Seminário: "Memória da guerra colonial em Angola"

3 Abril, 18:00 - 20:00

“Memória da guerra colonial em Angola”
Maria José Lobo Antunes (ICS-UL)

3 de abril de 2017, 18h-20h
Multiusos 2, Ed. ID, FCSH/NOVA


Resumo
Esta sessão centrar-se-á na apresentação de uma pesquisa de doutoramento, concluída em 2015, que teve como objetivo construir uma etnografia da memória da guerra colonial em Angola. Partindo da comissão de serviço de uma companhia de artilharia em Angola (1971-1973), a investigação articulou diferentes lugares e momentos do tempo. As memórias pessoais dos antigos militares desta unidade foram confrontadas com outras narrativas sobre o mesmo fragmento da guerra colonial (o relato institucional militar, a narrativa literária de António Lobo Antunes, antigo alferes médico da unidade) e com as retóricas públicas que, durante o Estado Novo e no Portugal contemporâneo, forneceram as ideias e as palavras com as quais o país e o mundo eram pensados. A apresentação do caminho percorrido pela investigação permitirá abordar questões teóricas e metodológicas que rodeiam o estudo da memória e, em particular, das ambiguidades e contradições geradas pela revisitação narrativa da guerra e do passado colonial português.


Nota biográfica
Doutorada em Antropologia pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (2015), é autora do livro Regressos quase perfeitos. Memórias da guerra em Angola. Atualmente é investigadora de pós-doutoramento no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, com o projeto “Imagem, guerra e memória: fotografia da guerra colonial nas coleções pessoais e nos arquivos institucionais”.


03.04.2017 | by marianapinho | angola, Estado Novo, guerra colonial, memória, Portugal

Projecto P! performance na esfera pública - 10 a 14 de Abril

Vários Espaços
10 a 14 de Abril 2017

Nos 100 anos da conferência futurista de Almada Negreiros, o Projecto P! promove um programa de pensamento crítico e de curadoria a partir da questão: como constrói, recria e participa a performance arte na esfera pública? Se reconhecermos nas vanguardas do início do século XX o gesto fundador da performance arte, tal como propõe a historiadora Roselee Goldberg, podemos considerar esta conferência como o marco inaugural da performance arte portuguesa? Este programa inclui a publicação do livro Performance na Esfera Pública (Edições Orfeu Negro), uma conferência internacional e performances.


Sintomaticamente, a performance arte irrompe em Portugal em configurações de mudança (Implantação da República, Revolução dos Cravos, adesão à Comunidade Europeia) e em diferentes artes (poesia, música, artes visuais, artes performativas). Depois da conferência futurista, só nos anos 60/70, as artes plásticas, a música e a poesia experimentais participam no processo revolucionário do 25 de Abril com ações e happenings. Subsequente à entrada de Portugal na Comunidade Europeia, a partir dos anos 1990, a performance manifesta-se no teatro e na dança, num período de vitalidade que enfraqueceria aos primeiros sinais da crise financeira mundial de 2008. Abordá-la a partir do prisma da esfera pública enquanto espaço discursivo permite-nos, por um lado, equacionar a força mobilizadora da performance arte nos diferentes momentos socioeconómicos de emergência e, por outro lado, pensar a forma como cada campo artístico activa uma participação específica na esfera pública, por via da performance.

PROGRAMA

10 abril → 10h às 13h
Fundação Calouste Gulbenkian, Auditório 3
Conferência internacional Performance na Esfera Pública
Jen Harvie: “Housing Crisis” (conferência em inglês)
Christine Greiner: “Microactivismos de Afectos”
Idalina Conde: “1917-2017 de Almada Negreiros a hoje: que Olhar para a Europa?”

Jen Harvie é professora doutora na Universidade Queen Mary, Londres, onde lecciona Teatro contemporâneo e Performance. Os seus livros incluem Fair Play – Art, Performance and Neoliberalism, Theatre & the City e The Routledge Companion to Theatre and Performance (com Paul Allain). Co-editou números especiais da Contemporary Theatre Review sobre globalização, os Jogos Olímpicos/ Paralímpicos de Londres, assim como uma antologia sobre processos criativos – Making Contemporary Theatre: International Rehearsal Processes (com Andy Lavender, 2010) – e outra sobre o trabalho de Lois Weaver, co-fundadora de Split Britches – The Only Way Home Is Through the Show: Performance Work of Lois Weaver (2015). Actualmente, dirige a colecção da Palgrave Theatre & e desenvolve um projecto sobre teatro e performance feminista contemporâneos no Reino Unido.

Christine Greiner é professora doutora na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC/SP, Brasil. Coordena o curso de graduação em Comunicação e Artes do Corpo, que ajudou a criar. Desenvolve a sua pesquisa na área de comunicação, com foco nos estudos interdisciplinares do corpo. É parceira de trabalho de Helena Katz, com quem desenvolve o conceito de Teoria Corpomídia. É especialista em estudos do corpo no Oriente e teve dois de seus pós-doutoramentos realizados no Japão. É jornalista, professora e investigadora, e vem contribuindo ao longo dos anos com a construção de um pensamento e reflexão crítica sobre dança.

Idalina Conde é professora e investigadora no Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL), doutorada em sociologia com especialidade sobre arte e cultura, autora de várias publicações nestas áreas. Colaborou em projetos europeus, nomeadamente do ERICARTS – European Institute for Comparative Cultural Research. Desenvolve atualmente uma linha de estudos sobre a Europa em visão cultural, com iconografias do património e arte contemporânea. Entre outras iniciativas com temáticas europeias, realizou os seguintes workshops: Criatividade em Agenda na Europa, na Representação da Comissão Europeia em Portugal, com duas edições em 2012 e 2013; Património em Agenda na Europa, na Casa-Museu Medeiros e Almeida em Lisboa.

10 abril → 14h30 às 17h30
Fundação Calouste Gulbenkian, Auditório 3, Sala 1 e Sala 2
Desconferência: Performance na Esfera Pública
Jen Harvie, Christine Greiner e Idalina Conde moderam três sessões de debate cujos temas serão votados na hora pelos participantes. Neste formato pouco convencional, público e oradores poderão ter um espaço de participação autogerido que nos parece vital para intensificar a relação entre investigadores e criadores, bem como para estimu-lar a intervenção do público.

10 abril → 18h30
Fundação Calouste Gulbenkian
Lançamento do livro Performance na Esfera Pública (Edições Orfeu Negro) com a presença da investigadora Rebecca Schneider seguida de beberete.

“Extending a Hand: Performance and Gesture in Spheres of Intra-action” (conferência em inglês)

Rebecca Schneider é professora doutora no departamento de Theatre Arts and Performance Studies na Brown University, onde lecciona estudos de performance, história do teatro e teorias da intermedialidade. É autora de Theatre and History (Palgrave 2014), Performing Remains: Art and War in Times of Theatrical Reenactment (Routledge 2011) e The Explicit Body in Performance (Routledge, 1997). Co-editou a antologia Re:Direction: A Theoretical and Practical Guide to 20th-Century Directing e um número especial da revista TDR: The Drama Review sobre Precaridade e Performance (2012). É uma das editoras principais de TDR, contribuindo ainda para a revista Women and Theatre, e com David Krasner para a colecção “Theatre: Theory/Text/Performance” com a University of Michigan Press. Schneider tem publicado ensaios em diversas antologias, incluindo Psychoanalysis and Performance, Acting Out: Feminist Performance, Performance and Cultural Politics, Performance Cosmologies, Performance and the City e o ensaio “Solo Solo Solo” em After Criticism. Tem colaborado com artistas no British Museum, em Londres, na Mobile Academy em Berlim, bem como apresentado comunicações em museus como o Guggenheim em Nova Iorque, no programa Capitals na Gulbenkian em Lisboa, no Museum of Modern Art em Warsaw, Musée d’Art Contemporain de Montreal e o Centre de la Dance em Paris.

