Um outro jornalismo é possível, lançamento

Este é um livro sobre resistentes e desalinhados, que praticam um jornalismo insubmisso face à lógica do mercado, ao controlo dos grandes grupos económicos, à velocidade, às notícias curtas e ao entretenimento.
Chamam-se alternativos por serem contra-hegemónicos, mas também podiam chamar-se independentes, ativistas, participativos e comunitários. Promovem a mudança social por meio de abordagens politizadas e aprofundadas, seja de cariz sindical, partidário, feminista, estudantil ou anticolonial.
Os leitores encontram neste livro órgãos de imprensa operária, religiosa, boletins e fanzines, revistas culturais, filmes, rádios, jornais digitais e projetos multimédia que desafiam as narrativas dominantes, se organizam de forma horizontal, não buscam o lucro e trabalham para nichos cúmplices, próximos e afetuosos. Apesar do ambiente digital favorecer a multiplicação dos meios alternativos, sempre existiram nas aspirações coletivas.
Este livro fala de possibilidades novas de existência, mas não esquece as dificuldades partilhadas e que são a fragilidade e a precariedade. O contributo dos meios alternativos para a diversidade do jornalismo é a razão pela qual é urgente garantir a sua sustentabilidade e prevalência. Há sempre alternativas na história.

Índice de Artigos
07 Introdução - Filipa Subtil, José Nuno Matos e Carla Baptista

15 O Avante! de 1919: o jornalismo da imprensa radical - José Nuno Matos

29 “O coronel já telefonou?”. Resistência nas redações dos jornais (1926-1974 - )Júlia Leitão de Barros

53 Avante! , o alternativo clandestino - Ana Paula Correia

65 Combatendo o fascismo e a opressão feminina: Maria Lamas e a fotorreportagem As mulheres do meu país - Filipa Subtil

87 A luta de libertação, o cinema de propaganda e o que os filmes deixaram por contar… - Catarina Laranjeiro

97 Publicar é lutar: a imprensa estudantil, pedra angular do movimento associativo na universidade portuguesa (1956-1969) - Helena Cabeleira

129 A renovação da Seara Nova e a resistência cultural ao Estado Novo (1958-1961) - Pedro Marques Gomes

141 “Vencer a indiferença política dos trabalhadores” – A imprensa interna nos estaleiros navais da Lisnave e da Setenave (1974-1975) - João Pedro Santos

157 Revista Mulheres (1978-1989): entre o feminismo e o comunismo - .Joana Unes Camurça

173 As rádios piratas no Portugal democrático - Ana Isabel Reis

185 Fotocópias rebeldes: 50 + 1 anos de fanzines em Portugal - Afonso Cortez Pinto

199 O potencial desaproveitado das rádios comunitárias portuguesas: para uma comunicação alternativa mais inclusiva e de proximidade - Miguel Midões

211 Os meios falam por si próprios
213 Setenta e Quatro : Embater em muros, inverter o rumo e tentar acertar no caminho - Ricardo Cabral Fernandes

223 O modelo do Fumaça : uma proposta de gestão do jornalismo como bem público - Nuno Viegas

237 A formiga Divergente no carreiro: trepar tábuas, flutuar nas águas, mudar de rumo - Sofia da Palma Rodrigues

249 Mapa : um jornal para levar a crise aos gabinetes - Coletivo do jornal Mapa

257 Comunidade Buala - Marta Lança

275 SinalAberto : uma fresta contra a hegemoniapontocom - João Figueira

287 Trazer as margens para o centro – como a religião pode ser um tema que importa ao jornalismo -António Marujo

05.01.2025 | par martalanca | alternativa, jornalismo, media, plataformas

"Visões de Luanda: Pensar o Presente, Imaginar o Futuro"

O simpósio “Visões de Luanda: Pensar o Presente, Imaginar o Futuro” propõe-se a introduzir o conceito de “imaginário urbano” através da discussão de diferentes visões da cidade de Luanda, numa mesa-redonda que conta com os arquitectos Ângela Mingas, Belarmino dos Santos, e Pedro Mvemba Cidade, e com os investigadores Simone Tulumello, Andrea Pavoni, Lavínia Pereira, e Chloé Buire. À mesa-redonda, segue-se a exibição do filme “Ar Condicionado” (Fradique/Geração 80, 2020), e uma conversa com Ery Claver (cineasta, membro da Geração 80, e director de fotografia do filme) e membros da equipa do projeto UrbanoScenes.

O evento é aberto ao público e de entrada gratuita, sujeita à lotação da sala.Uma iniciativa do projecto “UrbanoScenes: Imaginários pós-coloniais de urbanização em investigação prospetiva. Portugal e Angola”, sediado no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e financiado pela FCT - Fundação Para a Ciência e Tecnologia, em colaboração com o Centro Cultural Português em Luanda e com a Associação Musseke Smart. Organização: Pedro Neto, Lavínia Pereira, Salomé Honório.

Localização: Centro Cultural Português em Luanda, Avenida de Portugal 50, Luanda, Angola.

Data: 15 de Janeiro (entre as 14h e as 19h).

Para mais informação: urbanoscenes@gmail.comLink: https://urbantransitionshub.org/2025/01/03/simposio-visoes-de-luanda-pensar-o-presente-imaginar-o-futuro/

 

05.01.2025 | par martalanca | cidade, cinema, geração 80, Luanda