REPRESENTAÇÕES HISTÓRICAS PÓS-COLONIAIS DE ANGOLA E MOÇAMBIQUE NA LITERATURA AFRICANA

Chamada para publicação

Volume 7, número 13

Recebimento de submissões: até 20 de novembro de 2013

 

Publicação: dezembro de 2013

Tecer reflexões sobre relações entre literatura e história é um caminho para interpretação de textos literários que não se limita à análise imanente da forma do texto, observando-se apenas suas singularidades estético-formais. É um processo de análise fecundo que pode mostrar a potencialidade dos textos literários como instrumento de reflexão histórica e social e como elemento de formação crítica do leitor. Nesse contexto, as literaturas africanas de expressão portuguesa após década de 50 do século XX possibilitam esse diálogo e, dentre suas particularidades, pode-se destacar que são marcadas pela presença de personagens que procuram se constituir como sujeitos de si e, por extensão, da sociedade e que oportunizam a reflexão acerca da vulnerabilidade e exclusão a que os sujeitos estão acometidos em seus respectivos contextos, especialmente quando se relaciona ao contexto pós-colonial de países como Angola e Moçambique.

Considerando as relações entre literatura e representação histórica e social, Literatura em Debate, na sua edição do volume 7, número 13, prevista para publicação em dezembro de 2013, recebe artigos que contemplem reflexões sobre como a literatura africana de expressão portuguesa tem representado a história pós-colonial de Angola e Moçambique.  Objetiva-se com essa edição promover divulgação de ensaios críticos sobre obras literárias africanas produzidas em língua portuguesa a partir da segunda metade do século XX, tanto as elaboradas em prosa quanto em verso, que representam a história do pós-colonialismo em Angola e Moçambique.

A revista pode ser acessada aqui

http://revistas.fw.uri.br/index.php/literaturaemdebate

CLEPUL (Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias da
Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa)
Alameda da Universidade
1600-214 Lisboa - PORTUGAL
Telef.: 00351 21 792 00 44

14.10.2013 | par martalanca | revista

CASA, da coreógrafa Moçambicana Kátia Manjate, MAPUTO

Estreia, na sala grande do CCFM, no dia 10 de Outubro (Quinta-Feira) às 19h00, o espetáculo “CASA” da coreógrafa Moçambicana Kátia Manjate. O espetáculo de dança contemporânea é o resultado da residência artística iniciada a 09 de Setembro de 2013 e conta com a participação da bailarina Malgaxe Judith Olivia Manantenasoa, que partilha o palco com a coreógrafa e também intérprete Kátia Manjate, e ainda com o artista plástico Moçambicano Walter Zand.

SINOPSE: O Homem se coloca sob uma atitude diante do mundo, (des) construindo um olhar sobre o espaço e sobre as relações do indivíduo com o corpo. O mundo se contorce, se debate em busca de um espaço estável. O corpo faz parte deste mundo, ele habita este espaço e este tempo. Ele é feito de espaço e tempo. Esta “Casa” (corpo) é a minha cidade imaginária em estado de choque, insegurança e para(lisa)da. Uma casa frágil, ameaçada pela experiência quotidiana (tecnologia, violência, doenças sociais, etc.)

Direção e coreografia: Kátia Manjate | Interpretação: Kátia Manjate, Judith Olivia Manantenasoa e Walter Zand | Iluminação: Caldino Alberto | Coprodução: CulturArte no âmbito do projeto PAMOJA – uma rede pan-africana de produção e residências artísticas, um programa do grupo de Estados ACP financiado pela União Europeia | Financiamento: ACP Cultures+/União Europeia e ANT Funding (Pro Helvetia/SDC) | Parceria: Centro Cultural Franco-Moçambicano | Apoio: Kioske Digital.

CULTURARTE - CULTURA E ARTE EM MOVIMENTO  [Tel.: (+258) 21406531 / 823537921 | culturarteprojectos@gmail.com | FB: Culturarte Mozambique ]

CENTRO CULTURAL FRANCO-MOÇAMBICANO [Avenida Samora Machel, nº468 | CP 491 - Maputo Cidade | Tél. : (+258) 21 31 45 90 | Mob. : (+258) 82 301 8000 / 10   www.ccfmoz.com | FB: Centro Cultural Franco-Moçambicano]

08.10.2013 | par franciscabagulho | dança contemporanea

O ABC do Preconceito, Cubaliwa, Azagaia

07.10.2013 | par martalanca | Azagaia

Afrocariocas, de Aristóteles Kandimba

Durante o comércio escravagista transatlântico, foram levados para o Brasil cerca de meio milhão de povos Ovimbundu do planalto central de Angola, através do porto de Benguela, com destino ao Rio de Janeiro.

Afrocariocas é um documentário baseado na experiência cotidiana de vários Afrobrasileiros, nativos da cidade do Rio de Janeiro e uma estudante nigeriana.

O filme é inspirado em dois fatos: Pelo ano 2011, proclamado pelas Nações Unidas, como o ano alusivo a todos os descendentes de africanos no mundo, com o fim de combater as desigualdades económicas, sociais e raciais, e no centenário da coroação de um Rei de Angola.

