Porto Summer School on Art & Cinema 2024 · Não Foi Cabral

17-21 JUN 2024


A sexta edição da Porto Summer School on Art & Cinema apresenta um programa público, composto por concertos, sessões de cinema e abertura de exposições, nas quais participarão os realizadores/artistas que estão presentes no curso. Este programa é oferecido à cidade e ao seu público cultural e acontecerá na Escola das Artes e em espaços culturais do Porto.
Artistas e curadores convidados:

  • Dino D’Santiago
  • Jaime Lauriano
  • Keila Sankofa
  • Lilia Schwarcz
  • MC Carol

Programa público: Entrada gratuita. +info

 

09.06.2024 | par martalanca | “Não foi Cabral: revendo silêncios e omissões”

O terceiro inconsciente: a psicoesfera na Era Viral, Franco "Bifo" Berardi

O inconsciente não conhece o tempo, não tem antes e depois, não tem uma história própria. No entanto, nem sempre permanece o mesmo. Diferentes condições políticas e econômicas transformam a maneira pela qual o Inconsciente emerge dentro da “psicosfera” da sociedade. No início do século XX, Freud caracterizou o Inconsciente como o lado sombrio do quadro de boa ordem do Progresso e da Razão. No final do século passado, Deleuze e Guattari o descreveram como um laboratório: a força magmática trazendo incessantemente à tona novas possibilidades de imaginação. Hoje, em um momento de pandemias virais e em meio ao colapso catastrófico do capitalismo, o Inconsciente começou a emergir de outra forma. Neste livro, Franco ‘Bifo’ Berardi retrata vividamente a forma em que o Inconsciente se manifestará nas próximas décadas e os desafios que ele representará às nossas possibilidades de ação política, imaginação poética e terapia.

— “Uma ampla exploração do presente e do futuro do Inconsciente”

DESCRIÇÃO

Assumindo uma prévia presunção, Bifo elenca que até ao momento o Inconsciente obteve apenas duas elaborações: primeira, aquela, mais comum, psicanalítica, de Freud, em que a profissão do capitalismo exerce na condição psicológica do sujeito a sua aparente ordem natural de aliança entre Progresso e os processos de racionalização do mundo e de seus fenômenos; segunda, ainda em exercício e em constante questionamento, em que o espaço de manifestação do Inconsciente é um campo de experimentação infinito do sujeito perante a sua potência de subjetivar a si e o mundo, de Deleuze e Guattari. E, para quem imaginou que a pretensão de Bifo se aportaria numa simples enumeração da epistemologia do Inconsciente, se enganou, pois o autor propõe uma terceira via, em construção, a ocorrer, na obscuridade do futuro. O neoliberalismo estaria gerando no Inconsciente, de maneira adversa na contemporaneidade ocidental, comportamentos cada vez mais conscientes, tornando os sujeitos cada vez mais indissociáveis do procedimento necessário do capitalismo na atualidade, e com isso não apenas gerando perda de crenças em outras formas de vida possíveis como também criando modos de eliminá-las. Mas, para quem imagina que Bifo para por aí, numa conjuntura, engana-se, ele ainda nos apresenta representações deste horizonte nebuloso e oferta possibilidades de fuga.

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06.06.2024 | par martalanca | Franco Bifo Berardi, inconsciente, psicoesfera

BIG BANG HENDA de Fernanda Polacow

Cinema Ideal, segunda, 10 Junho, 21:30com a presença de Fernanda Polacow e Kiluanji Kia Henda

2 filmes do Doclisboa 2023, em estreia no cinema Ideal – dias 10, 13 e 16 de Junho, às 21:30
O filme que recebeu, entre outros, o Prémio Fernando Lopes, e uma curta-metragem sobre o artista Kiluanji Kia Henda (que apresenta também agora uma antologia dos seus videos no Museu Arpad Szenes Vieira da Silva, em Lisboa), estreiam agora em Lisboa no Cinema Ideal.
AS MELUSINAS À MARGEM DO RIO de Melanie Pereira, recebeu não apenas o Prémio Fernando Lopes, mas também o Prémio HBO Max e o Prémio Escolas ETIC para Melhor Filme da Competição Portuguesa da última edição do Doclisboa. 
E o filme BIG BANG HENDA, estreado no Doclisboa, uma Menção Especial do Júri no FIFA (festival de filmes sobre arte), Montréal. 

Sinopse Derrubando estátuas e símbolos, construindo novas memórias, enquadrando a paisagem destruída, escrevendo cartas para o futuro, revertendo dinâmicas de poder: Big Bang Henda é um documentário-poesia-manifesto sobre o trabalho do artista angolano Kiluanji Kia Henda. Ele leva-nos numa viagem pelas suas criações e reflexões, que estão na vanguarda do pensamento anticolonial, instando-nos a considerar a forma como as gerações que cresceram durante ou no rescaldo da guerra reinterpretam esse acontecimento.

06.06.2024 | par martalanca | BIG BANG HENDA, kiluanji kia henda

Contos do Esquecimento, de Dulce Fernandes

Numa manhã quente de verão em 1444, na aldeia piscatória de Lagos, no sul de Portugal, foi desembarcado um grupo de pessoas africanas. No campo junto ao porto, foram entregues como escravos aos nobres e comerciantes locais. Durante os 400 anos seguintes, mais de seis milhões de africanos seriam traficados em navios portugueses para a Europa e para o outro lado do Atlântico.

Numa tarde chuvosa de inverno de 2009, em Lagos, arqueólogos que escavavam o local onde estava a ser construído um parque de estacionamento subterrâneo, começaram a encontrar esqueletos humanos. Trabalhando no local durante os cinco meses seguintes, enquanto o parque de estacionamento estava a ser construído à sua volta, os arqueólogos descobriram os esqueletos de 158 homens, mulheres e crianças africanos escravizados. Os seus corpos tinham sido depositados numa lixeira do século XV. Entrelaçando estas duas histórias, Contos do Esquecimento cruza histórias de violência e brutalidade do passado com imagens e sons do presente. Evocando o que aconteceu nestes locais e revelando memórias do passado, Contos do Esquecimento é um filme-território onde não temos outra escolha senão olhar para como o presente continua a ser moldado pela história que carregamos dentro de nós.


FICHA TÉCNICA

ARGUMENTODulce FernandesELENCODulce Fernandes, Lucy Shaw Evangelista, Denise VianaF OTOGRAFIA Paulo Menezes SOM Armanda Carvalho MONTAGEM Mário Espada PRODUTOR Pablo Iraola, Ansgar Schaefer, Pandora TellesVENDAS Ukbar Filmes

29.05.2024 | par martalanca | cinema, escravatura, Lagos

‘BANZO’, DE MARGARIDA CARDOSO

O filme BANZO, de Margarida Cardoso, fará a sua estreia nacional dia 30 no Indie e a estreia internacional na 58ª edição do Festival Internacional de Cinema de Karlov Vary, na Chéquia, que decorre entre 28 de Junho e 6 de Julho. O filme integra a secção competitiva Crystal Globe, ao lado de outras 11 longas-metragens. 

