lançamento do webdoc (Com)Fabulações Negras. Entrada Livre

Dia 23 Maio, quinta-feira, a partir das 13h30 no espaço da Batoto Yeto (junto à Biblioteca de Marvila).

vamos retomar mais uma Zona de Contacto no espaço da Batoto Yetu (Marvila) com o lançamento do webdoc (Con)fabulações Negras produzido no Laboratório de Audiovisuais do CRIA por Paulo Raposo e Emiliano Dantas em co-autoria com 13 mulheres negras, artistas, académicas e ativistas brasileiras residentes no Brasil, EUA e Portugal - Alexandra Alencar, Antônia Gabriela, Bia Leonel, Elaine Sales, Fernanda Rachel, Julianna Rosa Santos, Maria Anacleto, Marina Rainho, Michele Mafra, Mirella Maria, Rita Roldan, Sarah Motta e Thuanny Paes. E contaremos com a presença de Mirella e de Bia para além de Emiliano Dantas e Paulo Raposo.

Entrada Livre sujeita à lotação da sala.

03.05.2024 | by martalanca | Batoto Yeto

NOVIDADE Orfeu Negro | A PRETENSÃO DE ANTÍGONA, de Judith Butler

NOVIDADE Orfeu Negro


A PRETENSÃO DE ANTÍGONA
O Parentesco entre a Vida e a Morte
de Judith Butler

 

Antígona não significa estritamente uma linhagem,
mas algo mais próximo do «derramar sangue» — aquilo que é preciso saldar
para preservar os Estados autoritários.

— Judith Butler


A PRETENSÃO DE ANTÍGONA propõe uma nova leitura do legado de Antígona — a célebre insurgente de Sófocles, ícone feminista de desafio e contestação. Ao interrogar-se sobre as formas de parentesco que lhe poderiam ter permitido viver, confrontando o parentesco e o poder do Estado, Judith Butler associa os corajosos actos de Antígona às reivindicações das pessoas com relações de parentesco ainda por reconhecer, e demonstra como o parentesco heteronormativo continua a decidir o que deve, ou não, ser uma vida vivível. Recupera-se o significado revolucionário desta figura clássica, integrando-o numa política sexual progressista. 
Já na nossa loja online e nas livrarias de todo o país.

Judith Butler lecciona na Universidade da Califórnia, em Berkeley, e é das principais figuras teóricas contemporâneas do feminismo e da teoria queer. Escreveu obras pioneiras como Problemas de Género: Feminismo e Subversão da Identidade e Corpos Que Contam: Os Limites Discursivos do «Sexo» (publicadas na Orfeu Negro), e tem contribuído amplamente para a renovação dos estudos de género. É também das vozes mais activas no debate actual de questões éticas e políticas, e as suas reflexões filosóficas são indissociáveis de uma postura activista, designadamente no que diz respeito à defesa da causa palestiniana e ao movimento Occupy Wall Street. Em livros mais recentes, Butler tem—se centrado numa ética da não-violência no contexto de colectivos políticos e de movimentos de transformação social.

30.04.2024 | by mariana | A pretensão de antígona, Judith Butler, livro, novidade

"Fantasmas e Delírios”, uma jornada de estudos que conta com a participação especial da artista Bette Gordon e do cineasta Sandro Aguilar

Entre os dias 2 e 3 de maio, na Escola das Artes da Universidade Católica no Porto

O Fantasma enquanto metáfora

Entre os dias 2 e 3 de maio, realiza-se o seminário “Fantasmas e Delírios”, uma jornada de estudos que conta com a participação especial da artista Bette Gordon e do cineasta Sandro Aguilar, e será complementada pela inauguração da exposição de Letícia Ramos (precedida de uma performance), e uma sessão de cinema no Passos Manuel, com a projeção de Mariphasa (2017), de Sandro Aguilar, com a presença do ator e fotógrafo António Júlio Duarte. Os eventos realizam-se entre o Auditório Ilídio Pinho, da Universidade Católica Portuguesa, e o Cinema Passos Manuel.


O seminário “Fantasmas e Delírios” vai proporcionar uma discussão em torno das diversas formas nas quais noções como espectro, sombra, invisível, irreal, matéria ou memória são exploradas no âmbito do cinema e das artes visuais. “A reflexão será norteada pela ideia de que o fantasma pode ser entendido, por um lado, como uma figura visual ou um tema, e, por outro lado, enquanto um conceito com uma forte dimensão simbólica ou metafórica,” refere a organização.

Estão confirmadas as presenças de Bette Gordon, pioneira no Cinema Independente Americano, conhecida pelas suas ousadas explorações de temas relacionados com sexualidade, desejo e poder. Variety, o seu mais aclamado filme, é uma história audaz sobre uma mulher que vende bilhetes num cinema pornográfico, na miséria iluminada de Times Square em meados da década de 1980. As suas longas-metragens incluem Luminous Motion (2000), um road movie hipnótico e perturbador, The Drowning (2017), um thriller psicológico baseado no romance do autor britânico Pat Barker, e Handsome Harry (2010). O trabalho de Gordon foi exibido nos principais festivais internacionais, incluindo Cannes, Berlim, Toronto, Locarno, Viena, Varsóvia, Rotterdam e Tribeca. Os seus filmes ganharam prémios em festivais como La Biennale di Venezia, Locarno Film Festival, Gijón, Oberhausen, Vila do Conde, Indielisboa, Montreal e foram exibidos nos principais festivais de cinema mundiais; de Sandro Aguilar foi alvo de retrospectivas no BAFICI, Roterdam Film Festival, New York Film Festival (Views from the Avant-Garde), Arsenal-Berlim e Oberhausen. Em 2013 foi convidado a integrar o reputado programa DAAD – Artist in Residence, Berlim; de Letícia Ramos, uma artista cientista que pesquisa o impacto que os fenómenos geológicos e climáticos podem ter na imaginação. O seu trabalho parte dos fenómenos naturais e efeitos ópticos para tratar de conexões simbólicas entre política, ciência e imaginação onde o futuro e o passado se sobrepõem. Na rigorosa investigação do meio fotográfico analógico utiliza a escultura, a maquete e técnicas de efeitos especiais para criar paisagens imaginárias, narrativas e fabulações que se formalizam em fotografias, em filme e instalação. Os seus trabalhos integram coleções como Fundação Botín, Novo Musee de Mônaco, Kadist Collection, Itaú Cultural, Museu de Arte Moderna de São Paulo, Instituto Moreira Salles e Pinacoteca do Estado de São Paulo; e de António Júlio Duarte, estudou fotografia na AR.CO, em Lisboa e no Royal College of Art, em Londres. Autor de vários livros, o seu trabalho é exibido regularmente, em Portugal e no exterior, desde 1990.

