O asfalto invade o morro

por Marsílea Gombata

Poderia ser um réveillon em Búzios: gente jovem, produzida, moças com roupas leves, bijuterias que valorizam o bronzeado e combinam com a maquiagem nude. Mas estamos no Pavão-Pavãozinho, favela da zona sul carioca acostumada até há bem pouco tempo ao espetáculo macabro dos enfrentamentos entre policiais e traficantes.

Desde a chegada das UPPs, os disparos de armas pesadas e os bailes funk deram lugar a outros sons e outras pessoas. O asfalto invadiu o morro. A moda do momento no Pavãozinho (e também em Vidigal, Rocinha e Ladeira dos Tabajaras) são as festas dos playboys de Ipanema e do Leblon. Os ingressos custam entre 30 e 120 reais, em geral inacessíveis aos moradores, e os participantes pagam pelo privilégio de dançar cercados de esplêndidas vistas do Rio de Janeiro. Mangueira, teu cenário é uma beleza, diz o samba antigo, adaptável à maioria dos morros da cidade.

“A pacificação dos morros fez com que a ‘playboyzada’ começasse a frequentar as oficinas de escolas de samba nas comunidades. A partir daí, começaram a surgir eventos nesses lugares”, explica Cesar Batas, sócio da produtora Rio Prime, organizadora de festas em boates da zona sul. A empresa, criada em 2009, tem explorado o novo filão e promove eventos na Ladeira dos Tabajaras, em Copacabana.

Território controlado. Moradoras do Vidigal observam a entrada na festa Lamparina. As festas dos “playboys” continuam a perturbar o sono da comunidade, a exemplo dos bailes funk agora praticamente proibidosTerritório controlado. Moradoras do Vidigal observam a entrada na festa Lamparina. As festas dos “playboys” continuam a perturbar o sono da comunidade, a exemplo dos bailes funk agora praticamente proibidos

As festas acontecem, em sua maioria, onde antes pulsavam os bailes funk e trazem sons variados como hip-hop, soul music, samba e jazz. Apesar da mudança de público, as baladas causam aos moradores da comunidade os mesmos transtornos de antes: a privação do sono por um som ensurdecedor até o amanhecer. Em algumas comunidades, o barulho leva moradores a protestar e a exigir uma lei do silêncio. Com pouco resultado. No Vidigal, por exemplo, as baladas da Oficina do Jô, frequentadas por gringos e cariocas da planície, não acabam antes das 5 da manhã.

“Não pode ter baile funk, mas pode ter festas como essas”, protesta Thais (que não quis dizer seu sobrenome), 29 anos. Segundo ela, nascida e criada no Vidigal, as rodas de samba dos moradores precisam ser encerradas às 11 da noite. “Dizer que o problema do baile funk é o barulho é mentira. A diferença é que, como essas festas são voltadas para o público mais elitizado, tudo é permitido.”

Maiara Yamada, estudante de 20 anos frequentadora das baladas nos morros, ironiza: “O barulho que reclamam do funk é outro. Para eles não é conveniente ter baile funk, onde a -comunidade -reafirma seu espaço. Me pergunto se essa pacificação das UPPs é para quem mora aqui ou para a gente lá de baixo.”

Com um público crescente e endinheirado (no Vidigal, a média de público é de 600 convidados e na Tabajaras, uma festa pode reunir até 1,3 mil), as baladas geram renda para a comunidade local. O ambulante Juarez Souza, vendedor de água e chiclete na subida da Rua Saint Roman, um dos acessos ao Pavão-Pavãozinho, dá boas-vindas aos novos frequentadores do morro onde mora desde 1994: “Essas festas são ótimas, trazem novas pessoas, novas amizades e não têm violência”.

Na subida do Vidigal, o boteco virou um restaurante japonês. As marcas mais populares de cerveja cederam espaço para as importadas Stella Artois e Heineken. Batizado de Fênix Sushi Bar, o estabelecimento simboliza a -mudança no perfil da clientela: saíram os moradores, entraram os “turistas”.

