Portuguesia – Contra-antologia

Compilação de poemas é lançada junto com DVD. Objetivo da obra é explorar as possibilidades poéticas em língua portuguesa.

O poeta, pesquisador e escritor brasileiro Wilmar Silva foi o principal responsável pela compilação de poemas para o projeto Portuguesia – Contra-antologia. Este projeto possui a ousada proposta de reunir referências em poesia dos principais países de língua portuguesa.

Participam do livro e do DVD 101 poetas de Minas Gerais, Portugal, Guiné-Bissau e Cabo Verde. O livro, com 512 páginas, traz reflexões sobre as diferentes experiências de linguagem possíveis na atualidade. Todos os autores participam com cinco poemas cada um, além de interpretarem os próprios versos em performances registradas no DVD.

Esta é a primeira parte do projeto. A próxima etapa pretende abordar autores de todas as nações que falam português. Posteriormente, a iniciativa vai se voltar para a América hispânica. O objetivo maior desta pesquisa é encontrar a diversidade de vozes poéticas em diferentes países.

 

Portuguesia - Contra-Antologia
Editora Anome Livros
Livro com 485 poemas e DVD com 101 depoimentos

02.07.2010 | by martalanca | língua portuguesa, poesia

Música do Dia: Zo! - This Could Be The Night feat. Eric Roberson, Darien Brockington & Rapper Big Pooh

 

Segundo single do muito aguardado (estou altamente expectante) álbum do produtor e tecladista, membro do combo Foreign Exchange, Zo!. O extraordinário produtor trouxe de volta o groove do two-step, essa é para dançar até fartar, as participações estão de matar e sei que o álbum que se vai chamar Sunstorm, promete roubar as atenções neste ano que tem revelado grandes lançamentos musicais.

01.07.2010 | by keitamayanda

Sobre ilhas e pontes - Rio de Janeiro

01.07.2010 | by martalanca

WA GUNE quarteto

sexta-feira 2 de julho as 22h no Mafalala Libre, Maputo

30.06.2010 | by martalanca | Cheny Wa Gune, Maputo

Em Serralves: exposição da sul-africana Marlene Dumas

Até dia 10 de Outubro, na Fundação de Serralves poderemos ver a exposição “Contra o Muro”, de Marlene Dumas.

 

“Marlene Dumas (1953, Cidade do Cabo) inscreve-se na geração de pintores que emergiram nos anos 1980 sob rótulos como “Wild Painting”. A sua insistência em modos de representação figurativa pode ser considerada um reflexo dessa proximidade geracional. Por outro lado, Marlene Dumas nunca se integrou em qualquer agrupamento de artistas – o que pode em parte atribuir-se ao facto de ter ido para a Holanda depois de terminar os seus estudos de arte na Cidade do Cabo (até 1975).

Mas o mais importante é a artista nunca ter aderido à rejeição do conceptualismo característica dos artistas contemporâneos. Pelo contrário, ao longo da sua carreira tanto a sua pintura como o seu desenho revelam uma forte preocupação com questões conceptuais, como posição do autor, interpretação, universo artístico, família, género, sexualidade/erotismo e morte, todas elas objecto de reflexão numa escrita poderosa e independente, umas vezes incorporada nas obras de pintura, outras em publicações autónomas”. Ulrich Loock, comissário da exposição.

30.06.2010 | by martamestre

Welcome to Rocksburg

© Mpumelelo Paul Grootboom © Mpumelelo Paul Grootboom

Welcome to Rocksburg is the first installment of “The Rocksburg Trilogy”, a series of original South African “action plays” based on Township comic books that do not exist. This play is set in a fictional South African mining town called Rocksburg and its nearby black township, Matlapeng.
It revolves around a facially disfigured young man, derisively called “King Kong”, who has the body and the strength of Hercules. When he falls in love for the first time, with the girlfriend of a notorious township thug, this forces him into a life he had previously avoided quite successfully – the life of crime. He soon finds himself caught up in a cat and mouse game between the criminal underworld and a corrupt police force.
Intentionally using strong clichés in story and character, and stylistic mechanisms like slow motion and other devices found only in Township and Community theatre, the story is told in the much successful tradition of Hollywood action films, with a very powerful “Beauty and the Beast” type love story at its core.    see here

30.06.2010 | by martalanca | South African

brevemente na cidade da praia

30.06.2010 | by samirapereira

Música do Dia: D´Angelo - Cruisin´

D´AngeloD´Angelo

Quando Brown Sugar foi lançado a música soul foi redefinida e uma nova categoria foi criada: Neo Soul, D´Angelo é apontado como sendo um dos pioneiros dessa safra de artistas e continua sendo hoje, mais de uma década depois do seu último lançamento oficial, o maior ícone da neo soul. Cruisin´é um remake da música de Smokey Robinson que o álbum ajudou a popularizar entre os mais novos amantes da música soul e é tão somente uma das músicas mais bonitas que eu já ouvi.