30.04.2024 | by mariana | Bette Gordon, Escola das Artes da Universidade Católica no Porto, Fantasmas e Delírios, Sandro Aguilar, seminário

Lançamento do livro «Tarrafal», de João Pina

EM DIÁLOGO COM O AVÔ, PRESO POLÍTICO, E COM AS ÚNICAS IMAGENS DO INTERIOR DO «CAMPO DA MORTE LENTA», O FOTÓGRAFO JOÃO PINA REGISTA EM LIVRO A MEMÓRIA HISTÓRICA DO TARRAFAL.

No dia em que João Pina abriu uma caixa antiga que guardava negativos, provas de contacto, fotografias de época, cartas e telegramas do Tarrafal, iniciou um diálogo epistolar no tempo com o seu avô Guilherme da Costa Carvalho, enviado em 1949 para o campo de concentração do regime fascista português em Cabo Verde, conhecido também como o campo da morte lenta.

Os pais de Guilherme, Luiz e Herculana, foram as únicas visitas familiares ao Tarrafal na sua fase «portuguesa», levando consigo uma providencial câmara fotográfica Rolleiflex para retratar e dar prova de vida de todos os presos políticos do campo, além de fotografar todas as sepulturas dos mortos.

É a estas imagens, os únicos registos visuais feitos à época no interior do campo de concentração, que regressa João Pina, fotógrafo documental, continuando o seu já vasto trabalho de cartografia da memória histórica e das violações dos direitos humanos em forma de livro. À história pessoal e ao arquivo familiar, Tarrafal junta ainda anos de investigação e de colaboração com ex‑presos políticos, historiadores e famílias cabo‑verdianas, constituindo‑se como um documento de referência para, nos 50 anos do 25 de Abril, lembrar as consequências do passado vivido e compreender os desafios que temos pela frente.

28.04.2024 | by Nélida Brito | joão pina, literatura, tarrafal

ERNESTO NETO – NOSSO BARCO TAMBOR TERRA

Ernesto Neto, um dos mais internacionais e conhecidos artistas brasileiros, apresenta uma instalação imersiva, que evoca o cruzamento de culturas entre os diferentes continentes.

Com curadoria de Jacopo Crivelli Visconti, Nosso Barco Tambor Terra é uma das maiores esculturas realizadas, até hoje, por Ernesto Neto. A sua forma foi-se definindo ao longo de meses de trabalho, em diálogo com o espaço arquitetónico do MAAT e com o entorno do museu, extremamente denso de um ponto de vista histórico e simbólico, por representar o ponto de partida das caravelas que rumaram para o lugar que depois viria a ser chamado de Américas.

 

Partindo de imagens (velas) e materiais (lonas e cordas) geralmente associadas às viagens transatlânticas, o artista cria um conjunto de instalações inéditas que ocupam as várias dimensões do espaço. Para a criação da obra, foi utilizada principalmente chita, um tecido de algodão relativamente barato e extremamente difuso no Brasil que geralmente é decorado com estampas de cores fortes que representam flores e plantas. Esse tecido foi cortado em tiras e crochetado à mão por vários colaboradores, a partir de uma técnica desenvolvida ao longo de anos no ateliê do artista no Rio de Janeiro: o atelienave; e, com o material assim obtido, foram realizadas as células que, juntas, compõem a escultura. O plano geral da obra é desenvolvido à mão livre, através de testes e ajustes, e com a ajuda de softwares específicos, de maneira a ficar preciso, mas também maleável o suficiente para se adaptar às especificidades do espaço, quando da montagem in situ.

 

Nos últimos anos, à margem da sua atividade como artista, Neto tem se dedicado à percussão. Ao longo da exposição, a escultura, que incorpora uma série de instrumentos, será periodicamente ativada por uma programação musical, a cargo de músicos e grupos de vários lugares do mundo, com atenção especial para os ritmos das diásporas africana e asiática. Simbolicamente, o encontro de ritmos e batidas em Nosso Barco Tambor Terra irá constituir um contraponto à multitude de idiomas falados pelo mundo, aludindo à possibilidade de encontrarmos, em momentos e contextos específicos, línguas comuns que permitam uma comunicação que transcende a verbal e possibilita encontros autênticos e profundos. Coerentemente com o desejo do artista de criar uma obra autenticamente coletiva e diversa, os tambores de vários tipos e proveniências que habitam a instalação podem também ser tocados pelo público que visita a exposição.