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28.02.2013 | par martalanca | asfalto, baile funk, descriminação, favela, festas, morro, ruído

A Voz da População, as rádios comunitárias na Guiné-Bissau, ISCTE, LISBOA

4 de Março | 18 horas | ISCTE–IUL, Ed. II, Auditório B204

Apresentação do filme: A Voz da População, as rádios comunitárias na Guiné-Bissau

Argumento e texto: Lucia van den Bergh. Realização e imagem: Andrzej Kowalski

Sinopse: O filme aborda o historial das rádios comunitárias na Guiné-Bissau, os desafios que se levantam ao seu desenvolvimento, a sua apropriação pelas comunidades e os princípios de funcionamento.

Sessão de apresentação com a participação de: Lúcia van den Bergh e Filipe Reis (Departamento de Antropologia do ISCTE-IUL)

mais info _ Centro de Estudos Africanos - ISCTE/IULAv. das Forças Armadas

28.02.2013 | par franciscabagulho | Guiné-Bissau

DJ's do Guetto Vol. 1, reedição digital Príncipe Discos

Saído no primeiro dia de aulas, a 18 de Setembro de 2006, ‘Dj’s do Guetto Vol. 1′ é um marco crucial na história da música de dança nacional. Não só terá sido dos primeiros discos em solo português a espalhar-se de maneira rapidíssima e vasta através de meios digitais, como juntou seis preponderantes produtores, herdeiros de tradições que caminhavam, e caminham até hoje, num ângulo exclusivo a Portugal.

Marfox, Nervoso, N.k., Fofuxo, Pausas e Jesse eram há sete anos gente a processar as informações vindas do kuduro, da tarraxinha, do house e do techno, que tornaram, de maneira decisiva, num idioma próprio. Formaram, durante este momento no tempo, um colectivo que unia várias zonas da Grande Lisboa e arredores, entre as suas residências e os liceus por onde andaram – Portela, Chelas, Quinta do Mocho, Quinta da Fonte, Sacavém, Massamá, Damaia, Barcarena, Reboleira, Cacém, Queluz, Fonte da Prata, Barreiro e Paço de Arcos. Em pouco tempo era normal ouvir este som a sair de leitores de MP3 e carros com sistemas de som ambiciosos, não só pela capital como pelo resto do mundo luso-africano.

Os temas que rolam por estas mais de duas horas de música explosiva são essencialmente arquitectados nos instrumentais. Batida kudurista implacável com BPMs dos 130 para cima, com espaço para o ocasional tarraxo, funaná e kizomba. Soam, ainda hoje, como trabalhos claramente visionários e precoces, se pensarmos que os músicos tinham todos menos de 21 anos na altura. Como sempre, Lisboa permanece um porto, e foi aqui que se cruzaram a música angolana electrónica, a cultura de discoteca fora do coração da capital, um enorme apreço por graves, e tanto a festa quanto a melancolia do bairro e do subúrbio.
Impressiona a precisão e cuidado com o impacto sonoro, controlado ao milímetro para maximizar em qualquer coluna a brutalidade do ritmo, que é a essência destas composições e o elemento que tudo transforma (sirenes de alarme, teclados de filme de terror série B, kalimbas, vozes cortadas, mutiladas e recortadas outra vez). Entre épicos universalistas, trabalhos de pura austeridade percussiva e amelódica, ataques cerrados em direcção à tontura e à palpitação cardíaca, há uma clara sensação de querer imaginar uma música tanto para os amigos como para um planeta pelo qual ainda falta viajar. Está também aí a sua força, e, habituemo-nos, a sua beleza.

Escusado será dizer que ‘Dj’s do Guetto Vol. 1′ bateu e muito, para muita gente. Está para sempre na fundação do que faz a música de dança afro-portuguesa, e continuará a informar o seu futuro, que o presente está tão vivo, e quase todos o que o fazem ouviram este álbum com a maior atenção.
Mas há muito mundo que ainda não ouviu estas 37 faixas, e ainda há mais mundo que deve passar a ter melhor maneira de entender uma história tão importante e recente do que faz a música produzida cá, agora. A história ainda vai nova, mas já temos música crucial para trás que é necessário saber de onde veio, por que razões, porque é que é como é e o que causou. E à qual há que regressar ou passar a conhecer, que tudo o que está contido nestes sons soa tão fresco hoje como no dia de regresso à escola em Setembro de 2006.