07.10.2013 | par martalanca | afrocariocas

Documentário mostra jornada de uma brasileira na África em encontros com mulheres de diferentes culturas

Poligamia, véu, mutilação, Aids, punições severas para o sexo antes do casamento: como vivem e o que pensam as mulheres contemporâneas nas culturas africanas não-ocidentais? Foi em busca desta resposta que a jornalista e documentarista Eliza Capai embarcou em uma viagem sozinha, durante 7 meses, pelo continente. O resultado dessa experiência estaá documentado no filme “Tão longe é aqui”, que estréia nesta terça-feira, 8 de outubro, no Festival do Rio.

Jornalista especializada em pautas internacionais de gênero e direitos humanos, Eliza embarcou, em janeiro de 2010, com uma câmera na mão e uma mochila nas costas. Na época, ela produzia reportagens sobre mulheres africanas para o canal de tv a cabo Gnt. No trajeto, percorreu 7 países e conheceu dezenas de mulheres, enquanto escrevia, gravava, lia e refetia sobre o que via. O filme narra as experiências da diretora desde um ponto de vista subjetivo e íntimo, em uma espécie de diário roadmovie feminino. Nele, uma carta é enviada para sua filha, para o futuro, numa tentativa de entender as possibilidades de ser mulher nos dias de hoje.

“Tão longe é aqui” será exibido dentro da Mostra Novos Rumos da Premiére Brasil, vitrine de novos cineastas do panorama brasileiro. Exceção à regra, o longa é o único filme não-inédito na mostra: em julho passado, ele foi exibido no Festival Internacional de Cinema Feminino FEMINA, onde levou o Prêmio Especial do Júri, “pela coragem e sensibilidade de, a partir de um diário de viagem, tentar empreender uma reflexão sobre a vida das mulheres em outras culturas, que coloca o próprio olhar da autora sobre a alteridade em questão”.

O longa é uma produção cinematográfica de orçamento zero. Realizada sem recursos públicos ou da iniciativa privada, o filme foi inteiramente financiado via crowdfunding, através do site Movere.me, e pelo trabalho das produtoras Tás a Ver (SP), Laboratório Cisco (SP) e Arissas Multimídia (RJ), com o apoio do Centro Técnico Audiovisual, do Rio de Janeiro.

Estréia “Tão longe é aqui”

Festival do Rio – Rio de Janeiro International Film Festival

Data: 8 de Outubro

Horário: 19:30hs

Local: Centro Cultural Justiça Federal (Av. Rio Branco, 241 – Centro – Rio de Janeiro)

Mais informações: www.taolonge.com

 

07.10.2013 | par martalanca | mulheres

NOITE PRÍNCIPE c/ DJ Lilocox, DJ Dadifox e DJ Marfox, 4 Out, Musicbox, LISBOA

Depois da festa de arromba em Setembro, com Maboku, Rashad & Spinn e Marfox, todos com uma enorme onda e prestações incríveis para perdurar na memória de muitos dos presentes que lotaram o Musicbox, a Noite Príncipe de Outubro acontece já na primeira Sexta do mês.

Poster por Márcio Matos.Poster por Márcio Matos.O arranque será perpetrado pela estreia nas Noites Príncipe – e, dizem-nos, em qualquer ocasião social enquanto DJ – de Lilocox, produtor fundamental do som e alma dos Piquenos DJs Do Guetto, crew que vê o seu 12’’ pela Príncipe prestes a rebentar em Novembro. Seguir-se-á DJ Dadifox, também sócio da PDDG, e que subiu ao palco do Musicbox pela primeira vez na Noite Príncipe do passado mês de Julho, em despique jubilatório com Liofox, e aqui se fortalece para tomar conta do assunto por conta própria, ele que é parco em palavras mas letal nos tarraxos que tem vindo a produzir. Como manda a tradição da ainda jovem casa Príncipe, DJ Marfox pega depois no comboio da noite para o conduzir à sua última estação de destino, o fim da festa, que é também o início de um novo dia.

Musicbox4 de Outubro, às 00h30

Entrada: entre a 00h e as 03h - 5€ c/ 2 senhas de consumo
entre as 03h e as 06h - 8€ c/ 2 senhas de consumo

Príncipe http://principediscos.wordpress.com
Casa da Mãe Produções https://soundcloud.com/cdm-beats
DJ Dadifox https://soundcloud.com/dadifox

