Brincar - apresentação do projecto e lançamento do super poster -Tigre de Papel

dia 17 de dezembro às 18h na Tigre de Papel

BRINCAR é um projecto de investigação histórica e artística que procura trabalhar sobre - e a partir de - experiências artísticas e sociais ocorridos com - e para - a infância nos anos que rodeiam a Revolução de Abril de 1974 e o final do séc. XX. Disto são exemplo, experiências como as de A Comuna – Centro Cultural Casa da Criança, Centro de Arte Infantil do ACARTE/FCG, Oficina da Criança de Benfica, em Lisboa, ou Oficina da Criança de Montemor-o-Novo, para referir algumas, apenas a sul.

Nesta sessão apresentaremos o projecto inaugurando um poster que de seguida ficará à venda na Tigre de Papel.

Aliando investigação de arquivo e trabalho artístico, a sua equipa nuclear é composta por artistas plásticos, historiadores, antropólogos, designers, professores, livreiros, pais, filhos, vizinhos…  convidados a desenvolver com a equipa propostas específicas a partir daquilo a que temos chamado “unidades mínimas do brincar” como o gesto, o som, a rima, o salto, a cambalhota, a linha, a letra, a palma, etc. 

Mais do que uma fusão das artes, ou de propostas de entretenimento complexas e elaboradas para um público com determinada faixa etária, procura-se aqui resgatar ideias simples de brincadeira e fugir de uma profissionalização do brincar que escusa os demais de o fazer e separa quem tem crianças de quem não tem. Tem igualmente a ver com questionar o lugar que hoje se deixa para as crianças e seus cuidadores, fechadas em escolas e dispersas por actividades especializadas por faixas etárias –experiência muito distinta da que encontramos nos arquivos, quando empreendemos pesquisa sobre o dia a dia dos artistas no pós-revolução de 1974. E, de facto, o desaparecimento das crianças do espaço público, a separação cada vez mais hiper especializada em faixas etárias e competências especializadas, e a diminuição da prática de brincadeira livre são muito notórios, o que faz pensar na própria forma de organização da cidade e da vida de hoje no seu conjunto.

desenho de Júlia Arandadesenho de Júlia Aranda 

Historial

Nos anos a seguir ao 25 de abril de 1974, foi fundada a Casa da Criança, no edifício de teatro a Comuna, em Lisboa, onde as crianças desfavorecidas dos circundantes bairros da lata passavam os seus tempos livres. Uns anos mais tarde, foi fundada em Montemor-o-Novo a Oficina da Criança, projeto que ainda hoje continua e que haveria de ser decisivo para a cultura local. Em 1984, abre portas o Centro de Arte Infantil do ACARTE na Fundação Calouste Gulbenkian (FCG), também conhecido por “centrinho”, lugar que se cruzaria com todos os outros, pelos apoios e formações que prestará uma rede de lugares onde a infância é vivida como infância - sem a infantilizar - e permitindo aos adultos o acesso à brincadeira. No “centrinho” culminam décadas de experimentação pedagógica de Madalena Perdigão e da sua equipa. Desta rede farão parte uma série de grupos, escolas e oficinas, um pouco por todo o país.

Tenho-me cruzado repetidas vezes com materiais de arquivo destas experiências desde a minha tese de Doutoramento sobre o Serviço ACARTE da FCG (de que fazia parte o “centrinho”) até, recentemente, aos arquivos das companhias de Teatro Independente de 1970-19780 no âmbito do projecto FCT ARTHE/Arquivar o Teatro, de que sou Co-Investigadora Responsável. Tenho igualmente feito uma série de entrevistas de História Oral (tanto para a tese como no ARTHE) em que estas experiências me são relatadas. Este projecto, que se chama Brincar em homenagem à exposição de Salette Tavares na Galeria Quadrum em 1979, parte da pesquisa de arquivo, tanto no Teatro A Comuna/Casa da Criança e na Oficina da Criança, em Montemor-o-Novo, num primeiro momento, como dos arquivos familiares de Salette Tavares ou do Teatro O Bando, num momento posterior para, reunindo um conjunto de artistas, os reinventar com eles.

 

Curadoria Ana Bigotte Vieira

Equipa Ana Bigotte Vieira, Isabel Lucena, Rosa Baptista, Pedro Cerejo, Maria Prata e convidad*s

Design Isabel Lucena

Produção Maria Folque Guimarães

Parceria Oficinas do Convento, BUALA, Tigre de Papel, O Espaço do Tempo

16.12.2024 | par martalanca | Ana Bigotte Vieira, brincar, infância, pedagogia

'Ofertório de Pragas - Contos'' de Brassalano Graça

É com grande entusiasmo que anunciamos o lançamento do livro: ”Ofertório de Pragas - Contos” . Uma obra literária que desafia os limites da perceção e da realidade, onde o excesso, a intensidade e o inóspito se fundem em uma narrativa visceral. ‘Ofertório de Pragas - Contos”  chega às livrarias como um manifesto literário, uma obra que convoca os leitores a uma experiência sensorial profunda, transcendendo o convencional para mergulhar nas profundezas do real e do imaginário.

Neste conjunto de contos de extrema intensidade, a escrita é uma busca incessante pela essência da existência, marcada pela obsessão e pela destruição da realidade tal como a conhecemos. O autor constrói um universo de excessos e sobrecarga sensorial, inspirado no “free-jazz”, na pintura de Pollock e Bacon, e na busca pela libertação do ser através do desconstruir da realidade. Os textos são uma homenagem visceral a figuras e fenómenos reais, que não apenas decoram, mas gritam, invadem e reconfiguram a narrativa.

A fotografia, tal como a literatura, é utilizada como uma ferramenta de transcendência, um meio para congelar momentos e captar a verdadeira essência do mundo e do ser. Através da lente de uma câmara, o protagonista da obra mergulha em um transe entrópico, transformando-se e libertando-se da realidade através da captura de instantes que são ao mesmo tempo efémeros e infinitos. A câmara torna-se o veículo da sua própria combustão, a substância que alimenta e sublimiza a sua busca incessante.

Os contos presentes em  ”Ofertório de Pragas - Contos”  são marcados pela distorção e pela sombra. Cada palavra é um grito de expressão extrema, uma procura pela cura e pela libertação através da dor e da perda. Os textos transbordam de referências reais que não se limitam a ornamentar, mas a fortalecer a ficção, criando uma tensão única entre o mundo real e o imaginário.

Esta obra não é para os indiferentes. É para quem se atreve a confrontar os limites da percepção, para quem está disposto a enfrentar os abismos da memória e da existência. Como um ruído contra as convenções, ”Ofertório de Pragas - Contos”  propõe uma literatura que se desvia da normalidade, desafiando o leitor a ir além, a sentir mais e a pensar mais profundamente.

Se você está preparado para confrontar os excessos, a distorção e o caos,  ”Ofertório de Pragas - Contos”  é a obra que o desafiará a transcender os limites da literatura convencional e a explorar os territórios inóspitos do espírito humano.

Sobre o autor:
BIOGRAFIA:

Brassalano Graça é português, natural de São Tomé. Licenciado em Comunicação Social pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (com especialização em Televisão e Cinema), laborou seguidamente na Rádio Paris-Lisboa / Radio France Internationale durante oito anos, onde para além de incumbências jornalísticas várias deteve um referencial programa de jazz intitulado Até Jazz. Colaborou com reportagens para o jornal Público e com crónicas para o jornal Diário de Notícias, a título cívico. Efectuou um mestrado na FCSH e ocupou a função de Gestor de Informação do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. Publicou um livro de poesia intitulado Súbito e é um entusiasta de fotografia. É autor do programa de rádio «Paixões Privadas».

 

10.12.2024 | par martalanca | Brassalano Graça

Inter-Munthu: Uma Vida em Relação - José Castiano

Na nossa história, há palavras que não foram escutadas. É o caso da palavra Munthu, oriunda das línguas africanas bantu. Significa pessoa, ou melhor, sujeito da história e do conhecimento. Nesta conferência, entramos na filosofia por uma palavra irmã: Inter-munthu, forjada pelo filósofo moçambicano José Castiano. Inter-munthu é uma categoria filosófica que expressa o rico tecido múltiplo e intercruzado de instituições, línguas e imaginários que cria a densidade da experiência e do mundo cultural, técnico, social e ecológico da experiência africana. Com Inter-Munthu, Castiano refere-se a “uma vida em relação“. É considerando esta vida em relação que iremos olhar para as implicações éticas, filosóficas que a perspectiva Inter-munthu nos pode trazer.

