No Performance's Land: Artes performativas em destaque no ISCTE-IUL
Entre 15 e 17 de Abril decorre no auditório B103 do ISCTE-IUL e nas instalações da Culturgest o ‘No Performance’s Land’, um ciclo de conferências e performance’s que irá reunir alguns dos nomes mais importantes das artes performativas internacionais. Entre os artistas convidados, que irão participar nas conferências, destacamos: Diana Taylor, Massimo Canevacci, André Lepecki e Victoria P. Royo.
O evento é organizado pelo Centro em Rede de Investigação em Antropologia (CRIA) com sede no ISCTE-IUL. Comissão científica e curadoria de Paulo Raposo, Teresa Fradique, John Dawsey e Vânia Cardoso.
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“Explorando limites e fronteiras para uma ontologia da performance e para uma conceptualização do seu campo disciplinar nas artes e nas ciências sociais, pretendemos interrogar o lugar da performance na contemporaneidade. Terra de ninguém? Conceito que foge a uma focagem definitiva, difusamente interterritorial e transdisciplinar, a performance parece consubstanciar-se hoje como um objecto reflexivo controverso, perenemente polémico, e como um prolixo gerador de metáforas para a experiência humana. Tantas vezes, simultaneamente, intraduzível e intercomutável entre campos disciplinares, a performance incorpora e naturaliza uma relação epidérmica com a chamada falência das grandes narrativas contemporâneas. Nas artes – teatrais, plásticas e visuais –, depois de todo um século de confrontos e contra-discursos, a performance, reemerge no século XXI como um poderoso vocabulário e dispositivo rizomático de fusão, hibridismo, virtualidade, mediação e reflexividade da vida humana, sobretudo pelo potencial cibernético e digital das experiências mais recentes. Nas ciências sociais – em especial, mas não apenas –, passou por ser inicialmente um “conhecimento subjugado”,
para usar a metáfora epistemológica de Foucault, tornado corpo activo de significados, fora dos livros, iludindo ou sucumbindo às estratégias de inscrição que o tentaram tornar legível/inteligível e, portanto, um saber cientifico legítimo. Porém, emerge no presente como um conhecimento plasmado na materialidade contemporânea, um blurred genre deslizante, líquido, global, que atravessa fronteiras e reforça linguagens transversalmente em diversos domínios. Nesta conferência procura-se resgatar os performance studies do exílio conceptual procurado (ou forçado) nas últimas décadas pelos seus diversos especialistas. Tenta-se avaliar os sentidos de tal (auto)deportação, mas também explicitar o retorno triunfal do que hoje se define por movimento re-performativo. Pretende-se explorar, por fim, a miseen scene contemporânea que define e constrói as fronteiras entre arte e ciência, na qual a performance parece justamente consolidar-se como uma terra de ninguém em permanente redefinição.”