“A selecção oficial do 58º KVIFF, o núcleo do programa anual do festival, que inclui as competições Crystal Globe e Proxima, bem como o programa de Projecções Especiais, oferece um epicentro único de géneros e temas que vibram no cinema contemporâneo. Um novo olhar revisionista sobre os cânones estéticos de um filme de época. Um olhar equilibrado, cuidadoso, mas também provocador, sobre o destino de uma mulher na sociedade contemporânea em qualquer momento da sua vida. A influência imediata dos acontecimentos políticos na vida de um ser humano individual em qualquer parte do mundo. Os meus colegas e eu descobrimos que estes temas atravessavam a nossa selecção de filmes. Quinze dos 32 filmes apresentados na selecção oficial são estreias e não podíamos estar mais entusiasmados”, refere o director artístico do festival, Karel Och, em comunicado.

A acção de BANZO, rodado entre São Tomé e Príncipe e Portugal, situa-se no começo do século XX. Acompanhamos Afonso, que recomeça a vida numa ilha tropical na costa africana como médico de uma plantação de cacau, onde terá de curar um grupo de serviçais “infectados” pelo Banzo, a nostalgia dos escravizados. Morrem às dezenas, de inanição ou suicidando-se. Por receio que a nostalgia profunda se espalhe, o grupo é enviado para um morro isolado, chuvoso, cercado pela floresta. Ali, Afonso tenta curar os serviçais mas a incapacidade de entender o que lhes vai na alma revela-se mais forte que todas soluções.

Os elementos para a narrativa de BANZO começaram a aparecer durante a pesquisa e as filmagens de Understory (2019), ensaio pessoal de Margarida Cardoso sobre o cacau e todas as suas ramificações culturais e económicas, também apresentado no IndieLisboa. “Tive oportunidade de passar alguns meses na ilha do Príncipe, vivendo em contacto com muitas pessoas diferentes e conhecendo bem a geografia através das viagens e caminhadas que tinha de fazer durante o trabalho. As extravagantes ruínas das roças são uma constante na paisagem da ilha. Há algo de estranhamente fantasmagórico naquelas estruturas, não só pelo lado mais evidente da decadência, mas porque tudo parece estar paralisado no tempo, como se as pessoas que hoje habitam essas ruínas estivessem ali há quase tanto tempo quanto os decrépitos edifícios. Parecem presas num limbo histórico à espera que o violento e absurdo passado se funda lentamente com a natureza até se dissipar”, diz a realizadora. 

Regressada a Lisboa, a cineasta decidiu mergulhar nos arquivos das roças. “Li todo o tipo de documentos: correspondências internas e externas, pessoais e comerciais, gráficos, relatórios dos Curadores dos Serviçais, boletins oficiais da colónia, vi filmes de arquivo e centenas de fotografias (…). Quanto mais me embrenhava na revisitação do passado, mais se tornava evidente que o que ali se passou, num tempo que nos parece tão distante é, no fundo, uma ‘história contemporânea’.”

Assim começou a desenhar-se BANZO, terceira longa-metragem de ficção de Margarida Cardoso. O filme conta no elenco com Carloto Cotta, Hoji Fortuna, Rúben Simões, Gonçalo Waddington, Sara Carinhas, João Pedro Bénard, Maria do Céu Ribeiro, Matamba Joaquim, Romeu Runa e Cirila Bossuet. Tem a participação especial de Beatriz Batarda e Albano Jerónimo.


MARGARIDA CARDOSO
Margarida Cardoso começou o seu trabalho como realizadora em 1995, explorando temas que cruzam as suas experiências históricas pessoais com questões pós-coloniais proeminentes na história recente de Portugal, como a revolução portuguesa e a guerra colonial em África. O seu trabalho prévio inclui Sita: A Vida e o Tempo de Sita Valles (IndieLisboa, 2022) Understory (IndieLisboa 2019 ) Yvone Kane (Tallinn Black Nights, 2015), A Costa dos Murmúrios (Veneza, 2004, IFFR, 2005), Kuxa Kanema - The Birth of Cinema (FIDMarseille, Cinéma du Réel, Visions du Réel, 2003) e a curta-metragem Entre Nós  (Locarno, 1999).

UMA PEDRA NO SAPATO
Produtora independente sediada em Lisboa, fundada em 2008 pela realizadora Filipa Reis. As mais recentes produções incluem GRAND TOUR de Miguel Gomes (Cannes Competição 2024), BAAN de Leonor Teles (Locarno Competição 2023), LÉGUA de Filipa Reis e João Miller Guerra (Quinzena dos Cineastas Cannes 2023), GREAT YARMOUTH de Marco Martins (San Sebastián Competição 2022) e DIÁRIOS DE OTSOGA de Miguel Gomes e Maureeen Fazendeiro (Quinzena dos Realizadores Cannes 2021), com destaque para o prémio Urso de Ouro na Berlinale Shorts 2016 por BALADA DE UM BATRÁQUIO de Leonor Teles.

29.05.2024 | par martalanca | BANZO, Margarida Cardoso

CINEMA E PÓS-NATUREZA, Escola de Verão FCSH

De 2 a 16 Julho 2024 Horário: terças e quintas-feiras das 17h00 às 20h00
Duração: 15hDocente: Salomé Lopes Coelhosalomecoelho@fcsh.unl.ptEnsino Presencial+ Info e Inscrições


OBJETIVOS
O curso oferece uma introdução aos modos como o cinema figura as relações entre humanos e não-humanos, destacando os ritmos da matéria no cinema experimental latino-americano. Discutiremos as interseções entre cinema e problemáticas ambientais, abordando criticamente alguns dos seus conceitos-chave. Analisaremos imagens em movimento que, para além da representação e no sentido de uma compreensão performativa do cinema, abordam múltiplas formas de estar-no-mundo, incluindo existências vegetais e minerais. O curso permitirá a familiarização com a noção de ritmos da matéria como chave de análise ecocrítica. Espera-se que os/as participantes desenvolvam ferramentas para o estudo e criação artística que desafiem perspectivas antropocêntricas.
PROGRAMA
Fundamentos Teóricos: Imagens em Movimento, Ritmos da Matéria e Mundos Pós-Naturais
Introdução à relação do cinema com preocupações ambientais; definição de conceitos-chave e mapeamento de debates atuais;
Cinema experimental e mundos não-humanos: dos primórdios da teoria do cinema às concetualizações dos novos materialismos e pós-humanidades feministas;
Os ritmos da matéria como âmbito privilegiado para abordar as relações entre humanos e não-humanos.
Ritmos da matéria vegetal
Ritmos vegetais e imagens em movimento, da produção à receção fílmica,
Filosofias do pensamento vegetal;
Mundos vegetais para além das ontologias ocidentais;
Ritmos da matéria inorgânica e Cinema Geológico
Figurações cinematográficas e modos de relação com a matéria inorgânica que excedem lógicas extrativas e de progresso;
Geologia dos média e intersecções entre cinema, escalas temporais, processos e ritmos geológicos;
Cinema geológico: práticas teóricas e práticas fílmicas.
Projecto Final
Apresentações orais dos/as participantes, incluindo análise crítica de filmes ou projectos criativos próprios, que articulem os conteúdos do curso.
BIBLIOGRAFIA
Braidotti, Rosi & Maria Hlavajova (Eds.) (2018). Posthuman Glossary. London/New York: Bloomsbury.
Della Noce, Elio & Lucas Murari (Eds.) (2022). Expanded nature. Écologies du cinéma expérimental. Paris: Light Cone.
Fornoff, Carolyn & Gisella Heffes (Eds.) (2021). Pushing past the human in Latin American cinema. Albany: State Uni. of New York Press.
Iovino, Serenella & Serpil Oppermann (Eds.) (2014). Material Ecocriticism. Bloomington/ Indianapolis: Indiana University Press.
Viveiros de Castro, E. (2014). Cannibal Metaphysics. Minneapolis: Univocal.
Yusoff, Kathryn (2018). A Billion Black Anthropocenes or None. Minneapolis: University of Minnesota Press.
*Imagem: Osario analógico, Azucena Losana 