28.04.2024 | by Nélida Brito | Brasil, ernesto neto, exposição

Três Curtas-Metragens da Terratreme na Cinemateca

2 de maio às 21h30

Com a presença de Susana Nascimento Duarte

OUTUBRO ACABOU
de Karen Akerman, Miguel Seabra Lopes
com António Akerman Seabra
Portugal, 2015 – 24 min
DOMY + ALIUCHA: CENAS KETS!
de Ico Costa
com Aliucha de Waldir, Domingos Marrengula
Portugal, 2022 – 30 min


JARDIM DE INFÂNCIA
de Susana Nascimento Duarte
Portugal, 2022 – 30 min
Três curtas-metragens produzidas pela Terratreme que exploram o cinema e as suas potencialidades, a partir do universo, da experiência e do olhar da infância e da juventude. Em OUTUBRO ACABOU, seguimos um pequeno cineasta com um convicto propósito: realizar o seu próprio filme. Em DOMY + ALIUCHA: CENAS KETS!, uma pequena câmara de filmar passa pelas mãos de dois jovens amigos, que filmam várias cenas do seu quotidiano em Moçambique, “registando a adolescência, o trabalho, o brincar, o deambular, o cantar e dançar, o desejo”. Em JARDIM DE INFÂNCIA observamos atentamente os rostos de várias crianças numa escola, ouvimos os diálogos do quotidiano escolar, uma ação que é constantemente interrompida por um outro tempo, que segue um andamento diferente, o ritmo dos afetos e das emoções da infância.

28.04.2024 | by martalanca | Terratreme

La Pensée Sauvage, de Adrien Missika

‘Que deveres de cuidado e formas de coabitação exigem os nossos tempos conturbados? Com que tipo de seres nos identificamos? Quem merece o nosso afeto e a nossa atenção? Tirando lições do amor-perfeito selvagem, Missika rega as ervas daninhas no passeio e lava a fuligem das folhas enegrecidas das plantas que crescem debaixo das auto-estradas, numa ação sincera de intenções puras. No entanto, noutros locais, encena o drama de avanços indesejados, carinhosamente rejeitados por um cato Saguaro. Vê-se a si próprio espelhado em cenouras gémeas. Nos excessos vibrantes do pensamento selvagem, as relações botânicas e sociais crescem umas nas outras, confundindo as divisões de espécie, género e família.’ — Dehlia Hannah 

Em simultâneo, inaugura Apenas nós dois, exposição de Emmanuelle Lainé & Benjamin Valenza, no Belo Campo, espaço na cave da galeria, dirigido por Adrien Missika.

Lainé Valenza é um par de artistas, um casal e um dueto, formado a partir de uma conversa perpétua, de um terreno comum na fronteira das suas respetivas pesquisas. Caracteriza-se por um interesse na crítica institucional, na mutação das formas de imagem e na atenção visual, com as suas apostas culturais e políticas subjetivas.
Ao longo dos seus projetos, a dupla emprega várias formas visuais, como a escultura, a fotografia, o cinema expandido, instalações site-specific, televisão em direto e performances.
Galeria Francisco Fino, Rua Capitão 76, 1950-052 Lisboa

02.05.2024, 20 h

27.04.2024 | by martalanca | Adrien Missika

Colin Darch no ISEG | 2 de Maio: "Life Writing" e o Problema da Mediação na Historiografia Contemporânea Moçambicana

Venho por este meio convidá-los a participar e apoiar na divulgação do próximo Seminário de Estudos de Desenvolvimento, com apresentação do historiador, sociólogo e documentalista académico sul-africano Colin Darch (University of Cape Town)
A sessão terá lugar no dia 2 de maio (quinta-feira), pelas 18h, no ISEG.

As inscrições e outras informações estão no link a seguir: https://problema-da-mediacao-na-historiografia-contemporanea-mocambican.eventbrite.pt
programa completo com todos os seminários em maio pode ser consultado neste link: https://www.eventbrite.pt/cc/seminarios-de-estudos-de-desenvolvimento-2024-3033629


OS SEMINÁRIOS DE ESTUDOS DE DESENVOLVIMENTO 2024 RECEBEM: COLIN DARCH/UNIVERSITY OF CAPE TOWN
2 de maio, 18hSala Novo Banco/Quelhas - ISEG

“Life Writing” e o Problema da Mediação na Historiografia Contemporânea Moçambicana


INSCRIÇÕES: https://problema-da-mediacao-na-historiografia-contemporanea-mocambican.eventbrite.pt

Evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/2590347814472933/

Evento no LinkedIn: https://www.linkedin.com/events/semin-riosdeestudosdedesenvolvi7188171435104755712/

26.04.2024 | by mariana | Colin Darch, iseg, Seminário de estudos de desenvolvimento

Mercado Cultural Ulmeiro

Está a chegar mais um Mercado Cultural Ulmeiro, é já neste próximo fim-de-semana, nos dias 27 e 28 de abril, das 10h às 19h, no Palácio Baldaya - Estrada de Benfica 701.

Este mercado contará com venda de artigos espólio Ulmeiro, livros, cartazes, gravuras, velharias, pinturas da artista plástica Sofia Ribeiro, flores e objetos de decoração da Amélie Papoila, entre outras coisas.

Contamos com a sua visita!


25.04.2024 | by mariana | Espaço Ulmeiro, Mercado Cultural Ulmeiro, Palácio Baldaya

O Apelo da Liberdade, de Arlindo Manuel Caldeira

Sobre a resistência dos africanos à escravidão nas áreas de influência portuguesa.

Entre os séculos XV e XIX, quase 13 milhões de africanos, entre homens, mulheres e crianças, foram obrigados a deixar a sua terra, naquela que foi uma das mais numerosas e dramáticas deslocações forçadas da história da Humanidade.

A maioria deles teve de atravessar o Atlântico e tornou-se, no continente americano, a mão-de-obra fundamental nas plantações, nas minas ou nos serviços domésticos.