Conferência de José Castiano, a 23 ABR 2025 QUA 19:00 na Culturgest, moderação de Marta Lança.

José Castiano é filósofo e professor titular da Cátedra de Filosofia Africana, na Universidade Pedagógica de Maputo, e possui várias obras publicadas ligadas a área da Filosofia e da Educação, entre elas, O Inter-munthu: Em Busca do Sujeito da Reconciliação (Ed. Fundza, Maputo, 2023).

+ info 

10.12.2024 | par martalanca | José Castiano, Moçambique, Munthu

Ayiti, a Montanha que Assombrou o Mundo

Ayiti, a Montanha que Assombrou o Mundo celebra os 220 anos da Revolução Haitiana, um dos eventos mais marcantes na história da humanidade. Resultado do laboratório dramatúrgico do Programa InResidence da Companhia Teatral Central Elétrica, o espetáculo é um diálogo imersivo sobre a Revolução Haitiana, sua importância histórica e suas implicações nos dilemas contemporâneos dos povos africanos no continente e na diáspora frente à estrutura neocolonial.

Marconi Bispo comemora em 2025 seus 30 anos de atividades profissionais no teatro, tendo trabalhado com importantes companhias e diretores/as teatrais do estado de Pernambuco. São trinta e cinco produções cênicas no currículo, onde atuou como ator, cantor, dramaturgo e diretor. Estudou Canto Popular no Conservatório Pernambucano de Música (2015-2016) e em 2019 iniciou os estudos de Teclado na Escola Técnica Estadual de Criatividade Musical. Tem pesquisado Relações Raciais em Pernambuco (do século XVI aos nossos dias) e tem profundo interesse pela construção de identidades de gênero dentro das religiões de matriz africana, da qual é um Ẹ̀gbọ́n (um irmão mais velho). Marconi possui graduação pela Universidade Federal de Pernambuco no Curso de Licenciatura em Educação Artística/habilitação em Artes Cênicas (1999). Nesta mesma instituição, no biênio 2000-2001, atuou como professor da área de Extensão ministrando curso de Interpretação para o Teatro.
Kamai Freire é músico e musicólogo focado na cultura africana do continente da Diáspora. Seu principal interesse é aprofundar e disseminar a compreensão do poder espiritual-político das culturas musicais africanas, especialmente em suas implicações para a inacabada Revolução Africana. Nascido e criado em Brasília, vive na Alemanha desde 2018 onde completou seu mestrado em musicologia e realiza atualmente seu doutorado sobre a Música na Revolução Haitiana. Kamai é Omo Orisa, Alagbe Obaluaiye do Candomblé Ketu e capoeirista angoleiro, discípulo de Contramestre Toca da linhagem de Mestre Pastinha.Entrada gratuita. 03/12/2024 às 20:00 Local: Central Elétrica (Porto, Portugal)[A mostra do programa de residência conta com o espetáculo “Blondi” de Davi Loira às 19:00 no mesmo espaço]https://www.instagram.com/p/DC2F7UysmLJ/?igsh=Z21tZGt1MDBrZnhi

29.11.2024 | par martalanca | haiti, Revolução Haitiana

Performance Estado (anti) Manicomial

Primeiramente, rito de celebração da vida, música e dança! Prólogo audiovisual. África, toda ela: no plural ou no singular, real ou imaginada, traz em si o coração na boca planetária. Três artistas-performers, pessoas oriundas de diferentes Áfricas e, de Portugal, consagram o momento presente, partilhando-o e interagindo com o público. Dá-se início a uma viagem, entrecruzando os séculos XXI-XX. Reverberações de personalidades até então desconhecidas, diálogos improváveis, testemunhos na primeira pessoa, imagens. Até que ponto conhecemos as nossas histórias? Do que estamos a falar quando falamos em “decolonizar” o pensamento?

*Performance inserida no Projeto de pesquisa doutoral Performance (s) Colcha de Chita: Mulheres Negras e suas reverberações. Auto-etnografia e pesquisa baseada na prática artística, ICNOVA. Doutoramento em Ciências da Comunicação – Comunicação e Artes, FCSH – Faculdade NOVA de Lisboa. Programa Aliança EUTOPIA (FCT/NOVA/CY CERGY PARIS).

Com: André M. Santos, Mick Trovoada e Rita Cássia
Duração: 50m
Conversação com o público: 45m

Local: Sala da exposição “O Impulso Fotográfico des(arrumar) o Arquivo Colonial

Preço: Participação livre
Público-alvo: famílias com a partir dos 9 anos
Lotação máxima: 40 participantes

GRUPOS ESCOLARES 

Grupos escolares do 3º e 4º anos do Primeiro Ciclo do Ensino Básico

Horário: 11h00

Datas:  3, 4 e 5 dezembro (grupos escolares)

Entrada gratuita, mediante inscrição prévia obrigatória
geral@museus.ulisboa.pt | 213 921 808

15 dezembro (crianças a partir dos 9 anos e familiares)

Entrada gratuita


 

 

29.11.2024 | par martalanca | André M. Santos, Mick Trovoada e Rita Cássia

Problemas do Primitivismo - A partir de Portugal - catálogo

Convidamos para o lançamento da publicação Problemas do Primitivismo - A partir de Portugal, uma edição d’ A Oficina/ Centro Internacional das Artes José de Guimarães e da Documenta/Sistema Solar.

A publicação será apresentada por Manuela Ribeiro Sanches (historiadora) e por Sofia Victorino (investigadora e curadora), e terá a presença das curadoras Mariana Pinto dos Santos, Marta Mestre e da designer Sofia Gonçalves.

28 de Novembro, às 18h Livraria Linha de Sombra (Cinemateca Portuguesa) Rua Barata Salgueiro, 39 1269-059 – Lisboa

21.11.2024 | par martalanca | primitivismo

Prémio Nova Dramaturgia de Autoria Feminina - leitura performance e lançamento do livro Lacuna

A leitura da peça “LACUNA”, de Luz Ribeiro, vencedora da 4ª edição do Prémio Nova Dramaturgia de Autoria Feminina terá lugar no dia 14 de dezembro, às 18h, na Fundação Calouste Gulbenkian. Intepretam Aoaní (voz), Joyce Sousa (voz) e Indi Mateta (voz/beat).
Integrado na Programação do Festim de Leituras Interpretadas “Esta noite grita-se”, pela Companhia Cepa Torta, o Prémio Nova Dramaturgia de Autoria Feminina, um concurso que pretende reforçar a voz da dramaturgia escrita no feminino num panorama em que a desigualdade de género na criação teatral ainda impera, entrou este ano na sua 4ª edição.
O júri deste ano elegeu como vencedora a peça “LACUNA”, de Luz Ribeiro, pela sua expressividade poética e pela capacidade de combinar o íntimo e o político numa dança textual infinitamente variada, que abre novas vias à língua portuguesa e às linguagens cénicas.

No dia 14 de dezembro, pelas 18h, será fieto o lançamento em livro da peça premiada, numa edição Cepa Torta em parceria com a editora Douda Correria, e a primeira leitura pública na Sala 1, da Fundação Calouste Gulbenkian, com interpretação de Aoaní, Indi Mateta e Joyce Souza.

Para saber mais sobre o Prémio e sobre a vencedora desta 4ª edição consulte o site da Cepa Torta.

20.11.2024 | par martalanca | Luz Ribeiro

Declaração da Conferência em Matera

Outubro 4-6, 2024

Women Without Violence International Foundation e Pangea Foundation

Nós, as mulheres participantes na Conferência organizada pela Women Without Violence International Foundation (WWVIF) e Pangea Foundation, reunidas em Matera em paralelo à conferência ministerial do G7 sobre igualdade de género, apelamos aos líderes mundiais para que tomem medidas imediatas e coordenadas contra a violência sexual e promovam os direitos fundamentais das mulheres e meninas em toda a sua diversidade.

A Violência Sexual Como um Flagelo Global e Estrutural

A violência sexual permanece um flagelo estrutural que afeta mulheres em todo o mundo, independentemente de fronteiras, culturas e contextos socioeconómicos. Instamos os líderes do G7, G20 e das Nações Unidas a reconhecer a gravidade deste problema e a agir de forma decisiva.

Reconhecemos que, globalmente, a guerra e o conflito estão entre as causas fundamentais da violência contra as mulheres. O comércio de armas contribui para a escalada de conflitos, e o sexismo diário, com os seus estereótipos e ações, cria terreno fértil para a violência sexual. É essencial promover campanhas de comunicação e sensibilização, sobretudo entre os jovens.