Esta reedição digital gratuita contem os ficheiros que sobreviveram a vários PCs que tragicamente faleceram, ficando perdidos aparentemente para sempre os ficheiros WAV e os projectos de Fruity Loops (e outros programas) onde estas músicas nasceram. Como tal, procurámos encontrar os ficheiros com melhor qualidade áudio para cada MP3 que agora vos disponibilizamos gratuitamente.

O título presente na capa original desta compilação aparece escrito como sendo da autoria dos “Dj’s do Guetto”, contudo popularizou-se através do seu nome acriolado, presente no título de cada ficheiro partilhado – “Dj’s di Guetto”. Escolhemos preservar as duas variantes de acordo com a forma original desta música.

V/A – Dj’s do Guetto Vol. 1 Edição de autor, digital; 2006

Reedição Príncipe Discos, digital; 2013 Príncipe Reedições #001 

download da compilação completa: www33.zippyshare.com/v/63385678/file.html ou www.mediafire.com/?2tabpma07s6ffd6

alguns temas no Soundcloud: https://soundcloud.com/principepromos 

 

27.02.2013 | par franciscabagulho | kuduro

Laboratório de Criação, MAPUTO

Desde o dia 04 de Fevereiro 2013 que a CulturArte está a levar a cabo o 1º Laboratório de Criação que pretende ser um momento onde artistas (bailarinos, coreógrafos e colaboradores) partilham tempo e espaço para desenvolver os seus projectos.

O objectivo será seleccionar um (ou mais) projecto(s) para mais tarde ser(em) desenvolvido(s) em residência ao longo de 2013 sob as condições de co-produção no âmbito do projeto PAMOJA – uma rede pan-africana de produção e residências artísticas.

Mostra informal dos resultados, que terá lugar no Auditório do Centro Cultural Franco-Moçambicanono próximo dia 28 de Fevereiro, pelas 19h00, será uma oportunidade de partilha dos resultados do Laboratório com o público interessado.

PARTICIPANTES

Atanásio Nhussi, Benedito Cossa, Bernardo Guiamba (Pak), Carlos Machava, Domingos Bié (convidado), Janeth Mulapha, Jorge Ndlozy, Kátia Manjate, Macário Tomé, Matanyane Abílio, Osvaldo Passirivo (convidado), Rafael Mouzinho, Walter Zandamela.

PRODUÇÃO: CulturArte | DIRECÇÃO ARTÍSTICA: Panaibra Gabriel Canda | COORDENAÇÃO: Ana Lúcia Cruz | PARCERIA: Centro Cultural Franco-Moçambicano 

Contactos: +258 82 353 79 21 | culturarteprojectos@gmail.com | Facebook: CulturArte Mozambique

25.02.2013 | par franciscabagulho | dança

Apelo a Candidaturas: Sexualidades Africanas _ Teorias, Políticas, Acção, DAKAR

2013 Instituto do Género do CODESRIA / Apelo a Candidaturas

Todos os anos desde 1994, o Conselho para o Desenvolvimento da Pesquisa em Ciências Sociais em África (CODESRIA) organiza um Instituo de Género que junta entre 12 e 15 investigadores durante 3 semanas num debate concentrado, partilha de experiências e construção de conhecimento. Destinado inicialmente a promover uma consciencialização alargada sobre o conceito de género na comunidade de pesquisas em ciências sociais, o instituto tem estado a ser subsequentemente organizado em torno de temas específicos destinados a reforçar a integração da análise do género na pesquisa em ciências sociais em África, e a encorajar o surgimento de uma comunidade de pesquisadores peritos na área dos estudos do género.

Tema: Sexualidades Africanas: Teorias, Políticas, Acção

Ao longo da última década, a pesquisa sobre questões de género e sexualidades começou a influenciar as discussões nas ciências sociais. Anteriormente confinadas à discussão sobre o VIH e o SIDA, os novos envolvimentos com as sexualidades levantaram questões sobre a identidade e democracia, sobre a lacuna entre a reforma legal e a mudança sociocultural, e sobre como devemos perceber as ‘economias sexuais’. Uma linha subjacente ao longo destes envolvimentos diz respeito à natureza da organização da sociedade civil onde um enfoque de questões de género e sexualidade (tais como a idade do consentimento sexual, ou o direito ao casamento polígamo) galvaniza os debates políticos públicos. Um número cada vez maior de jovens investigadores é extraído dessas áreas como forma de aprofundar o seu conhecimento sobre questões de cidadania, alívio da pobreza, governação, ou representação.