30.06.2010 | by keitamayanda

Luanda International Jazz festival

The second Luanda International Jazz festival will once again play host to the world’s leading international and local musicians over three days at the end of July. This prestigious annual jazz festival plans to deliver an exceptional line-up of 17 jazz and jazz-related artists at Cine Atlantico on Friday 30 July to Sunday 1 August 2010.


Luanda Jazz festival back and bigger than before

When they launched the Luanda International Jazz Festival in 2009, organisers of Angola’s first-ever international jazz festival promised to make the event a platform where musicians with strong African rhythms can meet and share their music. Looking at the first 8 artists to perform on 2 stages over 3 days at Cine Atlântico in the country’s capital city, Luanda   it is clear that the organisers are sticking to their promise. Friday 30 July to Sunday 01 August is when the 8 who are …

 

30.06.2010 | by martalanca | jazz, Luanda

From the Border of the City to the Shore of the Island: The Angolan Artist António Ole

Angola, a blank spot on the map of the international art world due to its long-lasting civil war, has carved out an outstanding position for itself as a metropolis of the future; it is sometimes referred to as the Dubai of Africa. The reflection of memory and violence in Angolan history is one of the main topics in António Ole’s artwork. The artist was born into a mixed Angolan and Portuguese family in 1951. His first exhibitions in Luanda took place at the end of the 1960s, before independence. After finishing his film studies in Los Angeles in the early 1980s, Ole returned to Angola, and today he is one of the country’s most important artists. Even though he has exhibited in important venues like the biennales of Venice, São Paulo, and Havana, one of his main concerns is the establishment of better connections within the African continent. Thus he aims to work and exhibit more within African networks and has recently changed the focus of his artistic projects to new and intriguing topics. This article offers an overview of his artistic life and most important exhibitions and an analysis of his major artworks.

keep reading Nadine Siegert’s article here

30.06.2010 | by martalanca | angola, António Ole

1º Congressso Internacional da Habitação no Espaço Lusófono

29.06.2010 | by martalanca | congresso, habitação

inauguração YONAMINE, SOSO São Paulo, 2 Julho

29.06.2010 | by franciscabagulho | Galeria soso, yonamine

Basquiat na Fondation Beyeler - 5 de September

Fondation Beyeler

Jean-Michel Basquiat (1960 –1988) was one of the most fascinating and controversial personalities in the art world. After starting on the New York underground scene as a graffiti sprayer, musician and actor, he began to devote himself to painting at nineteen. His highly expressive, energetic work soon found wide admiration. Supported by Andy Warhol, he advanced to become an internationally acclaimed star. He was the youngest Documenta participant ever, and exhibited at Art Basel, the Venice Biennale, and various famous galleries. The son of immigrants from the Caribbean, Basquiat became the first black artist to make a highlevel breakthrough. He collaborated with Keith Haring, Francisco Clemente, Debbie Harry, and many other stars. In the space of only eight years, he created an extensive oeuvre of about 1000 paintings and 2000 drawings before his tragic death at the age of only twenty-seven. 

To mark his fiftieth birthday, the Fondation Beyeler is devoting a large retrospective to Jean-Michel Basquiat, comprising more than 100 paintings, works on paper, and objects from renowned museums and private collections around the world. His works, populated by comic-like figures, skeletal silhouettes, curious everyday objects, and poetic slogans, are highly colorful and powerful. They blend pop culture and cultural history into critical and ironic commentaries on consumer society and social injustice. The exhibition brings together many of Basquiat’s major works and illustrates the development of this legendary art scene star.

29.06.2010 | by martamestre

Música do Dia: Eternia e Moss - 32 Bars

 

Atenção a essa senhora, ela ainda não é tão conhecida no meio, como por exemplo Bahamadia ou Jean Grae, mas com certeza ela tem conquistado o seu espaço dentro do hip-hop mundial e com o lançamento do seu primeiro álbum (depois de duas mixtapes) em parceria com o produtor Moss, a sorte está lançada. At Last é um álbum típico de Mc+ Produtor e a parceria deu certo.

29.06.2010 | by keitamayanda

olha a Marrabenta!

