. O domínio do inglês e do crioulo será valorizado.

Plano de trabalhos: Participação nas várias atividades do projeto de investigação, designadamente na recolha, análise e sistematização de informação, na elaboração dos relatórios finais e colaboração na realização de um vídeo-documentário.

Legislação e regulamentação aplicável: Estatuto do Bolseiro de Investigação Científica; Regulamento da Formação Avançada e Qualificação de Recursos Humanos 2010 e Regulamento de Bolsas e Investigação da Fundação para a Ciência e a Tecnologia em vigor (www.fct.pt/apoios/bolsas/regulamento.phtml.pt) e Regulamento de bolsas do ISCTE-IUL.

Local de trabalho: O trabalho será desenvolvido no CIES-IUL, sob a orientação científica dos coordenadores do projeto, Doutora Lígia Ferro e Doutor Otávio Raposo.

Duração da bolsa: A bolsa terá a duração de 6 meses, eventualmente renováveis até ao final do projeto, com início previsto para 27/10/2014.

Valor do subsídio de manutenção mensal: O montante da bolsa corresponde a 745€ conforme tabela de valores das bolsas atribuídas diretamente pela FCT, I.P. no País (http://alfa.fct.mctes.pt/apoios/bolsas/valores).

Métodos de seleção: O processo de seleção será desenvolvido com base na avaliação curricular e eventualmente uma entrevista. A avaliação curricular orienta-se pela valorização dos seguintes elementos:

a) Classificação da licenciatura (ponderação de 20%);

b) Experiência de trabalho no domínio das temáticas dos Estudos Urbanos e das Migrações (ponderação de 30%);

c) Formação em métodos qualitativos e experiência de trabalho de campo com metodologia etnográfica (ponderação de 30%);

d) Experiência de trabalho com vídeo-documentário (ponderação de 10%);

e) Domínio do inglês e do crioulo (ponderação de 10%);

Caso o júri considere necessário a entrevista individual, a mesma terá uma ponderação de 40%.

Composição do Júri de seleção: A seleção dos candidatos será efetuada por um júri constituído pelos coordenadores do projeto, acima identificados, e pelo Doutor Pedro Abrantes, investigador doutorado do CIES-IUL.

Forma de publicitação/notificação dos resultados: Os resultados finais da avaliação serão publicitados, através de lista ordenada por nota final obtida, sendo o candidato aprovado notificado através de e-mail.

Prazo de candidatura e forma de apresentação das candidaturas: O concurso encontra-se aberto no período de 22 de Setembro a 3 de Outubro de 2014.

As candidaturas devem ser formalizadas, obrigatoriamente através de correio eletrónico (cies@iscte.pt) com envio de carta de candidatura acompanhada dos seguintes documentos: Curriculum Vitae, certificado de habilitações e outros documentos comprovativos considerados relevantes, com indicação da referência da bolsa a que se candidata.

 

24.09.2014 | by martalanca | Bolsa, imigração

DERIVATIVO SEM TÍTULO DE MSHOGA MPYA, OU O NOVO HOMOSSEXUAL

2SET – 22H00 ZDB [Performance]Ato Malinda (USA, KEN, 2014), inserida no evento/part of RABBIT HOLE: ORORO RISES


Rabbit Hole traz uma nova super heroína ao Queer Lisboa para lutar contra o mal! Ororo, a Tempestiva, invoca fortes ventos do Este e faz ribombar os céus, chegando mesmo a tempo de enfrentar o vilão que ataca a sua vila. Saindo vencedora, faz chover sapos e trovões celebrando nesta festa com delirantes performances, instalações e música que irão ocupar a ZDB. Conta com a especial presença da artista Ato Malinda, vinda diretamente do Quénia, que irá apresentar a sua performance “Derivativo sem título de Mshoga Mpya, ou o Novo Homossexual” (2014), uma performance one-on-one com canções auto-etnográficas cantadas por Ato Malinda. Malinda interpreta melodias cantadas por cantoras pop, Cher, Emili Sandé e Tracy Chapman, com as suas próprias letras. Cada membro da audiência ouve as canções com headphones, uma de cada vez, enquanto Malinda atua sobre um mapa de plástico. O mapa em que Malinda se senta é uma representação textual de espaços queer em Nairobi, no Quénia. Malinda pinta a cara repetidamente com o atualmente universal símbolo para o movimento LGBTI; a bandeira arco-íris. Esta repetição perante a representação do espaço queer em Nairobi formula inevitavelmente as questões, é uma mulher africana que tem desejos pelo mesmo sexo no Quénia automaticamente identificável com a palavra lésbica ou com a comunidade LGBTIQ? O que é ser queer e/ou LGBTI no Quénia? A identificação mantém-se uma problemática central. Depois de algum tempo, a experiência expande-se para uma performance em grupo envolvendo todos os membros da audiência presentes, tornando-se uma performance de leitura, escrita e partilha de histórias. 



 

24.09.2014 | by martalanca | Ato Malinda, queer

Open Doors will be dedicated to four countries from the Maghreb

The thirteenth edition of Open Doors will be dedicated to four countries from the Maghreb: Algeria, Libya, Morocco and Tunisia.


With the support of the Swiss Agency for Development and Cooperation (SDC) of the Federal Department of Foreign Affairs, Open Doors aims to highlight and offer support to films and filmmakers from the South and the East, where independent filmmaking is vulnerable, involving a different region every year.