Recomendações Principais:

-Ratificação Universal de Convenções-Chave 

Apelamos à ratificação e implementação das principais convenções internacionais, como a Convenção de Istambul e a Convenção Belém do Pará. Mesmo com legislação relevante, a implementação é muitas vezes inadequada. Os Estados devem adotar planos nacionais para combater a violência sexista, proteger as vítimas e processar os autores.

Reconhecimento do Apartheid de Género

Apoiamo-nos no apelo de ativistas afegãs para que o apartheid de género seja reconhecido como crime contra a humanidade. Devem ser alocados recursos específicos para apoiar mulheres em áreas de conflito e assegurar que autores de genocídio enfrentem justiça internacional.

Inclusão de Violência Sexual e Consentimento na Legislação Europeia

É necessário incluir a violência sexual e o consentimento na Diretiva Europeia contra a violência de género, considerando fatores como a vulnerabilidade e o contexto da vítima.

Recursos para Prevenção e Educação 

Os custos da violência de género na UE são estimados em 366 mil milhões de euros anuais. Investir em prevenção e educação é essencial para reduzir o impacto económico e social desta violência.

Paridade de Género e Peritos Independentes

 Exigimos paridade de género nos níveis políticos e que agressores de violência de género sejam inelegíveis para cargos públicos. Os Estados devem nomear peritos independentes para órgãos de monitorização internacionais.

Alinhamento com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 

Os objetivos do G7 G20 devem focar-se nos direitos das mulheres, calculando o impacto da violência de género no PIB de cada país.

Apoio a ONGs Feministas e Defensores dos Direitos Humanos

É fundamental apoiar financeiramente ONGs feministas e defensoras dos direitos humanos, sobretudo no Sul Global.

Empoderamento das Mulheres

Os Estados devem promover o empoderamento inclusivo das mulheres, criando programas adaptados às suas necessidades e eliminando a estigmatização.

Combate à Violência Facilitada pela Tecnologia

Chamamos à cooperação internacional para proibir a disseminação de conteúdos violentos e sexistas online, especialmente os que envolvem menores.

Atenção à Violência Sexual em Migração e Conflito 

Os Estados devem expandir o direito ao asilo para mulheres que sofrem violência em contextos de migração e conflito.

Respeito pela Igualdade de Género em Acordos Bilaterais e Multilaterais

A igualdade de género e os direitos das mulheres devem ser condições para acordos internacionais.

Diplomacia Feminista

Pedimos que os direitos das mulheres sejam uma prioridade em diálogos políticos, incluindo financiamento para a igualdade de género.

Responsabilização por Violência Sexual em Detenção

Os Estados devem comprometer-se a processar autores de violência sexual em locais de detenção.

Expansão da Recolha de Dados e Investigação

Os Estados devem investir na recolha de dados sobre todas as formas de violência, avaliando o custo social e económico desta violência.

Formação para Profissionais

A formação para profissionais de segurança e justiça deve desconstruir estereótipos prejudiciais e garantir um tratamento digno às vítimas.

Conclusão

O momento para agir é agora. Cada dia sem ação significa mais vítimas. Apelamos ao compromisso dos líderes do G7, G20 e ONU para aplicar estas recomendações com urgência. Através de uma liderança resoluta, é possível alcançar um mundo livre de violência, discriminação e opressão, promovendo a igualdade, justiça e dignidade para todos.

First Signatories

Women Without Violence International Foundation (Fondation Internationale Femmes Sans Violences) (WWVIF), France, Italy, Portugal, Malta, Albania Pangea Foundation, Italy RAJA-Danièle Marcovici Foundation, (Fondation RAJA-Danièle Marcovici), France Portuguese Women Jurists Association, (Associação Portuguesa de Mulheres Juristas) (APMJ) Portugal The European Observatory on Femicide (EOF), Europe Feminoteka Foundation, (Fundacja Feminoteka), Poland Counselling Line for Women and Girls (CLWG), Albania Gender Alliance for Development Center, Albania Sampark - Bangalore, India Shirakat - Partnership for Development, Pakistan Alternative and Response Women Association (União de Mulheres Alternativa e Resposta) (UMAR), Portugal We are NOT Weapons of War, (Nous ne sommes PAS des Armes de Guerre), Élimination des violences sexuelles liées aux conflits et aux crises, France Women’s Rights Advocates and Advisory Association, (WRAAA), Norway Françoise Brié, President and founding member of WWVIF, former member of GREVIO 2015-2023 and of the High Council for Equality between women and men, France Simona Lanzoni, Vice-president PANGEA foundation, founding member of WWVIF, former member of GREVIO 2015-2023, Italy Helena Leitão, Prosecutor General of High Court of Lisbon, founding member of WWVIF, former member of GREVIO 2015-2023, Portugal Prof Marceline Naudi, Academic (University of Malta) and activist, founding member of WWVIF, former member of GREVIO 2015-2023, Malta Assoc. Prof. Iris Luarasi, Director CLWG, founding member of WWVIF, former member of GREVIO 2015- 2023, Albania Prof. Feride Acar, Former President of GREVIO and Former Chairperson of UN CEDAW, Turkey Mirela Arqimandriti, Executive Director, Gender Alliance for Development Centre (GADC), Albania Céline BARDET, Jurist and international criminal investigator, Specialist in war crimes and sexual violence linked to conflicts and crises, France Monia Ben Jemia, Jurist, Tunisia Alice Bordaçarre, Head of the Women’s Rights Office and gender equality desk of the International Federation for Human Rights (FIDH), France Kira Borg, Victim Support Malta, Malta WWVIF – womenwithoutviolence@gmail.com www.wwvif.net Albertina das Neves, Judge, East-Timor Kuhu Das, Disability & Gender Consultant, India Renata Gil de Alcantara Videira, Counsellor of the Brazilian National Council of Justice (CNJ), Brazil Rachel Eapen Paul, Retired Policy director on gender based violence and domestic violence, Office of the Equality and Anti- discrimination, Former GREVIO member 2018-2022, Norway Maria Edith Lopez Hernandez, Afro-Mexican feminist lawyer, Mexico Luz Patricia Mejía Guerrero, CIM Principal Expert, MESECVI Technical Secretariat, Inter-American Commission of Women, Organization of American States, Venezuela Dr. Nagham Nawsat Hasan, Gynaecologist, Human rights defender, Iraq Katarzyna Nowakowska, Coordinator of the Warsaw Rape Crisis Centre, Poland Maria Perquilhas, Judge of High Court of Evora, Portugal Catia Pontedeira, Professor in Criminology at the University of Maia and of Minho, Portugal Sophie Pouget, Gender Equality & Human Rights Senior Specialist, France Elisa Samuel, High Court Judge and Director of Centre for Legal and judicial training, Mozambique Jhuma Sen, Advocate, Calcutta High Court and Global Fellow, Centre for Human Rights and Humanitarian Studies, Brown University, India Wanja J. Sæther, President, Women’s Rights Advocates and Advisory Association (WRAAA), Norway Dr. Smita Premchander, Founder & Secretary of Sampark, India

 

20.11.2024 | par martalanca | mulheres, violência sexual

Porto/Post/Doc

O Porto/Post/Doc - Festival Internacional de Cinema regressa entre 22 e 30 de novembro com uma programação alicerçada numa visão plural do cinema que aborda questões culturais, sociais e políticas contemporâneas. 

ABERTURA E ENCERRAMENTO

A marcar a abertura a estreia de Apocalipse nos Trópicos, o mais recente filme de Petra Costa, que explora a interseção alarmante entre religião e política no Brasil, revelando o papel crucial do movimento evangélico na ascensão de Jair Bolsonaro à presidência. O encerramento será marcado pela exibição de An Urban Allegory, filme resultante da colaboração entre Alice Rohrwacher e o artista plástico JR. 

COMPETIÇÃO INTERNACIONAL

No campo competitivo uma palavra para a Competição Internacional, que destaca produções de cineastas de várias partes do mundo. Em Tardes de SolidãoAlbert Serra mergulha na complexidade emocional de um toureiro, oferecendo uma reflexão sobre a mortalidade e o ciclo da vida. Já O Jardim Negro, de Alexis Pazoumian, explora a resiliência das vidas moldadas pela constante ameaça de conflito em Nagorno-Karabakh. Em BoganclochBen Rivers capta a vida isolada de um eremita nas Terras Altas da Escócia, onde a natureza e o tempo parecem desafiar a realidade moderna. Na Côte d’Azur, E.1027 - Eileen Gray e a Casa junto ao Mar (Beatrice MingerChristoph Schaub) traça um retrato poderoso da designer e pioneira que desafiou convenções. 