DJ Marfox https://soundcloud.com/dj-marfox

03.10.2013 | par franciscabagulho | musica electrónica

Tcheka convida Mário Laginha | B.Leza | LISBOA

03 Outubro 2013 | 22h30

03.10.2013 | par martalanca | Tcheka

Appel à candidatures / Call for artists

Ato Malinda, Prison Sex I (2008), still from video. Courtesy the artist. Video presented in La Parole aux Femmes, (Women Speak Out), Dakar, 2011Ato Malinda, Prison Sex I (2008), still from video. Courtesy the artist. Video presented in La Parole aux Femmes, (Women Speak Out), Dakar, 2011
Dans le cadre d’une prochaine exposition regroupant des plasticiennes africaines autour de la question du genre, du corps et autres récits féminins, nous invitons les artistes travaillant sur ces thèmes à nous soumettre leur candidature pour participer à un atelier de création en Afrique donnant lieu à une commande d’œuvre et une inclusion dans la présentation européenne de l’exposition “La Parole aux Femmes” (Women Speak Out), inaugurée à la Galerie le Manège, Dakar, en 2011.
Cet appel s’adresse aux artistes africaines âgées de 30 ans maximum, résidant en Afrique et disponibles en janvier 2014. Les artistes intéressées peuvent envoyer leur portfolio, toutes techniques confondues, accompagné d’une biographie, CV et note d’intention, par email à eyonartmail@gmail.com sous la référence “Women Speak Out”, en format jpeg, PDF, ou lien internet s’il s’agit de vidéo. Les envois postaux doivent être adressés à :
Christine Eyene, Centre for Contemporary Artc/ o Victoria Building, University of Central Lancashire, Preston PR1 2HE, United Kingdom. Deadline : 25 octobre 2013. Pour tout renseignement complémentaire, contacter eyonartmail@gmail.com en indiquant la référence “Atelier 2014”.

Call for artists
In preparation for an upcoming exhibition featuring women artists looking at questions of gender, body and other female narratives, we are inviting women artists to apply for a creative workshop leading to a commission and participation to the European showcase of the exhibition “La Parole aux Femmes” (Women Speak Out), premiered at Galerie le Manège, Dakar, in 2011.  
This call is open to African women artists aged 30 maximum, residing in Africa and available in January 2014. Interested artists may send their portfolio, all medium considered, with their biography, CV and statement by email to eyonartmail@gmail.com with the reference “Women Speak Out”, in jpeg and PDF format, or internet link for videos. Submissions by post can be sent to:
Christine Eyene, Centre for Contemporary Artc/o Victoria Building, University of Central Lancashire Preston PR1 2HE, United Kingdom
Deadline: 25 October 2013
For further information please contact eyonartmail@gmail.com indicating “Atelier 2014” in the subject line.

03.10.2013 | par franciscabagulho | visual arts

Deslocating Europe - Re-engaging with Cabral, Césaire and Du Bois

VIAGENS E TEORIAS EM TEMPOS DE RECOLONIZAÇÃO: Revisitando Cabral, Césaire e Du Bois / TRAVELS AND THEORIES IN TIMES OF RECOLONIZATION: Re-engaging with Cabral, Césaire and Du Bois


Um simpósio com a Participação de / A Symposium with:

Diana Andringa, Daniel Barroca, Rada Ivekovic, Onur KoÅNmürcü Nobrega,

Felwine Sarr, António Tomás, Françoise Vergès, Deborah Willis

Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa / ANFITEATRO IV

10 e 11 OUTUBRO 2013 / 2013 October 10th and 11th

10h – 18h / 10 am – 6 pm

Exibição do Documentário / Documentary film screening

As Duas Faces da Guerra (2007, 100’), de / by Diana Andringa, Flora Gomes

10 de OUTUBRO 2013 / 2013 October 10th to 25th

17:30h / 5.30 pm

Exposição / Exhibition (Átrio da Biblioteca)

10 a 25 OUTUBRO 2013 / 2013 October 10th to 25th

Amílcar Cabral: Teorias e Práticas em Viagem / Amílcar Cabral: Travelling

Practices and Theories (Arquivos da Biblioteca da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e do CIDAC-Centro de Intervenção para o Desenvolvimento Amílcar Cabral / Library of the Faculty of Letters, University of Lisbon and Resource Centre of Development NGO CIDAC-Amílcar Cabral Intervention Centre for Development

Archives)

10/10/2013 PROGRAMA / PROGRAMME

10h / 10 am

Receção e apresentação / Welcome and opening remarks

10:30h / 10.30 am

The Challenge of New Forms of Colonization

Françoise Vergès (Goldsmiths College, London; Collège d’études mondiales, Paris)

Interlocutora / Discussant: Rada Iveković (Paris)

11:30h / 11.30 am

Café / Coffee break

12h / 12 am

Rethinking Economy by Reading Césaire

Felwine Sarr (Université Gaston Berger, Senegal)

Interlocutora / Discussant: Inocência Mata (CEC-FLUL)

13h / 1 pm

Almoço / Lunch

15h / 3 pm

Cabral and the Problem of Theory

António Tomás (Makerere University, Uganda)

Interlocutor / Discussant: José Neves (FCSH-UNL)

16h / 4 pm

Café / Coffee break

16:30h / 4.30 pm

Amílcar Cabral’s Double Victory

Diana Andringa (Lisboa)

Interlocutora / Discussant: Ana Paula Tavares (CLEPUL-FLUL)

17:30h / 5.30 pm

As Duas Faces da Guerra (2007, 100’)