Mas como encaravam os escravizados a situação que lhes tinha sido imposta? A historiografia tradicional europeia e americana, de uma forma geral, considerou sempre que a atitude comum teria sido a passividade e o conformismo. Não foi, porém, assim. Um número significativo dos escravizados recusou-se a aceitar o estatuto que lhes determinavam e as obrigações a que eram sujeitos. Essa recusa, manifestada logo nos seus lugares de origem, nos navios em trânsito entre continentes ou já nos novos destinos, assumiu formas muito diversas, dos pequenos gestos de resistência até ao suicídio e à rebelião aberta, traduzida na fuga individual e colectiva ou na revolta organizada.

É sobre esses resistentes e o modo como encararam o apelo da liberdade que trata este livro, resultado da investigação inovadora de um especialista nesta área de estudo.

ARLINDO MANUEL CALDEIRA é licenciado em História e investigador do CHAM (Universidade Nova de Lisboa/Universidade dos Açores). Sobre a temática da presente obra, publicou, além de dezenas de artigos em revistas portuguesas e estrangeiras, os livros Escravos e Traficantes no Império Português: O Comércio Negreiro Português no Atlântico durante os Séculos XV a XIX (Lisboa, A Esfera dos Livros, 2013; Schiavi e trafficanti attraverso l’Atlantico, Milão, Mimesis Edizioni, 2020) e Escravos em Portugal: Das Origens ao Século XIX (Lisboa, A Esfera dos Livros, 2017). É também autor de Mulheres Enclausuradas: As Ordens Religiosas Femininas em Portugal durante os Séculos XVI a XVIII (Lisboa, Casa das Letras, 2017).

 

22.04.2024 | by martalanca | Arlindo Manuel Caldeira, liberdade

Álbuns de Família - fotografias da Diáspora Africana na Grande Lisboa (1975-hoje)

De 28 de abril a 30 de novembro de 2024

Exposição temporária, com curadoria científica de Filipa Lowndes Vicente e Inocência Mata, reúne fotografias da autorrepresentação da diáspora africana em Portugal. São “álbuns de família” com as imagens que os portugueses afrodescendentes e africanos registaram de si próprios e das suas comunidades desde 1975, data das independências dos países africanos de colonização portuguesa, até hoje. Esta exposição enquadra-se nas comemorações dos 50 anos do 25 de abril de 1974, inserindo-se também nas celebrações da Década Internacional dos Afrodescendentes (2015-2024), instituída pelas Nações Unidas.
Inauguração Sábado, 27 de abril de 2024 17h30 sobre a exposição.

 

22.04.2024 | by martalanca | Álbuns de Família, FILIPA LOWNDES VICENTE, Inocência Mata

Filmes de Moira Forjaz com presença da realizadora. hoje na Cinemateca às 19h

A TELEVISÃO NO BAIRRO de Moira Forjaz, Licínio Azevedo, Miguel Arraes I Moçambique, 1980 – 27 min

UM DIA NUMA ALDEIA COMUNAL de Moira Forjaz I Moçambique, 1981 – 29 min
MINEIRO MOÇAMBICANO de Moira Forjaz I Moçambique, 1981 – 38 min

Primeiro filme moçambicano realizado, ainda que em parceria, por uma mulher (Moira Forjaz, reconhecida sobretudo pela obra fotográfica), A TELEVISÃO NO BAIRRO documenta o início das sessões experimentais da TV em Moçambique através de entrevistas a pessoas que, em vários bairros de Maputo, assistem pela primeira vez às emissões. É um documento que remete para o entusiasmo com que Godard chegou ao país, pensando nas condições únicas existentes para construir um projeto de “nascimento (em imagens) da nação” moçambicana porque a maioria do seu povo nunca vira imagens em movimento. Moira Forjaz deu grande atenção aos mineiros moçambicanos e sua migração em situação (pós-)colonial.

MINEIRO MOÇAMBICANO documenta o processo de acolhimento de mineiros provenientes das minas sul-africanas e a reorganização dos serviços de receção no posto fronteiriço de Ressano Garcia. UMA DIA NUMA ALDEIA COMUNAL, agraciado com o prémio para melhor documentário no Festival de Cinema de Leipzig, regista o quotidiano na aldeia Vigilância quanto ao trabalho, educação, saúde e lazer, dando especial atenção à condição das mulheres.

22.04.2024 | by martalanca | Licínio Azevedo, Miguel Arraes, Moçambique, Moira Forjaz

RISING UP AT NIGHT de NELSON MAKENGO no Indie Lisboa

República do Congo / Bélgica / Alemanha / Burkina Faso / Catar2024, 95’

Um filme que visita Kinshasa, numa altura em que a República Democrática do Congo, em geral, e a cidade, em particular, estão envoltos em turbulência. O foco do filme é a construção de uma central elétrica, ao mesmo tempo que a cidade está com dificuldades de acesso a electricidade, sendo as noites, metaforicamente e não só, bem mais escuras. O que vem ao de cima é tanto a inconformidade como a resistência desta população, muitas vezes através da força da fé.

Como é que, concretamente, filmamos a ausência de luz? Rising Up at Night é uma espécie de desafio e uma experiência imersiva única. Makengo filma discussões em contra luz, com silhuetas a aparecer na tela. Às vezes, isto é apenas uma tela preta. Mas é também um filme sobre a luz, mesmo frágil e trêmula. A das lanternas apontadas para o crânio como se a cidade estivesse no coração de uma caverna. Mas também luzes mais surpreendentes: as artificiais das guirlandas das ruas, tiaras multicoloridas. São os fogos de artifício que aparecem, os relâmpagos que cortam o céu. “A alegria é trazida pela luz”, ouvimos durante um sermão, e a busca pela luz torna-se realmente uma questão divina. 