Autores: Bojana Cvejić e Ana Vujanović, Carla Cruz, Sandra Guerreiro Dias, David Helbich, Isabel Nogueira, Claire Bishop, Eleonora Fabião, Sevi Bayraktar, Maria Andueza Olmedo, Christof Migone, Rui Mourão, Liliana Coutinho, Peggy Phelan, Ana Bigotte Vieira, Leif Elggren/KREV, Ana Borralho e João Galante, Sílvia Pinto Coelho, João Macdonald, Christine Greiner, Andrea Maciel, Paulo Raposo, Guillermo Gómez-Peña.

11 abril → 18h30
Casa Fernando Pessoa
Debate: 100 anos da conferência futurista, 100 anos de performance arte em Portugal? com Sandra Guerreiro Dias, Fernando Rosa Dias, Mariana Pinto dos Santos, Sílvia Laurea-no Costa

Uma das ações mais emblemáticas de Almada Negreiros foi a conferência futurista, proferida no Teatro da República (atual São Luiz Teatro Municipal), com o intuito de lançar o futurismo em Portugal, movimento encabeçado por Santa Rita Pintor. Tendo em conta a teoria proposta por RoseLee Goldberg, segundo a qual a performance arte nasce com as ações performativas futuristas, esta conferência pode ser considerada o marco inaugural da performance arte portuguesa. Mas será? E se assumirmos que é, qual o impacte dessa acção nas gerações do século XX? Qual a herança de Almada na performance

11 abril → 19h às 20h30
São Luiz Teatro Municipal
Performance: Partituras para o Corpo, o Edifício e a Alma

David Helbich

David Helbich criou guiões de performances especialmente para o edifício do São Luiz Teatro Municipal, publicadas no livro Performance Arte e Esfera Pública. Cada performance interpela não só o espaço arquitectónico do teatro mas também a história da performance arte tendo por protagonista o espectador, cuja experiência está no centro da proposta estética. Com a presença do artista, o espectador poderá desempenhar várias acções por todo o edifício num itinerário bem humorado. 

David Helbich (1973, Berlim/Bremen) tem vivido e trabalhado em Bruxelas desde 2002. Estudou composição em Amesterdão e Friburgo. Os seus trabalhos têm lugar em palcos, em papel, online e no espaço público. Recentemente apresentou-se, entre outros, no Martin-Gropius-Bau (Berlim), Palais de Tokyo (Paris) e UnionDocs (Nova Iorque). Para além de ensinar, por exemplo, na International Summer Courses for New Music Darmstadt, é autor do bestselling livro de fotografia Belgian solutions.

11 abril → 21h30
Polo Cultural Gaivotas | Boavista
Debate: O Público e o Privado
Dinamizador: Susana Mendes Silva (artista)
Festival Condomínio (curadoras)
Susana Chioca (artista e curadora)
Luísa Veloso (investigadora)

12 abril → 13h às 18h
MNAC – Museu do Chiado
Instalação performativa: Increments
Kovács/O’Doherty

Os trabalhos do duo de Kata Kóvacs e Tom O’Doherty combinam elementos de arte duracional, minimalismo, eletroacústica, movimento e vídeo. Em Increments, Kóvacs e O’Doherty executam uma série de ações simples em dois tambores, gravando os sons e reproduzindo-os no espaço da performance. Vão alternando entre a adição de novos sons e a escuta. Uma vez que a gravação de cada nova ação é realizada simultaneamente com a reprodução das acções precedentes, daqui resulta a sedimentação de um agregado cada vez mais denso de sons, em que as camadas mais antigas são as que mais sofreram as transformações operadas pela acústica do lugar em cada momento de gravação, fazendo referência ao trabalho de Alvin Lucier I am sitting in a room. Increments tanto apela a uma observação dos sistemas de gravação e reprodução áudio como à imersão no mundo acústico, onde se inclui a própria presença do público. Nelas se entretecem questões e crenças espacio-temporais, aqui habitadas pela poesia de vestígios acústicos, fragmentos rítmicos e feedback.

Sediados em Berlim, Kóvacs/ O’Doherty trabalham enquanto duo desde 2011. Em 2016, foram premiados pelo Art + Technology Award do LACMA (Los Angeles County Museum of Art).

12 abril → 19h às 20h30

São Luiz Teatro Municipal
Performance: Partituras para o Corpo, o Edifício e a Alma
David Helbich

12 abril → 19h
MNAC - Museu do Chiado
Performance: Reacting to Time - Portugueses na Performance
Apresentação da Transmissão X
Projeto de Vânia Rovisco com Fernando Aguiar e a colaboração de Bruno Humberto
Entre 6 e 10 de abril das 19h00 às 23h00 decorre o Workshop Transmissão X no Polo Cultural Gaivotas |Boavista

Reacting to Time - Portugueses na Performance procura actualizar a especificidade da memória corporal das primeiras experiências da performance. Aceder à origem dessa informação, atualizá-la pela transmissão directa e apresentá-la publicamente são os objectivos deste projeto. Trata-se de construir um arquivo vivo, tornado presente nos corpos.
Desde 2014, Vânia Rovisco dirige vários workshops de transmissão cujo objectivo é transmitir aos participantes uma performance que lhe tinha sido transmitida a ela pelo artista que criara a obra. Até agora foram transmitidas e reapresentadas as performances de dois autores: Identificatión (1975) de Manoel Barbosa e Il Faut Danser (1985) de António Olaio.
Nesta nova etapa, Fernando Aguiar transmitirá a performance Expresiones y interaccion(1997) a Vânia Rovisco (1.ª transmissão) que, por sua vez, a transmitirá ao artista Bruno Humberto (2.ª transmissão). No workshop Transmissão X, este transmitirá diretamente ao corpo de participantes masculinos (artistas, estudantes e interessados em performance) uma parte da história do corpo da performance portuguesa, num esforço de preservação e transmissão da memória corporal destas primeiras experiências. Do workshop resultará um objeto a apresentar pelos formandos, potenciando a propagação deste conhecimento e experiência.

Vânia Rovisco concluiu o Curso para Intérpretes de Dança Contemporânea do Fórum Dança (1998-2000). Trabalhou como intérprete com Meg Stuart/Damaged Goods (2001-2007) em diversas peças e projectos de improvisação. Colaborou com Pierre Colibeuf, Helena Waldman, Gordon Monahan, entre outros. Em 2004, começou a fazer direção de movimento, com encenadores como João Brites, Gonçalo Amorim, Gonçalo Waddington/Carla Maciel. Em 2007, tomou a decisão de colocar o corpo no contexto da galeria de arte, concebendo instalações e performances, que se tornou um alicerce na concepção do seu trabalho, envolvendo também o vídeo pela captura da plasticidade do corpo e movimento. Cofundadora de AADK. Em 2013, estreou o solo The Archaic, Looking Out, The Night Knight. Participou na Feira de Arte Contemporânea mOstra14. Encenou para o festival TODOS Silo de carros e estradas giratórias.
www.brunohumberto.com
ocontrariodotempo.blogspot.pt/

12 abril → 21h30
Polo Cultural Gaivotas | Boavista
Debate: Performance Arte e Memória

Dinamizadora: Cláudia Madeira (investigadora)
Fernando Aguiar (artista)
Ana Dinger (investigadora)
Clara Meneres (artista)

13 abril → 13h às 18h
MNAC – Museu do Chiado
Instalação performativa: Increments
Kovács/O’Doherty

13 abril → 15h
Polo Cultural Gaivotas | Boavista
Debate: Intervenção e Ética
Dinamizador: Vanessa Rato (jornalista)
Pablo Alvez Artinprocess (artista e investigador)
Mário Caeiro (investigador e curador)
Joana Craveiro (artista)

13 abril → 19h às 20h30
São Luiz Teatro Municipal
Performance: Partituras para o Corpo, o Edifício e a Alma
David Helbich

13 abril → 22h
Maria Matos Teatro Municipal
Concerto: Intonarumori
Luciano Chessa & The Orquestra Of Futurist Noise Intoners

The Orchestra of Futurist Noise Intoners é a única réplica completa da das máquinas de barulho – intonarumori – criadas pelo compositor futurista Luigi Russolo. Foram reconstruídas pelo maestro Luciano Chessa a convite da bienal PERFORMA, em Nova Iorque, que na edição de 2009 celebrava os 100 anos do futurismo italiano. Apresentando obras históricas e originais, o concerto da Orchestra of Futurist Noise Intoners inclui peças de compositores oriundos de estilos musicais diversificados. No concerto em Lisboa, ouviremos peças de Luigi Russolo, Lee Ranaldo (guitarrista fundador do grupo de rock alternativo Sonic Youth, Lucianno Chessa, Blixa Bargeld, Ellen Fullman, Pauline Oliveros (figura central no desenvolvimento da música electrónica do pós-guerra), Teho Teardo, Mike Patton (vocalista dos Faith no More e Mr. Bungle), James Fei, entre outros.