The next edition will concentrate on production in four countries in the Maghreb (Algeria, Libya, Morocco, Tunisia), region that the section focused on for the first time in 2005.  
The Festival will select a dozen projects and these will participate in the 2015 edition of Open Doors. The Co-production Lab (8 – 11 August) will bring the finalist directors and producers together with potential partners in order to encourage support for these projects to come to fruition.

Open Doors, in addition to enabling the selected directors and producers to meet possible co-producers, also offers participants workshops led by experts on relevant current issues in the film industry, which are held either in group session or in individual meetings. At the end of the four days the Open Doors Jury will give out several prizes. The Open Doors Grant, worth 50,000 CHF (ca. 40,000 Euro), is financed by the Swiss production support fund Visions Sud Est in collaboration with the SDC and the City of Bellinzona. Two further prizes will be awarded, one by the CNC (Centre national du cinéma et de l’image animée) and the other by ARTE.

In addition to these initiatives for professionals, the section also offers the general Festival audience the Open Doors Screenings, which present a selection of films that are representative of production in the countries involved.

The initiative is organized in close collaboration with the Locarno Festival’s Industry Office and support from its partners ACE (Ateliers du Cinéma Européen), EAVE (European Audiovisual Entrepreneurs) and the Producers Network Marché du Film (Cannes Festival) and the TorinoFilmLab.

As with the two previous editions dedicated to production in Africa, the section also benefits from the input of Alex Moussa Sawadogo, an expert in African film and director of the festival Afrikamera in Berlin.

Applications for the 2015 edition can be made as of today on the website www.opendoors.pardo.chand are reserved for projects from the four Maghreb countries involved (Algeria, Libya, Morocco, Tunisia).

 

The 68th edition of the Festival del film Locarno will take place 5 – 15 August, 2015.

24.09.2014 | by martalanca | cinema, Festival de Locarno, Open Doors

Instalação-performance Museu Encantador chega ao MAM-Rio

Projeto de arte multimídia e performance pensa a relação entre Brasil e Portugal a partir da noção de encantamento

A partir de 27 de setembro, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro recebe a instalação-performance Museu Encantador. Organizada pela performer e dramaturga portuguesa Rita Natálio e a diretora carioca Joana Levi, a exposição reúne vídeos, objetos, sons e obras de arte coletadas no Brasil e em Portugal e uma performance que será apresentada nos primeiros 10 dias da temporada. Durante oito meses de pesquisa, as artistas formaram uma expressiva rede de imagens e conteúdos em torno de algumas perguntas como: o que é encantamento? Existiria alguma relação entre encantamento e cultura? O que seria um museu do ‘encantamento cultural’ entre Portugal e Brasil?

O caráter colaborativo da instalação apresentada no MAM é montado a partir de doações artísticas vindas de 17 artistas brasileiros e portugueses. Chamados de doadores de encantos, artistas visuais, performers, pesquisadores e filósofos de ambos países foram convidados a realizar diálogos sobre noções pessoais de encantamento e história cultural, formando uma teia de encantos que ligam Brasil e Portugal. Entre os colaboradores, estão a artista carioca Laura Erber, o artista pernambucano Paulo Bruscky, a  psicanalista Suely Rolnik, o ator e diretor lisboeta André Teodósio e os performers portugueses Ana Borralho & João Galante

Além das doações de artistas, o Museu Encantador recolheu vídeos, fotografias, e entrevistas em passagens por Alter Do Chão, Recife, Natal, Curitiba e São Paulo. Nesses lugares, o projeto realizou também oficinas, conversas públicas e mostras de processo.

A performance que acompanha a instalação conta com a presença das criadoras Rita Natálio e Joana Levi, além da dançarina portuguesa Teresa Silva. Esta performance procura pensar a relação entre Brasil e Portugal no século XXI. “Trata-se de elaborar um pensamento sobre a colonização, descolonizando o pensamento. É preciso não temer os clichês.Tocar os vestígios, analisar o pó debaixo dos tapetes e abraçar essa estranha mistura de vivo e morto que os museus nos apresentam. Apesar de ser pensada para hoje, é uma performance com muitos fantasmas”, comentam Rita e Joana.

O Museu Encantador estará no MAM-Rio entre 27 de setembro e 26 de outubro e foi contemplado pelo Prêmio Funarte Redes Artes Visuais – 10ª edição. Atenção: as performances serão dias  27 de setembro, às 17h, 28 e 29 de setembro, às 16h e dias 1, 2, 3, e 4 de outubro, às 16h. No dia 4 terá lugar uma palestra com um dos doadores de encantos, André Lepecki, pesquisador e professor no Departamento de Performance Studies da Universidade de Nova Iorque.