26.05.2024 | par martalanca | cinema, natureza, Salomé Lopes Coelho

Não Foi Cabral: Revendo Silêncios e omissões

Dias 23 e 24 de maio, no Auditório Ilídio Pinho da UCP no Porto, pelas 18h30

A Escola das Artes da Universidade Católica no Porto convida-o a assistir a duas masterclasses inseridas no programa “Não foi Cabral” com Flávio Cerqueira, um escultor de significados, e Hélio Menezes, antropólogo que atua como crítico, pesquisador e curador de alguns dos eventos mais importantes da cena cultural brasileira, nomeadamente da última bienal de São Paulo.

Inseridas na programação do ciclo “Não foi Cabral: revendo silêncios e omissões “que está a decorrer na Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa no Porto, vão ter lugar no Auditório Ilídio Pinho, duas aulas abertas, nos dias 23 e 24 de maio, pelas 18h30, continuando assim o propósito de estimular o debate sobre o fazer da(s) História(s).

A primeira masterclasse, dia 23 de maio, é conduzida pelo artista e professor brasileiro, Flavio Cerqueira que irá apresentar um panorama da sua trajetória artística de 15 anos. Nesta sessão abordará os seus processos criativos e da produção da escultura em bronze, além das questões conceituais e simbólicas que traz na sua poética. O artista irá começar por contar a sua primeira experiência numa residência artística e do seu primeiro atelier na cidade de Lisboa e como isso influenciou sua carreira.

Flávio CerqueiraFlávio CerqueiraHélio MenezesHélio Menezes

No dia 24 de maio, pela mesma hora, a aula é de Hélio Menezes, pesquisador, crítico e curador de alguns dos eventos mais importantes da cena cultural brasileira. Nesta conversa, pretende analisar a história e legado do Museu AfroBrasil, no ano em que completa 20 anos de existência, bem como sublinhar desafios e propostas de renovação para os seus anos vindouros. Através da leitura de obras dos acervos do MAB e da sua expografia inaugural, propõe investigar em que medida o museu antecipou um olhar contracolonial nas artes ao contar, num arranjo entre História, Memória, Cultura e Contemporaneidade, outra história do Brasil - tendo as matrizes africanas que o formaram e estruturam como protagonista.

Este ciclo “Não foi Cabral: revendo silêncios e omissões” é o tema do programa cultural da Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa, em parceria com a Escola das Artes com a Universidade de São Paulo (Brasil) e a Universidade de Princeton (EUA).

Nuno Crespo, diretor da Escola das Artes e co-curador do programa, sublinha que o ciclo “pretende construir um espaço de debate onde juntos possamos pensar as narrativas históricas e o modo como artistas de diferentes geografias e culturas têm sido motores fundamentais no alargamento e transformação dessa história oficial.” Sobre esta nova edição do programa, o diretor da Escola das Artes completa que “é fruto de um trabalho continuado da Escola das Artes em trazer temáticas com expressão no mundo não só artístico, como atual e global.

22.05.2024 | par martalanca | “Não foi Cabral: revendo silêncios e omissões”

Universidade de Lisboa discute fronteiras, jihadismo e alterações climáticas no Norte de África

A Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa será o cenário de um colóquio de dois dias, que trará a Portugal especialistas dos EUA, de Marrocos, dos Países Baixos e do Reino Unido, para discutirem, com académicos portugueses, temas como fronteiras, jihadismo, alterações climáticas e conflitos espoletados pela disputa da água no Sahel, e a sua dimensão histórica associada ao Magrebe e à Península Ibérica.

“O Sahel, o Magrebe e a Península Ibérica: Fronteiras, Trânsitos e Conflitos” é o nome deste encontro científico, que se realizará entre 28 e 29 de maio, e que reunirá investigadores das áreas da história medieval e contemporânea, da arqueologia, da antropologia, da sociologia e da política.

O historiador neerlandês Joas Wagemakers, da Universidade de Utrecht, que se distinguiu com a obra A Quiet Jihadist: The Ideology and Influence of Abu Muhammad al-Maqdisi (2012), redigida a partir da entrevista a este ideólogo da al-Qaeda, será o orador principal e abrirá os trabalhos. Da sua investigação, fazem parte estudos sobre o pensamento salafista, a Irmandade Muçulmana, o Hamas e os direitos das mulheres no mundo xiita e na Arábia Saudita.

A discutir noções de fronteira e fronteiro durante a presença portuguesa em Marrocos, no século XVI, estará o historiador Gonçalo Matos Ramos (Universidade de Lisboa). O antropólogo e historiador marroquino Rahal Boubrik (Universidade Mohamed V de Rabat) centrar-se-á na jihad lançada pelo shaykh Ma’ al’Aynayn contra espanhóis e franceses, na Mauritânia, entre o final do século XIX e o princípio do século XX. Já o antropólogo Francisco Ramos (Universidade Nova de Lisboa) contribuirá para este debate sobre fronteiras e colonialismos com uma análise sobre a revisitação contemporânea de políticas postas em prática na Mauritânia pós-independência.

A influência dos almorávidas no território do Sahel e do Magrebe será também explorada. O arqueólogo britânico Timothy Insoll (Universidade de Exeter) abordará as redes de circulação e os vestígios deixados por esta confederação política que, entre meados do século XI e meados do seguinte, construiu um império que se estendia entre as margens dos rios Senegal e Níger até ao Tejo. A historiadora Inês Lourinho (Universidade de Lisboa), por sua vez, analisará um “artigo” de uma revista do DAESH, que recorre à memória dos almorávidas para legitimar politicamente grupos jihadistas contemporâneos.