14 abril → 17h
São Luiz Teatro Municipal
Performances: REINVENÇÕES 100 anos da conferência futurista de Almada Negreiros
Artistas confirmados: Américo Rodrigues, Ana Borralho & João Galante, António Olaio, Beatriz Brás & Sérgio Coragem, Diana Combo, Fernando Aguiar, Homeostéticos, Manoel Barbosa, Marta Bernardes, Nova Orquestra Futurista do Porto, Pogo Teatro, Raquel André, Sónia Baptista, Margarida Chambel & Nuno Oliveira

Exatamente 100 anos depois do jovem Almada ter ocupado o palco do Teatro República (actual São Luiz Teatro Municipal) para ler o seu Ultimatum às gerações futuristas do século XX, entre outros manifestos, vários espaços do mesmo teatro serão ocupados por 14 artistas de diferentes gerações e de diversas disciplinas artísticas (artes visuais, poesia, dança, música e teatro), que reinventam a conferência futurista.

14 abril → 22h30
São Luiz Teatro Municipal
Festa-futurista-e-tudo
Cocktails futuristas e surpresa culinária futurista pelo Chef Joaquim de Sousa

Chef Joaquim Sousa natural de França, antigo Chefe Pasteleiro do The Oitavos tem um percurso profissional raro. Fez grande parte da sua carreira em França, entre 1988 e 2001, onde trabalhou em pastelaria, salões de chá e hotelaria de 5 estrelas com restaurantes de Estrelas Michelin. Quando chegou a Portugal, em 2001, tornou-se responsável pela formação em pastelaria em várias cadeias de hotéis de 5 estrelas. É atualmente formador na Escola de Hotelaria e Turismo de Lisboa. Com uma reputação de criativo, perfecionista e ótimo formador, este verdadeiro aficionado do chocolate está em constante investigação de soluções inovadoras e arrojadas.

DJ sets futuristas
Mirta Vuduvum (vonCalhau!)
Bruno Silva (Ondness)
Miguel Sá (Tra$h Converters)

Uma iniciativa da Associação Per Form Ativa
Coordenação de Projeto Ana Pais
Curadoria Ana Pais, Pedro Rocha, Levina Valentim
Gestão de Projeto Ana do Rosário Bragança
Produção Missanga
Comunicação Wake Up!
Design Ilhas

03.04.2017 | by marianapinho | almada negreiros, orfeu negro, Performance na esfera pública, Projecto P!

Convocatória Catchupa Factory – Novos Fotógrafos 2017

Catchupa Factory – Novos Fotógrafos 2017 3 a 17 de Maio Mindelo, São Vicente Cabo VerdeA residência artística Catchupa Factory irá proporcionar um momento de imersão e um espaço de incentivo à criação artística para fotógrafos e artistas emergentes dos PALOP. A Catchupa Factory — Novos Fotógrafos é dirigida a criados-autores e é desenvolvida sob a orientação do curador e educador sul-africano John Fleetwood. Os participantes serão incentivados a criar um projecto fotográfico ao longo de 2 semanas de trabalho intensivo. Os trabalhos resultantes da residência artística irão integrar o catálogo Catchupa Factory 2017 e os participantes poderão ainda fazer parte dos programas de exposição e estágios internacionais a serem lançados posteriormente.

Objectivos:

  • Fomentar a criação de uma rede de fotógrafos e artistas emergentes dos PALOP;
  • Estimular o reconhecimento e a visibilidade internacional do trabalho autoral em fotografia dos participantes;
  • Incentivar a mobilidade de artistas e obras de arte;
  • Promover a formação avançada ao nível da concepção, desenvolvimento e edição do projecto fotográfico;
  • Proporcionar um espaço dedicado de criação, diálogo e partilha entre fotógrafos e artistas dos PALOP e de África.

Destinatários: Fotógrafos e artistas emergentes dos PALOP que desenvolvam a sua prática autoral no campo da fotografia.Envio de portfólio, CV e carta de motivação para: aoje.cv@gmail.com (os interessados poderão também enviar uma descrição do projecto que pretendam desenvolver)

Prazos: 20 de Março a 3 de Abril de 2017 Comunicação dos resultados: 10 de Abril de 2017

Formador da Residência Artística: John Fleetwood (África do Sul) www.phototool.co.za/team/

Curadora convidada: Paula Nascimento (Angola)

Número máximo de participantes: 10 fotógrafos e artistas emergentes dos PALOP [4 fotógrafos e artistas dos PALOP (excepto Cabo Verde) e 6 fotógrafos e artistas de Cabo Verde].

Condições de participação para os fotógrafos e artistas dos PALOP*: 4 bolsas de viagem internacional / Estadia / Apoio à alimentação. Condições de participação para os fotógrafos e artistas de Cabo Verde*: 4 bolsas de viagem inter-ilhas / Apoio à estadia / Apoio à alimentação.

*A AOJE está empenhada em colaborar com os participantes no sentido de facilitar a sua presença, seja através de envio de carta-convite ou outros procedimentos.

Organização: AOJE Associação de Fotografia Apoios: Fundação Calouste Gulbenkian e Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas de Cabo VerdeDocumento

PDF: https://www.dropbox.com/s/ydqf501nb…

30.03.2017 | by martalanca | fotografia

SESSÕES DJASS #2 Alexandra Lucas Coelho discute "Deus-dará"

A segunda “Sessão Djass” terá como convidada a jornalista e escritora portuguesa Alexandra Lucas Coelho, que nos falará sobre suas pesquisas relativas à escravatura no Brasil realizadas para a escrita de seu último romance “Deus-dará”. Uma conversa em torno do colonialismo português, regime escravocrata no Brasil e seus reflexos nos dias de hoje. 
As “Sessões Djass” são uma iniciativa da Djass – Associação de Afrodescendentes, que propõe um ciclo de conversas, a realizar ao longo do ano, em torno de um filme, de um livro, de uma personagem ou de um autor, sobre temas como racismo, colonialismo, escravatura, discriminação, privilégio, poder, negritude. 
Data: 3 de abril de 2017, 18h30
Local: Bar Tabernáculo, Rua de São Paulo, 218, Lisboa 
Entrada livre.

30.03.2017 | by martalanca | Alexandra Lucas Coelho, Deus-dará

Mostra de Filme Etnográfico "Futuros Disputados” FCSH I LISBOA

Making a Living in the Dry Season (Angola, 2016): vai ser exibido no âmbito da itinerância da Mostra de Filme Etnográfico “Futuros Disputados” (FCSH/NOVA e ISCTE-IUL) em sessão dupla, combinando um filme sobre Angola e outro sobre Brasil, decorre dia 19 de Abril, às 18h, e conta com a minha presença enquanto realizadora e a da antropóloga Susana Matos Viegas, especialista sobre as questões indígenas no Brasil. 