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22.09.2014 | by martalanca | MAM, Museu Encantado, Ritá Natálio

Queer Focus: África

Começou a 20 e vai até 27 de Setembro na Cinemateca Portuguesa e no Cinema S. Jorge e ZDB, em Lisboa: o Queer Focus: África.  No extenso processo de globalização, parece chegado o tempo de África. Assim se vem repetindo nos meios de comunicação globais, como nos fóruns económicos, políticos e académicos. Entre as  múltiplas transformações que ocorrem nesse processo, vamos fixar-nos no campo das sexualidades, particularmente das relações entre pessoas do mesmo sexo. Este tema ocupará a programação do  AFRICA.CONT do próximo ano, com abordagens vindas de perspectivas diferentes: das ciências sociais e  humanas, da literatura, das artes visuais, do teatro.
Antecipando esse ciclo, alojamo-nos confortavelmente na edição de 2014 do Festival Queer Lisboa, a  18ª, ocupando o habitual Queer Focus deste ano com cinema africano. E o cinema é um excelente ponto de partida; porque nos permite uma entrada africana mais directa na discussão, contrabalançando a presença ainda hoje dominante de vozes não-africanas na investigação destas formas não hétero-normativas de sexualidade; porque nos permite aceder a formas de vida, de  resistência, de afirmação na vida quotidiana, invisíveis e inaudíveis nos discursos institucionais dos estados e das igrejas, nos debates do espaço público, bem como na maioria dos discursos académicos, e das abordagens técnicas que proliferam desde a epidemia da sida.
Não ignorando as armadilhas da taxonomia sexual ocidental, que certamente serão discutidas no  próximo ano, utiliza-se aqui a palavra homossexualidade para abranger toda a variedade de comportamentos sexuais com pessoas do mesmo sexo, presentes em África, como em todos os continentes e culturas. Não no sentido que tem habitualmente para nós desde que foi inventada na segunda metade do século XIX – referindo-se especificamente ao comportamento sexual entre homens ou entre mulheres, que são identificadas por outros e se identificam assim elas próprias, de acordo com o sexo das suas parceiras; mas antes no seu sentido etimológico de sexualidade dentro do mesmo (homo) sexo. E vale a pena recordar que, por exemplo nos nossos países do sul da Europa há mulheres e homens que têm relações sexuais dentro do seu sexo, sem que se identifiquem a si próprios como homossexuais…
Entre os muitos mitos que os europeus criaram sobre África, um dos mais antigos e mais persistentes é o de que a homossexualidade está ausente, ou é episódica, nas sociedades africanas. Em 1781, numa obra que inaugura a sexualização dos africanos (História do Declínio e Queda do Império Romano), Edward Gibbon escreveu: “ Acredito, e espero, que os negros nas suas próprias terras estão isentos desta pestilência moral.” Um excecionalismo da sexualidade africana, face à “sodomia” com que os cruzados medievais caracterizavam os muçulmanos e de que as inquisições ibéricas acusavam os marranos ou cristãos-novos; mas também das práticas “pagãs” semelhantes que se considerou identificarem os novos mundos encontrados a partir do século XVI – as Índias Ocidentais e a virilidade das suas mulheres por contraste com a masculinidade reduzida dos homens; como nas Índias Orientais,
no Extremo Oriente, e mais tarde, nos povos do Pacífico. Na frente interna, na Europa, “pecado abominável” ou “nefando” primeiro, “crime”, “doença fisiológica” ou “desordem psicológica”, algumas das designações sucessivamente utilizadas, indicam que os comportamentos homossexuais foram sempre vistos como o “outro” que permite definir o “nós”, europeus, brancos, homens, heterossexuais. Já era assim com Heródoto no século V ac, ao distinguir os Helénicos dos Bárbaros que supostamente se entregavam a práticas sodomitas.
Nas últimas duas ou três décadas já bastantes estudos têm vindo a pôr em causa essa excecionalidade africana e a refutar o argumento da não-africanidade do sexo homo-sexual, introduzido pelos árabes primeiro, pelos colonizadores depois, mas sempre não-africano. E na vida social surge efectivamente uma identificação política da homossexualidade, com os seus agentes a fazerem da sua orientação sexual uma questão política de direitos de cidadania e direitos humanos. O que é também acompanhado de uma criminalização crescente dessas sexualidades em muitos países do continente africano.
É esta complexidade actual que esperamos que os filmes que são apresentados nos dêem a ver e a ouvir, dos quais pode ainda assistir, entre outros, a estes:

Consulte o programa completo aqui.  

Mercedes; Yousry Nasrallah (EGY, FRA, 1993, 108’), Fic.

[24 Set, 19h30 / 25 Set, 19h00] Cinemateca Portuguesa

 

Priest; Ntare Mwine (UGA, 2013, 7’), Fic.

[22 Set, 15h30] Cinemateca Portuguesa

 

Call Me Kuchu; Malika Zouhali-Worrall, Katherine Fairfax Wright (USA, UGA, 2012, 87’), Doc.

[22 Set, 15h30] Cinemateca Portuguesa

 

Dakan; Mohamed Camara (GIN, FRA, 1997, 87’), Fic.

[24 Set, 19h00] Cinemateca Portuguesa

 

Tall as The Baobab Tree; Jeremy Teicher (SEN, USA, 2012, 82’), Fic.

[25 Set, 22h00] Cinemateca Portuguesa

 

Aya de Yopougon; Marguerite Abouet, Clément Oubrerie (FRA, 2013, 84’), Anim.

[27 Set, 15h30] Cinemateca Portuguesa

 

 

22.09.2014 | by martalanca | Queer Focus on Africa

Festival Internacional de Fotografia de Cabo Verde - inscrições abertas!

Até 22 SET.- última semana!