Ricardo René Larémont, cientista político e sociólogo norte-americano, da Universidade de Binghamton, trará a discussão para os violentos conflitos entre pastoralistas nómadas e agricultores do Sahel, em virtude das alterações climáticas, que têm levado ao recuo das bacias hidrográficas. Um cenário de instabilidade e de condições de vida frágeis favorece o aparecimento de grupos armados. Outro cientista político, o norte-americano Aaron Y. Zelin, da Universidade Brandeis, falará do recrutamento de combatentes para o jihadismo global. Criador do site Jihadology, que acompanha as comunicações de redes jihadistas, Zelin abordará o percurso de Abu ‘Iyad al-Tunisi, um destacado membro da al-Qaeda ao tempo de Usama b. Laden e depois de Ayman al-Zawahiri.

O historiador Hermenegildo Fernandes, diretor da Faculdade de Letras, e especialista nas transições entre as sociedades islâmicas e cristãs no Ocidente Peninsular medieval, fechará os trabalhos, com uma reflexão sobre as temáticas em debate, procurando estabelecer linhas de raciocínio e continuidades entre a Idade Média e a contemporaneidade.

Cada dia do colóquio será concluído com uma mesa-redonda, que viverá do animado debate entre os vários oradores, uma importante contribuição para aclarar e pensar questões com impacto direto na nossa sociedade.

22.05.2024 | par martalanca | Sahel

txon-poesia, Festival Internacional de Poesia e Poética 2024

Amílcar Cabral é homenageado nesta 4ª edição, para quem a escrita de poemas esteve ligada à ação cultural. Viveu parte da infância em Mindelo, Cabo Verde, onde fez o liceu e começou a escrever poemas. Cabral desenvolve a sua obra poética em torno de temas como a insularidade, o isolamento, a emigração e os flagelos causados pela seca, aridez e a erosão. Nas suas palavras, poesia é “como um produto do meio em que tem expressão”, por isso deve ter os “pés fincados na terra” para poder cantar a realidade humana.

A convidada internacional do txon-poesia, Festival Internacional de Poesia e Poética em Mindelo 2024 é Olinda Beja, escritora, poeta, narradora, contadora de histórias, nascida em Guadalupe, São Tomé e Príncipe. Com vasta obra publicada entre poesia, romances, contos e infanto-juvenil, dedicada à difusão da cultura santomense. Tem poemas e contos traduzidos para várias línguas, é detentora de prémios literários, distinções e homenagens. Embora já seja presença conhecida em Cabo Verde, estará na cidade de Mindelo pela primeira vez.

PROGRAMA

QUINTA FEIRA, 23 DE MAIO

18:00 horas
POESIA, IMAGEM E DECOLONIZAÇÃO DO OLHAR
Projeção de vídeo-poema de Carol Braga e conversa com João Paradela e Maiky Miller, moderada por Érico Medina
Alternativa Galeria

21:00 horas
MAUMDIA
Espetáculo de Zenaida Medina (TriPé)
Espaço Fernando Pessoa do Centro Cultural Português, Polo do Mindelo
Entrada livre com lugares limitados. Reserva pelo: +238 9867231

SEXTA FEIRA, 24 DE MAIO

18:00 horas
KILÊLÊ: A DANÇA SAGRADA DO FALCÃO
Conversa em torno do livro de Olinda Beja com apresentação de Filinto Elísio e Olavo Bilac Cardoso e presença da autora
Centro de Língua Portuguesa – Mindelo, Universidade de Cabo Verde (Liceu Velho)

21:00 horas
ROTEIRO POÉTICO
Ponto de encontro: “Kilêlê: a dança sagrada do falcão”, performance poética de Olinda Beja na Alternativa Galeria, seguindo para: “Novidades do Passado e Déjà-vus do Futuro”, showcase com Revan Almeida no Espaço Fernando Pessoa do Centro Cultural Português, Polo do Mindelo

SÁBADO, 25 DE MAIO

10:00 horas
PARA ALÉM DA PALAVRA: A ARTE DO DIZER E DO CONTAR
Oficina de performances da palavra com Olinda Beja
Espaço Zeca Afonso do Centro Cultural Português, Polo do Mindelo
Entrada livre mediante inscrição para: txonpoesia@gmail.com

16:00 horas
VIVA AMÍLCAR CABRAL!
Projeção do filme “Canhão de boca” de Ângelo Lopes seguida de conversa com Ana Cordeiro, Carlos Santos e Rita Rainho, moderada por Érico Medina
Alternativa Galeria
18:30 horas
POEMAS DE LIBERDADE
Performance poética pela Academia Cesária Évora com direção de Yannick Fortes
Alternativa Galeria

21:00 horas
SPOKEN WORD MINDELO #23
Slammers: Christy Roberto, Cuktel, Érico Medina, Helena Moscoso, Indzayz, Márcia C. Brito, Valódia Monteiro
MICRO ABERTO // OPEN MIC
Performances musicais:
Caplan Neves
Bertânia Almeida com Nuno Tavares
Hosted by: Anaísa Lopes e José Pinto
Espaço Fernando Pessoa do Centro Cultural Português, Polo do Mindelo

22.05.2024 | par martalanca | txon-poesia

O Árabe do Futuro

NOVIDADE NOVELA GRÁFICA: ÁRABE DO FUTURO 6. SER JOVEM NO MÉDIO ORIENTE (1994-2011, escrita e desenhada por Riad Sattouf, Teorema

Sinopse:

O Árabe do Futuro, conta a vida de um jovem no Oriente Médio (1978-2011) numa série em BD dividida em seis volumes, escrita e desenhada por Riad Sattouf. Vendeu mais de 3 milhões de exemplares e foi traduzido para 23 idiomas, conta a infância e a adolescência do autor, filho mais velho de mãe francesa e pai sírio. A história leva-nos da Líbia do Coronel Gaddafi à Síria de Hafez Al Assad, passando pela Bretanha, de Rennes ao Cabo Fréhel. Este sexto volume cobre os anos 1994-2011 e é o último da série.

RIAD SATTOUF Autor de origem franco-síria, Riad Sattouf nasceu em Paris em 1978. Passa a sua infância na Argélia, na Líbia e na Síria, onde recebe uma educação muçulmana. Regressa a França com 12 anos de idade, prosseguindo os seus estudos, primeiro em Cap Fréhel e mais tarde em Rennes, onde cursa a Escola de Belas-Artes. É atualmente um autor de BD de grande sucesso. É igualmente um (re)conhecido cineasta, tendo realizado Les BeauxGosses, galardoado com um César para o Melhor Primeiro Filme em 2010, e Jacky au Royaume des Filles, que estreou em França nos inícios de 2014.