 

30.03.2017 | by martalanca | filme etnográfico

A primeira grande investigação sobre a guerra civil angolana

Depois da independência, Angola ficou dividida por um conflito interno que havia de durar mais de um quarto de século e que veio a definir os contornos do poder político angolano até à actualidade.
A guerra civil teve de um lado a UNITA, do outro o MPLA, mas no meio ficou sempre a população, verdadeira protagonista deste livro. A partir de centenas de entrevistas, e sem tomar partido, Justin Pearce reconstituiu a vertente humana da mais mortífera e longa guerra civil africana.
«Ao invés de entrevistar apenas generais e políticos e de os questionar sobre a guerra, Pearce fala com os camponeses, os aldeãos, os professores e os meros militantes partidários, e procura compreender de que forma é que os angolanos se integraram em movimentos políticos rivais, e como é que a militância partidária determinou os seus actos e a sua vida.» — Rafael Marques, Prefácio

A GUERRA CIVIL EM ANGOLA 1975-2002, de Justin Pearce.

29.03.2017 | by martalanca | angola, guerra cívil, Justin Pearce, Rafale Marques

Terça-feira: Tudo o que é sólido dissolve-se no ar

Quando era criança assistia fascinada, como muitas pessoas da minha geração, aos programas televisivos do Vasco Granja e ficava deliciada com aqueles desenhos animados que criavam mundos a partir de plasticina, cartolina ou de uma só linha. Cerca de trinta e tal anos depois convoco esse universo, nomeadamente o trabalho de Osvaldo Cavandoli, para esta segunda criação do projeto Sete Anos Sete Peças.Tendo em conta que uma linha reta é a linha mais curta que se pode traçar entre dois pontos,este é o ponto de partida escolhido por mim e pelo Luca Bellezze para a criação de uma espécie de cartoonao vivo urdido a partir de um fio. Numa lógica de frameaframe, vai sendo construída uma narrativa visual e sonora que retrata, de forma sintetizada, aspetos particulares da realidade contemporânea.Num tempo em que as linhas divisórias, as fronteiras, as barreiras, as linhas da frente e de mira dos conflitos bélicos, as fileiras e as linhas de identificação do drama dos refugiados, as linhas de respeito dos limites marítimos das nações, as linhas duras das fações radicais de organizações políticas e religiosas estão na ordem do dia, pretendemos trabalhar (n)uma linha unificadora, capaz de juntar o que se encontra separado.

Cláudia Dias

sexta, 31 março →  conversa após o espetáculo 
José Goulão (jornalista), Gustavo Carneiro (Conselho Português para a Paz e Cooperação) e Cláudia Dias, numa conversa moderada por Jorge Louraço (dramaturgo, professor na ESMAE), vão falar da crise dos refugiados puxando o fio à meada, procurando a origem dos factos, retrocedendo passo a passo pelos caminhos onde foram deixadas pegadas de refugiados políticos, económicos ou ambientais, até encontrar o desastre climático, a fome ou a guerra, e, na origem destes infernos, os pecados mortais cometidos a sul e a oriente da Europa por homens, europeus, brancos — quase todos, mas não só.

Ficha artística

conceito e direcção artística: Cláudia Dias Artista convidado: Luca Bellezze
texto: Cláudia Dias
intérpretes: Cláudia Dias e Luca Bellezze Olhar Crítico – Sete Anos Sete Peças: Jorge Louraço Figueira Cenografia e desenho de luz: Thomas Walgrave
assistência: Karas
animação: Bruno Canas
direção técnica: Nuno Borda De Água
produção: Alkantara
coprodução: Maria Matos Teatro Municipal; Teatro Municipal do Porto Residências Artísticas: Teatro Municipal do Porto/Teatro do Campo Alegre; O Espaço do Tempo; Centro Cultural Juvenil de Santo Amaro – Casa Amarela
agradecimentos: Ângelo Alves, Anselmo Dias, Ilda Figueiredo, José Goulão, Jorge Cadima, Paulo Costa O projeto SETE ANOS SETE PEÇAS é apoiado pela Câmara Municipal de Almada

Alkantara – A.C. é uma estrutura financiada por: Ministério da Cultura / Direcção-Geral das Artes e Câmara Municipal de Lisboa

28.03.2017 | by marianapinho | barreiras, Cláudia Dias, conflitos bélicos, fronteiras, imigração, linhas divisórias, miras, refugiados

É possível descolonizar as metodologias ocidentais? O Sul como motor.

Μεσόγειος Θάλασσα, Σούνιο, Ελλάδα 2017 Mar Mediterráneo, Sunión, Grécia 2017 foto de Alejandro Simón.Μεσόγειος Θάλασσα, Σούνιο, Ελλάδα 2017 Mar Mediterráneo, Sunión, Grécia 2017 foto de Alejandro Simón.A perspectiva poscolonial anglo-saxónica e os seus textos inaugurados com O lugar da cultura (Bhabha) foi criticada por concentrar-se na análise do fenómeno da imigração nos centros hegemónicos, em vez de tentar resolver os problemas das antigas colónias. Uns anos depois começou-se a falar da Europa pós-colonial na era das migrações, o que se reforçou com a crise económica e a evidência das suas fronteiras internas que dividiam  o norte dos PIGS. Não será por casualidade que a actual edição da Documenta seja organizada em torno do conceito de Sul e se celebre entre Kassel e Atenas. Pelo potencial desta relocalização do Sul na Europa, e de reaprender novas estratégias políticas a partir de uma posição identitária em reconstrução, e ligado à obsolescência dos seus antigos discursos  de hegemonia (colonial). Será esta condição/sul migrante de Espanha, Grécia, Portugal ou Itália capaz de gerar novas estratégias de pensamento ou de interlocução com outras cidadanias do sul? Que problemas acarreta o sul como lugar onde ir a partir de uma posição de privilégio ou ao qual regresar? Qual o potencial transformador destes suis em conjunto? 

Ainda que nos últimos anos a proliferação do termo “descolonizar” explique uma urgência em procurar estratégias para superar a falência dos legados coloniais, a pergunta “é possível descolonizar?”, precisamente, vem sintetizar a dúvida fundamental dos seus teóricos. Como gerar novas propostas descoloniais se tanto as instituições como as metodologias que enquadram o nosso pensamento são intrínsecas à sua condição colonial: Silvia Rivera Cusicanqui pergunta se é possível descolonizar a mestiçagem, ou a nação (cuja base ocidentalizante é a branquitude); Boaventura de Sousa Santos se é possível descolonizar o marxismo; Sharon MacDonald ou Clementine Deliss, os Museus; Viveiros de Castro ou Vanessa Watts a natureza; os estudantes da Escola de Estudos Orientais e Africanos da Universidade de Londres, a própria Academia, questionando a presença de pensadores ocidentais nos programas curriculares; ou a Universidade Federal do Sul da Bahia que inclui indígenas na aposta pela epistemodiversidade. Em 1999, um pouco antes deste boom descolonial, a teórica maõri Linda Ruhiwai Smith, no seu livro Descolonizar Metodologías, pressagiava o papel que as cosmovisões indígenas têm adquirido no sentido de superar as nossas relações coloniais com a natureza e com as formas extra-ocidentais de cidadania e cultura. Que tipo de relação pode o ocidente gerar com estas categorias-Sul? É possível descolonizar as metodologias ocidentais cuja complicidade com a colonialidade não está suficientemente analisada? Como construir epistemodiversidade se as nossas referências académicas justamente se diferenciam das não-ocidentais uma vez que estão baseadas na “acumulação de conhecimento” e na sua exploração? Será agora o Sul um lugar onde se vai “saquear”, para acumular formas de pensamento? Ou, pelo contrário, qual é o potencial desta interlocução para modificar a natureza colonial das metodologias ocidentais e gerar novos modelos?

CONVOCATÓRIA
Re-visiones
 
2017:
Recepción de originales 1 de Junio de 2017 (editora do número: María Iñigo) 

 

27.03.2017 | by martalanca | descolonial, pensamento, revista, sul

Ciclo "Colonialismo do Colonialismo": El Botón de Nácar

Último Filme do Ciclo de Cinema “Colonialismo do Colonialismo”.
Nesta quinta-feira trazemos um filme-documentario Chileno dirigido pelo realizador Patricio Guzman. 
Como todas as quintas-feira, à noite não vai haver Cantina, mas sim uns saborosos petiscos e, claro, o Bar da Zona aberto.

