União dos Escritores Angolanos
Luanda, Quarta-feira, 20 de Abril, a partir das 18h
Territórios quase paralelos a América do sul, a Colónia de Angola, o Reino do Kongo e as outras entidades históricas adjacentes forneceram centenas de milhares de escravos para esta região do Novo Mundo.
Desembarcados nas costas do Brasil, meridional, ou no estuário de la Rio de la Plata, estes cativos serão instalados nas antigas colónias espanholas que são, hoje, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela.
Os “angola-congolenos” deixarão, aí, definitivamente, várias estacas da sua evolução histórica, das suas expressões linguísticas, antropológicas e artísticas.
Assim, legarão, neste espaço ameríndio – hispânico, entre outros factos civilizacionais, como terceira raiz, a particularização, de cunho bantu, do castelhano falado e escrito na região, os seus dinâmicos ritmos musicais e lascivas marcas coreográficas na milonga e no tango, iniciais, na marinera e zamacueca.
“Los negros que vienen de Angola” provocarão, igualmente, numa irreversível inculturação animista, a singularização do cristianismo ai praticado.
Por Simão SOUINDOULA
Membro do Comité Cientifico Internacional do Projecto da UNESCO “A Rota do Escrav
Proceder-se-a, ao mesmo tempo, com a colaboração de Jesus Alberto Garcia, Chefe da Missão Diplomática da Republica Bolivariana de Venezuela em Angola, à apresentação da obra “CONOCIMIENTO DESDE ADENTRO. LOS AFROSUDAMERICANOS HABLAN DE SUS PUEBLOS Y SUS HISTORIAS”
livro que acaba de ser publicado em La Paz, e que o diplomata de Caracas e um dos co-autores.