 

18.05.2024 | par martalanca | árabe

Exposição "Problemas do Primitivismo – a partir de Portugal" » Inauguração 18 maio, 17h00

De 18 de maio a 17 de novembro, 2024 Centro Internacional das Artes José de Guimarães

Curadoria: Mariana Pinto dos Santos (IHA-NOVA FCSH / IN2PAST) e Marta Mestre (CIAJG)

Este sábado, 18 de maio, às 17h00, o Centro Internacional das Artes José de Guimarães inaugura ”Problemas do Primitivismo – a partir de Portugal”uma exposição que, assente numa pesquisa ampla em arquivos e coleções portuguesas, interroga o «primitivismo» e as suas contradições. A exposição aborda os contextos da ditadura, da colonização, do anticolonialismo e do pós-colonialismo, propondo uma máquina visual impregnada de imagens e referências artísticas e culturais que problematiza a invenção do «primitivo» e a sua persistência até à contemporaneidade. Seis palavras-chave, permeáveis entre si, organizam a exposição: Civilização, Museu, Ingénuo, «Mar Português», «Jazz-Band» e Extração. Através delas, dá-se a ver não uma cronologia fixa, mas percursos e correlações diagramáticas, tensões entre textos e imagens, que enfatizam a estrutura ideológica, social e cultural sobre a qual assentou e assenta a ideia de «primitivo».  

A partir das 19h00, o CIAJG recebe também o “antimuseu”, um programa com intervenções musicais contínuas em lugares inesperados, que explora o contexto arquitetónico e acústico e estabelece novos parâmetros para a experiência do museu. Depois de uma 1ª edição em 2022, o “antimuseu” volta a afirmar-se como um momento de cruzamento entre a música exploratória e a arte contemporânea espelhado num programa de extensa catarse, até às 02h00, com apresentações de nomes fulgurantes como Croatian Amor, DJ Lynce, DJ Veludo, Miguel Pedro, oqbqbo e Vanity Productions.

Entrada gratuita, até ao limite da lotação disponível

 

Problemas do Primitivismo – a partir de Portugal é uma exposição que interroga o «primitivismo» e as suas contradições. A exposição aborda os contextos da ditadura, da colonização, do anticolonialismo e do pós-colonialismo, propondo uma máquina visual impregnada de imagens e referências artísticas e culturais que problematiza a invenção do «primitivo» e a sua persistência até à contemporaneidade. Seis palavras-chave, permeáveis entre si, organizam a exposição: Civilização, Museu, Ingénuo, «Mar Português», «Jazz-Band» e Extração. Através delas, dá-se a ver não uma cronologia fixa, mas percursos e correlações diagramáticas, tensões entre textos e imagens, que enfatizam a estrutura ideológica, social e cultural sobre a qual assentou e assenta a ideia de «primitivo».  
Na modernidade, em tempo de fascismos e imperialismos, essa ideia tanto foi ferramenta nacionalista e de legitimação do projeto colonial, como ferramenta libertária e anticolonial, pois muitos intelectuais e artistas beberam no ideário primitivista movidos pela vontade de subversão da ordem social estabelecida. Porém, os estereótipos, preconceitos, e a visão homogénea sobre o «Outro», estiveram presentes nos vários usos, por vezes conflituosos e antagónicos, do primitivismo.
De cunho investigativo e experimental, e sem pretensão de esgotar o assunto, a proposta curatorial convoca todo o museu para uma abordagem crítica através de uma polifonia de vozes nas fontes e nos autores e artistas convidados a participar. Mais de setenta artistas, autoras e autores, de diversas proveniências e inscrições culturais, colaboram nesta exposição com obras de arte, originais e reproduções, textos e citações.
A exposição resulta de um mergulho em arquivos e coleções portuguesas e que incorpora muitas perspetivas e pesquisas recentes, na área da história e crítica da arte, antropologia, museologia, etc. Deriva, em parte, do projeto PIM – Modernismos Ibéricos e o Imaginário Primitivista, que esteve sediado no IHA de 2018 a 2022, com investigação adicional dos últimos dois anos e incluindo artistas contemporâneos.
Problemas do Primitivismo – a partir de Portugal é possível graças ao apoio da Fundação Millennium bcp, tanto financeiro como no empréstimo de obras, e ao apoio do IHA, que financiou uma bolsa de investigação de 6 meses no âmbito do IHA seed-project Investigação documental e visual no âmbito da exposição ‘Primitivo’, atribuída a Margarida Moura (IHA – GI ArtTHC), que assume assistência de curadoria.

 

 

16.05.2024 | par martalanca | primitivismo

GERMINAR com Ariana Furtado, Colectivo FACA, Kitty Furtado

22 maio quarta 18h30 Teatro do Bairro Alto - programa de Melissa Rodrigues

Num ciclo dedicado a semear futuros coletivos, refletimos sobre educação e as suas ramificações e intersecções com a arte, a decolonialidade e a contra-colonialidade, a imaginação e a transgressão como prática de liberdade, como nos ensinou bell hooks.  

Inspiramo-nos nas palavras-sementes de Amílcar Cabral, Lilica Boal, Frantz Fanon, Paulo Freire, Lélia González, entre tantas outras, para fazer da educação a primeira e principal arma de mudança.

Antes da conversa será projetado o filme Skola di Tarafe/Mangrove School de Filipa César e Sónia Vaz Borges.

Skola di Tarafe/Mangrove School  

Video & 16mm transferido para vídeo, 2K, som, cor, 35’, 2022

 Numa viagem recente à Guiné-Bissau, fomos pesquisar sobre as condições dos alunos nas escolas de guerrilha situadas nos mangais. Em vez disso, rapidamente nos tornámos nós próprias as alunas e a primeira lição foi como andar. Se andares erguida, colocando primeiro os calcanhares no chão, logo escorregas nos ouriques e cais no arrozal inundado ou ficas presa na lama do mangal. Então, tens que baixar o corpo, dobrar os joelhos e espetar os dedos dos pés verticalmente na lama, estender os braços para a frente e avançar num movimento consciente e presente. Na escola do mangue, a aprendizagem acontece com o corpo todo.

Este trabalho parte de uma pesquisa profunda sobre o sistema militante educativo desenvolvido pelo Partido Africano para a Independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde (PAIGC) durante o processo de libertação, os onze anos de luta armada (1963-74) contra a ocupação colonial portuguesa e o interesse recorrente no imaginário da tarafe – a palavra criola para mangue. O mangue é uma arquitetura natural aérea, onde a memória ainda flutua através das redes das raízes e o respiro da maré oxigena um conhecimento de resistência numa condição de resistência pelo conhecimento. Aqui entramos num imaginário entrelaçado de várias dimensões convergentes: a epistemologia do rizoma, conceitos de educação militante e política, os ensinamentos de habitantes da comunidade Malafo, arquivos nómadas e noções agronómicas/botânicas de engenharia de mangais.

Sónia Vaz Borges & Filipa César 

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ARIANA FURTADO nasceu em Cabo-Verde, cresceu em Portugal, é professora do 1.º Ciclo e coordenadora da Escola Básica do Castelo em Lisboa, Agrupamento de Escolas Gil Vicente. É coautora dos projetos premiados Com a mala na mão contra a discriminação e Ge(ne)rando polémica…ou antes pelo contrário. Traduziu ainda os livros para a infância: O Senhor da Dança e O Grão de Milho Mágico de Véronique Tadjo, O Colar Mágico e O Camaleão que se achava feio de Souleymane Mbodj.