Um Documentário de / A documentary film by Diana Andringa, Flora Gomes

Apresentação e discussão / Introduction and discussion: Diana Andringa

11/10/2013 PROGRAMA / PROGRAMME

10h / 10 am

Considerações prévias e balanço / Preliminary remarks and balance

10:30h / 10.30 am

A Second Life: A Du Boisian Articulation of New Identities

Deborah Willis (New York University)

Interlocutor / Discussant: José António Fernandes Dias (FBAUL – Africa.Cont-CML)

11:30h / 11.30 am

Café / Coffee break

12:00h / 12 am

From Another Place: From James Baldwin’s Turkish Period to Black Turkish History

and Politics in Contemporary Turkey

Onur Suzan KoÅNmürcü Nobrega (Goldsmiths College, London)

Interlocutora / Discussant: Ruth Wilson Gilmore (City University of New York)

13:00h / 1 pm

Almoço / Lunch

15:00h / 3 pm

Translation and National Sovereignty

Rada Iveković

Interlocutora / Discussant: Françoise Vergès

16h / 4 pm

Café / Coffee break

16:30h / 4.30 pm

A Montage of Attractions, Jorn – Cabral

Daniel Barroca (Lisboa)

17:30h / 5.30 pm

Apontamentos Finais / Closing remarks

Françoise Vergès, J. A. Fernandes Dias, Manuela Ribeiro Sanches

18h / 6 pm

Exposição: “Amílcar Cabral: Teorias e Práticas em Viagem” (Arquivos da Biblioteca da

FLUL e do CIDAC) / Exhibition: “Amílcar Cabral: Travelling Practices and Theories”

(Arquives of FLUL Library and CIDAC)

Inauguração da exposição e leitura de / Exhibition opening and reading by Ana Paula

Tavares

As conferências serão apresentadas em Inglês 

ENTRADA LIVRE / FREE ENTRANCE

www.africacont.org

www.artafrica.info

www.comparatistas.edu.pt

02.10.2013 | par martalanca | Aimé Césaire, Amílcar Cabral, Du Bois, Europa, seminário

I love kuduro - from Angola to the world

O Kuduro (literalmente “cu duro”) é um movimento cultural urbano nascido em Angola durante a última década da Guerra Civil.

Criado nas discotecas e raves da Baixa de Luanda através de uma fusão entre batidas House , Techno e ritmos tradicionais angolanos, o Kuduro transbordou do centro da cidade para a periferia. Rapidamente se espalhou por Angola, por África e agora por todo mundo.

O Kuduro mistura dança, música e lifestyle, as suas letras inspiram-se nas coisas simples do dia-a-dia, e a sua cultura está presente um pouco por todo o lado – seja numa esquina, numa escola, num táxi ou até num estádio de futebol.

“I LOVE KUDURO” acompanha as mais idolatradas estrelas deste fenómeno urbano que hoje arrasta multidões de jovens Africanos, nomeadamente Bruno de Castro, Eduardo Paim, Sebem, Nagrelha, Hochi Fu, os Namayer, Tchobari, Titica, Francis Boy e Cabo Snoop, oferecendo uma visão única sobre a nova geração de Talento Angolano.

ilovekudurofilm.com
brocinema.com
facebook.com/brocinema

ver site I love kuduro

01.10.2013 | par martalanca | kuduro

6 de Outubro- 17h- Alfama- Conversas em Volta da Guitarra Portuguesa: O Fado e as Outras Músicas Populares

30.09.2013 | par joanapereira | alfama, fado, guitarra portuguesa

MCK & Paulo Flores - Nzala Remake


Olindomar Estúdio, cartoonistas angolanos traduziram a forte mensagem de MCK e Paulo Flores em Desenhos Animados no tradicional modelo D2, num extraordinário conceito que reduz o nosso quotidiano em imagens pintadas a lápis. O video pertence a saga “ Proibido Ver Isto” e foi realizado por Nelo Tumbula.
Masta K 2013 

30.09.2013 | par franciscabagulho | angola, cartoon, música

Maputo acolhe 10ª edição do Festival Internacional UMOJA

A Cidade de Maputo, em Moçambique, acolhe de 1 a 3 de Novembro, a décima edição do Festival Internacional UMOJA que será marcada por várias manifestações artísticas nas áreas da música, artes visuais, dança e circo, provenientes de África e Europa.

Este evento multicultural será marcado por várias manifestações, com destaque para uma exposição de artes designada  “Umoja-CFC: 10 anos criando juntos”. O festival traz, nesta edição, várias manifestações artísticas e grandes figuras das artes nacionais e internacionais nas áreas da música, dança, artes visuais e circo, representativas de países africanos e europeus como Moçambique, África do Sul, Quénia, Tanzânia, Etiópia, Zimbabué, Noruega, entre outros.

Segundo os organizadores do evento, no portal TVM , a iniciativa conseguiu ao longo de uma década divulgar o que há de melhor na cultura do país, para além de criar espaço de intercâmbio entre os artistas envolvidos.
O Festival UMOJA acontece anualmente na Praça da Independência em Maputo, e tem como principais objectivos estimular a criatividade e troca de experiências entre artistas plásticos, bailarinos, músicos e escritores, e promover a paz e o desenvolvimento nas nações através da arte.