Rising Up at Night é sobre como vivemos e como sobrevivemos. Como viver num filme de desastre, quando as inundações aumentam o infortúnio. Como demonstramos uma força vital impressionante? O que podemos ver sob o céu estrelado? O que revelam as primeiras manhãs azuis? A vida cotidiana segue seu curso e se, implicitamente, o filme diz algo político, isso nunca é expresso frontalmente. (Michaël Gaspar)

TÍTULO ORIGINALTongo Saa ARGUMENTO Nelson Makengo FOTOGRAFIA Nelson Makengo SOM Moimi Wezam MONTAGEM Inneke Van Waeyenberghe PRODUTOR Rosa Spaliviero, Dada Kahindo Siku

mais info

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Seattle FF I Seattle premiere I African PicturesDOXA I British Columbia premiere I Doc Competition

STLOUIS’DOCS I African premiere I International Competition

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Margaret Mead I US premiere I Filmmaker Award; Audience Award; Filmmaker Award Contenders

Kunstenfestivaldesarts I Belgian Premiere I expanded cinema version

HotDocs I North American Premiere I World Showcase

Visions du Réel I International Premiere I International Competition

Berlinale I World Premiere I Panorama

22.04.2024 | by martalanca | Congo, Kinshasa, Nelson Makengo

Artista moçambicana vence prémio internacional Prince Claus

A artista multidisciplinar Yara Costa foi recentemente premiada com o Prémio Prince Claus Fund 2023, um reconhecimento anual a 100 artistas e profissionais culturais que inspiram mudanças positivas e imaginam novas realidades através de suas obras. 

A nomeação e vitória de Costa refletem o impacto de sua abordagem única que entrelaça arte e activismo para questionar e desconstruir estereótipos sociais.

Segundo escreve a BANTUMEN, Yara Costa “Acredito que esta nomeação é fruto dos questionamentos e das intervenções artísticas que realizamos com o objetivo de gerar mudança social. É urgente a necessidade de uma arte que desafie o status quo e esteja disposta a romper com paradigmas nocivos à sociedade.” Esta declaração ressalta o compromisso da artista em usar sua voz e talento para provocar reflexão e ação entre as comunidades globais.

O projeto que lhe rendeu este prestigiado prémio, “Nakhodha e a Sereia”, é uma instalação imersiva situada na Ilha de Moçambique. Ela oferece uma experiência multisensorial que inclui áudio em 360 graus, vídeo mapping e realidade virtual para contar histórias das comunidades costeiras africanas e sua relação milenar com o mar, agora ameaçada pelo aquecimento global.

Yara CostaYara Costa

fonte: Xigubo

18.04.2024 | by martalanca | mar, Moçambique, Yara Costa

Cineasta Margarida Cardoso fala sobre Histórias (de)coloniais

No dia 18 de abril, pelas 18h30, a cineasta Margarida Cardoso vai estar na Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa no Porto, a participar numa aula aberta sobre “Histórias (de)coloniais - À deriva entre a memória e o esquecimento”.


“Ao longo destes 35 anos de trabalho tenho vindo a explorar temáticas relacionadas com a violência colonial. Sempre partindo de universos íntimos e singulares, fui tentando criar um conjunto de peças de reflexão que pudessem servir para manter em vida aquilo que facilmente se esquece; o mal, a culpa, a dor dos outros e a nossa própria dor,” refere Margarida Cardoso, realizadora, argumentista e professora do Mestrado em Cinema da Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa.

Ao longo da aula aberta, a argumentista vai explicar o seu processo e responder a questões como: “O que a câmara mostra ou oculta ao revisitar o passado? Entre o meu primeiro documentário “Natal 71” (1998) e o filme de ficção “Banzo” (2024) muitas coisas mudaram na relação que mantemos com a construção das narrativas coloniais. O que mudou? O que foi dito e o que resta ainda por contar? E que forma poderão tomar essas narrativas?”

Margarida Cardoso trabalhou, entre 1982 a 1995, como assistente de realização, anotadora e fotógrafa de cena em mais de 50 filmes portugueses e estrangeiros. A partir de 1995, tem realizado filmes de ficção e documentários, afirmando-se como um dos nomes mais relevantes do cinema português. Os documentários “Natal 71 “, “Kuxa Kanema – O nascimento do cinema” e as ficções “A Costa dos Murmúrios” e “Yvone Kane” estão entre os seus filmes mais reconhecidos, explorando assuntos que cruzam a sua história pessoal com questões proeminentes na História recente de Portugal, como a guerra colonial em África, a revolução e o fim da era colonial.

A aula aberta “Histórias (de)coloniais - À deriva entre a memória e o esquecimento” faz parte do ciclo “Não foi Cabral: revendo silêncios e omissões”, um programa com co-curadoria de Lilia Schwarcz (antropóloga e historiadora brasileira) e Nuno Crespo, que contempla uma agenda de concertos, conferências, exposições e performances, que vão decorrer entre 16 de fevereiro e 24 de maio. O ciclo é organizado pela Escola das Artes, em parceria com a Universidade de São Paulo (Brasil) e a Universidade de Princeton (EUA).

18.04.2024 | by mariana | antropologia, Escola das Artes da Universidade Católica no Porto, Histórias coloniais, Lilia Schwarcz, Margarida Cardoso, Nuno Crespo

“Cartas para a Minha Avó” de Djamila Ribeiro.

Enquanto escrevia essas cartas para você, meu irmão Denis, o mais velho, me enviou uma foto sua, vó. Você estava toda altiva, usando roupas brancas e com um turbante na cabeça. Fiquei observando cada detalhe da imagem, me demorei imaginando quais histórias havia por trás das rugas em seu rosto, quantas vidas tinham sido afetadas por aquelas mãos calejadas que curavam cobreiros e davam esperança aos que foram benzidos. Mas nada me chamou mais atenção do que seus olhos. Um olhar penetrante, forte e, de novo, altivo. Minha mãe carregava o mesmo olhar, apesar de ele ter sido encurvado pelo tempo.