KITTY FURTADO é crítica cultural empenhada na diluição de fronteiras entre academia e esfera pública. Doutora em Estudos Culturais, tem sido curadora de mostras de cinema (pós-)colonial e promovido a discussão pública em torno da Memória Cultural, do Racismo e das Reparações.

 O COLECTIVO FACA é um projeto de cidadania ativa, que questiona as narrativas da cultura visual, formado em 2019 por Andreia Coutinho e Maribel Mendes Sobreira. Trazem discussões para o debate cultural português acerca das temáticas do feminismo, colonialismo, racismo, LGBTQI+ e não-normatividade em geral em espaços museológicos. Não apagando a História, cruzam as diversas narrativas, puxando as margens para o centro do debate.

16.05.2024 | par martalanca | ariana furtado, colectivo FACA, filipa césar, Kitty Furtado, Sónia Vaz Borges

Sobreviventes, de José Barahona

Sinopse: Numa ilha deserta, um grupo de sobreviventes de um naufrágio de um navio negreiro enquanto luta pela sobrevivência assiste a uma inversão dos valores morais e sociais da época. “Sobreviventes” conta a história de como senhores e pessoas escravizadas conseguiriam ou não conviver numa situação extrema. Esse olhar sobre os portugueses colonialistas e a escravatura, a partir da história de um naufrágio, é uma ideia de José Barahona, com argumento co-escrito com José Eduardo Agualusa. Uma produção David & Golias e Refinaria Filmes

16.05.2024 | par martalanca | cinema, José Barahona

Dança e música africana e afrobrasileira

Dias 6,7 e 8 Julho

Senhora dos Milagres – Centro de Vivências, Arte e Natureza - Monção

 “VIAGEM 24H A ÁFRICA”, é a frase que serve de mote a um intensivo de dança, música, cinema, gastronomia e sobretudo cultura africana.


Esta é a 6ª edição de um encontro organizado por Eva Azevedo - Associação Popolomondo, que pretende, uma vez mais, desafiar a comunidade a conhecer as ligações históricas, culturais e sociais que existem entre Portugal e África. Nesta edição, Eva Azevedo propõe-nos uma ‘viagem’ do Benim ao Brasil, dentro do contexto do projecto “Olokum” - uma reflexão sobre a dança africana como expressão cultural globalizante. Facto é que os gestos, a língua e a cor do povo africano foram desde o período dos descobrimentos, da escravatura e da colonização, transportados no corpo dos seus viajantes para os vários continentes, ao longo dos séculos. Hoje, permanece o fascínio pela mistura resultante do encontro de culturas, pensamentos e religiões diferentes. Em nome dessa união, a dança africana convida-nos a fazer parte da sua história contemporânea, em constante renovação.
A“VI VIAGEM 24H A ÁFRICA”, realizada na aldeia dos Milagres, em Monção, contará com a especial participação de Vincent Harisdo (Benim), Jorge Ciprianno e Pedro Barbosa (Brasil), Vanessa Fernandes (Guiné Bissau/Portugal) e Eva Azevedo (Portugal). Este encontro decorrerá nos dias 6, 7 e 8 de Julho, perfazendo as 24 horas de convívio.
Ao longo das edições anteriores, organizadas desde 2010, desafiámos artistas de diversas áreas e diferentes países a embarcar numa partilha de conhecimentos, experiências e vivências. O resultado tem sido uma perfeita simbiose entre todos, envolvendo-nos em conversas, debates e reflexões sobre a vida a arte e os filmes que as documentam, exibidos ao anoitecer.
Este evento já contou com a participação de nomes como Dafra Keita, Sibiri Konaté, Emmanuel Sanou, Noumoutie Reggae Ouattara, Issouf Outtara (Burkina Faso), Djily (Senegal), Cristina Rosa Velardo (Espanha), Dyllu Matola (Moçambique), Nerea Rubio (Espanha), António Tavares (Cabo Verde), Allatantou Compagnie, Sementinha, Artmetisse, Taluma Films, Teresa Fabião (Portugal- Brasil), Vanessa Fernandes (Portugal- Bissau) e André Soares (Portugal). 

Vídeo do evento anterior https://www.youtube.com/watch? v=-obvWgtwAjQ mais informações em: https://www.facebook.com/24hvi agemaafrica/

16.05.2024 | par martalanca | cinema, cultura africana., dança, gastronomia, música

“Fazer Comunidade, Constituir memória 2024” . residência artistas PALOP

A Residência Artística com a duração de dois meses (03/07 a 30/08) é dirigida a duas/dois artistas com vínculo aos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), nascidos ou descendentes de cidadãos oriundos dos países PALOP, sem limite de idade, finalistas de escolas de Arte ou com percurso artístico já desenvolvido nas diferentes áreas das artes visuais.
Inclui alojamento, fee para alimentação, estúdio de trabalho, fee para produção, tutorias, curadoria, exposição dos projetos, divulgação e edição de um catálogo online bilingue. A bolsa não contempla custos de deslocação ou viagem.
O regulamento pode ser consultado aqui: https://www.ramastudios.pt/residencia-artistica-fazer-comunidade-constituir-memoria-2024

16.05.2024 | par martalanca | PALOP, RAMA, Residência Artística

Exposição de Letícia Ramos sobre Explorar os caminhos da imaginação: “Campo Magnético”

 A Sala de Exposições da Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa no Porto abre as portas à inauguração de “Campo Magnético”, a mais recente exposição da artista brasileira Letícia Ramos. Nesta exposição, a artista cientista mergulha nas profundezas da relação entre fenómenos geológicos e climáticos e o impacto que estes podem ter na imaginação. A inauguração realiza-se a 02 de maio, às 19h, no Auditório Ilídio Pinho, com a performance de Letícia Ramos Films e da Banda Sonora Original and Foley ao Vivo, protagonizada por Rossano Snel, com a participação do Supernova Ensemble.

“Nesta exposição, somos levados a uma jornada extraordinária onde os limites que separam a ciência, a arte e a imaginação deixam de existir. A obra de Letícia Ramos é uma celebração da criatividade humana e demonstra o papel que a arte desempenha na compreensão do mundo ao nosso redor,” indica Nuno Crespo, curador desta exposição e diretor da Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa. 

Letícia Ramos constrói paisagens visuais que viajam entre o passado e o futuro. Na rigorosa investigação do meio fotográfico analógico utiliza a escultura, a maquete e técnicas de efeitos especiais para criar paisagens imaginárias, narrativas e fabulações que se concretizam em fotografias, em filme e instalação.

A artista utiliza os elementos naturais e os efeitos óticos como metáforas ou símbolos para representar conceitos relacionados com a política, a ciência e a imaginação. Os elementos da natureza são utilizados como transmissores de ideias onde existe uma sobreposição entre o passado e o futuro.  A sobreposição temporal é representada de diversas maneiras proporcionando uma reflexão sobre a continuidade da história.