INSCRIÇÕES ABERTAS A FOTÓGRAFOS, ARTISTAS, 
COLECTIVOS E INSTITUIÇÕES

O Festival Internacional de Fotografia de Cabo Verde pretende incentivar a criação artística contemporânea, abrindo este espaço para a divulgação de trabalhos de fotógrafos nacionais e internacionais.A convocatória FIFCV está aberta a candidaturas para a integração de projectos na programação de exposições da sua edição 2014. Uma oportunidade de divulgação de trabalhos, ao lado de nomes consagrados da fotografia internacional, e visibilidade junto de um público alargado de profissionais, curadores ou galeristas.
Procuramos trabalhos interessantes, com uma abordagem genuína sobre determinado tema ou questão. Serão valorizados a coerência do projecto, a profundidade e intensidade na aproximação ao tema, a originalidade na perspectiva adoptada ou a clareza da linguagem visual.
A curadoria do FIFCV irá seleccionar os projectos submetidos em duas fases:
1. Selecção alargada para divulgação na página facebook do FIFCV;
2. Selecção dos melhores projectos para produção e montagem de uma exposição enquadrada na programação do FIFCV.

Será seleccionada uma proposta caboverdiana e uma proposta internacional para uma exposição na galeria Zero Point Art, no âmbito da programação do FIFCV 2014, com curadoria de Diogo Bento e Alex da Silva.
PARTICIPAÇÃO:
Envie entre 6 a 15 fotografias para o e-mail opencall2014@fifcv.com, com os seguintes dados:
- Nome do autor
- Nacionalidade
- Endereço de e-mail
- Website (opcional)
- Biografia
- Título do projecto
- Ano de produção
- Sinopse do projecto

PRAZOS:
As candidaturas poderão ser enviadas até 22 de Setembro. 

Para mais informações, por favor descarregue o Regulamento.
Se tiver alguma dúvida, por favor contacte-nos através do e-mail

opencall2014@fifcv.com.

Mais informações 

17.09.2014 | by martalanca | cabo verde, fotografia

Retornos, Exílios e Alguns que Ficaram

12 e 13 de Setembro às 21h no Festival TODOS, na Escola Superior de Dança, Lisboa

I.

Na sequência do processo de descolonização de 1974-75, milhares de pessoas regressaram das ex-colónias portuguesas. Mas o que quer exactamente dizer este ‘regressar’? Dentre essas pessoas há as histórias daqueles que pouca relação tinham com Portugal, considerando portanto que são exilados e não retornados; outros há que decidiram ficar lá e ajudar a construir um país novo; outros ainda que, embora retornando, não o tinham desejado. Chegados à ‘metrópole’, enfrentaram toda a forma de desafios e provações destinadas aos que começam do zero, num clima de acentuado preconceito para consigo, os “retornados”, os que “vinham ocupar os lugares dos que já cá estavam antes”, tudo isto aliado a imagens de um colonialismo de chibata na mão com que estas pessoas foram representadas no imaginário dos que habitavam a metrópole. Desta história complexa e contraditória localizada no contexto de um também complexo e contraditório processo revolucionário, estamos ainda hoje a tentar discernir os fios com que se entretecem as narrativas oficiais da história de Portugal desse período. Foi por desconfiarmos das narrativas oficiais e também por acreditarmos numa história construída a partir de testemunhos directos dos seus intervenientes - ou seja das pessoas - e talvez, mais fundamentalmente, por não sermos historiadores mas sim criadores teatrais, que fomos à procura dessas pessoas e das suas história e com elas construímos este espectáculo – que é uma viagem por vidas, por traumas, por livros de história, por pequenas e grandes memórias, e pelas nossas próprias perplexidades ante tudo isto.

“No IARN as secretárias eram velhas e sujas e as cadeiras onde os retornados se sentavam quando chegava a sua vez estavam desconjuntadas, tenho a certeza de que nem aguentariam um corpo pesado como o do pai. Estavam lá retornados de todos os cantos do império, o império estava ali, naquela sala, um império cansado, a precisar de casa e de comida…”
(Dulce Maria Cardoso, O Retorno)



II.

Construído a partir de uma aprofundada recolha de testemunhos e histórias de vida de pessoas que viviam nas ex-colónias portuguesas aquando do processo de Descolonização e de independência destas novas nações africanas, este espectáculo foi apresentado pela primeira vez em Janeiro de 2014 no Solar do Dão, em Viseu.
Agora na Escola Superior de Dança, e integrado no Festival Todos, revisitamos estes testemunhos, estas pessoas e fragmentos das suas histórias. sentimos que a missão primordial do Teatro do Vestido neste momento é a de abordar de forma performática fragmentos da história de Portugal que nos possam fazer melhor entender o nosso presente, desafiando aquilo que Eric Hobsbawn descreveu como este “presente permanente” em que todos vivemos. Os processos históricos traumáticos da Guerra Colonial, da Colonização e Descolonização são parte integrante desta tentativa de entendimento deste ‘País Possível’.

 

Direcção, Texto, Espaço Cénico: Joana Craveiro
Interpretação: André Amálio, Inês Rosado, Isabelle Coelho, Joana Craveiro
Iluminação: Cristóvão Cunha
Assistência: Sabine Delgado
Produção: Rosário Faria
Co-produção: Teatro do Vestido/ Teatro Viriato

10.09.2014 | by martalanca | Joana Craveiro, retornados, teatro, Teatro do Vestido

Africa Queer em Lisboa

O Festival Internacional de Cinema Queer, realiza-se de 19 a 27 de Setembro no Cinema São Jorge e na Cinemateca Portuguesa. Apresentado na Cinemateca Portuguesa, o programa Queer Focus on Africa, uma colaboração com o Africa.Cont, sugere um olhar à forma como o cinema queer se tem vindo a desenvolver no continente africano, resgatando títulos emblemáticos como Touki Bouki (Senegal), de Djibril Diop Mambéty ou Appunti per un’Orestiade Africana (Itália, Marrocos), de Pier Paolo Pasolini, e propondo uma série de debates, instalações e performances com artistas africanos convidados. De 20 a 27 de Setembro, a Cinemateca Portuguesa será palco também de exposições da egípcia Amanda Kerdahi, e do franco-argelino Kader Attia.