No interior das Altas Horas da NoiteDaniel Hui explora o espaço opressivo de uma Singapura em formação, questionando a identidade nacional e a repressão. Por outro lado, Fragmentos de Gelo, de Maria Stoianova, e Okurimono, de Laurence Lévesque, oferecem uma viagem ao passado pessoal e coletivo, refletindo as marcas deixadas pelo pós-sovietismo e pelo trauma nuclear de Nagasaki. Em Os Apartamentos, de Alessandra Celesia, a memória do conflito norte-irlandês é revisitada, revelando as feridas e histórias que moldaram a Belfast de hoje. 

Audição Preventiva, de Aura Satz, desafia-nos a ouvir as ameaças do futuro através das sirenes de alerta, enquanto O Regresso do Projecionista, de Orkhan Aghazadeh, capta a magia do cinema numa aldeia remota, onde duas gerações se unem para trazer a luz do cinema à sua comunidade. 

FOCOS E PROGRAMAS ESPECIAIS

O festival portuense apresenta o programa A Europa Não Existe, Eu Estive Lá, onde explora narrativas e perspectiva sobre os valores fundacionais da Europa, enquanto no programa de foca destaca o cinema de Salomé Jashi, cineasta georgiana, cuja obra reflete o contexto sociopolítico do país onde nasceu e vive. A realizadora estará no Porto para apresentar as sessões  e orientar uma masterclasse. 

Em Cinemateca Ideal dos Subúrbios do Mundo convida-se a refletir sobre as margens e a diversidade das cinematografias globais, num programa que olha as histórias e vidas das zonas que rodeiam as grandes cidades. Serão mostrados filmes de Basil da Cunha, Alice Diop e Meryem-Bahia Arfaoui, entre outros. Já a parceria com a Mostra Espanha e o programa Tour d’Europe amplia a diversidade de vozes e estilos presentes no festival, com uma seleção que compila alguns dos melhores títulos do cinema europeu dos últimos anos. Neste âmbito serão mostrados filmes de Vitaly Mansky, Jonas Trueba, Elena López Riera, entre outros. 

Num desafio partilhado com Curtas Vila do Conde, Antes de Depois apresenta o cinema de nomes incontornáveis como Rainer Werner Fassbinder, Danièle Huillet, Jean-Marie Straub, Jean Vigo ou Eugene Green.

DIÁLOGOS ARTÍSTICOS E CULTURA POP

A conectar o cinema com a música, a secção Transmission com propostas em torno do trabalho de artistas como os AbbaPavementBrian EnoLee RanaldoExpresso Transatlântico. Num olhar sobre pessoas que marcam a linguagem da cultura popular mundial e local, estreiam pelas salas do festival: Ernest Cole: Lost and Found, sobre o icónico fotógrafo sul africano; Caixa de Resistência sobre o cineasta espanhol Fernando Ruiz Vergara e Ken Jacobs - From Orchard Street to the Museum of Modern Art, sobre a incontornável referência do cinema experimental; e Stop. Salas de ensaio para um materialismo histórico filme que revisita a história do centro comercial que é ponto cultural da cidade do Porto. 

Numa ponte com as artes visuais, o programa Engawa, curado por Julian Rossa do Centro de Arte Moderna da Gulbenkian, onde se descobrem três vozes proeminentes da arte contemporânea japonesa que trabalham com filme e vídeo. 

Nos momentos ao vivo, duas propostas: a estreia em live-act de VOICE ACTOR e o cine-concerto de Alex FX para A Paixão de Joana D’Arc, de Carl Theodor Dreyer. 

EDUCAÇÃO E PROGRAMA PARA FAMÍLIAS

O festival também busca formar futuros cineastas e entusiastas do cinema com o programa 180 Media Academy, além das Masterclasses que trazem profissionais para partilhar conhecimentos, experiências e reflexões com o público. Destacam-se as masterclasses de Salomé Jashi, que abordará a sua visão do cinema documental, e de Meryem-Bahia Arfaoui, que partilhará o seu percurso e prática cinematográfica. Uma nota ainda para o cinema imersivo a ter lugar no Planetário do Porto e para a sessão famílias no primeiro sábado do festival. 

CONVERSAS 

Em paralelo com as exibições, o Porto/Post/Doc apresenta dois espaços de conversa: Europa procura-se, com Ana GomesDima Mohammed e Ricardo Alexandre; e Ideias para um futuro presente com Isilda Sanches, Luísa SemedoOrfeu Bertolami Wandson Lisboa

De 22 a 30 de novembro de 2024, o Porto/Post/Doc promete ser o ponto de encontro para todos os apaixonados por cinema e pela cultura contemporânea. Com uma programação que abraça a diversidade, o festival é uma oportunidade única para o público se conectar com as mais variadas expressões e narrativas visuais.

19.11.2024 | par martalanca | Porto/Post/Doc

“Musseque”, de Fábio Januário, leva-nos às periferias de Angola - CCVF

No sábado 23 de novembro, às 21h30, a dança volta a sentir-se no Centro Cultural Vila Flor com “Musseque”, de Fábio Januário, um dos projetos vencedores da 2ª edição do Projeto CASA, uma iniciativa promovida pel’A Oficina/Centro Cultural Vila Flor, O Espaço do Tempo e o Cineteatro Louletano com o intuito de estímular as novas criações nas áreas da dança, do teatro e de cruzamentos disciplinares e um contributo para o desenvolvimento sustentável do percurso de artistas, nas referidas áreas.

“Musseque”, mais do que uma coreografia para quatro bailarinos (Fábio Januário, Selma Mylene, Júnior Dias e Elvis Carvalho), é um reencontro com as memórias de Angola, um regresso aos musseques — os bairros das periferias — e às vivências de um país marcado pela guerra civil e pelo nascimento do kuduro, expressão de resistência e transformação. 

 

Antes de ser uma peça para quatro bailarinos, “Musseque” é casa, é encontro, é um estar. É de onde saíram há muito tempo e para onde voltam em memória, e em corpo, através do kuduro. Aos corpos pede-se o ritmo, a precisão, a resistência para que, na turbulência de uma guerra, se encontre um pedaço de liberdade. Durante a Guerra Civil de Angola, o Kuduro foi uma música e uma dança marginalizada por muitos, mas adorada pelo povo. Aos quatro intérpretes em palco pede-se agora a continuidade do que se viveu e sentiu, tornando numa dança do presente as vivências já passadas, mas não esquecidas. No palco revisitam-se os bairros das periferias de Luanda — os musseques — que são casa, os discursos que são revolução e os corpos que são resistência, num ritmo alucinante de movimentos que são resiliência de quem continua para lá da guerra. 

 

Esta peça procura ainda retratar a força feminina numa cultura com tantos requisitos masculinos. São várias as questões que importam responder e “Musseque” é uma procura no presente dessas mesmas respostas ao dar a conhecer um estilo que surge como um comprimido com tempo limite para nos distrair. “Esta obra fala de um período muito conturbado nas vidas dos angolanos: a guerra civil. Retratamos como se vivia nos bairros (musseques), como o kuduro era visto pela sociedade e como era dançado. O kuduro era um “comprimido” com tempo contado pois nunca se sabia quando é que as tropas iriam chegar. Foi também uma força de resistência, um estilo cru que conta uma luta pela liberdade que continua a criar novas formas até hoje.”, partilha Fábio Januário a propósito do processo criativo por trás deste espetáculo, as suas influências culturais e o impacto da dança na sua trajetória artística, tendo a sua pesquisa incidido sobre o Kuduro e outras danças urbanas, bem como na área da dança contemporânea.

 

Artista nascido em Angola (Luanda, 1988) e a viver em Portugal há mais de 20 anos (desde 2002), Fábio (Krayze) Januário terminou em 2015 a sua licenciatura em Dança pela Escola Superior de Dança. Desenvolveu os seus conhecimentos em danças urbanas (hip-hop, house, popping, locking). Dá workshops e masterclasses de Kuduro com frequência em Portugal e em países como França, Suíça, Eslováquia, Bélgica e Hungria. Simultaneamente, ensina com regularidade em escolas na área de Lisboa. Como bailarino já trabalhou em diferentes festivais (NOS ALIVE, Rock in Rio, Meo Sudoeste e Sol da Caparica) e com diferentes artistas (Buraka Som Sistema, Benjamin Prins, Piny, entre outros). Desde 2022, é intérprete na peça “Carcaça” de Marco da Silva Ferreira. Em 2023, através do Ou.kupa com curadoria da Piny, criou esta sua primeira peça, “Musseque”. 