Em 2012, o Instituto do Género do CODESRIA executou um programa com muito sucesso sobre Sexualidades Africanas, que explorou teorias introdutórias relativas à relação entre o género e as sexualidades, questões dos media e sexualidades, e debates sobre lei, género e sexualidade. Dado o sucesso do Instituto de 2012, o Instituto de 2013 irá também focalizar-se em questões de sexualidades. Em 2013, este enfoque será explorado através de um interesse em conexões entre (1) identidades de género (masculinidades e feminidades), sexualidade e democracia; (2) mudança legal e política que funciona com questões de sexualidades; (3) activismo organizacional que se baseia em ideias sobre direitos, igualdades, e sexualidades dentro de um quadro da teoria socioeconómica sobre a independência africana e a auto-sustentabilidade.

O Instituto será mais útil para escritores e investigadores que tenham algum background em questões de género tais como foram aplicadas à investigação em ciências sociais, antropologia, economia, estudos políticos, lei, ou a pesquisa em humanidades.

O prazo para a apresentação das candidaturas é 29 de Março de 2013. Mais informações:

CODESRIA Gender Institute 

25.02.2013 | par franciscabagulho | estudos género

16 de Março|Sessão III Mural Sonoro: Viver a Música a Partir da Periferia

25.02.2013 | par joanapereira | Chullage, mural sonoro, museu da música, música

European Conference on African Studies, 2013 | Call for Documentaries - Deadline: March 29, 2013

Call for Documentaries

The
 5th European Conference on African Studies (ECAS 2013) will take place between June 27 and 29, 2013, at ISCTE-IUL, in Lisbon, Portugal. In addition to the thematic panels and the keynote speeches, the conference will host a documentary film festival. The films submitted to the event must portray issues related to its general theme: African dynamics in a multipolar world. We strongly advise that the films submitted are spoken or subtitled in English, given the fact that the conference will gather academics from different nationalities and linguistic backgrounds. Moreover, the films proposed ought not to exceed the length of one hour (60 minutes).

The deadline is on March 29, 2013.
The documentaries can be submitted online via weTransfer (www.wetransfer.com) to the following e-mail address: joao.carlos.dias@iscte.pt, oreleonora.silva.rocha@iscte.pt.

info

25.02.2013 | par herminiobovino | african studies, Conference, documentary, lisboa

No Fly Zone. A ironia pós-colonial é plástica

Um ditado popular africano diz que “enquanto o leão não tiver os seus historiadores, a glória vai sempre para o caçador”. A nova geração que cresceu na Angola independente revela com filmes, telas e galinhas empalhadas como o leão sempre teve uma história por contar. Os seis artistas angolanos chegam ao Museu Berardo em Lisboa com uma primeira preocupação de dialogar com os antigos imperadores. O entrave a derrubar é o que descrevem como a “amnésia europeia sobre o passado colonial”. “Finalmente chegou o tempo de tirar a máscara”, diz-nos Fernando Alvim, curador, a par de Suzana Sousa, da exposição “No Fly Zone. Unlimited Mileage”.

“Thirteen Hours”, Binelde Hircam“Thirteen Hours”, Binelde Hircam
Yonamine, Kiluanji Kia Henda, Edson Chagas, Binelde Hyrcam, Nástio Mosquito e Paulo Kapela (ausente na apresentação) são os artistas que representam a emergência de uma nova geração em Angola. A visão artística desta geração é sempre apresentada em contraste com o preconceito e a generalização ocidental. “Os europeus criaram a sensação de que têm o direito de desenhar os países africanos à sua imagem”, indica Fernando Alvim. As obras apresentadas antecipam o que vai ser a terceira trienal de arte em Luanda. Apesar de serem criações destinadas a uma apresentação específica, a curadora Suzana Sousa lembra que “isto são artistas mais preocupados com um discurso internacional que uma questão angolana”.

“No Fly Zone. Unlimited Mileage” ocupa o primeiro espaço do piso 0, sendo o vídeo O.R.G.A.S.M (Organization Of African States for Mellowness) a nossa primeira introdução à ironia pós-colonial. O autor Kiluanji Kia Henda desconstrói a realidade aparente, tornando o africano o beneficente do europeu. A segunda peça de Kiluanji serve de mote à nova geração. Uma sessão fotográfica mostra as antigas estátuas coloniais de Camões e Afonso Henriques num pré-fabricado, enquanto os pedestais onde estavam ficaram vazios, como se a própria história tivesse estancado.