A edição que assinala os 18 anos daquele que é o mais antigo festival de cinema de Lisboa fica marcada também pelo anúncio da chegada à cidade do Porto, este ano com a Retrospectiva de Waters, e a partir de 2015, com aquela que será a primeira edição do Queer Porto. Este ano, que o director do festival, João Ferreira, afirma como sendo o de um “ponto de viragem para o Queer Lisboa, em que o festival conhece mais um salto qualitativo”, é também marcado pelo lançamento do livro Cinema e Cultura Queer, onde se traça um panorama do cinema queer internacional, através do que foi a programação do Queer Lisboa desde 1997, e onde se reúne conjunto de ensaios que faz aquela que é a primeira abordagem exaustiva da história do cinema queer em Portugal.

Pela primeira vez, Portugal sobe à segunda posição de país com mais filmes programados, com um total de 18 títulos, superado apenas pelo Reino Unido, com 20 filmes. França e Alemanha estão representadas com 17 títulos cada, no ano em que o Queer Lisboa conseguiu o apoio do Programa MEDIA, da Comunidade Europeia, um importante impulso para a promoção do cinema europeu no Festival. O Queer Lisboa 18 é financiado pela Câmara Municipal de Lisboa / EGEAC, pelo ICA – Instituto do Cinema e do Audiovisual, pelo Programa MEDIA, e um conjunto de apoios privados, contando com um orçamento de cerca de Eur 130 mil ao qual acrescem as receitas previstas em Eur 20 mil, totalizando Eur 150 mil.

 Touki Bouki (Senegal) Touki Bouki (Senegal)

ver o programa completo

04.09.2014 | by martalanca | cinema, lisboa, queer

Passatempo BUALA - Grisis

A 4 de Setembro estreia, em Lisboa, o filme Grigris. Este é o primeiro filme do realizador chadeano a estrear comercialmente em Portugal. É um vibrante exemplo do cinema feito no continente africano. Grigris esteve em competição no Festival de Cannes, onde ganhou o Vulcan Prize.

Em parceria com a Medeia Filmes, o BUALA oferece 15 convites duplos para a antestreia do filme, que terá lugar no Cinema Medeia Monumental, HOJE, dia 2 de Setembro, às 21h30. Os bilhetes serão destinados aos primeiros a responder à seguinte pergunta:

 

- Como se chama o realizador de Grisis

 

(responda na caixa de comentários ou no Facebook do Buala)

 

Sinopse:

Grisgris, um rapaz de 25 anos com uma vida complicada no Chade, sonha tornar-se um bailarino. Um desafio, tendo em conta que uma das suas pernas se encontra paralisada. Mas os seus sonhos tornam-se ainda mais complicados quando o seu tio fica gravemente doente. Para o salvar, Grisgris aceita trabalhar no tráfico de combustível…

 

Festivais e Prémios:

Festival de Cannes – Selecção Oficial – Competição – Prémio Vulcain

Dubai International Film Festival – Selecção Oficial Competição

 

 

 



02.09.2014 | by martalanca | Chade, cinema, Grigris, Mahamat-Saleh Haroun

As Confissões Verdadeiras de um Terrorista Albino

As Confissões Verdadeiras de um Terrorista Albino, do sul-africano Breyten Breytenbach com encenação de Rogério de Carvalho e interpretação do Teatro Griot, em palco de 2 a 4 de Setembro, às 21h30 no Teatro do Bairro, em Lisboa.

No livro As Confissões Verdadeiras de um Terrorista Albino, Breyten Breytenbach escreve sobre as suas memórias do cárcere: a excruciante narrativa da sua viagem através da máquina infernal do sistema prisional sul-africano, com todo o seu cortejo de horrores, histórias inacreditáveis, figuras humanas.

É uma reflexão do prisioneiro isolado de todas as suas ligações com o mundo, que acaba por duvidar da realidade daquilo que vive. Um texto que é ao mesmo tempo um testemunho dramático e uma obra literária de grande qualidade poética.

«Como dizer este texto de Breytenbach? Como manifestar a carga poética que o livro transporta? Que tipo de realidade dramática se pode construir? Exclamativa (tragédia)? Narrativa? Afirmativa? A questão do Teatro como Arte tem sido sempre encontrar os meios justos para dizer e traduzir o que vivemos: o que tem lugar não se pode dizer com a língua que se fala vulgarmente – é necessário encontrar outras modalidades de palavras para dizer o que nos acontece coletivamente. E esta é a razão fundamental para a escolha de As Confissões Verdadeiras de um Terrorista Albino de Breyten Breytenbach.»

Intérpretes: Ana Rosa Mendes, Daniel Martinho, Giovanni Lourenço, Maria Duarte, Matamba Joaquim, Miguel Eloy e Zia Soares. Co-produção entre o Teatro GRIOT e Programa Gulbenkian Próximo Futuro.