Sinopse:
O oceano contém a história de toda a humanidade. No mar estão as vozes da Terra e de todo o espaço. A água, fronteira mais longa do Chile, também esconde o segredo de dois misteriosos botões encontrados no fundo do mar. Com mais de 4 mil km de costa e o maior arquipélago do mundo, o Chile apresenta uma paisagem sobrenatural, com vulcões, montanhas e glaciares. Nessa paisagem estão as vozes da população indígena da Patagônia, dos primeiros navegadores ingleses que chegaram ao país, e também a voz dos presos políticos chilenos. Alguns dizem que a água tem memória. Este filme mostra que ela também tem voz.

23.03.2017 | by marianapinho | Colonialismo do Colonialismo, El Botón de Nácar, Patricio Guzman

INTERNATIONAL SEMINAR Migration challenges in the Globalization Era: Mental Health, Education and Culture

ENTRADA LIVRE

23 de março 2017| 15h00-18h30
FINNISH EDUCATION - ANOTHER WAY TO DO IT
Kari Louhivuori
Kirkkojarvi School, Finland

MODERADOR: Berta Bustorff 

24 de março 2017 | 15h00-18h30
ENTRE HÉRITAGE ET CRÉATIVITÉ CULTURELLE
Ahmad Aminian
Omar Khayam Center, Brussells

MODERADOR: Rita Pedro

25 de março 2017 | 10h00-16h30  

GLOBAL ENGLISH: MYTH, OPPORTUNITY, OR THREAT?
Robert Phillipson 
Copenhagen Business School, Denmark

MODERADOR: Ana Margarida Abrantes e Peter Hanenberg

 O Ciclo de Conferências tem como convidados preletores internacionais: 

  • MEETING IV (18, 19 E 20 de maio) - HEALTH
    Sarah Spencer - Prof.da Univ.Oxford e Directora de Global Exchanges on Migration and Diversity-Centre on Migration, Policy and Society-Inglaterra
    Sofie Baarnhielm - Prof. do Institut Karolinska e Directora do Transkulturellt Centrum de Estocolmo-Suécia
    Nazilla Khanlou - Prof. da Univ. York de Toronto e Investigadora da Fundation Maternal Child Health Scholars Program –Canadá
  • MEETING V (30 de junho e 01 de julho) - HEALTH
    Mike Moesko - Prof. da Univ. de Hamburgo e Formador do Instituto de Medicina Psicológica.Alemanha 
    Alcinda Honwana - Prof. das Univs. Open  United Kingdom, Maputo e Cape Town. Ex-representante do Secretário Geral da ONU para Crianças em Conflitos Armados. Inglaterra e Moçambique
  • MEETING VI (21, 22 E 23 de setembro) - CULTURE
    Paulo de Medeiros - Prof.da Univ. Warwick.Inglaterra
    Carlos Gimenez - Prof. da Univ. Autónoma de Madrid.Espanha
    Ahmet Ögüt - Fundador da Silent University  

Com o apoio:
Fundação Calouste Gulbenkian
Alto Comissariado para as Migrações
Plataforma Global de Assistência Académica de Emergência a Estudantes Sírios
Plataforma de Apoio aos Refugiados

Coordenação:

Prof. Doutor Alexandre Castro Caldas

Prof. Doutor António Mendes Pedro

Prof. Doutor Peter Hanenberg

 

23.03.2017 | by martalanca | gloabalization, Seminário internacional

Feminismos negros: uma antologia

Feminismos negros. Una antología (2012), editado por Mercedes Jabardo, se compone de textos de Sojourner Truth, Ida Wells, Patricia Hills Collins, Angela Davis, Carol Stack, Hazel Carby, Pratibha Parmar, Jayne Ifekwunigwe, Magdalene Ang-Lygate, mujeres negras, pensadoras y activistas, que contribuyeron a construir, desde posturas divergentes al movimiento feminista de mujeres blancas, el debate teórico y político de ésta disciplina, muchas veces cuestionando el feminismo hegemónico, y siempre revelando grandes dosis de controversia política.

“Las feministas negras desarrollaron epistemologías y prácticas políticas que daban cuenta de su propia situación: no todas las mujeres sufren la misma opresión; el género, la clase, la «raza» y la sexualidad son ejes de opresión articulados; existe la opresión entre mujeres. Este grito de empoderamiento transformó el feminismo en general con una batería de críticas concretas que apuntaban a la posición de las feministas blancas en temas tales como el capitalismo, el colonialismo, la migración, la familia y la sexualidad.

Pero las feministas negras tuvieron otra virtud: escaparon al cierre de las políticas de la identidad en una pelea constante contra todo tipo de categoría esencializadora y reductora de la complejidad social, incluido el elemento racial. Dicho de otro modo, anunciaron que las necesarias alianzas entre mujeres se deben basar en lo que una hace, no en lo que una es”.

ÍNDICE

Prólogo. ¿Por qué esta antología del feminismo negro en castellano? Mercedes Jabardo 
Presentación de esta antología
Yo también soy feminista negra

Introducción. Construyendo puentes: en diálogo desde / con el feminismo negro. Mercedes Jabardo 
Pioneras del feminismo negro
Bases conceptuales del feminismo negro
El doble discurso de los grupos dominados. Patricia Hill Collins
Los rostros de la resistencia. Las mujeres negras del blues de Ángela Davis
Redefi nir el concepto de familia: el valor del parentesco.
Un diálogo con Carol Stack
Segunda Ola del pensamiento feminista negro. Diáspora y estudios culturales
Nuevas narrativas. Discurso postcolonial e identidades diaspóricas
Y para terminar
 Bibliografía

PIONERAS DEL FEMINISMO NEGRO

1. Convención de los Derechos de la MujerSojourner Truth

2. Sufragio femenino. Sojourner Truth
Una personalidad
Discurso de Sojourner Truth
Esclavitud de la esposa
Lavar y planchar
Ahora es el momento
Queremos jurados de mujeres
Su edad
Su lógica sobre el trabajo y la paga
Una predicción y una queja
Se necesitan suministros del enemigo
La inevitable colecta de la señorita Anthony
Sojourner continúa
El canto de Sojourner
Sojourner concluye

3. Horrores sureños: la ley Lynch en todas sus fases. Ida B. Wells
Prefacio
Capítulo I. La ofensa
Capítulo II. Lo blanco y lo negro del asunto
Capítulo III. El nuevo lema
Capítulo IV. La maliciosa y mentirosa prensa blanca
Capítulo V. La posición del Sur
Capítulo VI. Autoayuda

BASES CONCEPTUALES DEL FEMINISMO NEGRO

4. Rasgos distintivos del pensamiento feminista negro. Patricia Hill Collins                                                                                                                                                                                         ¿Por qué un pensamiento feminista negro estadounidense?
Respuestas diversas a los retos comunes dentro del feminismo negro
Práctica feminista negra y pensamiento feminista negro
Prácticas dialógicas y mujeres intelectuales negras
El feminismo negro es dinámico y cambiante
El feminismo negro estadounidense y otros proyectos de justicia social

5. I Used To Be Your Sweet Mama. Ideología, sexualidad y domesticidad. Ángela Y. Davis

6. Roles sexuales y estrategias de supervivencia en una comunidad negra urbana. Carol Stack
La residencia y la red doméstica
Madres y padres
Padres e hijos
 Conclusiones

LA SEGUNDA OLA DEL FEMINISMO NEGRO. DIÁSPORA Y ESTUDIOS CULTURALES

7. Mujeres blancas, ¡escuchad! El feminismo negro y los límites de la hermandad femenina. Hazel V. Carby
La construcción de alternativas
 Agradecimientos

8. Feminismo negro: la política como articulaciónPratibha Parmar
Introducción
Otro tipo de sueños
Las políticas de la identidad
Identidades raciales
Estrategias de representación
Evitar el esencialismo
Encontrar una «voz» visual
Representar la complejidad
 Agradecimientos