 

Com direção artística e criação de Fábio (Krayze) Januário, interpretação e cocriação do próprio juntamente com Selma MyleneJúnior Dias e Elvis Carvalho (Grelha), e acompanhamento artístico Marco da Silva Ferreira e Piny“Musseque” foi o projeto selecionado, no domínio da dança e cruzamentos disciplinares, na mais recente edição do Projeto CASA, tendo-se destacado pela pungência discursiva, pela singularidade da abordagem e pela importância em contribuir para o fomento, para a visibilidade e para a sustentabilidade de formas e práticas estéticas historicamente afastadas dos principais circuitos artísticos. 

 

Após a recente estreia no Cineteatro Louletano, “Musseque” ganha nova vida já no próximo sábado, 23 de novembro, no palco do Pequeno Auditório do CCVF. 
Os bilhetes têm um custo de 7,5 euros (ou 5 euros com desconto), podendo ser adquiridos online em oficina.bol.pt e presencialmente nas bilheteiras dos equipamentos geridos pel’A Oficina como o Centro Cultural Vila Flor (CCVF), o Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG), a Casa da Memória de Guimarães (CDMG) ou a Loja Oficina (LO), bem como nas diversas entidades aderentes da BOL.

18.11.2024 | par martalanca | dança, Fábio Januário, musseque

Prémio Ammodo Architecture 2024 distingue o projeto ISOB de Ângelo Lopes, Jakob Kling, Nuno Flores e Rita Rainho

Mindelo, 19 de novembro de 2024

A Ammodo Architecture divulga os primeiros vencedores do Ammodo Architecture Award, uma nova iniciativa anual que apoia a arquitetura social e ecologicamente responsável e os seus criadores em todo o mundo. Os 23 premiados foram distinguidos em três categorias: Arquitetura Social, Envolvimento Social e Escala Local. Cada um receberá entre €10.000 e €150.000 para apoiar e desenvolver a sua prática e novos projetos.

A lista completa dos premiados pode ser consultada aqui e mais abaixo.

O prémio reforça o papel essencial e transformador da arquitetura na abordagem de desafios sociais e ambientais, conferindo visibilidade à comunidade global de arquitetura e a praticantes locais. A Ammodo Architecture prioriza o modo como os premiados estabelecem novos projetos e iniciativas para enfrentar desafios contemporâneos, com novas perspetivas e conhecimentos em arquitetura. Juntamente com o prémio, está a ser desenvolvida uma plataforma de conhecimento que visa tornar visíveis os projetos e fomentar a partilha de conhecimento – elemento central desta iniciativa será um arquivo digital em expansão.

Os premiados foram selecionados por um comité consultivo multidisciplinar global, presidido por Joumana El Zein Khoury, diretora executiva da World Press Photo Foundation, incluindo: Andrés Jaque, arquiteto, reitor e professor na Columbia University GSAPP em Nova Iorque; Anupama Kundoo, arquiteta e professora na TU Berlin; Floris Alkemade, arquiteto e ex-Arquiteto Chefe do Governo dos Países Baixos; e Mariam Issoufou, arquiteta e professora na ETH Zurich. A seleção de potenciais projetos foi organizada através de uma convocatória aberta e de uma equipa global de embaixadores regionais experientes.

Em Cabo Verde, o projeto “International Seminar on Outros Bairros” (ISOB)  de Ângelo Lopes, Jakob Kling, Nuno Flores e Rita Rainho (I2ADS - Universidade do Porto) foi distinguido na categoria Social Engagement do prémio AMMODO Architecture Award 2024.

fotografia de Marcelo Londoñofotografia de Marcelo Londoño 

Esta distinção permitirá aos arquitetos e investigadores realizar a programação do International Seminar on Outros Bairros (ISOB), entre janeiro de 2025 e junho de 2026, que consistirá num concurso de práticas artísticas em espaço público, quatro workshops, um seminário internacional e uma exposição. Além disso, será organizado o arquivo digital da Iniciativa Outros Bairros (IOB) e do próprio ISOB. Desta forma o grupo de arquitetos e investigadores propõe uma reflexão sobre os territórios autoproduzidos existentes em Cabo Verde, a partir da experiência vivida enquanto membros em vários momentos da IOB, onde adotaram uma abordagem do urbanismo relacional procurando a compreensão do modo de vida da população local.

IOB foi realizada entre 2019 e 2022 em três zonas auto-produzidas na ilha de São Vicente, Cabo Verde. Foi uma ação financeiramente possível como iniciativa governamental associada ao MIOTH - Ministério das Infraestruturas, do Ordenamento do Território e Habitação do Governo de Cabo Verde e acompanhada por um compromisso técnico e científico do MA - Ministério do Ambiente e da Ação Climática do Governo de Portugal.

Este novo projeto, apoiado pela Ammodo Architecture Award 2024, visa retomar e expandir, a partir de Cabo Verde, o debate sobre como atuar no território, considerando o atual processo planetário de urbanização.

fotografia de Diogo Bentofotografia de Diogo Bento

Pessoa de Contacto.  Ângelo Lopes email: isobcaboverde@gmail.com  tel: +2389814488 Siga nas redes sociais Instagram: @outrosbairros

SOBRE AMMODO ARCHITECTURE AWARD 2024

Declaração do Conselho Consultivo
Há uma mudança de paradigma para os arquitetos enquanto procuramos um novo papel na sociedade – precisamos de nos aproximar das realidades que necessitam de transformação, dentro do contexto onde estes projetos se iniciam. O Prémio Ammodo Architecture reconhece a complexidade do mundo, as comunidades humanas e não-humanas, e o papel da arquitetura nesse contexto. Os projetos premiados mostram claramente envolvimento social e esforços multidisciplinares que têm em conta a comunidade mais ampla e os sistemas naturais. Coisas que antes eram consideradas experimentais estão a tornar-se práticas comuns – é o momento ideal para identificar projetos que verdadeiramente encarnem a busca por um novo futuro.

Marleen van Driel, Chefe de Arquitetura na Ammodo disse:Os premiados mostram-nos que a arquitetura pode oferecer uma nova perspetiva e estabelecer novos padrões de envolvimento social e de resposta ecológica. A Ammodo Architecture está aqui para captar e partilhar este conhecimento para apoiar a sua visibilidade e impacto. Os nossos novos prémios esperam catalisar novos projetos e mostrar o progresso e a contribuição da arquitetura para os desafios sociais e ecológicos contemporâneos.

 Lista completa dos premiados

Ammodo Architecture Award para a Arquitetura Social (€150,000 per project):

  • Long House with an Engawa por Yamazaki Kentaro Design Workshop (Yachiyo, Japan)
  • La Balma por Lacol (Barcelona, Spain)

Ammodo Architecture Award / Engajamento Social (€50,000 por projeto):

  • Outros Bairros Initiative por Outros Bairros Initiative (São Vicente, Cabo Verde)
  • One Green Mile Public Space and Streetscape Design por StudioPOD (Mumbai, India)
  • FLOW by POOL IS COOL por Decoratelier Jozef Wouters (Brussels, Belgium)
  • Living above Garages por Falk Schneemann Architektur FSA (Karlsruhe, Germany)
  • Wooncoöperatie De Warren por Natrufied Architecture (Amsterdam, the Netherlands)
  • Bronwen’s Sanctuary por Studio Propolis Ltd (Cardiff, UK)
  • Architecture in the Periphery porr IAMÍ Institute (Belo Horizonte, Brazil)
  • Reference Centre for Babassu Coconut Harvesters por Estúdio Flume (Vitoria do Mearim, Brazil)
  • Pivadenco Rural School por Duque Motta & AA and MAPAA (Los Sauces, Chile)
  • Forest of Memory por Puente Consultorías Culturales (San Jose del Fragua, Colombia)
  • Sustainable Alleys por RAMA estudio (Quito, Ecuador)
  • Las Tejedoras por Natura Futura + Juan Carlos Bamba (Chongón, Ecuador)

Ammodo Architecture Award para Escala Local (€10,000 por project): 

  • Warwick Junction Brook Street Child Care Facility por Asiye eTafuleni (Durban, South Africa)
  • Community Art Creative Project (CACP) por Team CACP/YIIIE Architects (Chengdu, China)
  • Designing (In)Constant Infrastructures por Chaal.Chaal.Agency (Bhuj, India)
  • Gouron Museum Community Trail: Shipwrecks Reimagined por Studio Chahar (Qeshm Island, Iran)
  • Hábitat_Meeting Place for Urban Pedagogy por Ad Urbis (La Habana, Cuba)
  • Community Added Value Center por Cooperativa CIMBRA (Caimancito, Argentina)
  • Jardin Maloka por Colectivo Aula Viva (Inirida, Colombia)
  • Community Fog Catcher Prototype por Alsar-Atelier + Oscar Zamora (Bogotá, Colombia)
  • ‘10th of July’ Family Group’s Community Hub by Habitable (Lima, Peru)

Imagens e informações dos projetos premiados podem ser consultadas em ammodo-architecture.org

Sobre a Ammodo

A Ammodo é uma fundação que promove e apoia a arte, a ciência e a arquitetura. Acreditamos que expandir o conhecimento e desenvolver novas perspetivas nestes campos é essencial para enfrentar os desafios contemporâneos e fazer a sociedade avançar.