Às vezes ela falava só com olhares, e eu aprendi a decifrar cada um deles: «Saia daqui», «Fique quieta», «Não se meta, é conversa de adulto», «Quando seu pai for trabalhar, você vai se ver comigo».

Sobre a autora

Nascida em 1980, Djamila Taís Ribeiro dos Santos é graduada em Filosofia e mestra em Filosofia Política pela Universidade Federal de- São Paulo. É coordenadora do projeto Feminismos Plurais, que compreende uma coleção de livros publicados sobre raça e género por pessoas negras, bem como um instituto de acolhimento a mulheres em situação de vulnerabilidade social.

É autora de quatro livros editados no Brasil e, desde 2022, ocupa a cadeira n.º 28 da Academia Paulista de Letras, sucedendo à escritora Lygia Fagundes Telles. É colunista semanal do jornal Folha de S. Paulo e, em 2019, foi laureada pelo Prémio Príncipe Claus, concedido pelo Reino dos Países Baixos e considerada pela BBC como uma das 100 mulheres mais influentes do mundo.

Em 2020, ganhou o Prémio Jabuti, o mais importante do meio literário brasileiro, na categoria de Ciências Humanas. Em 2021, foi a primeira brasileira da história homenageada pelo BET Awards, concedido pela comunidade negra estadunidense. Em 2023 recebeu oPrémio Franco-Alemão de Direitos Humanos. É professora convidada da New York University (NYU).

Cartas Para a Minha Avó, 15,90€, LeYa | Editorial Caminho – Direção de Comunicação

14.04.2024 | by martalanca | Djamila Ribeiro

à Horta! | 20 abr. | Roda de conversa sobre o livro Sisal em carne viva...

Dia 20 de abril, sábado, vamos à horta saltar do passado colonial para os dias recentes (e os que estiverem por vir), diluída a viragem do tempo nas suas continuidades, em cruzamentos vários com racismo, agroecologia, migrações e trabalho. Tudo salpicado de política, mais ou menos identitária, ou não fosse Abril.
E o que pode uma horta contra a grande plantação?
Pode ser que não chova, e daí venha a alegria de juntar à conversa uma mão cheia de gente, a pretexto do meu livro, Sisal em carne viva: Ciência, poder e o problema do trabalho numa economia de plantação (Moçambique, c. 1930-1960), publicado pela Outro Modo, com a edição do Nuno Domingos.

Acolhe-nos a Horta Alto da Eira, que a Regador mantém na Penha de França, em Lisboa, contando com a ilustre presença de:

 

• Flávio Almada (Lbc Soldjah) | rapper e mestre em relações internacionais, profundo conhecedor da teoria anti-colonial e suas lutas, é membro da Vida justa;• Josina Almeida | historiadora de arte e feminista de colectivo, interessa-lhe trazer a política das identidades à luta de classes (onde sempre esteve);• Paulo Torres | dínamo da horticultura urbana em comunidade, fundou e movimenta a Associação Regador;• Pedro Varela | antropólogo e arquiteto paisagista, tem-se debruçado sobre periferia, agricultura urbana, circuitos artísticos, racismo e história da luta anti-racista.

Quem tiver curiosidade sobre o livro, ainda vai a tempo de o encontrar nalguma livraria independente (já foi visto na Casa Comum e na Meia Volta de Úrano - Casa das Artes, por exemplo). Também pode ler a sua introdução na Buala. Ou esperar pelo dia 20, para o adquirir numa banquinha com uma seleção especial de livros da Outro Modo.

Inês Neto Galvão

 

12.04.2024 | by martalanca | cisal em carne viva

60th International Art Exhibition of La Biennale di Venezia curated by Adriano Pedrosa

Kiluanji Kia Henda
at
the 60th International Art Exhibition of La Biennale di Venezia
curated by Adriano Pedrosa

Kiluanji Kia Henda, Courtesy of the ArtistKiluanji Kia Henda, Courtesy of the Artist

“I grew up in country where the generation of my parents were busy drawing a new flag, composing a new anthem, creating an identity for a brand new country, and this is very exciting for someone who aims to be an artist. The fact of not having the cruel weight of history on my back, gave me the huge freedom to invent my own history.”

                                                                                               Kiluanji Kia Henda

 

Kiluanji Kia Henda
GALLERY EXHIBITIONS
2022 – There are days that I leave my heart at home… (Selected works from 2006 – 2009)
2016 – Concrete Affection
2010 – Self-Portrait As A White Man
2007 – 
Between the two red telephones

ART FAIRS SOLO PRESENTATIONS
2023 – Artissima, Turin
2022 – ARTBO, Bogotà
2014 – Frieze Art Fair, London
2012 – ART|43|BASEL, Basel

BIENNIALS
upcoming – 60th International Art Exhibition of La Biennale di Venezia curated by Adriano Pedrosa
upcoming – Manifesta 15, Barcelona
2024 – Refuge, Lagos Biennial 2024, Nigeria
2023 – Sharja Biennial 15: Thinking Historically in the Present, Emirates of Sharja
2021 – Musing the Borders, Lagos Biennial, Nigeria
2018 – 2nd Yinchuan Biennale, MOCA Yinchuan, China
2018 – Busan Biennale, Busan, South Korea
2018 – Gwangju Biennale, Gwangju, South Korea
2014 – Producing the Common, Dak´Art - 11th Biennale of Dakar, Dakar
2013 – Redesign Sintese, 7ª Biennial of Sao Tome e Princepe, Sao Tome e Princepe São Tomé
2013 – Mondays Begins On Saturday, First Bergen Triennial – Bergen Assembly, Bergen
2012 – Les Atliers de Rennes-Biennale of Contemporary Art, Les Praires, Rennes
2011 – Synchronicity, Galerie Baudoin Lebon –Exhibition Program of PhotoQuai - Bienal des Images de Munde, Paris
2010 –There is always a cup of sea to sail in, 29a Bienal de Sao Paulo, Brazil
2010 – PICHA-Recontre de Fotografie, 2nd Bienal of Lumumbashi, RDC
2010 – Geográfias Emocionais_Arte e Afectos, II Trienal de Luanda, Luanda
2008 – Farewell to post-colonialism, 3rd Guangzhou Triennal, Guandong Museum of Art, Guangzhou, China
2007 – I Trienal de Luanda, Luanda