NUEVAS NARRATIVAS. DISCURSO POSTCOLONIAL E IDENTIDADES DIASPÓRICAS

9. Cuando habla el espejo: La poética y la problemática de la construcción de identidad para las métisse de Bristol. Jayne Ifekwunigwe
Presentación del campo
¿Lo inglés es sinónimo de blancura de forma esencialista?
Akousa: ¿es la piel oscura el elemento esencial de la negritud?
Sarah: narraciones del espacio, el lugar y la pertenencia
Ruby: aceptar la negritud cuando rezar no te vuelve blanca
Similola: vestir «el papel»
Yemi: redefi nir «las cuestiones»
Bisi: el racismo en nuestras familias de origen, o ningún lugar donde esconderse
Apuntes iniciales a modo de observaciones concluyentes
 Agradecimientos

10. Trazar los espacios de la deslocalización. De la teorización de la diáspora. Magdalene Ang-Lygate
Espacios silenciados de la deslocalización
El lenguaje problemático de la deslocalización
Cercos identitarios de la deslocalización
Comunidades imaginarias y el mito de la autenticidad
Ser invisible no es un estado natural
Reflexiones finales: más allá de la «corrección»
 Agradecimientos

Tirado do blogue

Livro Completo: http://bit.ly/2j5HLrt
Todo projeto do Sul: https://goo.gl/4pJu9f
Convidados a conversar em: https://www.facebook.com/groups/disenosdelossures/

21.03.2017 | by martalanca | feminismos negros

O que é o arquivo?

Está hoje em curso um intenso debate sobre as consequências das transformações tecnológicas para a gestão arquivística e para a preservação da memória. A transição para um paradigma digital supõe, no entanto, uma destabilização epistemológica mais profunda, com repercussões que vão além do eventual impacto ao nível da política arquivística. Uma transição que implica a nossa própria relação com os arquivos (pessoais e institucionais) e a sua partilha. É assim a própria noção de Arquivo, nas suas diversas aceções, comuns e especializadas, que é interpelada e de certo modo reconfigurada, quando a realidade do arquivo é literalmente posta em movimento pelo seu devir digital. Seja na sua aceção de coleção de traços do passado, de “conteúdo” de arquivo (documentos e registos propriamente ditos), de estrutura ou ordenação do material de arquivo, a digitalização veio perturbar totalmente a ordem arquivística da qual decorrem as significações desta noção. O que é, então, o arquivo, hoje?

Durante os próximos anos, o ciclo O que é o Arquivo? irá organizar uma série de Laboratórios, encontros de trabalho e de discussão, onde, de cada vez, esta pergunta será colocada a partir de práticas e saberes visuais particulares, e de campos de trabalho e investigação específicos. Neste Laboratório I: Arte/Arquivo propomos explorar e mapear as relações entre o Arquivo e a Arte na produção artística contemporânea portuguesa.

Ao longo de três dias, diversos intervenientes na cena artística irão apresentar diferentes abordagens ao tema e partir de zonas e matérias distintas, colocando em questão o cruzamento entre a arte e o arquivo: não só porque, através de um uso específico de materiais arquivados, interrogam a lógica pela qual os documentos são vistos nos arquivos tradicionais e institucionais; mas também porque permitem revelar e auscultar as transformações por que passa o arquivo quando é objeto das operações da arte.

As três mesas de trabalho que constituem este encontro entre os artistas e curadores, arquivistas, historiadores ou investigadores, serão orientadas em cada dia do seu programa por uma pergunta diferente, colocada a cada vez ao Arquivo.

Programa

23 de março, 5ª feira

MESA DE TRABALHO 1 | 15h/18h

O que é o Arquivo? Abordagem epistemológica e ontológica

Com as transformações trazidas pelos novos media sociais deixou de ser claro onde começa e acaba o arquivo ou o que está dentro e fora dele. O poder do arquivo passou a ser exercido por todos, sendo que ninguém o possui em particular. Esta “febre do arquivo” (Derrida, 1995) abre a necessidade de (re)pensar o que é o arquivo na sua relação com a determinação da produção do que e visível e dizível, ou seja, em termos foucauldianos, das condições de saber de um dado momento, o nosso. Trata-se de uma problematização de natureza política, que põe em questão o que deve ser visível e o que é esquecido, e que, no campo artístico, interroga o próprio arquivo e sistema da arte.

Com apresentação de trabalhos por José Luís Neto e Pedro Lagoa. Seguida de discussão com Ana Bigotte VieiraAntónio GuerreiroJoão Oliveira DuarteMaria Filomena Molder.

24 março, 6ª feira

MESA DE TRABALHO 2 | 15h/18h

O que pode o Arquivo? Apropriação e reconfiguração de arquivos

O fascínio pelo arquivo manifesta-se quer na exigência de tomar parte na prática arquivística, através da fundação de toda a espécie de arquivos e de novos tipos de arquivos, quer na demanda de aceder ao que (já) está guardado no arquivo. Neste contexto, as operações que conduzem ao arquivo podem situar-se entre criação e destruição, crítica e fetichismo, reflexão histórica e desvio artístico. O arquivo é encarado, mais do que como repositório do passado, como meio de intervir estética e politicamente no presente.

Com apresentação de trabalhos por Daniel Barroca e Filipa César. Seguida de discussão com José Manuel CostaNuno FariaPatrícia Leal. 

25 março, sábado

MESA REDONDA | 10h/13h

Sintomatologia: o Arquivo na sua relação com as Artes

Estado da Arte das relações entre Arte e Arquivo com apresentações de Ana Janeiro, Anabela Bravo, Antonia Gaeta, Catarina Simão, Célia Ferreira, Elisa Noronha, Filipa Guimarães, Isabel Costa, Magna Ferreira, Maria Ganem, Miguel Bonneville, Rui Dias Monteiro, Rui Mourão, Sandra Camacho e Stefanie Baumann.

MESA DE TRABALHO 3 | 15h/18h

Quando há Arquivo? A tensão institucional na constituição do arquivo

Como se coloca, ao nível das instituições arquivísticas, a decisão/definição do que pode e deve ser arquivado? E como se relaciona este poder com os gestos não institucionalizados de preservação de objetos, obras, imagens, coleções, movidos pelo desejo, as obsessões e idiossincrasias singulares, individuais e privadas? Como se joga o trabalho do artista na transição entre os dois - do arquivo privado ao arquivo institucional? E como se posiciona, nessa transição, o museu, enquanto lugar de reflexão sobre o arsenal de artefactos artísticos, imagens e taxonomias que governam as suas relações?

Com apresentação de trabalhos por André Amálio e André Guedes. Seguida de discussão com Ana GandumDelfim SardoLiliana Coutinho.

ENTRADA LIVRE

Para mais informações:

http://arquivomunicipal.cm-lisboa.pt  | https://www.facebook.com/oqueeoarquivo/

20.03.2017 | by martalanca | arquivo, conversas

Faz Escuro nos Olhos, Teatro Griot com encenação de Rogério de Carvalho

foto de Pauliana Valente Pimentelfoto de Pauliana Valente Pimentel

O Teatro GRIOT apresenta Faz Escuro nos Olhos, com encenação de Rogério de Carvalho, em cena no Teatro do  Bairro de 22 a 26 de Março, de quarta a sábado às 21:30, domingo às 17:00.

“Nem todas as vozes se ouvem, mesmo as mais angustiantes e desesperadas podem ser vozes não ouvidas. Pode ser que no silêncio apareça uma outra voz mais premente, a voz interna, uma voz que não se pode fazer calar.”  Rogério de Carvalho

Encenação: Rogério de Carvalho; Interpretação: Ana Rosa Mendes, Daniel Martinho, Giovanni Lourenço, Margarida Bento, Matamba Joaquim e Zia Soares; Desenho de Luz: Jorge Ribeiro; Fotografia: Pauliana Valente Pimentel; Design Gráfico: Sílvio Rosado; Produção: Teatro GRIOT.