27.08.2014 | by martalanca | Breyten Breytenbach, Rogério de Carvalho, teatro griot

Inscrições abertas para o Mestrado em Estudos Africanos do ISCTE-IUL

O ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa, informa que estão abertas as inscrições para o Mestrado em Estudos Africanos (MEA), um dos mais antigos e conceituados mestrados nesta área científica no espaço da língua portuguesa, que inicia em Setembro a sua 23ª edição.

 

 

Este mestrado tem formado, desde 1989, um grande número de mestres com carreiras prestigiadas na investigação e ensino, sector empresarial, diplomacia, administração pública e organizações internacionais e da sociedade civil.

 

O MEA adopta uma abordagem multidimensional e interdisciplinar ao estudo do desenvolvimento social, económico e político em África, proporcionando competências de investigação e profissionais na área científica de Estudos Africanos em duas vertentes principais: (1) a análise dos processos económicos, sociais e políticos nas sociedades africanas e (2) a gestão de desenvolvimento económico e social em África.

Com a duração de dois anos em regime pós-laboral, o curso, que decorre no ISCTE-IUL, no centro de Lisboa, cobre as principais disciplinas sociais incluindo Sociologia Africana, Antropologia e História de África, Estado e Política, Globalização e Relações Internacionais, Teorias de Políticas do Desenvolvimento, Planeamento e Avaliação de Projectos, e o estudo de Organizações Não-governamentais. O segundo ano é dedicado à elaboração da dissertação ou do trabalho de projecto.  

 

Sobre o Mestrado em Estudos Africanos:

§           O Mestrado em Estudos Africanos tem a duração de dois anos.

§           O horário do curso é pós-laboral, duas vezes por semana, das 18:00 às 22:30. 

§           Pode ser frequentado em regime de tempo inteiro ou de tempo parcial.

§           Confere 120 créditos (ECTS) e o grau de Mestre em Estudos Africanos.

§           Está organizado em dois Ramos de Especialização:

  • Estado, Política e Relações Internacionais
  • Gestão do Desenvolvimento Social e Económico

§           Os dois primeiros semestres consistem em dez unidades curriculares distribuídas pelo tronco comum, e por cada um dos ramos de especialidade.

§           O segundo ano é dedicado à elaboração da dissertação ou do trabalho de projecto.

§           Os seminários no segundo ano permitem o acompanhamento sistematizado na organização da investigação e na elaboração da dissertação.

§           Aos alunos que concluam o primeiro ano é atribuído o Diploma de Estudos Pós-Graduados em Estudos Africanos, com 60 créditos (ECTS).

§           Mais informações em: http://iscte-iul.pt/cursos/mestrados/9503/apresentacao.aspx

 

Contactos para mais informação:

Nome: Ulrich Schiefer (Coordenador); Maria Luís Figueira (secretariado)

Instituição: Escola de Sociologia e Políticas Públicas, ISCTE-IUL

Telefone: +351 210 464 123  Ext.291505

Email: Maria.Luis.Figueira@iscte.ptaclsnc@iscte.pt

 

18.08.2014 | by martalanca | ISCTE, Mestrado Estudos Africanos, Universidade

A noite dos guerreiros do Níger

Na noite de quarta-feira no Castelo de Sines a banda Mamar Kassey vibrou. 

Oriundos de Niamey, esta banda, fundada em 1995, tem raízes não só no Níger mas também no Mali e no Burkina Faso. Vieram à 16ª edição do Festival de Músicas do Mundo de Sines apresentar o seu terceiro álbum, Taboussizé-Niger, eleito por prestigiadas revistas do género como um dos melhores do ano passado. O líder, que Ali Farka Toure tratava como filho espiritual, o cantor e intérprete de flauta “peul”, Yacouba Moumoni, digno representante das várias tradições musicais das regiões do Sahel e do Sahara.

 

Foi uma noite inspirada para esta banda da África ocidental. Percebe-se porque o nome do conjunto se inspira no lendário guerreiro do mesmo nome. Moumoni mostrou-se um incansável líder e foi arrebatador nos solos que fazia com a flauta. A dançarina que se encontrava em palco, elegantemente pintada nos preceitos dos povos das margens do rio Níger, foi por empolgante.

 

Com o desejo de reunir várias tradições e de lhes dar uma actualidade trazendo ritmos modernos sem im

por nenhuma deturpação à cultura tradicional. Com raízes no Mali, Níger e Burquina Faso, quis misturar estas três culturas para criar o ritmo denkedenke. Recusaram pôr uma bateria preferindo a calabassa, o kalangou, o molo e o kamélé n’goni tradicionais.  O primeiro álbum, Denké-Denké, saiu em 1998, seguindo-se o Alatoumi, em 2000.

 

Victor Hugo Lopes 

25.07.2014 | by martalanca | Festival de Músicas do Mundo, Mamar Kassey, Níger

A Festa dos África Negra

África NegraÁfrica NegraE

 

E ao sexto dia da 16ª edição Festival de Músicas do Mundo, o Castelo de Sines transformou-se num vigoroso “fundão”, tal como nos bailes ao ar livre de São Tomé. E a culpa de tal feito vai toda para o Conjunto África Negra, que abriu o dia de concertos, com esta matinée dançante.

 

A tarde estava de bom clima e tudo se propiciava para uma verdadeira festa. Os África Negra subiram ao palco e pouco depois já o público estava rendido ao ritmo da rumba muito específica de são Tomé, fortemente influenciada pelo vizinho soukous e pelo highlife.