Sobre a Ammodo Architecture

O programa de arquitetura da Ammodo reconhece projetos exemplares de arquitetura social e ecologicamente responsável, bem como os seus criadores, e apoia novos trabalhos em todo o mundo. Tornamos estes projetos visíveis, destacamo-los, partilhamos conhecimento e criamos uma rede. O Prémio Ammodo Architecture é atribuído em três categorias: desde projetos de iniciativa local, colaborações e iniciativas, até projetos internacionalmente reconhecidos e edifícios concluídos. Os prémios incluem apoio financeiro substancial para novos projetos ou iniciativas que impulsionem a mudança.

Para mais informações, visite ammodo-architecture.org ammodo.org Siga nas redes sociais Instagram: @ammodoarchitecture LinkedIn: Ammodo Architecture

18.11.2024 | par martalanca | Ângelo Lopes, architecture, arquitetura, cabo verde, Jakob Kling, Nuno Flores, Rita Rainho

dança não dança – arqueologias da nova dança em Portugal

Data

15 nov 2024 – 13 jan 2025

  • 10:00 – 18:00 
  • inauguração Qui, 14 nov, 18:30, Edifício Sede – Galeria do Piso Inferior

  • Encerra à Terça

Local

Galeria do Piso InferiorFundação Calouste Gulbenkian

Preço

Entrada gratuita

Mediante levantamento de bilheteDança não dança propõe percorrer o século XX e início do século XXI com o corpo, acompanhando diferentes manifestações de dança que refletem e problematizam o seu tempo.

Resultado de uma pesquisa coletiva, esta exposição constrói-se com diferentes materiais de arquivo e registos de dança (documentos audiovisuais, fotografias, cartazes, publicações, ephemera, partituras…) inscritos numa perspetiva alargada das transformações sociais e culturais e do discurso sobre o que pode ou não ser dança.

Com a curadoria de João dos Santos Martins, Ana Bigotte Vieira, Carlos Manuel Oliveira e Ana Dinger, a exposição vem encerrar um programa de dois anos, dividido em três eixos, compreendendo também um ciclo de (re)performances, filmes e conversas, um livro-catálogo. Cada um destes eixos percorre o século XX e início do século XXI, problematizando à sua maneira representações lineares do tempo, ecoando os restantes e dando a ver as danças e as suas histórias de diferentes perspetivas.

Se a Nova Dança de finais dos anos 1980 e inícios de 1990 é um momento, como diz André Lepecki, em que se dá uma emergência de «corpos dançantes a refletir o nervosismo da história», esta exposição toma-a como ponto de partida para interrogar esse nervosismo através de experiências que alteram o que se entende por dança e desestabilizam noções de corpo (e suas representações) na sociedade.

Ao longo das sete salas que compõem a galeria, vislumbram-se danças que, por um lado, circunscrevem a vontade de criação de uma cultura de dança e, por outro, uma vontade de renovação. Em ambos os casos dão conta dos momentos históricos de que a sua experiência incorporada participa, muitas vezes expondo as suas contradições. Interrogando transmissão da história e transmissão da dança, a exposição prolonga-se num livro e num programa de revisitações e novos trabalhos coreográficos. No seu conjunto, dança não dança materializa diferentes modos de investigação — de obras, vontades, contextos e condições de possibilidade — para, com as danças e a atenção sensível que implicam, atravessar o nervosismo da história.

dança não dança corresponde à sétima edição do projeto Para Uma Timeline a Haver – genealogias da dança como prática artística em Portugal, iniciado em 2016 por Ana Bigotte Vieira e João dos Santos Martins, que procura investigar a Nova Dança Portuguesa e mapear as histórias da dança que permanecem ausentes das narrativas da história da arte e da história cultural no país.

14.11.2024 | par martalanca | dança

Festival InShadow

  • Após duas primeiras semanas de Festival, o InShadow dá agora arranque ao epicentro da sua programação: as Competições Internacionais de Documentário e Vídeo-Dança;
  • Realizada entre 16 e 24 de Novembro, a Competição Internacional de Documentário reúne um total de 18 filme provenientes de 10 países e ilustra o panorama actual do documentário relacionado com a dança. Apresentada pela primeira vez na recém-fundada Casa do Comum, conta com seis sessões, ao longo das quais serão exibidos filmes realizados por artistas nacionais, como Pedro Saudadhe e Eva Ângelo, e internacionais, como André Uerba, Kitty Yeung, Veronika Pokoptceva e Jeanne Maye;
  • De 26 a 29 de Novembro, a Competição Internacional de Vídeo-Dança regressa ao Teatro do Bairro com um total de 71 filmes imperdíveis. Provenientes de 32 países e exibidas ao longo de sete sessões, estas criações colocam em evidência aquilo a que Pedro Sena Nunes, Co-Director Artístico do Festival, se refere como o “namoro constante entre o corpo e a imagem”;
  • O InShadow engloba ainda  um conjunto de exposições fotográficas e instalações artísticas que estarão alocadas no Espaço Santa Catarina (de 22 de Novembro a 9 de Dezembro), Espaço Cultural Mercês (26 de Novembro a 9 de Dezembro) e na Galeria e Cisterna da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa (FBAUL) (3 a 19 de Dezembro).
  • ****

O Festival inicia-se com o LittleShadow, secção destinada ao público infanto-juvenil. Entre os dias 7 e 16 de Novembro, os mais novos poderão desfrutar de experiências criativas e espectáculos que promovem a reflexão sobre temas como a consciência do corpo e o papel da arte na construção de noções estéticas;

Este ano, o InShadow ocupa a Casa do Comum, o local escolhido para dinamizar a Competição Internacional de Documentário, uma das iniciativas centrais do Festival. Realizada entre os dias 16 e 24 de Novembro, a Competição reúne um total de 18 filmes, provenientes de 10 países;

O epicentro do Festival vê-se completo com a realização da Competição Internacional de Vídeo-Dança, que, de 26 a 29 de Novembro, volta ao Teatro do Bairro com um total de 71 filmes provenientes de 32 países e exibidos ao longo de sete sessões.


Destacamos SOPRO, uma criação da CiM – Companhia de Dança desenvolvida no âmbito do projecto europeu No One Forgotten. Após a estreia em Atenas, a 9 e 10 de Novembro, a criação ganha vida em Lisboa, trazendo performances disruptivas às estações de comboios do Cais do Sodré (14 de Novembro) e Santa Apolónia (15 de Novembro).

Consulte toda a programação da 16ª edição no nosso site.

Cartaz de Morgan PetroskiCartaz de Morgan Petroski

13.11.2024 | par martalanca | InShadow

Encontros do património audiovisual

“A Associação dos Amigos do Museu do Cinema em Moçambique (AAMCM) iniciou a preparação da 3ª edição dos ENCONTROS DO PATRIMÓNIO AUDIOVISUAL, a ter lugar em Maputo, a 27, 28 e 29 de Outubro de 2025. Desde a primeira edição, os ENCONTROS DO PATRIMÓNIO AUDIOVISUAL apresentam-se como um espaço em formato híbrido, com participação presencial e à distância, de intercâmbio de ideias, trabalhos artísticos e investigação na vasta área do Património Audiovisual, com foco em Moçambique. Em 2025, a 3.ª edição, com foco alargado aos PALOP, e como temática geral “A imagem em movimento na Independência dos PALOP”, cujos 50 anos se comemoram. O evento tem financiamento da Fundação Calouste Gulbenkian, e conta com o apoio do Centro Cultural Franco-Moçambicano. Convidamos todos os interessados – artistas, docentes, investigadores e estudantes – a propor artigos inéditos e/ou apresentações de projetos artísticos.”

Informações sobre a chamada. 