20.03.2017 | by martalanca | Faz Escuro nos Olhos, Rogério de Carvalho, teatro griot

In the days of a dark safari, Kiluanji Kia Henda I LISBOA

20.03.2017 | by martalanca | kiluanji kia henda

Daqui pra frente – Arte contemporânea em Angola I RIO DE JANEIRO

A CAIXA Cultural Rio de Janeiro apresenta, de 21 de março a 14 de maio de 2017, a exposição Daqui pra frente – Arte contemporânea em Angola, que exibe obras da produção recente de três artistas: Délio Jasse, Mónica de Miranda e Yonamine. Com a curadoria de Michelle Sales, a mostra exibe uma série de fotografias, vídeos e instalações, fazendo um mapeamento da fronteira estética entre a Angola de hoje e as imagens submersas e muitas vezes escondidas de um passado colonial recente.

“A representação da fronteira, excessivamente recorrente no pensamento atual, discute as trocas culturais que ocorrem na situação de pós-independência que muitas das ex-colônias vivem hoje. Na maioria das vezes, tais territórios são encarados como esquecidos, vigiados e vazios”, comenta a curadora Michelle Sales.

É justamente essa perspectiva que o trabalho dos artistas busca problematizar e questionar sob diferentes óticas. As obras de Délio Jasse, por exemplo, consistem, num embate direto de referências que fazem alusão à crise de todo o modelo colonial e seus desdobramentos contemporâneos: guerra, exílio, perdas. Através do retrato de rostos escavados numa antiga feira de antiguidades de Lisboa, Délio nos coloca frente a frente com aquilo que mais as práticas coloniais se ocuparam de apagar: as identidades. 

Já Mónica de Miranda mostra os pedaços de uma memória coletiva que resiste no tempo. Angolana da diáspora, seu trabalho atravessa diversas fronteiras e esboça uma paisagem de identidades plurais inspiradas pela própria existência e vivência de uma artista itinerante. Sua poética autoral e autorreferencial, inerente a uma geração que cresceu longe de casa, já lhe rendeu diversos prêmios internacionais. 

E o trabalho de Yonamine remete para a arte urbana, usando referências que vêm do grafite, da serigrafia e da pintura, num embate violento com o acúmulo cultural do caótico cenário político-econômico de Angola. A alusão ao tempo presente é recorrente na utilização de jornais como suporte. São muitas camadas históricas que se somam, produzindo imagens profundamente perturbadoras e desestabilizadoras. O artista fala de um país cujo passado foi sistematicamente apagado, seja pela Guerra Civil, pela ocupação russa, cubana e agora chinesa e coreana.

 

Entrada Franca

Local: CAIXA Cultural Rio de Janeiro – Galeria 3

20.03.2017 | by martalanca | angola, arte contemporânea, fronteira

O Desejo de Primavera

O ciclo O Desejo de Viver em Comum traz ao São Luiz Teatro Municipal:

25 de Março, sábado, das 10H00 às 18H00

Com Adalberto Cardoso (Brasil), Patrícia Jacquelyne Balbuena Palacios (Peru), Renata Bittencourt (Brasil), Omer Freixa(Argentina), Veena Das (Índia), Patricia Vieira e Margarida Calafate Ribeiro (Portugal)

O ’viver em comum‘ constituíu, na passagem do séc. XX para o séc. XXI, matéria de debate social e político em que se envolveram pensadores, alternativas políticas e alguns artistas. Era no tempo em que um multiculturalismo de formato light ainda era pensado como possível e que, aparentemente, traduzia uma certa maneira de olhar de alguma urbanidade europeia. Mas deste olhar, ingénuo nuns casos, e cínico noutros, era escamoteado um conjunto complexo de situações explosivas que se têm vindo a manifestar nos últimos quinze anos na Europa e que atingem o seu clímax com a criação da fortaleza europeia contra os refugiados. Questões como o trabalho precário para os estrangeiros, políticas segregacionistas e a visão demagógica de que a cultura seria um manto diáfano que apagaria todas as fraturas e conflitos contribuíram para o desentendimento do que na verdade queria dizer viver em comum. Acresce que a Europa, ainda nostálgica dos seus estados-nações imperiais, não entendia que, subentendida a esta possibilidade de viver em comum, estava a necessidade de se descolonizar do espírito colonial tendo que, impretivelmente, olhar para as antigas colónias para, à luz das novas narrativas dos países independentes latino-americanos e africanos -, entender a re-escrita das novas histórias. Nestes países, por seu lado, depois das independências e dos nacionalismos, está também por esclarecer o estatuto e o lugar dos primeiros anfitriões e dos descendentes dos escravos que fundaram as Américas.

O desejo de viver em comum não pode, pois, ser visto senão como um projeto de descolonização do espírito e um projeto político de encontro da paz num contexto global.

Dia 21 de março, celebra-se o Dia Mundial da Poesia e as Bibliotecas de Lisboa assinalam a data com Poesia na Esquina do Bairro. Um momento em que se encontram três atores, um músico e a poesia ibero-americana, na Estufa Fria de Lisboa.
Por último, a parceria com a programação da RTP2 que nos apresenta todas as segundas e sextas-feiras deste mês cinema latino-americano em Iberoamerica para Armar, com a curadoria de Jorge la Ferla (Argentina).
Para saber mais consulte o jornal de programação JAN-MAR aqui. Todos os detalhes sempre disponíveis online aqui

 

17.03.2017 | by martalanca | capital ibero-americana

Colonialismo do Colonialismo: The Act of Killing

Data de lançamento 13 de outubro de 2014 (2h 02min)
Direção: Joshua Oppenheimer 
Elenco: Anwar Congo, Haji Anif, Syamsul Arifin mais
Género Documentário
Nacionalidades Dinamarca, Noruega, Reino Unido

Na Indonésia, são considerados como heróis os homens que comandaram o genocídio de milhões de pessoas no passado. Sem remorso nenhum sobre suas ações, eles foram convidados a reencenarem seus assassinatos para as câmeras, com os novos habitantes do vilarejo onde moram.

15.03.2017 | by marianapinho | Colonialismo do Colonialismo, Joshua Oppenheimer, The Act of Killing, zona franca dos anjos

Espaços da Presença Africana Em Lisboa

Visitas guiadas (a pé, de carrinha ou em tuk tuk), com a presença da Professora Isabel Castro Henriques e do historiador José Antunes.

A “migração” de populações africanas é um elemento permanente da História de Portugal desde o século VI. Seja “à força” (até finais do século XVIII) ou depois “pela força” (do colonialismo do fim de Oitocentos a 1974, e da globalização dos nossos dias), foram vários os povos africanos que se foram instalando na cidade de Lisboa. A presença destas populações sempre diferiu de qualquer outra: A maioria desta mais “recente” presença de africanos não veio de livre vontade como aconteceu com romanos, mouros (africanos islamizados), e árabes. Durante séculos desempenharam tarefas indispensáveis, mas também as mais duras e mais desvalorizadas da sociedade. Inseridos em todos os setores criadores de riqueza, os africanos, escravos ou livres, foram um elemento estruturante da vida urbana portuguesa.

O objetivo destas visitas é dar a conhecer a africanidade de Lisboa, dispersa numa pluralidade de memórias e de vestígios visíveis e invisíveis nos dias de hoje. As visitas guiadas realizam-se todos os meses e, neste sentido, estamos a divulgá-la junto de possíveis interessados. A próxima visita realiza-se já no dia 25 de março.Para mais informações, poderá consultar o nosso facebook:https://www.facebook.com/PresencafricanaLx/ ou o nosso site:www.batotoyetu.pt ou entrar em contacto connosco através do seguinte email:batotoyetu@gmail.com

 

14.03.2017 | by martalanca | ISABEL CASTRO HENRIQUES, José Antunes, presença africana

Concrete Futures, 8 March I LONDRES

“Since nature is uncomfortable, violent, we resort to architecture. We build monuments, houses, whole cities… And suddenly, it seems legitimate to rape the earth, to extract what we need from it. To construct a place and make it a home. A fortress where we cultivate our affections.” – Concrete Affection


Presented by Sheffield FringeConcrete Futures brings together films that deal with fiction and imagination, inviting encounters with speculative futures, which are nonetheless grafted onto the present, ‘documentary’ moment that haunts them. Moreover, through the use of images as documents and as drivers of the imagination, Serbian, Angolan and Spanish cityscapes are connected in a type of speculative haunting.