 

Nome cimeiro da música santomense, os África Negra regressam aos palcos em boa forma, após um bom tempo de ausência ou mesmo de actividade intermitente. Do conjunto, formado por seis elementos, apenas dois integraram a formação original: o estrondoso vocalista João Seria, ou o “general” como gosta de ser chamado, e o magnífico guitarra-solo Leonildo Barros.

 

A festa foi animada. Dançou-se muito como muito no Castelo de Sines e cumpriu-se então a vocação dos África Negra: fazer a festa e distribuir alegria aos seus seguidores. Não há dúvida que haverá festa também no concerto que darão no B. Leza.

24.07.2014 | by Victor Hugo Lopes | África Negra, Festival Músicas do Mundo

Jagwa Music (Tanzânia), 24 Julho, LISBOA e 26 Julho, SINES

Dos subúrbios de Dar Es Salaam, capital da Tanzânia, regressa a Portugal o grupo Jagwa Music para um concerto em Lisboa (dia 24 de Julho _ MusicBox) e outro em Sines (dia 26 de Julho _ Festival Músicas do Mundo).

O seu estilo de dança, o mchiriku, deriva de ritmos de transe tradicionais e tem como elementos característicos a secção rítmica improvisada e o uso de teclados Casio “low-cost” amplificados.

O colectivo, composto por 8 músicos, estará em Lisboa a fechar o primeiro semestre das Musicbox Heineken Series, no MusicBox e a fechar a programação do Festival Músicas do Mundo deste ano.

09.07.2014 | by franciscabagulho | música, Tanzania

Miguel K. quer justiça, Teatro Elinga, LUANDA

O projecto de teatro “Miguel K. quer justiça” é uma cooperação germano-angolana que visa promover o intercâmbio cultural e apoiar a cena teatral angolana.

 

O encenador alemão Jens Vilela Neumann encontra-se em Luanda desde o 12 de Junho para trabalhar e ensaiar junto com actores e músicos angolanos durante um mês. A novela original do famoso autor alemão Heinrich von Kleist foi adaptada à realidade Angolana exclusivamente para este projecto por José Eduardo Agualusa, tendo como resultado uma história não menos original do que credível.

 

A estreia da peça terá lugar no dia 10 de Julho de 2014 às 20h00 no Teatro Elinga e mais um espectáculo será no dia 11 de Julho à mesma hora.

 

“Miguel K. quer justiça” adaptação de “Michael Kohlaas” de Heinrich von Kleist

Autor: José Eduardo Agualusa

Encenador: Jens Vilela Neumann

Produtor: Orlando Sérigio

Actores: Virgilio José António, Claudia Pucuta, Orlando Sérgio e Raul Rosário

Músicos: João Costa e Luís Pedro Fonseca

Cenógrafo e figurinista: Paulo Bolota

 

03.07.2014 | by franciscabagulho | Elinga Teatro

Nástio Mosquito nomeado para o Future Generation Art Prize

O Future Generation Art Prize, estabelecido pela Fundação Victor Pinchuk desde 2009, é um premio internacional de arte contemporânea destinado a artistas até aos 35 anos.

Entre mais de 5500 concorrentes, Nástio Mosquito (artista angolano) foi um dos 20 noemados. A exposição dos finalistas será em Outubro no PinchukArtCentre e o prémio (no valor total de 100.000USD) será atribuído em Dezembro.

Parabéns Nástio!!!

24.06.2014 | by franciscabagulho | arte contemporânea

Manu Dibango, 20 Jun, LISBOA

Manu Dibango é uma referência mundial do afrobeat e do afrofunk. O saxofonista natural dos Camarões, chegou à Europa nos anos 40 e foi aqui, nas suas inúmeras viagens entre Bruxelas e Paris, que conheceu os mestres Charlie Parker, Duke Ellington e Louis Amstrong. Na década de 50, a convite do músico zairense Kabasele integra a banda African Jazz na qual passa a tocar. Manu Dibango, que desde cedo desenvolveu um ouvido eclético, tem uma ideia que queria materializar ao longo da sua vida: criar numa linguagem musical, um registo sonoro que colocasse em diálogo a riqueza e espiritualidade do jazz e das sonoridades de raiz africana. Foi neste caminho que, em 1972, Soul Makossa chegou aos tops europeus e americanos. Ao longo do tempo este tema foi utilizado por Michael Jackson ou Rihanna, em temas como Wanna be start something ou Don’t stop the music. Produtor, músico e activista, percorreu o mundo em inúmeras tournées e trabalhou para conseguir criar música que caminhasse entre a tradição e os sons do futuro. Manu Dibango irá festejar em Lisboa o seu 80º aniversário, o que fará deste concerto um momento muito especial.

MANU DIBANGO (Camarões, França)

20 JUN // Sexta-feira  22h CASTELO DE SÃO JORGE

sonsdalusofonia.com

16.06.2014 | by franciscabagulho | afrobeat, música

Beyond Entropy _ Ilha de São Jorge, VENEZA

14ª Edition of the Biennial of Architecture _ Island of San Giorgio Maggiore, Venice

Piccolo Teatro Hall, Fondazione Giorgio Cini

Artists: Filipa César, Suleimane Biai,  René Tavares,  Kwame Sousa,  Kiluanji Kia Henda, Monica de Miranda, Irineu Destourelles, Tiago Correia Paulo, Filipe Branquinho and Rui Tenreiro

Curators:  Beyond Entropy Africa _ Paula Nascimento and Stefano Rabolli Pansera 

Special Events:  5 Jun, 10am - 12noon | Press Preview. 5 Jun, 12noon - 7pm | Vernissage

For the entire duration of the exhibition, from the 6th of June to the 6th of July, 2014 the Island of San Giorgio Maggiore will virtually become “Ilha de São Jorge”, an extra-territorial island featuring the five Portuguese speaking African Republics: Angola, Cape Verde, Guinea-Bissau, Mozambique and São Tomé and Príncipe.