A maior peça da exposição é “Cara-Show” de Yonamine, composta por recortes de jornais que incidem no período de Angola comunista, em 1976. “No fundo, isto acaba por ser uma versão da história através das minhas recordações de Angola”, explica-nos o artista. Yonamine ao lado dos seus recortes tenta descodificar a simbologia da guerra e da emigração no vídeo Reichsparteitagsgelände. As temáticas de obsessão pós-colonial não conseguem deixar de esconder alguma frustração artística: “Por muito que tente sair desta onda, nunca vou deixar de ser um pós-colonial”, revela Yonamine.

Em “Thirteen Hours” uma galinha caminha pomposa com uma capa napoleónica, enquanto lidera uma turma de outras 22 galinhas empalhadas. Para Binelde Hyrcam, o enredo da humanidade reflecte-se em galinhas vaidosas que caminham em frente de pequenos caixões funerários. “Isto é uma reflexão sobre a falsa vaidade humana e a constante dualidade do poder com a morte”, explica o autor. Binelde não esconde a emoção de revelar ao Museu Berardo uma obra que mistura o funesto com o irónico. “Angola e Portugal estão muito próximos, este intercâmbio cultural seguramente vai ficar na historia”, promete o autor. Na mesma sala, Edson Chagas recupera por sua vez as máscaras que o curador Fernando Alvim pediu que desaparecessem. No primeiro retrato fotográfico, três homens estão com a cabeça tapada por sacos, afogados pelas suas próprias atitudes consumistas. No segundo, as máscaras estão sobre o homem contemporâneo, engravatado e africano.

O vídeo “My African Mind”, de Nástio Mosquito, fecha a exposição, fazendo a ligação com as desconstruções históricas de Kiluanji Kia Henda. As personagens da cultura popular, como Tarzan, Tim Tim ou o filme “The African Queen”, de John Huston, são apresentadas como a visão europeia de uma África ainda desconhecida. “Sem terem visitado o continente africano, os europeus têm logo à nascença uma associação com sida e fome”, explica Nástio, acrescentando que espera “criar uma dúvida nas pessoas no que diz respeito às suas referências populares a África”. O objectivo não é apontar o dedo acusador, mas criar uma plataforma de introspecção e diálogo. “My African Mind” esteve na Tate, em Londres, e agora encontra o seu melhor alvo no público português. “Os portugueses precisam de interagir com África de outra forma, o diálogo tem sido pobre, tem de haver alguma mudança”, apela o artista.

fonte

25.02.2013 | par herminiobovino | angola, exposição, fotografia, lisboa, serigrafia, video

Festival Sons do Atlântico, 2 de Março de 2013

No dia 2 de Março realiza-se o Festival Sons do Atlântico, na Praça Atlântico, em Luanda. A iniciativa conta com a actuação de diversos músicos nacionais e internacionais, como Matias Damásio, Sara Tavares, Vanessa Camargo, Big Nelo, Djeff, P-Square, Yuri da Cunha, Beto Dias, Bruno M e Ary.
O ingresso no Festival custa dois mil kwanzas e estão à venda nos postos Ticket Zone e em todos os centros do Atlântico.



fonte

25.02.2013 | par herminiobovino | angola, festival de música, Luanda

Inscrições Mestrado Estudos Africanos até 10 Março, ISCTE, LISBOA

21.02.2013 | par franciscabagulho | Estudos Africanos

The End of the Western (Monika Gintersdorfer & Knut Klassen) + Breaking Performance no Teatro Maria Matos LISBOA

Em 2005, Monika Gintersdorfer e Knut Klassen desembarcaram na Costa do Marfim. Foi o início de uma sucessão de trocas artísticas entre a cena de teatro e dança europeia e a da África Ocidental. No entanto, o trabalho desta dupla de artistas germânicos afasta-se consideravelmente do de outros criadores europeus que trabalharam em África. Gintersdorfer & Klassen não procuram uma interculturalidade mutuamente inspiradora e politicamente correta. Eles enfatizam as diferenças entre brancos e pretos e estas constituem a força motora dos seus espetáculos. Em 2013, e pela primeira vez em Portugal, Monika Gintersdorfer e Knut Klassen ocupam o nosso Teatro e com os seus atores, bailarinos e mais alguns convidados trazem-nos teatro, dança, música e festa ao ritmo da capital costa-marfinense Abidjan.