 

27.09.2013 | par martalanca | Maputo, música

Concerto Bonga / LISBOA

O Teatro Ibérico tem o prazer de apresentar, nos dias 3, 4 e 5 de Outubro, às 21h30, o concerto Bonga Acústico.

Sendo para muitos, a referência musical de uma geração sedenta da defesa do tradicionalismo, o artista afirma que viver no exterior não invalidou nunca que mantivesse presente a realidade do seu país em cada momento, e que a sua visão lá pudesse chegar, enquanto alento para uns, ou grito de alerta para outros, através da sua música, mesmo nos momentos maisconturbados.

Ainda que distanciado da fonte inspiradora, Bonga seguiu e segue fiel ao seu propósito de preservação e divulgação da mais intrínseca tradição musical e oral, a qual lhe corre nas veias… a essência do semba, que verbaliza com a singularidade, já mundialmente reconhecida!

Este concerto conta com Betinho Feijó na Guitarra, Juvenal Cabral no Baixo, Ciro Bertini no Acordeão e Gipson Fantomas na Bateria.

 link do vídeo promocional

 

Preços:

Individual – 12.50€

Casal – 20€

Estudantes – 10€

Crianças – 10€

Maiores de 65 anos – 10€

Reservas:

Teatro Ibérico bilheteira@teatroiberico.org

25.09.2013 | par martalanca | Bonga

17th Poetry AfricaInternational Poetry Festival

14 - 18 October 2013 - Elizabeth Sneddon Theatre: 7pm19 October 2013 - Bat Centre: 7pm
The 17th Poetry Africa – International Poetry Festival presented in partnership with the City of Durban and the KZN Department of Arts and Culture is proud to announce the festival line-up, which promises to be an exhilarating showcase of diverse voices and sounds. Organised by the Centre for Creative Arts (University of KwaZulu-Natal) to take place from 14-19 October, this festival is a critical platform for self-expression that offers a space for cultural exchange in the city of Durban.
The festival’s line-up features a ground-breaking poetry project – a 12 track recorded album entitled Insurrections – featuring poets and ethnomusicologists from India and South Africa. The project sees the rich sounds of the Indian music tradition blend with African instruments accompanying radical poetry from both continents. The Insurrections ensemble will be performed by musicians Sumangala Damodaran (India), Jürgen Brauninger (South Africa), Neo Muyanga (South Africa), Pritam Ghoshal (India), Brydon Bolton (South Africa), Bettina Schouw (South Africa), Sazi Dlamini (South Africa) and Paki Peloeole (South Africa). The poetry contingent for Insurrections will comprise of Ari Sitas (South Africa), Malika Ndlovu (South Africa), Sabita TP (India) and Vivek Narayanan (India). The ensemble will perform on Thursday, 17 October.
Keeping with the musical theme of this year’s edition, the festival will feature five poets who also work as recording musicians. Kabomo Vilakazi is a singer, songwriter and actor who also features in South African poetry circles. Nominated four times for the SAMAs and a former editor of youth culture magazine Y-Mag, his credentials in the entertainment industry are indeed formidable. Kalawi Jazmee artist Busiswa Gqulu returns to Poetry Africa in the middle of her impressive reign on the music charts throughout Africa. She first graced the Poetry Africa stage as part of the all-women poetry collective Basadzi Voices in 2008 and has also performed solo in 2010. South African poet Natalia Molebatsi is also a writer, facilitator and programme director who recently founded a South African-Italian music project with the band Soul Making. Her poetry is published in the books We Are (2008) and Sardo Dance (2009). Durban-born poet, performer and MC (Ashleigh La Foy) is well-known on Durban stages for both her poetry and her musical prowess. Having earned her stripes as a female rapper, she will indulge Durban audiences with her poetic oeuvre ahead of her much-anticipated debut album. Hailing from the Eastern Cape, Pura Lavisa is a writer, performer and poet whose musical arrangements incorporate percussion and African sounds. Lavisa will be presenting a collection of poems mostly in isiXhosa.

Continuez à lire "17th Poetry AfricaInternational Poetry Festival"

25.09.2013 | par martalanca | poetry

Colóquio "O Império da Visão: fotografia no contexto colonial português (1860-1960)", 26-28 de Setembro de 2013, ICS

26.9.2013

10H: Sessão de abertura. Filipa Lowndes Vicente

MISSÕES/ANTROPOLOGIA – moderadora: Nélia Dias

10H30: O arquivo colonial e as fotografias do capitão Fonseca Cardoso. Ricardo Roque

10H50: O registo da diferença: fotografia e classificação jurídica das populações coloniais. Cristina Nogueira da Silva

11H10: Missão Antropológica de Moçambique (1936-1956). Fotografia como instrumento de trabalho e propaganda. Ana Cristina Roque

Pausa para Café

12H: As fotografias da Missão Antropológica e Etnológica da Guiné (1946-47): entre a forma e o conteúdo. Ana Cristina Martins 