Explorar os caminhos da imaginação: “Campo Magnético” por Letícia Ramos, inaugura a 02 de maio pelas 19H, no Auditório Ilídio Pinho, com a performance de Letícia Ramos Films e da Banda Sonora Original and Foley ao Vivo, protagonizada por Rossano Snel, com a participação do Supernova Ensemble.

A inauguração oficial de “Campo Magnético” seguirá para a Sala de Exposições da Escola das Artes. Para além disso, os visitantes terão a oportunidade de desfrutar de um Dj Set em colaboração com a Associação de Estudantes da Escola das Artes, a partir das 20H, no Pátio das Artes.

A exposição “Campo Magnético”, é a quarta exposição do ciclo “Não foi Cabral: revendo silêncios e omissões”, um programa em co-curadoria entre Lilia Schwarcz e Nuno Crespo, que contempla uma agenda de concertos, conferências, exposições e performances, que decorrem entre 16 de fevereiro e 24 de maio. O ciclo é organizado pela Escola das Artes, em parceria com a Universidade de São Paulo (Brasil) e a Universidade de Princeton (EUA).

 

16.05.2024 | par martalanca | Letícia Ramos

Exposição de Letícia Ramos sobre Explorar os caminhos da imaginação: “Campo Magnético”

 A Sala de Exposições da Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa no Porto abre as portas à inauguração de “Campo Magnético”, a mais recente exposição da artista brasileira Letícia Ramos. Nesta exposição, a artista cientista mergulha nas profundezas da relação entre fenómenos geológicos e climáticos e o impacto que estes podem ter na imaginação. A inauguração realiza-se a 02 de maio, às 19h, no Auditório Ilídio Pinho, com a performance de Letícia Ramos Films e da Banda Sonora Original and Foley ao Vivo, protagonizada por Rossano Snel, com a participação do Supernova Ensemble.

“Nesta exposição, somos levados a uma jornada extraordinária onde os limites que separam a ciência, a arte e a imaginação deixam de existir. A obra de Letícia Ramos é uma celebração da criatividade humana e demonstra o papel que a arte desempenha na compreensão do mundo ao nosso redor,” indica Nuno Crespo, curador desta exposição e diretor da Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa. 

Letícia Ramos constrói paisagens visuais que viajam entre o passado e o futuro. Na rigorosa investigação do meio fotográfico analógico utiliza a escultura, a maquete e técnicas de efeitos especiais para criar paisagens imaginárias, narrativas e fabulações que se concretizam em fotografias, em filme e instalação.

A artista utiliza os elementos naturais e os efeitos óticos como metáforas ou símbolos para representar conceitos relacionados com a política, a ciência e a imaginação. Os elementos da natureza são utilizados como transmissores de ideias onde existe uma sobreposição entre o passado e o futuro.  A sobreposição temporal é representada de diversas maneiras proporcionando uma reflexão sobre a continuidade da história.

Explorar os caminhos da imaginação: “Campo Magnético” por Letícia Ramos, inaugura a 02 de maio pelas 19H, no Auditório Ilídio Pinho, com a performance de Letícia Ramos Films e da Banda Sonora Original and Foley ao Vivo, protagonizada por Rossano Snel, com a participação do Supernova Ensemble.

A inauguração oficial de “Campo Magnético” seguirá para a Sala de Exposições da Escola das Artes. Para além disso, os visitantes terão a oportunidade de desfrutar de um Dj Set em colaboração com a Associação de Estudantes da Escola das Artes, a partir das 20H, no Pátio das Artes.

A exposição “Campo Magnético”, é a quarta exposição do ciclo “Não foi Cabral: revendo silêncios e omissões”, um programa em co-curadoria entre Lilia Schwarcz e Nuno Crespo, que contempla uma agenda de concertos, conferências, exposições e performances, que decorrem entre 16 de fevereiro e 24 de maio. O ciclo é organizado pela Escola das Artes, em parceria com a Universidade de São Paulo (Brasil) e a Universidade de Princeton (EUA).

 

16.05.2024 | par martalanca | Letícia Ramos

Rh, da CiM – Companhia de Dança,

Novo espectáculo Rh da CiM – Companhia de Dança, com estreia a 6 de Abril no Novo Ciclo ACERT, a nova criação estará em digressão a 13 de Abril na Casa da Cultura de Santa Comba Dão e no dia 18 de Abril no Teatro Municipal da Guarda. O espectáculo vai ainda passar por Lisboa e Gouveia no final de Maio e no começo de Junho.

Rh é a procura de uma existência humana no lugar etéreo do que se foi e do que se será. É o movimento do sonho humano, onde, na noite, se constroem os caminhos do futuro com as memórias do passado, questionando escolhas e vontades, pontos de partida e rotas de saída.

Passados 50 anos do 25 de abril persiste uma vontade de conceber múltiplos universos e dimensões revolucionárias que se situam dentro de cada pessoa. A natureza de cada um de nós induz, na sociedade, um sentimento de transição, de Rh.

14.05.2024 | par martalanca | Companhia de Dança, voarte

mesa-redonda Palestina, Liberdade e Universidade, 14/5 às 14h FCSH

“Tem lugar esta terça-feira, 14 de maio, às 14h, na FCSH (Berna), a mesa-redonda Palestina, Liberdade e Universidade. O massacre que o Estado de Israel atualmente realiza na Palestina tem sido contestado por movimentos estudantis um pouco por todo o mundo, com destaque para os EUA. Em Espanha, o Conselho de Reitores das Universidades Espanholas acaba igualmente de posicionar-se sobre o assunto. Em Portugal, alguns grupos de estudantes têm igualmente procurado solidarizar-se com a população palestiniana. Decidimos organizar este evento para participarmos deste gesto de solidariedade, sendo que igualmente nos preocupa o recurso à repressão policial dessa solidariedade e as notícias de diferentes casos de ataque à liberdade de expressão de académicos que, em várias universidades europeias, assumem posições críticas da política do Estado de Israel. Por todas estas razões, apelamos à vossa presença neste encontro com Dima Mohammed (investigadora da FCSH e membro do seu Conselho de Faculdade), Sandra Monteiro (diretora do Le monde diplomatique e ex-estudante da FCSH), Camila Lobo (estudante na FCSH) e Alexandra Lucas Coelho (jornalista, escritora e ex-estudante da FCSH).”

