A Sintidus, Revista de Estudos Científicos e Interdisciplinares da Universidade Lusófona da Guiné abre chamada para artigos para aquele que virá a ser o número especial natureza-sociedade. A chamada para artigos permanecerá aberta até 15 de junho de 2021.
A interface natureza-sociedade tem sido amplamente discutida através de diferentes perspetivas interdisciplinares e tem merecido renovada atenção no âmbito do presente contexto climático. Este número especial pretende refletir sobre o cruzamento entre a sociedade e a natureza no contexto dos desafios socioecológicos contemporâneos tendo a Guiné-Bissau como foco agregador.
A contemporaneidade guineense é marcada por fenómenos, processos e contextos que servem de inspiração a esta chamada para artigos, mas que não esgotam as possibilidades de análise.
Entre eles nomeamos alguns que julgamos importantes para contribuir para pensar a sustentabilidade, a justiça ambiental e a coexistência, tais como:
(a) a pesca, diversa relativamente aos tipos e esforços de captura, é uma importante fonte de receita nacional e importante fonte de alimento e de renda;
(b) a produção de castanha de caju, também relevante do ponto de vista da geração de receita nacional e familiar, transformou consideravelmente as paisagens socioambientais;
(c) a desflorestação e a exploração capitalista de recursos florestais, mencionada várias vezes nos meios de comunicação, tem merecido menos atenção pela academia;
(d) as dimensões socioecológicas das áreas protegidas, que atualmente representam uma parte considerável do território guineense, aparecem como fundamentais para a continuidade dos modos de vida rurais;
(e) a interação entre humanos e não-humanos em contextos agroflorestais é relevante para delinear futuros de coexistência;
(f) a expansão urbana apresenta desafios à ecologia e agricultura urbanas;
(g) a gestão de resíduos formal e informal, e as suas possibilidades de processamento, são cruciais à salubridade do espaço público;
(h) o aquecimento global e as alterações climáticas colocam sérios riscos à agricultura e modos de vida tais como os conhecemos;
(i) o extrativismo e os grandes empreendimentos infraestruturais acarretam impactos socioambientais e, por fim;
(j) os saberes ecológicos locais e tradicionais, e sua relação com outros saberes, merecem ser perspetivados através da noção de justiça cognitiva. Perspetivas da ecologia política, ecologia humana, história, antropologia e sociologia ambientais, e outras afins são bem-vindas.
A chamada para artigos para este número especial permanecerá aberta até 15 de junho de 2021. Solicitamos envio de artigos para sintidus.revista@gmail.com. As normas para autores podem ser consultadas em http://sintidus.blogspot.com/p/instrucoes-para-autores.html
A organização deste número especial conta com a participação de Ilsa Cá e Sá (Centro de Estudos Sociais Amílcar Cabral, CESAC), Joana Sousa (Centro de Estudos Sociais, Universidade de Coimbra, CES-UC), Raul Fernandes (Universidade Amílcar Cabral, UAC) e Rui Sá (Centro de Administração e Políticas Públicas - Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, Universidade de Lisboa, CAPP/ISCSP).