foto de Vera Marmelo
A exposição O Chão é Lava!, com curadoria de Catarina Laranjeiro e Daniel Barroca, realiza-se de 5 de outubro a 13 de janeiro, na Culturgest Porto, com entrada livre. A inauguração é dia 4 de outubro, a partir das 22:00.
Constituindo o sexto momento do ciclo Território - parceria entre a Fidelidade Arte e a Culturgest - é uma exposição essencialmente de vídeo que nos mostra vários filmes, ciclos de cinema e várias conversas, que conta com a participação de Ana Temudo, Axy Demba, Carlos Andrade, CV-TEP, João Pereira aka Tikai, José Estima, Lucas Camargo de Barros, Marina Temudo, Mário Oliveira aka Barudju, Mbana Cabra & Samba Tenem, Nelca Lopez, Nos Manera, Nuno Lisboa, Ramón Sarró, Sara Santos, Sílvia das Fadas, Uma Certa Falta de Coerência, Umaro Sabali aka Maquina Motor e Victor Bor.
O Chão é Lava! foi o título sugerido pela artista Sara Santos para esta exposição, na qual apresenta edifícios icónicos do Cacém a fazer esquina com um mapa-manta onde tem vindo a inscrever uma geopolítica subjetiva da Europa.
A exposição estende-se entre a Guiné-Bissau, do filme Fogo no Lodo, realizado por Catarina Laranjeiro e Daniel Barroca, e a linha de Sintra.
Num outro núcleo, a Europa finge-se África. Realizadores amadores, como João Pereira (Tikai) e Nelca Lopez, imaginam-se nos seus países de origem a partir dos subúrbios de Lisboa.
Em paralelo, a temporalidade da Guerra na Guiné-Bissau, através do olhar de José Estima, ex-soldado português, dialoga com imagens do movimento messiânico Kyangyang, da autoria de Ramon Sarró e Marina Temudo trabalhadas por Ana Temudo. Será ainda criada uma publicação por Uma Certa Falta de Coerência, espaço dedicado às artes na cidade do Porto, fundado pelos artistas André Sousa e Mauro Cerqueira.
A exposição inclui ainda um ciclo de filmes programado por Sílvia das Fadas (de 4 de outubro a 8 de novembro), Lucas Camargo de Barros (de 9 de novembro a 6 de dezembro) e Nuno Lisboa (de 7 de dezembro a 12 de dezembro).
Para além dos filmes, cujo programa será anunciado em breve, há ainda um ciclo de conversas (e filmes), uma por mês, sempre ao sábado, às 16:00. O primeiro momento é no dia 9 de novembro: conversa com Sílvia das Fadas, Lucas Camargo de Barros, Catarina Laranjeiro e Daniel Barroca, que acontece a seguir à exibição em sessão única do filme O Tubérculo, de Lucas Camargo de Barros e Nicolas Thomé Zetune. No dia 7 de dezembro, conversa com Nuno Lisboa, Catarina Laranjeiro e Daniel Barroca e, por fim, a 11 de janeiro, realiza-se a conversa com Ana Temudo, Catarina Laranjeiro e Daniel Barroca.
Sobre Catarina Laranjeiro Catarina Laranjeiro (Guimarães, 1983) é investigadora no Instituto de História Contemporânea (IHC-NOVA/FCSH), onde desenvolve um projeto sobre cinema vernacular em Cabo Verde, Guiné-Bissau e respetivas diásporas na Europa. Realizou o filme Pabia di Aos (2013), e co-realizou Enxertia (2020; com Marta Leite) e Fogo no Lodo (2023; com Daniel Barroca). No campo da performance, colabora com Tânia Dinis com quem co-criou Álbuns de Guerra (2021) e se encontra a co-desenvolver Traçadas (2025).
Sobre Daniel Barroca O trabalho de Daniel Barroca (Lisboa, 1976) cruza a arte e a etnografia. Desenvolve uma pesquisa de doutoramento no DANT.Ulisboa sobre guerra e imagem. Estudou artes plásticas na ESAD.CR (Caldas da Rainha), no Ar.Co (Lisboa) e no Ashkal Alwan (Beirute). Foi artista residente na Künstlerhaus Bethanien (Berlim), Rijksakademie van Beeldende Kunsten (Amesterdão) e no Drawing Center (Nova Iorque). Co-realizou com Catarina Laranjeiro o filme Fogo no Lodo (2023).
|