PRIZES
2017 – Frieze Artist Award 
2014 – Nominated as one of the 100 Leading Global Thinkers by Foreign Politics

2012 – Winner of the “National Prize of Art and Culture, awarded by the Ministry of Culture, Luanda

COLLECTIONS
Tate Modern, Collection of Contemporary Art, London, England
Centre Pompidou, Paris, France
MADRE Museum, Naples
Pérez Art Museum Miami (PAMM), USA Frac
Grand Large - Hauts-de-France, France Kadist, Paris, France
Migros Museum, Zürich, Switzerland
Calouste Gulbenkian, Coleçõe de Arte Moderna,Lisbao

Colecgao BESA Banco Espfrito Santo, Angola
Kadist Foundation, Paris, France/San Francisco, USA

Museum of Modern Art, Warsaw, Poland
Fondazione di Venezia, Public Collection, Venice, Italy
Queensland Art Gallery | Gallery of Modern Art, Brisbane, Australia
Ellipse Foundation, Collection of Contemporary Art, Lisbon, Portugal
Collezione Sciarretta (Nomas Foundation), Private Collection, Rome, Italy
Metropolitana di Napoli, Public collection, Napoli, Italy
PLMJ Foundation, Public Collection, Lisbon, Portugal
Emile Stipp, Video Art Collection, Johannesburg, South Africa

Rui Costa Reis, Collection of Contemporary Art, Luanda, Angola

11.04.2024 | by Nélida Brito | Art exhibition, kiluanji kia henda

FeLiCidade - Festival da Língua e da Liberdade na Cidade

Mais de 100 nomes num festival que junta música, literatura, performance e cinema, com entrada livre

 CCB . 4 e 5 maio . sábado e domingo . 10h00 à 01h00 . em vários espaços

No ano em que se assinalam os 50 anos da Revolução dos Cravos, e no âmbito da celebração do Dia Mundial da Língua Portuguesa, o CCB promove FeLiCidade – Festival da Língua e da Liberdade na Cidade, que se realiza nos dias 4 e 5 de maio, das 10h00 à 01h00, em vários espaços do Centro Cultural de Belém, com entrada livre. Uma celebração, um questionamento e uma festa da língua como casa.

FeLiCidade é um festival que está assente no diálogo entre os países que utilizam a língua portuguesa, explorando as suas diversas disposições, a sua desconstrução e as suas possibilidades, na literatura, na música, no cinema, em cena. Dezenas de falantes e ouvintes de todas as geografias ajudam-nos a refletir sobre uma relação de centenas de anos, a discutir a pluralidade de raízes e identidades, sem rasurar a complexidade, a violência e a exclusão da História.

Na música, há concertos de Nenny, La Familia Gitana, Puta da Silva, Titica, Luca Argel & Filipe Sambado, Meia/Fé, Lula Pena & Braima Galissá, Acácia Maior, Missy Bitty, Vaiapraia, Scúru Fitchádu & Azia, Baque de Mulher b2b Batucadeiras das Olaias, Trypas Corassão, Coletivo Gira, Madu, Phoenix RDC convida Valete, Lia de Itamaracá, MADU, Banda B’Leza, Lia de Itamaracá, Mynda Guevara, Juana na Rap e G Fema.

Nas aulas & glossários, celebram-se os 500 anos de Camões (Frederico Lourenço remonta ao estudo do autor, e José Luiz Tavares desafia-nos a conhecer o Camões Crioulo), os 100 anos de Alexandre O’Neill, os 100 anos do surgimento de Ricardo Reis (numa aula sobre o heterónimo de Pessoa e outra sobre o Ricardo Reis de Saramago), estudamos o potencial poético e literário das canções Mulheres de Atenas. de Chico Buarque (por João Constâncio e Luísa Buarque) e Língua, de Caetano Veloso (por Eucanaã Ferraz e Pedro Duarte), bem como aulas sobre Rui Knopfli, Mário Domingues, Ruy Duarte de Carvalho e outros autores africanos. De referir ainda o curso A Felicidade e a Vida, por Gonçalo M. Tavares.

As conversas são marcadas, pela primeira vez, exclusivamente pela quadrangulação Portugal, Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor. Todas as histórias contam, todas se cruzam e fundem. Três escritores, de cada um dos vértices transoceânicos, conversam. Daniel Munduruku, escritor, ativista indígena, brasileiro, Francisco Bethencourt, historiador português, Mário Lúcio Sousa, escritor e cantautor cabo-verdiano. Ana Margarida de Carvalho, escritora portuguesa, Germano Almeida, escritor cabo-verdiano, Luís Cardoso, escritor timorense, Joana Bértholo, escritora portuguesa, José Eduardo Agualusa, escritor angolano, Socorro Acioli, escritora brasileira, Noemi Jaffe, escritora brasileira, Susana Moreira Marques, escritora portuguesa, Telma Tvon, escritora e rapper angolana, Andréa del Fuego, escritora brasileira, Conceição Lima, poeta são-tomense e Isabela Figueiredo, escritora portuguesa. A anteceder cada encontro há canções de boas-vindas e cordialidade; no final, há sessões de autógrafos.