12.11.2024 | par martalanca | cinema, Moçambique

"Do Cinema de Estado ao Cinema Fora do Estado: ANGOLA"

O ciclo;  ”Do Cinema de Estado ao Cinema Fora do Estado: ANGOLA” acontece na Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema, do dia 12 a 23 de Novembro de 2024; com uma programação onde são destacadas algumas das obras fílmicas que marcam e registam o nascimento, a história social, política, econômica, institucional… de uma nação; Angola. Gostaria de vos contar mais detalhes sobre estes filmes; em que cada um deles nas suas imagens em movimento, nos contam pedaços de histórias reais, ficcionadas; sobre Angola. Dando-nos deste modo a oportunidade de conhecermos melhor a sua história; e percebermos o processo e o percurso evolutivo do cinema angolano até aos dias de hoje; e a importância da sua ‘presença’ no panorama mundial.

Através dos mesmos -filmes- e já não tão timidamente, temos assistido a um crescente interesse, desenvolvimento e evolução na arte cinematográfica, em Angola; seja dos cineastas, público, ou ainda de uma nova geração de estudantes de cinema angolano; como também o interesse e curiosidade de países estrangeiros pelo cinema produzido neste país; tendo como exemplo a presença dos nossos filmes pelos festivais e salas de cinema mundiais.Mas prefiro não me alongar, nesta conversa, e esperar por vocês na próxima semana, e, como tantas outras vezes, criarmos ‘rodas’ de boas e animadas conversas, que seguramente nos ajudam a ‘arrumar’ ideias, pensamentos sobre Angola no seu todo; que é tanto… E para isso, poderemos contar com a presença do realizador Ery Claver; Pocas Pascoal; Zéze Gamboa, entre outras personalidades do mundo das artes, e claro, nós, público.

10.11.2024 | par martalanca | cinema angolano, cinemateca

“Tocar a palavra com a língua”, Deborah Uhde e a dupla Marta Sala e Cheong Kin Man

“Tocar a palavra com a língua,” refere a agência da linguagem como evento sensorial, gesto, poder narrativo e espontaneidade linguística. A língua, experiência corporal e orgânica de um impulso suave e viscoso, torna-se voz, ecos de viagens e relatos do indizível, e assim, potencialmente, em espaços de permeabilidade linguística com novas línguas e (des)arquivos da ausência que, por sua vez, se condensam em iconografias de um novo tempo: o dos vocabulários utópicos. Essas experiências de relação entre o exterior e o interior criam espaços transitivos nos signos, ideogramas, variados sistemas de escrita e no movimento dos lábios. Usar a palavra como agência de transformação crítica leva-nos a questionar a força do relato, o destinatário, o contexto e os atos de pertença e posse.
Através do ensaio fílmico Wechselseiten [Page Changes] de Deborah Uhde, da instalação multimédia Apocalypses de Marta Sala e Cheong Kin Man, e do documentário autoetnográfico Uma ficção inútil: a-resposta deste duo, percorremos a interseção de movimentos linguísticos, linguagens (visuais, sonoras, corporais) e as geo-formações do passado e do futuro utópico. Tocar a palavra com a língua traça conexões entre cartografias instáveis, práticas culturais, idiomas inventados e experiências têxteis e textuais em um campo crítico de trânsitos globais desde o início do século XX, como ocupações, relatos coloniais, toponímias e administrações territoriais pós-marítimas. Referimo-nos a vários momentos da história na encruzilhada entre países da Europa e áreas específicas da China, como a zona anteriormente conhecida em alemão como “Kiautschou”, ou ainda, Macau como um território aduaneiro independente.



A dupla de artistas polaco-macaense, Marta Stanisława Sala e Cheong Kin Man, sediada em Berlim, combina têxteis e linguagem para criar línguas construídas como abordagem decolonial. As suas autoetnografias experimentais foram apresentadas no Festival Begehungen (Alemanha), na Fundação Fernando Leite Couto (Moçambique), na Bienal de Macau, entre outros.

Deborah Uhde (Alemanha) é cineasta e artista independente, com um foco especial em filmes experimentais e documentários, bem como em formatos situacionais, como instalações e performances. Também se dedica à redação de críticas, à condução de workshops e formações, e à curadoria de programas de cinema.

Faremos, enquanto dupla juntamente com a Deborah Uhde, um happening com o mesmo título como da exposição: “Tocar a palavra com a língua.”
O Jornal Tribuna de Macau reportou o seguinte, no dia 17 de Outubro de 2024:

[…] Com o fim de promover a igualdade linguística na capital alemã, o duo de Macau e da Polónia expôs a sua nova publicação artística, “Ein halbfiktionaler Crashkurs zur Orakelschrift” (em português, “Um Curso Intensivo Semi-Fictício sobre a Escrita Oracular”), com 24 posturas humanas ilustradas directamente inspiradas na antiga escrita chinesa.
“Beleza é relação de poder”, “o homem (o rato) é a Natureza” ou ainda “o homem (o rato) é o mundo que este pode imaginar” são algumas das declarações artísticas de Cheong e Sala que acomodaram os antiquíssimos ideogramas chineses “belo”, “homem” e “céu”.
Usado para incentivar o público comunicar com o corpo, o trabalho foi originalmente concebido para o mais recente “happening” artístico de línguas fictícias da dupla no seio do “Festival para o Bem-Estar Urbano… em redor do Bunker dos Ratos” em Setembro na capital alemã, tendo o apoio do Senado de Berlim. A mesma iniciativa terá lugar no Atelier Artéria de Lisboa, em 22 de Novembro, a convite e com a curadoria de Lorena Tabares Salamanca.

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10.11.2024 | par martalanca | Cheong Kin Man, Marta Sala

Trinh T. Minh-ha no Doc's Kingdom

Doc’s Kingdom – Seminário Internacional de Cinema Documental realiza-se pela segunda vez consecutiva em Odemira, de 19 a 23 de novembro 2024, para repensar o cinema documental a partir da perspetiva do som. A reconhecida cineasta vietnamita Trinh T. Minh-ha é uma das principais convidadas da edição e também irá marcar presença em três eventos em Lisboa após o Seminário.
Durante cinco dias, o Doc’s Kingdom apresenta um programa que inclui filmes, debates, instalações e performances sonoras, propondo uma reflexão aprofundada sobre cinema de não-ficção e o seu papel na atualidade. O Seminário, que sob direção de Marcia Mansur se consolida como um espaço de encontro internacional em Odemira, é um momento de discussão crítica e interdisciplinar.

Repensar o mundo através do som: o programa “Formas de Escutar”

A curadoria da edição de 2024 está a cargo de Stoffel Debuysere, programador da plataforma belga Courtisane, que foi selecionado através de um concurso público internacional. Com o título “Formas de Escutar” (“Ways of Listening”), o programa procura desviar o foco habitual na imagem e explorar a dimensão crítica do documentário a partir da escuta. Entre os convidados estão Trinh T. Minh-ha, Trevor Mathison e Gary Stewart, Ernst Karel, Matilde Meireles, Alison O’Daniel e Susana de Sousa Dias.
A presença de Trinh T. Minh-ha (1952, Hanói) é um dos momentos mais aguardados. Residente nos EUA desde os anos 1970, Minh-ha é uma referência incontornável na interseção entre cinema, questões pós-coloniais e feministas, desafiando formatos documentais e normas culturais de representação. 

Trevor Mathison (1960, Londres), co-fundador do Black Audio Film Collective, também estará presente com Gary Stewart, parceiro no projeto Dubmorphology. A programação inclui ainda obras e performances ao vivo de Ernst Karel (1970, Palo Alto), conhecido pela sua prática em música eletroacústica e som para documentário, e uma performance sonora inédita de Matilde Meireles, desenvolvida em Odemira com sons captados no local. Completam a lista de artistas e cineastas convidados Susana de Sousa Dias (1962, Lisboa), que apresenta novos trabalhos e uma sessão pública no âmbito dos 50 anos do 25 de abril, e Alison O’Daniel (1979, Miami), com o filme The Tuba Thieves (2023), exibido em Sundance, CPH:DOX e DOK Leipzig.

Trinh T. Minh-ha, Naked Spaces - Living Is Round (1985). Cortesia da realizadora e Arsenal.Trinh T. Minh-ha, Naked Spaces - Living Is Round (1985). Cortesia da realizadora e Arsenal.

Sessões de cinema e eventos abertos ao público

À semelhança das edições anteriores, o programa é mantido em segredo até ao início de cada sessão e a participação em todas as atividades do Seminário é garantida mediante inscrição prévia. Este ano, no entanto, o Doc’s Kingdom expande a sua programação de sessões abertas ao público, incluindo a sessão de abertura (terça-feira, 19) com What About China?, o filme mais recente de Trinh T. Minh-ha, no Cineteatro Camacho Costa, e a sessão de encerramento (sábado, 23) que contará com uma performance sonora da dupla Dubmorphology, no Mercado Municipal.