teatro Monika Gintersdorfer & Knut Klassen 

sex 22 fevereiro 21h30
The End of the Western 
14€ / Com desconto 7€ | Bilhete duplo 19€ / Com desconto 9,50€ | M/16
Festa Couper Décaler Entrada livre
Em The End of the Western, um grupo de atores e bailarinos refletem sobre a história recente da Costa do Marfim. Durante vários meses, depois das eleições legislativas de 2010, dois presidentes reivindicaram a sua legitimidade enquanto Chefe do Estado eleito, arrastando o país num conflito sangrento. Monika Gintersdorfer e Knut Klassen centram o seu espetáculo na resolução deste western ― palavra que Laurent Gbagbo empregou para descrever o conflito com o seu arqui-inimigo Allasane Ouattara. Depois do espetáculo, animação musical com os artistas costa-marfinenes de Couper-Décaler Skelly, Shaggy Sharoof e Gadoukou la Star e DJ Abidjaninsky. Couper Décaler é uma das expressões mais importantes da música pop africana.

sáb 23 fevereiro 20h30

Breaking Performance
La Jet Set 

Concerto Couper Décaler meets Kuduro com Skelly, Shaggy Sharoof e Gadoukou la Star e o DJ Marfox

14€ / Com desconto 7€ | Bilhete duplo 19€ / Com desconto 9,50€ | M/16

Breaking Performance é um formato criado para responder aos acontecimentos da atualidade política com um desfasamento temporal mínimo. As notícias de última hora (breaking news) transmitidas pela televisão são confrontadas em cena pelos intérpretes e os seus pontos de vista. Esta Breaking Performance é dedicada ao processo do ex-presidente da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, no Tribunal Internacional de Justiça de Haia. Em La Jet Set Douk Saga, Lino Versace, Boro Sanguy, Le Molare são estrelas de música e dança da Costa do Marfim. Na comunidade imigrante parisiense, são conhecidos como jet set. Combinam o glamour do seu vedetismo com a precariedade das condições de vida nos bairros sociais. Nos clubes noturnos da Cidade das Luzes, lançaram uma nova tendência: o Couper Décaler. Depois dos dois espetáculos a noite acaba em festa, com uma atuação conjunta dos músicos marfinenses Skelly, Shaggy Sharoof e Gadoukou la Star e o DJ Marfox, a nata do kuduro produzido em território nacional.

19.02.2013 | par martalanca | Costa do Marfim, interculturalidade

Apresentação de propostas de comunicações para o colóquio internacional “Teatro: Estética e poder”

Está aberto até 15 de Maio o prazo para a apresentação de propostas de comunicações para participar no colóquio internacional “Teatro: Estética e Poder”, organizado pelo Centro de Estudos de Teatro e o Centro de Estudos Clássicos da FLUL – Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, que terá lugar nos dias 21 e 22 de Novembro de 2013.

Este colóquio, organizado em sessões plenárias, com participantes convidados, e em sessões paralelas de comunicações por inscrição, pretende constituir ocasião propícia a uma reflexão sobre o teatro nas suas múltiplas dimensões performativa, literária, filosófica, histórica, ideológica, política e social e a sua relação com as outras artes.

As comunicações terão uma duração de 20 minutos e poderão ser apresentadas em várias línguas: português, inglês, francês, espanhol e italiano. Na sequência do colóquio, será publicado um volume com uma selecção dos textos apresentados.

Os interessados poderão obter mais informações aqui.

19.02.2013 | par herminiobovino | colóquio, lisboa, teatro

Pantalassa apresenta “Portugal contemporâneo com São Tomé e Príncipe”

A Associação Cultural Pantalassa, estrutura que promove sinergias no desenvolvimento de projectos em torno do espaço cultural lusófono, realiza um programa multidisciplinar em regime de residência artística em São Tomé e Príncipe, entre 7 de Fevereiro e 1 de Março de 2013.