The proposal extends the research started with “Beyond Entropy Angola” (2012) and“Luanda, Encyclopedic City” (2013) while enriching the specific theme of the 2014 Architecture Biennale: “Absorbing Modernity: 1914-2014”.

Beyond Entropy engages with the way modernity was conceived, developed, built, dwelled, absorbed, rejected in these countries and produces a model of urban conditions that may set new perspectives on urban development and architectural discourse in these regions.
The legacy of Portuguese empire building pervades the Postcolonial discourse that attempts to explain the development of the modern nation state in Portuguese speaking Africa. It is with this historical and linguistic connection in mind that Ilha de São Jorge is thematically and structurally created. Although geographically distant, these countries share a heritage with each other and with Portugal the cities and urban forms are a result of methods, techniques and procedures that can be linked with a common historical past tied to a Portuguese matrix yet deeply related to specifics of geography, culture and traditions. This shared Postcolonial heritage makes it relevant to develop a coherent discourse on the similar ways these countries have declined or absorbed modernist architecture. Placing the architectural discourse together for the first time, not only highlights their connections with Portugal, but more importantly, it highlights the internal connections, always invisible, that contributed to the development of a modernist discourse.

With “Uma Cabana”, Filipa César and Suleimane Biai explore the concept of shelter in Guinea - Bissau as a historical, political and cultural fulcrum of society. The film “Concrete Affection” by Kiluanji Kia Henda is inspired by the book by Polish writer Ryszard Kapuściński “Another Day of Life”, 1975. Kia Henda investigates the emptiness of the city after the departure of the Portuguese, bringing into limelight the unique architecture of Luanda. The video by Monica de Miranda entitled “Hotel Globo” tells the story of the Angolan diaspora while focusing on a Modernist hotel in the centre of Luanda. With “Mionga House”, artists René Tavares and Kwame Sousa explore the characteristics of the community of the southern island of São Tomé. Irineu Destourelles’s project seeks to develop the relationship between the constantly evolving socio-cultural matrix, the built heritage and organization of the contemporary urban fabric in the city of Mindelo, Cape Verde. The films composing “Journey to The Centre of Capricorn” by Tiago Correira-Paulo, Filipe Branquinho and Rui Tenreiro propose a surreal reading of contemporary architecture in the city of Maputo, Mozambique.

The publication, edited by Ana Vaz Milheiro and Stefano Serventi, follows the same thematic thread of the exhibition. Divided in five sections (Objects, Buildings, Cities, Landscape and Visions), the publication includes creative texts, images and academic studies by architects, researchers and artists that accompany the exhibition and enrich its curatorial mission.

28.05.2014 | by franciscabagulho | arquitectura, arte contemporânea

ÁFRICA NEGRA no FMM Sines e no B.Leza em Julho

Os Filho Único apresentam os míticos África Negra para dois concertos: Festival Músicas do Mundo de Sines a 23 de Julho e em Lisboa no B.Leza a 31 de Julho, seguido de uma apresentação a 2 de Agosto no festival Wassermusik em Berlim, que constituirá o primeiro concerto de sempre da formação num país europeu que não Portugal.

+ info

23 de Julho - FMM Sines , 31 de Julho B.Leza 2 de Agosto - Wassermusik Festival, Berlim

27.05.2014 | by franciscabagulho | música

Roça Língua, lançamento 24 Maio, LISBOA

O livro Roça Língua é uma homenagem à língua portuguesa que reúne contos de vários autores de língua portuguesa e é apresentado esta noite por Abílio Neto, às 21h na FNAC Vasco da Gama, em Lisboa.

A obra resulta de uma primeira residência de escrita em  São Tomé, que decorreu em Novembro de 2011, de vários escritores lusófonos que, na sua estadia na ilha e em visitas às antigas roças santomenses coloniais de cacau, tentaram absorver as informações desses espaços de fusão cultural por excelência, para depois escrever um conto a partir do universo de cada um.

O projecto é uma iniciativa da associação santomense Roça Mundo, na figura da historiadora Isaura Carvalho, e contou com o comissariado de José Eduardo Agualusa e Marta Lança. Algumas actividades passaram por desenvolver com jovens santomenses oficinas de escrita criativa, jornalismo cultural e artes performativas.

Os co-autores do Roça Língua são Albertino Bragança, Olinda Beja ( São Tomé), Celina Pereira e Filinto Elísio ( Cabo Verde), Cláudia Clemente, Ricardo Alves, Paulo Ramalho, João Ferreira Oliveira, José Fialho Gouveia e Marta Lança (Portugal), Daniel Galera e Tatiana Salem Levy (Brasil), José Eduardo Agualusa (Angola), Ungulani Ba Ka Khosa (Moçambique) e Waldir Araújo (Guiné Bissau).

O livro Roça Língua será lançado em duas sessões distintas: hoje em Lisboa, no dia 14 de Junho, no Museu Municipal de Penafiel 21h30.

23.05.2014 | by franciscabagulho | literatura, São Tomé