12H20: A fotografia como instrumento auxiliar da antropologia na primeira metade do século XX: o caso da obra de Mendes Correia. Patrícia Ferraz de Matos

Debate

CONHECIMENTO/CIRCULAÇÃO – moderadora: Cristiana Bastos

15H: Do nome à imagem: a fotografia e a descrição das plantas tropicais nos finais do século XIX. António Carmo Gouveia

15H20: A Missão de Mariano de Carvalho à província de Moçambique em 1890. Paulo Jorge Fernandes 

15H40: A preto e branco: folheando a documentação fotográfica dos relatórios médicos da Diamang. Teresa Mendes Flores

Pausa para café

16H30: Olhar a nudez na fotografia colonial: representação, género e colonialismo no Arquivo Etnográfico da Guiné-Bissau. Clara Carvalho 

16H50: Imagens de muçulmanos em tempo de sedução colonial. Mário Machaqueiro

Debate

27.9.2013

EXPOSIÇÕES/REPRODUÇÕES – moderadora: Isabel Castro Henriques

10H: Da fotografia à gravura: a recriação de imagens fotográficas e a construção do imaginário colonial oitocentista. Leonor Pires Martins

10H20: O esplendor dos atlas: fotografia e cartografia visual do Império no limiar do século XX. Teresa de Castro

10H40: O indivíduo e o grupo: fotografia vs ilustração colonial no período do Estado Novo. Rita Carvalho 

Pausa para café

11H30: Imagens de Angola e Moçambique na Metrópole. Exposições de Fotografia no Palácio Foz (1938-1951). Inês Vieira Gomes

11H50: Cinema Império: contributos para uma genealogia da imagem colonial. Maria do Carmo Piçarra

Debate

RESISTÊNCIA/REVOLTA – moderadora: Ruth Rosengarten

14H30: Angola, 1961: O horror das imagens. Para uma história da fotografia na Guerra Colonial. Afonso Ramos

14H50: Etnografia Visual da Guerra Colonial/ Luta de Libertação na Guiné. Catarina Laranjeiro

15H10: Descolonizando enunciados: a quem serve objectivamente a fotografia? Carlos Barradas 

15H30: A fotografia contemporânea e as identidades pós-coloniais. Susana Martins

Debate

Pausa para café

ARQUIVAR/REVELAR – moderador: Joaquim Pais de Brito

16H30: Foto-Síntese: uma proposta de um sítio online de fotografia vernacular portuguesa. Ana Gandum e Inês Abreu e Silva

16H50: As coleções de fotografia do IICT - da conservação e restauro à acessibilidade. Catarina Mateus 

17H10: Dar a conhecer: as possibilidades e os limites da divulgação. Filipa Lowndes Vicente e Inês Vieira Gomes

28.9.2013

11-13H

Visita guiada à exposição Entre Memória e Arquivo com a curadora Ruth Rosengarten. Museu Coleção Berardo, CCB.

20.09.2013 | par raul f. curvelo | CENTRO CULTURAL DE BELÉM, colecção berardo, colonialismo, CRISTIANA BASTOS, FILIPA LOWNDES VICENTE, fotografia, ics, ISABEL CASTRO HENRIQUES, JOAQUIM PAIS DE BRITO, NÉLIA DIAS, Ruth Rosengarten

National Wake: Walk In Africa 1979-81

19.09.2013 | par franciscabagulho | África do Sul, apartheid, punk

Verão Eterno, de André Trindade e Filipa Cordeiro, Maumaus / Lumiar Cite, Lisboa

19.09|19h00, estreia mundial do filme Verão Eterno de André Trindade e Filipa Cordeiro  (20h15, conversa com os artistas)

23.09|18h00, conferência Migração, a Cidade como Constelação e a Eminência das Pequenas Escalas por Tobi Maier

10.10|18h00, visita guiada por Bruno Leitão

André Trindade e Filipa Cordeiro, Verão Eterno, 2013, still de vídeoAndré Trindade e Filipa Cordeiro, Verão Eterno, 2013, still de vídeo

Verão Eterno é um projeto de Trindade e Cordeiro realizado ao longo de uma estadia de seis meses em Santa Cruz da Cabrália, uma pequena cidade brasileira localizada perto de Porto Seguro, no estado da Bahia. A exposição no espaço Lumiar Cité consiste numa instalação vídeo, numa escultura e numa cassete com a banda sonora desse mesmo vídeo.

O vídeo narra uma história inspirada pela recente migração europeia para o Brasil, ao mesmo tempo que referencia a ideia de viagem para o paraíso. É acerca do escapismo e da vida no limite do capitalismo. É um conto de ficção científica lo-fi sobre a vida e a procura da felicidade, entre o exílio e a utopia.