Stewart Sukuma Xitchuketa Marrabenta

28.06.2010 | by martalanca

Vender a CPLP por um barril de petróleo?

Na próxima cimeira da CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa) a realizar a 23 de Julho em Luanda vai ser discutida a entrada da Guiné Equatorial naquela organização internacional. A Guiné Equatorial, para quem não saiba, é uma das ditaduras mais ferozes do mundo. Tem como líder Teodoro Obiang Nguema, que nas últimas eleições em Setembro de 2009 ganhou com 95,8% dos votos válidos. Não, isto não significa que este líder é muito popular - antes quer dizer que a fraude eleitoral é maciça. Na Guiné Equatorial, nunca houve uma eleição livre, e o Presidente Obiang é o ditador que há mais anos se mantém no poder naquela região do mundo. Dos 100 membros do Parlamento, 99 pertencem ao partido do Presidente que controla todos os recursos do país.

continue a ler a coluna de Marina Costa Lobo aqui.

28.06.2010 | by martalanca | CPLP

Marcelino Sambé ganha a Medalha em Jackson, Mississipi

Aos 16 anos, feitos no Dia Mundial da Dança - em 29 de Abril de 2010 - data em que participou, no Teatro Camões, numa gala internacional ao lado de bailarinos de elevado gabarito, Marcelino Sambé ganha a Medalha de Ouro (na categoria junior) da conhecida International Ballet Competion, realizada em Jackson, Mississippi, nos EUA.

Além de medalha e certificado, Marcelino arrecadou um prémio pecuniário no valor de 3000 dólares (2429 euros).

O jovem bailarino que este ano - em Fevereiro - concorrera ao Prix de Lausanne, na Suíça, e não passara ao grupo de laureados, tem conquistado vários prémios internacionais. No ano passado classificou-se em primeiro lugar no Youth American Grand Prix (em Nova Iorque) o que lhe valeu uma bolsa de estudo para a escola do American Ballet Theatre. Porém, ao que tudo indica, deverá entrar para a escola de bailado do Ballet Real de Inglaterra, em Londres, no próximo ano lectivo.

As provas do concurso foram constituídas por quatro coreografias de dança clássica e duas de contemporânea, da autoria da sua professora, a coreógrafa Catarina Moreira que também recebeu um prémio pela melhor coreografia, sobre músicas de vários autores, entre eles Alfredo Marceneiro (ver lista abaixo).

Catarina Moreira é professora da Escola de Dança do Conservatório e recebeu um troféu e um prémio pecuniário no valor de 2300 dólares (2023 euros).

O jovem bailarino nasceu em Lisboa, filho de pai guineense - já falecido - e mãe portuguesa, começou a dançar aos quatro anos em Paço de Arcos, onde vivia com a família tendo, posteriormente, ingressado na Escola de Dança do Conservatório Nacional.

 

ver aqui

28.06.2010 | by martalanca | bailarino

Música do Dia: Richard Bona - Muntula Moto (The Benediction of a Long Life)

 

Este senhor é o melhor cantor de África, na minha nada humilde opinião, essa música do dia vai dedicada à selecção ghanense. Desde tenra idade que Bona se exprime atravez da música, primeiro com instrumentos fabricados pelo próprio e depois já adulto a paixão pelo baixo ao descobrir Jaco Pastorious, Bona é um virtuoso do baixo e um cantor e compositor estupendo, recomendo ir vê-lo ao vivo, é um deleite para os sentidos.

28.06.2010 | by keitamayanda

ROSTOV - LUANDA

ABDERRAHMANE SISSAKO, MAURITÂNIA
1997, 59’
O realizador mauritano Abderrahmane Sissako (n.1961) regista, neste filme, a sua viagem por uma Angola que a guerra dilacerou, supostamente à procura de um velho amigo, mas, na verdade, tentando recuperar a esperança que ele próprio criara por África. Sissako conta que a independência de Angola, em 1975, representou, para si, um novo recomeço de África. Nos anos 80, como tantos jovens africanos, partiu para a União Soviética, atrás de formação técnica e política, e lá conheceu um angolano, Baribanga, cuja confiança no futuro do seu país encarnava a esperança que Sissako depositava em todo o continente. Mas os anos de guerra civil que se seguiram, entre facções angolanas apoiadas cada uma pela sua superpotência, além das outras catástrofes que se abateram sobre África, arrasaram o optimismo da geração de Sissako. “Rostov-Luanda”é pois uma expressiva resposta à desilusão que encontramos em muitos fi lmes africanos recentes, como “Afrique, je te plumerai”, “Udju Azul di Yonta” e “Tableau Ferraille”. “Rostov-Luanda” é também um fi lme construído em torno da ausência. A inapreensibilidade do seu tema, manifesto num tropo pós-moderno, recentra a nossa atenção no cineasta e
na sua resposta – ou falta dela – ao meio envolvente, ao impremeditado.
Assim, em “Rostov-Luanda”, o ’tema’ desliza continuamente da procura de Baribanga para o encontro de Sissako, com a realidade angolana dos anos 90.