Entre as sessões de cinema de livre acesso destacam-se ainda 48 de Susana de Sousa Dias (2009), para assinalar os 50 anos do 25 de Abril; Handsworth Songs do Black Audio Film Collective (1986), um ensaio experimental que aborda questões raciais e políticas; e Meezan de Shahab Mihandoust (2023), com desenho sonoro de Ernst Karel.

Além das sessões, será apresentada na Igreja da Misericórdia a exposição Expeditions, com uma instalação fílmica do Black Audio Film Collective, de 19 a 21 de novembro.

Três sessões imperdíveis com Trinh T. Minh-ha em Lisboa

Após o Seminário, Trinh T. Minh-ha apresentará o seu trabalho em três encontros em Lisboa. No dia 24 de novembro, às 18h, a Fundação Oriente será exibido What About China? (2022). No dia seguinte, a cineasta apresenta uma Masterclass no auditório da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, às 17h, seguida de uma conversa com Catarina Alves Costa. Por fim, a Cinemateca Portuguesa exibe, ainda no dia 25 de novembro, às 21h30, a nova cópia restaurada da longa-metragem Naked Spaces – Living Is Round (1985).

SESSÕES ESPECIAIS E GRATUITAS EM ODEMIRA
Terça-feira, 19 Novembro
15h-18h | Igreja da Misericórdia
Instalação: Expeditions (Black Audio Film Collective)
(continua de 20 a 21 Novembro, 12h-18h)

18h | Cineteatro Camacho Costa
Sessão de Abertura: What About China? (Trinh T. Minh-ha, 2022, 135’)
Quinta-feira,  21 Novembro
Cineteatro Camacho Costa
14h30 | 48 (Susana de Sousa Dias 2009, 93’)
21h45 | Handsworth Songs (Black Audio Film Collective,1986, 60’) 
Sábado, 23 Novembro
14h30 | Cineteatro Camacho Costa
Meezan (Shahab Mihandoust, 2023, 72’)
21h30 | Mercado Municipal de Odemira
Sessão de Encerramento: Performance Dubmorphology (Trevor Mathison & Gary Stewart)
AGENDA TRINH T. MINH-HA EM LISBOA 
Domingo, 24 Novembro 
18h | Fundação Oriente 
Sessão gratuita do filme What About China? (Trinh T. Minh-ha, 2022, 135’)
Segunda-feira, 25 Novembro
17h | Auditório da Faculdade de Belas Artes 
Conferência de Trinh T. Minh-ha, seguida de conversa com Catarina Alves Costa
21h30  | Cinemateca Portuguesa 
Sessão Naked Spaces: Living is Round (Trinh T. Minh-ha, 1985, 135’) 
Exibição de cópia restaurada, com apresentação da realizadora.

Mais informação em: www.docskingdom.org.

08.11.2024 | par martalanca | doc's Kingdom, Trinh T. Minh-ha

“Sacrifício Renascimento”, de Paulo Kapela

 Vamos apoiar a memória e a obra original do Mestre Kapela! Vamos apoiar a Arte Contemporânea Angolana! Paz e Amor!

Exposição no ELA-Espaço Luanda Arte, visitável de terça e domingo, das 12h às 20h, e até 29 de Janeiro 2025.

Kapela Paulo nasceu em Maquela do Zombo, no Uíge, Angola em Abril de 1947. Para além de ter vivido na sua terra-natal Angola, também viveu na República Democrática do Congo e na República do Congo, em Brazzaville, aonde foi aluno da escola endógena ´Poto-Poto´. Regressou a Angola em 1989 e assentou-se em Luanda, primeiro no edifício da União Nacional dos Artistas Plásticos (UNAP), depois no Beiral, e depois de forma auto-suficiente numa casa no Palanca e depois na Vila Alice.

Kapela Paulo expôs internacionalmente desde 1995, tendo participado em exposições como “Africa Remix, que viajou por Londres (Reino Unido), Paris (França), Tóquio (Japão), entre outras cidades. Em 2003 venceu o Prémio CICIBA (Centro Internacional de Civilizações Bantu), em Brazzaville. Em 2007 participou na mostra “Check List Luanda Pop” na 52ª Bienal de Veneza, Itália. E em 2009 sua obra fez parte da mostra da 2ª Trienal de Luanda, Angola e, ainda no mesmo ano, sua obra fez parte da Exposição Colectiva “Luanda Smoth and Rave”, França. Em 2013, a sua obra esteve exposta na Exposição Colectiva “No Fly Zone, no Museu Coleção Berardo, Portugal. Em 2015 realizou a sua primeira Exposição Individual de sempre em Angola de nome “Kapela”, na Galeria Tamar Golan, Luanda. Ainda em 2015 apresentou a Exposição Individual “Entre Suplícios na Galeria Hall de Lima Pimentel, também em Luanda. Em 2016 realizou uma Exposição Colectiva no ´ELA-Espaço Luanda Arte´ de nome “Velhos Papéis, Novas Histórias” sob a plataforma ´Pop-Up Mash-Up´ em conjunto com o Artista Angolano Binelde Hyrcan. Em 2017 realizou uma Exposição Individual no ´ELA-Espaço Luanda Arte´ de nome “Luvuvamu + Nzola  I  Paz + Amor”. Em 2018 viajou para Congo Brazzaville, que não visitava há 50 anos, e esteve na ´Escola Poto-Poto´ - após o qual realizou a Exposição Individual “Regresso a Poto-Poto no ´ELA-Espaço Luanda Arte´. Em 2019 expôs sua obra no Camões de Luanda numa mostra com o título simbólico “Regresso à UNAP” que veio a ser a sua última exposição em vida.

Em Outubro 2020 a sua enorme mestria foi reconhecida com a atribuição do ´Prémio Nacional de Cultura e Artes (PNCA)´ 21ª edição - ficou muito feliz com esse reconhecimento. Tragicamente, Kapela Paulo faleceu em Novembro 2020 devido a complicações com o Covid-19, e deixou um enorme vazio entre familiares, amigos, colegas e o público em geral que o reconhece como o ´Pai Spiritual´ da Arte Contemporânea de Angola.

O ´ELA-Espaço Luanda Arte´ é um espaço de arte contemporânea com mais de 9 anos de existência. Re-emergiu em 2022 no armazém Cunha & Irmão SARL / ex-Escola Portuguesa, situado na Rua Alfredo Troni 51/57, na baixa de Luanda ao lado do Ministério das Relações Exteriores. 

08.11.2024 | par martalanca | Mestre Kapela

Abertura do ciclo "Do cinema de Estado ao cinema fora do Estado - Angola"

07.11.2024 | par martalanca | angola, cinema

Ciclo de Debates “Dados Étnico-Raciais: O que se perdeu”

O Projeto AGRRIN - Corpos geradores: da agressão à insurgência. Contributos para uma pedagogia decolonial (DOI 10.54499/2022.06269.PTDC), o SOS Racismo, o Coletivo Andorinha e a Diásporas convidam para o Ciclo de Debates “Dados Étnico-Raciais: O que se perdeu”. Tal iniciativa nasce do desejo de recuperarmos o relevante debate público sobre a recolha de dados étnico-raciais nos Censos portugueses. A proposta divide-se em quatro encontros, que buscam abordar assuntos como a atual situação do debate, as iniciativas alternativas de auto-mapeamento, as possíveis repercussões em termos de políticas públicas e as experiências de recolhas internacionais.

O primeiro encontro, “O que (não) aconteceu: a luta pela recolha de dados”,  ocorrerá em 08 de novembro de 2024 na sede do SOS Racismo (R. Dom Luís de Noronha 17, Lisboa) às 18h30. A apresentação do ciclo de debates ficará a cargo de Lou Loução (SOS Racismo) e da Professora Doutora Judite Primo (AGRRIN - Corpos Geradores).

Para refletir sobre os caminhos percorridos até aqui na luta pela recolha de dados étnico-raciais e a fim de pensar propostas para a recuperação desta pauta, convidamos para este primeiro encontro Anabela Rodrigues (GTO-LX; Solidariedade Imigrante), Mamadou Ba (SOS Racismo) e Piménio Teles (SOS Racismo). O debate contará com moderação de Thaís Brito (Coletivo Andorinha; Diásporas)

06.11.2024 | par martalanca | Dados Étnico-Raciais