Várias sessões de spoken word são apresentadas por Sitah Fayah X Spock, Rodrigo Brandão, Marina Campanatti, Alice Neto de Sousa, Maria Giulia Pinheiro, Muleca XIII, Marinho de Pina DJ Huba.

Há leituras encenadas, que partem do encontro de duplas de artistas, colocando em diálogo propostas desenhadas em torno de temas como género, autoria, construção, ancestralidade, escrita e vibração com: com várias duplas: Raquel Lima e Aoaní Salvaterra, Keli Freitas e Carolina Parreira, Jota Mombaça e Nádia Yracema, Cláudia Jardim e Cláudia Semedo, Sara Carinhas e Selma Uamusse, Tita Maravilha e Nuna.

Nas performances, a língua lê-se em voz alta, mexe-se, materializa desejos, esculpe páginas. A língua é performativa. No espaço público do CCB, durante todas as horas dos eventos, encontraremos performances inéditas de durações variadas, ativadas por artistas e para o público do FeLiCidade. Os corredores, os jardins, os elevadores e garagens serão marcados tanto pelas palavras de Salette Tavares como pela escrita que surge no próprio momento.

No cinema, são apresentados filmes em torno de nomes da literatura escrita em língua portuguesa, nomeadamente as estreias, em formato instalação, dos filmes O Marinheiro, do franco-japonês Yohei Yamakado, e Heterofonia, de Afonso Mota, a partir dos poemas homónimos de Fernando Pessoa e Alberto Pimenta; a estreia da nova cópia digital de O Primo Basílio, de George Pallu (1923), com a composição original inédita de Filipe Raposo, que a interpretará pela primeira vez ao piano. Entre outros filmes, são de destacar a apresentação integral da série documental Herdeiros de Saramago, da autoria de Carlos Vaz Marques e realizada por Graça Castanheira, que nos traz obras de, por exemplo, Andrea Del Fuego, Afonso Reis Cabral, Julián Fuks, Ondjaki, Valter Hugo Mãe, Adriana Lisboa, José Luís Peixoto, na presença dos autores, bem como o filme Anquanto La Lhéngua Fur Cantada, de João Botelho (2012), um hino à língua mirandesa, e MHM, de André Godinho, sobre o editor Manuel Hermínio Monteiro, apresentados pelos realizadores.

Um festival destinado a todas as idades, para todos os públicos, com programação para o público adulto, mas também destinado a crianças, com contadores de histórias (Miguel Sermão) e oficinas (por Catarina Câmara e Dina Mendonça). E porque o FeLiCidade é também uma festa, haverá um mercado e gastronomia, com produtos e comida de vários países, aberto das 12h00 às 21h00.

Com direção de Aida Tavares, a equipa curatorial é constituída por Anabela Mota Ribeiro, André e. Teodósio, Gonçalo Riscado, Nádia Yracema, Sara Carinhas, Tiago Bartolomeu Costa, sendo a programação desenvolvida por: CTL/Musicbox - Gonçalo Riscado, Pedro Azevedo, Inês Henriques, com BANTUMEN - Eddie Pipocas, Vanessa Sanches, Rainner Brito & VALSA - Marina Ginde, Nika Serafim (música); Anabela Mota Ribeiro e André e. Teodósio (conferências, lições, glossários, performance); Aoaní Salvaterra, Carolina Parreira, Cláudia Jardim, Cláudia Semedo, Jota Mombaça, Keli Freitas, Nádia Yracema, Nuna, Raquel Lima, Sara Carinhas, Selma Uamusse, Tita Maravilha (leituras encenadas) e Tiago Bartolomeu Costa (cinema).

No Dia Mundial da Língua Portuguesa (assinalado no dia 5 de maio), entende-se a língua como um motor de mudança e de transformação, discutem-se os modos de ser comunidade e vincam-se os compromissos com os valores de abril – com um cheirinho de alecrim.

A programação completa pode, desde já, ser consultada em www.felicidadefestival.com.

Em breve, haverá também uma App disponível para Android, iOS e Windows Phone.

10.04.2024 | by Nélida Brito | cinema, FeliCidade, festival, literatura, música, performance

Paradigmas em crise: Diálogos sobre Literatura, Género e Sexualidade

FACULDADE DE LETRAS DA UNIVERSIDADE DE LISBOA 

CENTRO DE ESTUDOS COMPARATISTAS 

GRUPO MORPHE

Subgrupo GENORE – Género, Normatividade, Representações

Seminário Permanente: Paradigmas em crise: Diálogos sobre Literatura, Género e Sexualidade

Organização: Inocência Mata e Helder Thiago Maia

O objectivo deste Seminário Permanente, realizado no âmbito do projecto GENORE (Género, Normatividade, Representações), e do projecto individual Fissuras na colonialidade de género: representações de género, afecto e sexualidade pré-coloniais no alvorecer do Império colonial português, ambos sediados do Grupo MORPHE, é reunir professores, investigadores, activistas e escritores, cujo foco das suas actividades se relacionem com os estudos literários e interartes em língua portuguesa e os estudos de género e sexualidade nas suas mais diferentes perspectivas teóricas.

Nesta primeira edição recebemos os professores Jorge Vicente Valentim, da Universidade Federal de São Carlos/Brasil, e Rosangela Sarteschi, da Universidade de São Paulo/Brasil, que estão a desenvolver pesquisas de pós-doutoramento no Centro de Estudos Comparatistas, da Universidade de Lisboa.

Oradores: Rosangela Sartheschi (USP, Brasil) e Jorge Vicente Valentim (UFSCar, Brasil)

Mediação: Helder Thiago Maia (CEComp/FLUL)

10.04.2024 | by Nélida Brito | diálogos, FLUL, género, literatura, sexualidade