MAUMAUS Lumiar Cité, Rua Tomás del Negro, 8A, 1750-105 Lisbon, Portugal

18.09.2013 | par franciscabagulho | arte contemporânea, Brasil, cidade, migração

"Além Margem(s)" - Exposição na Plataforma Revólver

Délio Jasse | Eustáquio Neves | Francisco Vidal | Kiluanji Kia Henda | Mauro Pinto | Mónica de Miranda

ALÉM MARGEM(S)

Délio Jasse ©Délio Jasse ©

Curador: André Cunha e Carlos Alcobia

Plataforma Revólver
26 Setembro - 2 Novembro 2013 (Terças a Sábados | 14:00 to 19:00)

“O malabarista é uma síntese do conceito de território. É alguém queadministra três objetos num território para apenas dois.” – Cildo Meireles

O que significa hoje: território, transgressão, síntese?

Caminhando sucessivamente entre margem e centro, o malabarista é um indivíduo em permanente transgressão. Opta por habitar territórios em disputa, criando movimentos nascidos no dissenso, e ensaiando essa transgressão. Nas suas mãos os elementos não repousam, mantendo-se em constante movimento e permanentemente reequacionando as relações que estabelecem entre si.

“Além margem(s)” pretende evidenciar a importância da transgressão na síntese do conceito de território. Sintetizar esse conceito é, antes de mais, questionar uma só perspetiva, quando efetuada a partir de um centro, e forçando a outros deslocamentos que emanem também das margens. Os trabalhos aqui reunidos trazem-nos outros olhares, outras perspetivas, outros caminhos. Um trânsito construído por objetos, e que enquanto circulam por entre as mãos do malabarista, nos permitem também alcançar outro entendimento sobre o conceitode território.

Délio Jasse, Eustáquio Neves, Francisco Vidal, Kiluanje Kia Henda, Mauro Pinto e Mónica de Miranda, são os artistas que participam neste projeto expositivo com curadoria de André Cunha e Carlos Alcobia.

“Além Margem(s)” é produzido pela XEREM, conta com o apoio financeiro da Fundação Calouste Gulbenkian e apoio à produção das obras da Fineprint.

Informações e contactos:
www.xerem.org | www.alem-margem.xerem.org | geral@xerem.org
www.transboavista-vpf.net/ | plataformarevolver@gmail.com | 21 343 32 59

18.09.2013 | par herminiobovino | colagem, exposição, fotografia, pintura

IV Congresso Internacional em Estudos Coloniais - Colonialismo, Pós-Colonialismo e Lusofonia

Re-imaginar a Lusofonia ou da necessidade de descolonizar o conhecimento


Colonialismos e pós-colonialismos são todos diferentes, mesmo quando referidos exclusivamente à situação lusófona. Neste contexto, mais do que procurar boas respostas, importa determinar quais as questões pertinentes aos nossos colonialismos e pós-colonialismos lusófonos.

Com efeito, problematizar a própria questão é começar por descolonizar o pensamento. Em nosso entender, esta é uma das tarefas candentes no processo de re-imaginação da Lusofonia, que passa, atualmente, pela procura de um pensamento estratégico que inclua uma reflexão colonialista/pós-colonialista/descolonialista.

Esta tarefa primeira, e mesmo propedêutica a qualquer construção gnoseológica, de descolonizar o pensamento hegemónico onde quer que ele se revele, não pode deixar de implicar as academias, centros de produção do saber e do conhecimento da realidade cultural, política e social. Neste sentido, descolonizar o pensamento sobre a Lusofonia passará por colocar em causa e instabilizar o que julgamos já saber e ser como ‘sujeitos lusófonos’, ‘países lusófonos’, ‘comunidades lusófonas’.

Trata-se, assim, de instabilizar a uniformidade, mas também as diferenças instituídas, que frequentemente não são mais do que um novo género de cânone integrador e dissolvente da diferença. Por outro lado, não podemos deixar de praticar uma atitude vigilante, de cuidado e suspeição, em face do discurso sobre a diferença irredutível, que pode tornar-se (como no passado) na estéril celebração do exótico. Fazer com que a diferença instabilize o que oficialmente se encontra canonizado como ‘diferença dentro do cânone’, implica negociar e re-inscrever identidades sem inverter dualismos. Uma reflexão pós-colonial no contexto lusófono não pode evitar o exercício da crítica às antigas dicotomias periferia/centro; cosmopolitismo/ruralismo, civilizado/selvagem, negro/branco, norte/sul, num contexto cultural de mundialização, transformado por novos e revolucionários fenómenos de comunicação, que têm também globalizado a marginalidade.

A tarefa de re-imaginar a Lusofonia implicará necessariamente a deslocação, inversão ou até implosão, do pensamento dual eurocêntrico, obrigando-nos a repensá-la dentro de uma mais vasta articulação entre local e global

Re-imaginar a Lusofonia em contexto pós-colonial implica, por isso, repensar a pós-modernidade em que se inscreve, e que convive paradoxalmente com o crescente isolamento dos países árabes e o rápido desenvolvimento económico da Ásia

Re-imaginar a Lusofonia obriga ainda, em nosso entender, a estudar as práticas de resistência e de contra-hegemonia, procurando compreender o que criam em troca, que lastro deixam nas sociedades e nas culturas contemporâneas, no que respeita à diminuição das desigualdades. A Lusofonia que procure um pensamento e um conhecimento descolonizado, não pode deixar de prestar uma atenção particular às comunidades minoritárias e de emigrantes, cujo estudo faz parte do próprio pós-colonialismo.