No âmbito do concurso de Apoio à Internacionalização da Direcção Geral das Artes, 8 artistas potenciarão, através do projecto “Portugal Contemporâneo com São Tomé e Príncipe”, o reconhecimento da educação, cultura e arte como ferramentas de desenvolvimento pessoal e cívico, em intercâmbio com vários públicos e espaços da comunidade são-tomense.

A residência privilegiará um conjunto diversificado de acções em redor da música, artes plásticas, poesia e arte-educação, produzidas em estreita articulação com a 
CACAU – Casa das Artes Cultura Ambiente Utopias - de São Tomé, centro nevrálgico de todas as actividades.

Estruturado em 8 partes temáticas, o Projecto pretende fomentar o intercâmbio artístico e educativo entre Portugal e São Tomé, assumindo resultados como a troca de experiências, partilha de informação e pontos de partida para novos projectos igualmente sólidos.

As actividades decorrerão em diferentes espaços em simultâneo, nomeadamente, na CACAU, na Embaixada de Portugal em São Tomé, no Instituto Camões, no Cineteatro Marcelo da Veiga, nas Escolas e no Centro Cultural Brasileiro.


Mais informações sobre o projecto podem ser consultadas no site da Associação Cultural Pantalassa.

19.02.2013 | par herminiobovino | artes plásticas, música, residências artísticas, São Tomé

Seminários de Estudos Africanos, ISCTE, LISBOA

Caminhos do Documentarismo em Angola, Jorge António (produtor de cinema e documentarista), 13 Março, ISCTE Auditório B104, 18h.

19.02.2013 | par franciscabagulho | Centro de Estudos Africanos

Uma nova geração nasceu...

Uma nova geração nasceu… agora a história vai ser contada. 18.02.13. Chá De Caxinde às 21H00. 

Um concerto intimista, com vozes e violão sendo este um tributo aos grandes clássicos da música Angolana. Este é primeiro de muitos encontros entre 4 músicos angolanos que partilham o mesmo “feeling” musical. 

18.02.2013 | par martalanca | música angolana

Seminário CEsA | Migrações internas, urbanização e saúde em Angola; com Carlos Lopes

Migrações internas, urbanização e saúde em Angola 
21 FEVEREIRO / 18 horas / Sala 108 (Ed. Francesinhas)
Carlos Lopes (CEA/ISCTE e CEsA/ISEG)

Neste seminário, Carlos Lopes analisa as articulações entre a migração interna, a urbanização e a saúde em Angola, bem como a estrutura de políticas nacionais relativamente à mobilidade interna. É resultado de um estudo realizado por uma equipa de investigadores especializados em questões socioeconómicas angolanas, em colaboração com o ISEG-UTL.

FEVEREIRO
21/ Carlos Lopes (CEA/ISCTE e CEsA/ISEG) / Migrações internas, urbanização e saúde em Angola
28/ Alice Sindzingre (CNRS, U. Paris West; SOAS/U. London) / Sub-Saharan African economies’ growth paths and exports structures: confirming the concept of poverty trap?
7/ Caroline Dufy (Centre Émile Durkheim/U. Bordéus) / Pratiques informelles dans le changement de système en Russie: entre criminalité et normalisation

MARÇO
14/ Ricardo Pereira (CES/Coimbra) / Modelos Emergentes de Cooperação em Saúde Global
21/ João Mosca (Universidade Politécnica de Moçambique e CEsA/ISEG) / Penetração do Capital Mineiro e Reprodução da Pobreza
4/ Nuno Teles (CES/Coimbra) / Financeirização e limites do Estado Desenvolvimentista: o caso da África do Sul

ABRIL
11/ Vincent Foucher (International Crisis Group) / The current political and security perspectives in Western Africa
18/ Christabelle Peters (Centre for Research on Cuba/U. Nottingham) / The African Atlantic: a new framework for investigating black cultural politics

MAIO
2/ Sónia Centeno Lima (IHMT/UNL) / A desnutrição e a infecção em crianças: indicadores de que desenvolvimento?
9/ Giovanni Carbone (Università degli Studi di Milano) / The impact of democratization on economic growth and social welfare: some evidence from Africa’s emerging “lions”
16/ Pedro Rosa Mendes (Jornalista/Investigador) / O papel da URSS nos movimentos de libertação dos PALOP
23/ Susanne Melde (OIM) / Migrações Sul-Sul e desenvolvimento

web
web2

15.02.2013 | par herminiobovino | lisboa, migrações, seminário

The end of the western, LISBOA

Durante duas noites, a dupla Monika Gintersdorfer e Knut Klassen ocupa o Teatro Maria Matos e com os seus atores, bailarinos e mais alguns convidados trazem-nos teatro, dança, música e festa ao ritmo da capital costa-marfinense Abidjan.

