JOÃO CARLOS SILVA – SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE
DIA 26 DE FEVEREIRO, 19H, NA RTP2
DIA 25 MARÇO, na RTP ÁFRICA
João Carlos Silva nasceu em Angolares, em 1956, andarilhou por Angola e Portugal, onde estudou Direito, exerceu jornalismo e se iniciou como artista plástico, para depois regressar às suas ilhas de S.Tomé e Príncipe com novas referências e vontade de “utopiar”. É a sua energia que oferece ao país, pondo mãos à obra. Diz-se um “cozinhador” - e como tal se tornou familiar na televisão pelas experiências dos programas Na Roça com os Tachos e Sal da Língua - arte que põe em prática na Roça de S. João, um projecto turístico eco-cultural em Angolares. Aí preparou os ingredientes da primeira Bienal de Artes em 1995, evento crucial na dinamização da nova arte santomense, e que hoje tem novo fôlego, alimentada por uma geração de artistas que marca já presença no circuito da arte contemporânea internacional. A galeria Teia d’Arte e o novíssimo projecto CACAU – Casa das Artes, Criação, Ambiente e Utopias, onde uma nova geração arregaça às mangas para a cultura e cidadania activas, são outras das criações de João Carlos Silva, e espaços incontornáveis para quem visita S.Tomé.
A primeira exposição do João Carlos, quando regressou ao seu país, chamava-se oportunamente “Fazedor de coisas”, e desde então não parou de fazê-las. Esta é uma viagem pelas outras facetas do cozinhador para quem “a cozinha é um palco, um acto de amor e de cultura”. João Carlos mostra-nos as antigas roças coloniais da sua infância e juventude, a roça D. Augusta, onde ouvimos as histórias de Néné e a roça da Gratidão, onde o pai era o administrador, até chegarmos à actual Roça São João, onde ambiente, património, educação, arte e turismo se reúnem. A hora e meia da cidade, nos Angolares, terra de descendentes de escravos angolanos e do rei Amador que dirigiu uma revolta de escravos em 1595, encontramos um Centro Comunitário de Turismo de Pesca Artesanal, o Hospital de Criação, a associação Roça Mundo, que pretende trazer o mundo até ao local. Na cidade de S.Tomé, a Teia d’Arte mantém da antiga Teia d’Aranha (restaurante fundado pelo pai) o espaço multiusos e as tertúlias, e a ambiciosa CACAU – Casa da Artes, Criação, Ambiente e Utopias, abriu as portas ao encontro, formação, espectáculos, criação de micro-empresas e acções de cidadania activa. João Carlos Silva recorda a euforia com que assistiu à independência e advoga que num país pequeno e com poucos recursos como S.Tomé e Príncipe, urge a imaginação e o espírito empreendedor para estimular a auto-estima, a criação de emprego, a construção da cidadania, em suma, fazer do país um entreposto cultural com a nova geração ao leme.
ler mais aqui no site do EU SOU AFRICA