Note-se porém que o pós-colonialismo não está aqui no sentido nem geográfico (como sociedades subalternas) nem no sentido temporal (como sociedades libertas do colonialismo), mas pensamos, por outro lado, que uma re-imaginação da Lusofonia não pode dispensar uma análise comparativa e um diálogo profundo com os diversos colonialismos e pós-colonialismos contemporâneos, procurando encontrar as especificidades do caso lusófono.

Longe de se tratar de uma análise meramente discursiva (embora a inclua) importa estudar igualmente as modalidades vividas e concretas da situação pós-colonial (que implicam necessariamente também a investigação empírica) das comunidades que, quer disso tenham consciência quer não, vivem na linha de continuidade, cruzada e traficada, entre colonialismo e pós-colonialismo.

Desmistificar, desierarquizar, estabelecer uma política da diferença, permitir a multiplicidade das vozes, constituir outros tantos projetos de modernidades/racionalidades possíveis dentro da pós-modernidade, mobilizar, re-politizar, imaginar outros modelos políticos, sociais e económicos, eis a tarefa (utópica, naturalmente) que nos parece ser essencial no re-imaginar a Lusofonia.

Assim, nesta proposta, propedêutica e maiêutica da própria Lusofonia, pretendemos implicar colonialismo, pós-colonialismo e descolonização numa política de identidade lusófona (que se constitui em primeiro lugar como um conjunto de narrativas) a delinear e implementar, numa situação de permanente negociação do sentido, e da história, reconhecendo a sua natureza estruturalmente ambígua. Na verdade, não podemos ignorar que pensar o pós-colonialismo hoje terá de passar pela crítica já realizada aos lugares da modernidade, não podendo deixar de se fazer a partir da pós-modernidade e do pós-estruturalismo.

Ao radicarmos esta proposta no contexto epistemológico dos Estudos Culturais não podemos ignorar os contributos das teorias da subalternidade e da representação na construção de um projeto que re-imagine a Lusofonia. Com efeito, o pós-colonialismo é uma temática de investigação e trabalho central dos Estudos Culturais desde a sua génese, na sequência da teoria crítica e do pós-estruturalismo, que se tem cruzado com as temáticas do multiculturalismo, hoje objeto de múltiplas críticas.

Um tal projeto implica, em nossa opinião, trabalhar a ideia de que colonialismos e pós-colonialismos marcam as culturas e as histórias de colonizadores e colonizados, misturando, de diferentes formas, os seus ‘destinos’. Não há colonialismos nem pós-colonialismos iguais. Cada qual tem de reconstruir, conhecer, simbolizar e integrar a sua própria história e definir sentidos possíveis de futuro. Também não há como não o fazer, pois o ‘destino’ que em comum nos coube, para o melhor e o pior, é um dado com o qual podemos e devemos pensar o futuro.

Mas o que será decisivo neste projeto é descolonizar a cultura, o pensamento, as práticas sociais, a política e a ciência: uma tarefa que cabe a colonizados e colonizadores, nas suas próprias culturas e sociedades, mas também nas relações que estabelecem hoje entre si (onde encontramos ainda todas as figuras de poder que a relação colonial institui, apenas agora multiplicadas e aplicadas em todos os sentido possíveis).

O Colonialismo traz a marca dos interesses de quem exerce e pode exercer o poder. Re-imaginar a Lusofonia impele-nos a trabalhar no sentido de descolonizar as relações ente países, entre comunidades recetoras e emigrantes, entre o norte e o sul, entre o mundo anglófono e o outro, entre o saber erudito e o saber comum, o saber sobre o homem e o conhecimento técnico.

É que, como nos diz Stuart Hall, «[…] a cultura não é apenas uma viagem de redescoberta, uma viagem de retorno. Não é uma ‘arqueologia’. A cultura é uma produção. Tem a sua matéria-prima, os seus recursos, o seu ‘trabalho produtivo’. Depende de um conhecimento da tradição enquanto ‘o mesmo em mutação’ e de um conjunto efetivo de genealogias. Mas o que esse desvio através dos passados faz é capacitar-nos, através da cultura, a produzir-nos a nós mesmos de novo, como novos tipos de sujeitos. Portanto, não é uma questão do que as tradições fazem de nós, mas do que nós fazemos das tradições» (Hall, 1999/2003:p. 44).

E que melhor inspiração do que esta para nos lançarmos no apaixonante projeto de re-imaginar a Lusofonia?

Maria Manuel Baptista
HALL, Stuart. Da diáspora: identidades e mediações culturais. Organização Liv Sovik; Tradução Adelaine La Guardia Resende. Belo Horizonte: UFMG, 2003.

Congresso: 
28, 29 e 30 de abril de 2014
Submissão dos trabalhos: até15 de outubro de 2013
Importante:
Para submeter os artigos, é necessário fazer um registo prévio. Para isso os autores devem seguir este link.

18.09.2013 | par herminiobovino | colonialismo, lusofonia, pós-colonialismo