Em 2005, Monika Gintersdorfer e Knut Klassen desembarcaram na Costa do Marfim. Foi o início de uma sucessão de trocas artísticas entre a cena de teatro e dança europeia e a da África Ocidental. No entanto, o trabalho desta dupla de artistas germânicos afasta-se consideravelmente do de outros criadores europeus que trabalharam em África. Gintersdorfer & Klassen não procuram uma interculturalidade mutuamente inspiradora e politicamente correta. Eles enfatizam as diferenças entre brancos e pretos e estas constituem a força motora dos seus espetáculos.

SEX 22 FEVEREIRO 21H30   SÁB 23 FEVEREIRO 20H30    Teatro Maria Matos, Lisboa

15.02.2013 | par franciscabagulho | Costa do Marfim, dança contemporanea

Lula Pena feat. Mû. GUARDA

Teatro Municipal da Guarda. Pequeno Auditório. FEV SEX 15 21H30

Lula Pena conheceu o músico guineense Mû há quase duas décadas em Barcelona, onde ambos residiam na altura. “Reza a lenda” que Mû entregou a Lula Pena a gravação de uma canção composta em sua homenagem, fruto do impacto emocional que um concerto da lisboeta lhe tinha provocado no seu íntimo. Estando a cantora então de partida para uma nova etapa da sua vida em Bruxelas, aquele gesto comovente pareceu suspenso no tempo até que um dia, volvidos anos, acidentalmente se cruzaram num estúdio em Lisboa, onde Mû gravava a convite de Jorge Cruz. Tornou-se claro para Lula Pena que o elo de ligação entre a música e a atitude de ambos a integrá-la na sua vida era notório e especial e que uma certa poesia cósmica os tinha aproximado novamente. Este espectáculo do duo mostra em palco uma cumplicidade intensa e partilhada, no qual novos ritmos, cadências e tempos transportam as canções de “Troubadour”, celebrado álbum de 2010 de Lula Pena.

guitarra, voz Lula Pena.   simbi, tonkorongh, harpa, tambor de água 

14.02.2013 | par franciscabagulho | música

"Olhar estrangeiro em territórios conhecidos", de Luisa Mello‏ - Exposição de fotografia

“Olhar estrangeiro em territórios conhecidos”
Exposição de fotografia na Galeria das Salgadeiras.
9.2.2013 | 16.3.2013
Luisa Mello | Fotografia

No arranque das comemorações do décimo aniversário, a Galeria das Salgadeiras apresenta a exposição “Olhar estrangeiro em territórios conhecidos” da artista brasileira Luisa Mello. É a primeira exposição individual da artista na Galeria das Salgadeiras.

Uma instalação de auto-retratos em fotografia impressa em tecido, nos quais a artista aborda a temática do “Silêncio”. O seu próprio corpo, fragmentado e numa representação quase abstracta em tons monocromáticos, onde o “silêncio experimenta a matéria no espaço e no tempo” nas palavras de Luisa Melo. Segundo a artista o “silêncio experimenta a matéria no espaço e no tempo”, nesta sua abordagem fragmentada do seu próprio corpo, quase abstracta.

A exposição estará aberta ao público até 16 de Março de 2013, de Quarta-Feira a Sexta-Feira das 17h às 21h e Sábados das 16h às 21h.

Rua das Salgadeiras, 24 1200-396, Lisboa
Horário | De 4ª a 6ª: 17.00 às 21.00 | Sábado: 16.00 às 21.00
web

14.02.2013 | par herminiobovino | exposição de fotografia, fotografia, lisboa

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Quinta-feira 14 de Fevereiro | 19h
Jardim | 50 MT / Gratuito (membros)

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Contadores: António Chirindza, Enoque Chaúque, Gilberto Malhope.

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14.02.2013 | par herminiobovino | cinema, contos, Maputo, Moçambique