This haunting is expressed in the superimposition of images of construction and evacuation, of tearing down and rebuilding. By tearing down or leaving behind, old sites are revealed. And by rebuilding, one does not construct anew but instead returns to the terrains that already were there. In that sense, no conquering – symbolic or concrete – of lands or, for that matter, of our imaginations and affections, will ever be truly a form of building but instead remains haunted by its own violence. The screening is followed by a discussion with Jasmina Cibic.

Tear Down and Rebuild, Jasmina Cibic, 2015, 15’27 min, Colour, Digital 
Concrete Affection (Zopo Lady)Kiluanji Kia Henda, 2014, 12’30 min, Digital 
Preserving Cultural Traditions in a Period of InstabilitySebastian Brameshuber & Thomas Draschan, 2004, 3 min, Colour, Digital 
Sueñan los androidesIon de Sosa, 2014, 60 min, Colour, Digital 


This programme is presented in collaboration with the Whitechapel Gallery symposium Object! On the Documentary as Art. With generous support by Openvizor, the Arts Council England, and the Austrian Cultural Forum, London
More info:
www.sheffieldfringe.com 
www.whitechapelgallery.org
www.openvizor.com 
www.artscouncil.org.uk

07.03.2017 | by martalanca | Concrete Futures, kiluanji kia henda

Colonialismo do Colonialismo: Como Era Gostoso o Meu Francês, de Nelson Pereira dos Santos

Colonialismo do Colonialismo: Um novo Ciclo de Cinema na Zona Franca Nos Anjos desta vez focado no tema do Colonialismo e da “Descolonização”. O ciclo será composto por quatro filmes que decorrerão todas as quintas-feiras de Março.
O segundo filme será “Como Era Gostoso o Meu Francês” de Nelson Pereira dos Santos, esta quinta-feira às 21h00. A cantina estará fechada para o evento mas teremos petiscos e bar aberto.

Entrada livre



Nelson Pereira dos Santos foi um dos cineastas que ensaiaram as primeiras nuances do Cinema Novo Brasileiro. Com seu Rio, 40 Graus (1955), o diretor plantou a ideia da liberdade da câmera, da naturalidade dos cenários e de um roteiro livre de maneirismos. Influenciado pelo neorrealismo, o diretor foi um dos pioneiros a abordar temas contemporâneos e não farsescos; pessoas de diferentes classes sociais e relações humanas em diversos níveis. Em 1963, com o lançamento de seu icônico Vidas Secas, Nelson Pereira dos Santos já tinha seu lugar marcado na cinematografia brasileira.
Nossa atenção, no entanto, se volta para Como Era Gostoso o Meu Francês (1971), uma visão não paternalista ou eurocêntrica das relações entre os índios e os europeus nas primeiras décadas do século XVI. Os eventos históricos que permeiam a obra estão localizados no período da França Antártica, a colônia francesa estabelecida no Rio de Janeiro entre 1555 e 1560.
O roteiro do filme, escrito em tupi, francês e português, baseia-se principalmente em Viagem ao Brasil, relato do alemão Hans Staden, viajante capturado pelos tupinambás que sobreviveu ao ritual antropofágico, e de volta à Alemanha, publicou a sua versão dos costumes e funcionamento da vida na comunidade indígena. Temos ainda temos indicações históricas de obras quinhentistas de Theodore De Bry, André Thevet e Jean de Léry. O diretor ainda leu e se utilizou de outros registros históricos, como a carta de Villegagnon a Calvino e textos de padres jesuítas.
Essa grande existência de documentos e versões históricas trouxeram grande riqueza para o filme, o que permitiu, por exemplo, que se adotasse o ponto de vista dos tupinambás para o período de preparação do prisioneiro francês (preparação para o ritual antropofágico), com destaque para a visão feminina em boa parte da obra. A desconstrução – ou resultado de um exercício antropofágico, vindo de um filme inserido no movimento tropicalista – da visão comum sobre a relação de índios e europeus estranha o espectador desavisado ou desacostumado com tal abordagem, especialmente porque mostra o controle indígena sobre muitas situações, do comércio aos acordos sobre manutenção de prisioneiros.
Do ponto de vista histórico ou mesmo do uso de fontes narrativas, Como Era Gostoso o Meu Francês é um filme louvável. A percepção da pureza dos nativos e o trato para com o prisioneiro – sempre muito bem cuidado antes de ser morto e assado para servir de alimento à tribo – é um dos elementos que foge à maior parte das versões sobre esse período, seja em filmes ou mesmo alguns documentários. Aqui, esse novo olhar vem adicionar ao conhecimento do espectador mais uma versão para os fatos, e não reafirmar o que já se sabe.
Todavia, mesmo que irretocável no quesito histórico-narrativo, o filme falha como produto. Em primeiro lugar, a falta de um enredo (mais) dramático – no sentido de construção de um drama – acaba por misturar o gênero de ficção com nuances de documentário num enredo que só poderia ser bom se fosse abordado por um único gênero. Durante todo o tempo, os eventos ligados à cultura indígena aparecem expostos quase sem nenhum filtro narrativo, com grande número de danças, grande repetição de cenas (ou sequências com ambientações diferentes mas que representavam a mesma coisa) e os incômodos intertítulos, com trechos de documentos históricos.
Se no início do filme vemos representada de forma irônica brilhante a carta a Calvino, por que não usar o mesmo estilo de narração para os documentos a seguir? A separação entre as cenas filmadas e os textos históricos quebrou o ritmo da obra e mesmo que estes sejam bem distribuídos por toda a película, o filme passaria muito melhor sem eles.
Como Era Gostoso o Meu Francês foi censurado pelo gabinete militar, classificado de imoral. O filme foi levado para festivais internacionais (Berlim, Cannes), e só depois de muitas tentativas, liberado para exibição no país. Sobre a censura, a escritora Clarice Lispetor se pronunciou, em sua crônica no Jornal do Brasil. O texto data de 16 de outubro de 1971: “Trata-se de um filme que não escandaliza ninguém. […] Talvez seja inocência minha, mas por favor me respondam: qual é a diferença entre o corpo nu de um índio e o corpo nu de um homem branco? Assisti ao filme em salinha de projeção particular. Havia outras pessoas assistindo também. Duas delas eram freiras de alto nível eclesiástico. A opinião delas: filme belíssimo, de uma ‘grande pureza’, de um valor histórico inestimável por causa de toda a reconstituição […] no filme não há um só gesto ou intenção obscenos ou simples sugestão maliciosa. Será que daqui a pouco nos escandalizaremos se virmos um menino branco nu? Porque em menino pode e em adulto não pode? […] Melhor, por via das dúvidas, pôr terno e gravata nos tupinambás.”
A despeito das falhas de concepção, essa obra de Nelson Pereira dos Santos é um registro do cinema nacional e da própria história do Brasil que deve ser visto e discutido. Tanto por ser fruto de uma época de transformações culturais, quanto por vir de um cineasta que ajudou dar uma cara nova ao cinema nacional, Como Era Gostoso o Meu Francês é um daqueles filmes que dão ao espectador uma outra proposta de pesamento sobre uma ideia já enraizada e massificada pela própria história. 

(Luis Santiago@planocritico.com)

Como Era Gostoso o Meu Francês (Brasil, 1971)
Direção: Nelson Pereira dos Santos
Roteiro: Nelson Pereira dos Santos, Humberto Mauro
Elenco: Arduíno Colassanti, Ana Maria Magalhães, Eduardo Imbassahy Filho, Manfredo Colassanti, José Kléber, Gabriel Archanjo, Gabriel AraújoAna Batista
Duração: 84 min.

06.03.2017 | by marianapinho | Brasil, Colonialismo do Colonialismo, Descolonização, Nelson Pereira dos Santos, tupinambás