 

14.05.2024 | par martalanca | palestina

Human Entities 2024: a cultura na era da inteligência artificial

8ª edição
Programa de conversas, maio – junho 2024
Organização CADA em parceria com a Trienal de Arquitectura de Lisboa e com a Faculdade de Belas Artes, Universidade de Lisboa
[English below]
Quarta, 15 de maio 2024, 18.30
Monica Gagliano
Ecologista evolutiva, Professora Investigadora Associada (Adjunta) na Universidade Southern Cross, Austrália
Entrada livre, mediante registo
A consciência das plantas Monica Gagliano
Monica Gagliano PhD é uma investigadora internacionalmente premiada, selecionada pela Biohabitats como uma das 24 Mulheres Mais Inspiradoras da Ecologia, juntamente com Jane Goodall, Rachel Carson, Sylvia Earl e Terry Tempest Williams. Foi conferencista convidada nas mais prestigiadas universidades, incluindo UC Berkeley, Stanford, Harvard, Dartmouth e Georgetown. O seu trabalho pioneiro tem sido amplamente divulgado em meios de comunicação social proeminentes, como o The New York Times, Forbes, The New Yorker, The Guardian, National Geographic e muitos outros. Monica é Professora Associada de Investigação (Adjunta) de ecologia evolutiva na Austrália. Atualmente, é cientista-chefe do Kaiāulu|Coherence Lab, no Havai, e investigadora associada do Centro Takiwasi, no Peru.


Monica foi pioneira no novíssimo campo de investigação da bioacústica das plantas que, pela primeira vez, demonstra experimentalmente que as plantas emitem vozes e detetam e respondem aos sons do seu ambiente. O seu trabalho expandiu o conceito de cognição nas plantas. Ao demonstrar experimentalmente que a aprendizagem e a memória não são da exclusiva competência dos animais, Monica reacendeu o discurso sobre a subjetividade das plantas, bem como sobre o seu estatuto ético e jurídico. Inspirada por encontros com a natureza e com anciãos indígenas de todo o mundo, Monica aplica uma abordagem inovadora e holística à ciência, que se sente à vontade para se envolver na interface entre áreas tão diversas como a ecologia, a física, o direito, a antropologia, a filosofia, a literatura, a música, as artes e a espiritualidade. Ao reacender um sentimento de admiração pelo belo lugar a que chamamos casa, está a ajudar a criar uma nova ecologia da mente que inspira o aparecimento de soluções revolucionárias para as interações humanas com o mundo em que coabitamos. Os estudos de Monica levaram-na a escrever numerosos artigos científicos e livros inovadores, incluindo Thus Spoke the Plant (2018) e The Mind of Plants (2021).
https://www.monicagagliano.com
https://www.instagram.com/_monicagagliano_
https://en.wikipedia.org/wiki/Monica_Gagliano
https://researchportal.scu.edu.au/esploro/profile/monica_gagliano/overview
A conversa será em língua inglesa e seguida de uma sessão de Q&A.
Local: Grande Auditório da Faculdade de Belas Artes, Universidade de Lisboa, Largo da Academia Nacional de Belas Artes, 4, 1249-058 Lisboa.
Data: Quarta, 15 de maio 2024, 18.30
Registo
Integrado no evento
Human Entities 2024: a cultura na era da inteligência artificial
8ª edição
Programa de conversas, maio – junho 2024
Ver programa completo
ENGLISH
Human Entities 2024: culture in the age of artificial intelligence
Eighth edition

Programme of public talks, May – June 2024
Organised by CADA in partnership with the Lisbon Architecture Triennale and the Faculty of Fine Arts, University of Lisbon
Wed 15 May 2024, 6.30pm
Monica Gagliano
Evolutionary ecologist, Research Associate Professor (Adjunct) at Southern Cross University, Australia
All welcome, free entry, booking required
Plant consciousness
Monica Gagliano
Monica Gagliano PhD is an internationally award-winning research scientist, selected by Biohabitats as one of the 24 most Inspiring Women of Ecology, together with Jane Goodall, Rachel Carson, Sylvia Earl, and Terry Tempest Williams. She has been an invited lecturer at the most prestigious universities, including UC Berkeley, Stanford, Harvard, Dartmouth and Georgetown. Monica’s pioneering work has been widely featured by prominent media, such as The New York Times, Forbes, The New Yorker, The Guardian, National Geographic, and many others. Monica is Research Associate Professor (Adjunct) of evolutionary ecology based in Australia. She is currently Chief Scientist at Kaiāulu|Coherence Lab in Hawaii, and Research Associate at the Takiwasi Centre in Perú.
Monica has pioneered the brand-new research field of plant bioacoustics, which for the first time, experimentally demonstrates that plants emit voices and detect and respond to the sounds of their environments. Her work has extended the concept of cognition in plants. By demonstrating experimentally that learning and memory are not the exclusive province of animals, Monica has reignited the discourse of plant subjectivity, as well as ethical and legal standing. Inspired by encounters with nature and indigenous elders from around the world, Monica applies an innovative and holistic approach to science, one that is comfortable engaging at the interface between areas as diverse as ecology, physics, law, anthropology, philosophy, literature, music, the arts, and spirituality. By re-kindling a sense of wonder for the beautiful place we call home, she is helping to create a new ecology of mind that inspires the emergence of revolutionary solutions toward human interactions with the world we co-inhabit. Monica’s studies have led her to author numerous ground-breaking scientific articles and books, including Thus Spoke the Plant (2018) and The Mind of Plants (2021).
https://www.monicagagliano.com
https://www.instagram.com/_monicagagliano_
https://en.wikipedia.org/wiki/Monica_Gagliano
https://researchportal.scu.edu.au/esploro/profile/monica_gagliano/overview

The talk will be in English and followed by a Q&A session.

Venue: Large Auditorium of the Faculty of Fine Arts (ULisboa), Largo da Academia Nacional de Belas Artes, 4 1249-058 Lisboa.
Date: Wed 15 May 2024, 18.30

Book here

This event is part of
Human Entities 2024: culture in the age of artificial intelligence
Eighth edition
Public talks, May – June 2024
Read more about the programme

Organização CADA em parceria com a Trienal de Arquitectura de Lisboa e com a Faculdade de Belas Artes, Universidade de Lisboa.
Organised by CADA in partnership with the Lisbon Architecture Triennale and the Faculty of Fine Arts, University of Lisbon.

Programado por Jared Hawkey/Sofia Oliveira com programadores convidados: Andrea Pavoni, Justin Jaeckle, Lavínia Pereira e Olivia Bina. Programmed by Jared Hawkey/Sofia Oliveira with guest programmers: Andrea Pavoni, Justin Jaeckle, Lavínia Pereira and Olivia Bina.

Estrutura financiada por/Funded by: República Portuguesa – Cultura / Direção-Geral das Artes

Apoios/Support: Câmara Municipal de Lisboa; Universidade NOVA de Lisboa, Faculdade de Ciências e Tecnologia – NOVA LINCS; Instituto Ciências Sociais, Urban Transitions Hub, Universidade de Lisboa; DINAMIA’CET (ISCTE-IUL) e/and Faculdade Belas Artes, Universidade de Lisboa, Departamentos de Design de Comunicação e Arte Multimédia.
Design: Pedro Loureiro
Fotografia/ Photography: Joana Linda
Som/Sound: Diogo Melo
Foto/Photo: Alexander Boëthiu

09.05.2024 | par martalanca | bioacústica, inteligência artificial, plantas