eng version

Mauritanian director Abderrahmane Sissako (b. 1961) records his journey across war-torn Angola to fi nd an old friend but really to recapture his own hopes for Africa. He explains that Angolan independence in 1974 represented to him a new beginning for Africa. Like so many young Africans, he went to the Soviet Union in the 1980s for political and technical training and met an Angolan, Baribanga, whose confi dence in his country’s future embodied Sissako’s own hopes for the continent. But the intervening years of civil war between Angolan factions each backed by a superpower and all the other catastrophes plaguing Africa have devastated the optimism of Sissako’s generation. Rostov Luanda is thus a signifi cant response to the disillusionment found in many recent African fi lms, including Afrique, je te plumerai, Udju Azul di Yonta and Tableau Ferraille. Rostov Luanda is also a film built around an absence. The elusiveness of its ostensible subject in a familiar postmodern trope turns attention back on the fi lmmaker and his response – or lack of response – to his immediate surroundings, to the unpremeditated… Thus in Rostov Luanda the ‘subject’ continually drifts from the search for Baribanga to Sissoko’s encounter with the reality of Angola in the nineties. Rostov Luanda is a travel fi lm and was premièred at Documenta X in Kassel, in 1997.

 

9 JULHO / JULY 22:00

Próximo Futuro, Gulbenkian

28.06.2010 | by martalanca | Abderrahmane Sissako

Todos somos migrantes

Tu que passas e te esqueces de que todos nós aqui estamos de passagem, tu que segues em frente sem te virar para trás porque essa é a ordem que te gritam, tu, meu conterrâneo, meu contemporâneo, deves ser, podes decerto ser, filho, pai, neto, avô, vizinho, amigo, de um, dois, dez ou mais migrantes. És descendente ou progenitor, serás porventura antepassado, de alguém que, ao olhar o monte, ao olhar o oceano, quis, quer e quererá ir ver do outro lado. A terra portuguesa que pisas sempre foi terra de partidas. E de partidas dolorosas. Porque o pão-nosso de cada dia, implorado em rezas, conquistado pelo suor do rosto, aqui amiúde escasseou, aqui tem sido mal repartido. Porque fomos ilha orgulhosamente só e submissa, governada por tiranos de toda a sorte. Porque fomos desgovernados com o nosso cobarde consentimento.
Tu que passas ao lado desse outro grito que te haveria de varar de cimo abaixo, pára agora uns instantes para pensar. Como pode um português – seja ele mísero, remediado ou abastado – ignorar o destino dos que aqui chegam em busca de porto de abrigo, em busca de trabalho sem olhar ao esforço e aos maus-tratos, em busca de um lugar à sombra enquanto o sol não nasce para todos?
Os marroquinos que as autoridades portuguesas expulsaram pela calada da noite, depois de lhes terem arrancado cinicamente o perigoso segredo da sua travessia clandestina, são uma parte de ti, uma parte da tua história. E não me venhas com histórias de que não tens história, de que a história são os outros que a escrevem, de que já não há história e de que vivemos agora na eterna capitalização do nosso pequenino contentamento.
O teu coração ficou fechado naquele camião frigorífico que, atravessando a tarde ardente de Castela, transportava um transmontano para os rigores da cidade luz? O teu coração ficou enterrado no caixão de pinho dum soldado analfabeto com terra nas botas que foi matar «turras» para uma angola-é-nossa e nem percebeu de que lado chovia a fúria das balas?
Mostra que não tenho razão. Mexe o rabinho (todos temos um), mexe as perninhas (não as da marioneta, as tuas), mexe os cordelinhos (se gozas do privilégio de ter nas mãos algum fio da meada). Mexe-te para mostrar que não estás de acordo com a maneira chocante como um bando de tristes executantes aplicam os ditames de uma Europa colada a cuspo e que por isso escarra desprezo e ódio naqueles que, mãos vazias, bolsos rotos e coração aos saltos, à sua porta se apresentam.

Regina Guimarães, em Jogos Sem Fronteiras, 2008

27.06.2010 | by martalanca | fronteira, migrações