Encontro reforça articulação entre fundações de língua portuguesa

Repensar o modelo de cooperação para o desenvolvimento, cujos projetos sejam inovadores, dinâmicos, sustentáveis e que realmente promovam o trabalho em rede e o fortalecimento das organizações da sociedade civil. Nesse sentido, que as fundações invistam na formação, na qualificação técnica e na criação de lideranças fortes e fomentem o empreendedorismo e inovação social.

Estes são algumas das conclusões finais do VII Encontro de Fundações da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), que aconteceu em São Paulo e Rio de Janeiro,nos dias 12 e 16 de setembro. Promovido pelo Centro Português de Fundações, Fundação Roberto Marinho e o GIFE, o evento reuniu cerca de 100 representantes das fundações e institutos desses países.

“Os sucessivos encontros têm colocado em evidência o capital de convocação das fundações da CPLP, ou seja, a nossa capacidade de forjar parcerias setoriais ou intersetoriais ou de fazer convergir esforços e vontades, em cada momento, no sentido de encontrar as soluções mais adequadas e sustentáveis para o desenvolvimento das sociedades que procuramos servir”, definiu o presidente do Centro Português de Fundações, Emílio Rui Vilar.
Segundo ele, depois de Portugal, Cabo Verde, Angola, Moçambique e São Tomé e Príncipe, a realização do Encontro no Brasil surgiu como natural. “Os encontros têm uma óbvia dimensão de capacitação institucional das fundações que neles participam e o Brasil se destaca nessa perspectiva.”
Assim, as formas de cooperação entre as fundações entre esses países foi o cerne das discussões, entre elas relação entre as fundações, governos e comunidades no fomento e desenvolvimento de programas sociais, a partir da visão de quem investe.
Mais do que falar sobre sua importância, era pressuposto dos participantes apontarem possíveis formas de incorporar a diversidade de atores na prática das ações que desenvolvem. Sob essa lógica, eles direcionaram seus comentários a dois pontos específicos: o de não fazer para, mas sim com o público a que se quer atender; e, que, trabalhar estrategicamente a partir de uma causa torna mais fácil a mobilização de todos os atores de interesse.
Já em outra mesa, ficou evidente que, para assegurar a sustentabilidade financeira diante das adversidades apresentadas pelo contexto internacional, as fundações devem empreender ações para uma mudança de gestão, tal como uma mudança de cultura nos países.
“As agências de cooperação internacional dizem que vão sair há 10 anos. Agora, saíram. Não dá mais para esperar que os países dependam de recursos internacionais para aprofundar sua democracia”, argumentou a representante da Fundação Ford (Brasil), Ana Toni.
“Para o GIFE, como uma associação de institutos, fundações e empresas, esse Encontro abre a possibilidade de construção de novos vínculos, que pode também contribuir para o processo em curso de ampliação de sua presença internacional – compartilhando experiências e beneficiando-se do conhecimento de outras organizações”, garantiu presidente do Conselho de Governança do GIFE, Denise Aguiar.

A carta final com as conclusões do VII Encontro de Fundações da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), lida ao final do evento, passará ainda por uma consulta com os participantes para ser divulgada oficialmente. Espera-se que o documento contenha os compromissos efetivos do grupo que forma o encontro para os próximos anos de atuação e cooperação.
Rodrigo Zavala

20.09.2010 | par martalanca | Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP)

PROGRAMAÇÃO TODOS OS TERREIROS – Bienal de S.Paulo

25/09 – sábado Terreiro A pele do invisível (filmes)
Filmes - Programa 5 - 15h00.
Surname Viet, Given Name Nam, Trinh T. Minh-ha, 1989, Estados Unidos, 108min.
Rouch in Reverse, Manthia Diawara, 1995, Estados Unidos e Reino Unido, 52min.
Margem, Maya Da-Rin, 2007, Brasil, Colômbia e Peru, 64min.

Performances
18h00 - Sue Tompkins – a artistas faz performance diante de seus desenhos.
Lygia Pape –  “Divisor” - Marquise. Início às 11hs
Paulo Bruscky – “Fogueira de gelo” – em frente à entrada da exposição

Terreiro O outro, o mesmo (performances)
11h00 – Balé da Cidade de São Paulo e Quarteto de Cordas. O Balé da Cidade apresenta uma versão da obra recente Crônicas do Tempo montada convebida para o Terreiro de Performances
13h00 – Balé da Cidade de São Paulo e Quarteto de Cordas. O Balé da Cidade apresenta uma versão da obra recente Crônicas do Tempo montada convebida para o Terreiro de Performances

Terreiro Eu sou a rua (conversas / debate)

14h00 -  Antonio Macotela - O Jovem artista mexicano conversa com o público sobre seu projeto para a 29a.
16h00 - Joseph Kosuth - Joseph Kosuth, pioneiro da arte conceitual, reflete sobre seu texto “Art After Philosphy” e apresenta suas obras recentes.

26/09 - domingo
A pele do invisível

Filmes - Programa 6 – 15hs
Surname Viet, Given Name Nam, Trinh T. Minh-ha, 1989, Estados Unidos, 108min.
Rouch in Reverse, Manthia Diawara, 1995, Estados Unidos e Reino Unido, 52min.
Margem, Maya Da-Rin, 2007, Brasil, Colômbia e Peru, 64min.

Terreiro Eu sou a rua (conversas e debates)
13h00 - Cartoons Políticos - Humor e Política - Jean Plantu e Chico Caruso - a Bienal promove um debate sobre o potencial crítico do cartoon e de outras formas de sátira política, e sobre as tentativas recentes de controle e censura do humor político no Brasil e no mundo.

17h30 - Pedro Barateiro - Apresentação de leitura performática do artista português Pedro Barateiro, desenvolvida para a Bienal de São Paulo.

Terreiro O Outro, o Mesmo ( performances)

15h00 - Bailado do Deus Morto – O Teatro Oficina encena, dentro da Bienal, a peça “O Bailado do Deus Morto”, de Flávio de Carvalho, de 1933. Direção: José Celso Martinez. Produção: Fábio Delduque

27/09 – 2af
Performances
18h00 - Sue Tompkins – a artistas faz performance diante de seus desenhos.

Terreiro A pele do invisível
Filmes – Programa 7 - 10h, 13h, 16h
Ulysse, Agnès Varda, 1982, França, (22min.);
Sylvia Kristel – Paris, Manon de Boer, 2004, Holanda, (40min.);
A Letter to Uncle Boonmee, Apichatpong Weerasethakul, 2009, Tailândia, Reino Unido e Alemanha, (17min.);
66 Scenes from America, Jørgen Leth, 1982, Dinamarca, (39min.);
Parque de la Memoria - Monumento a las Víctimas del Terrorismo de Estado, Eduardo Feller, 2010, Argentina, 25min.

Eu sou a Rua
17h00 - Nora Hochbaum, Florencia Battiti, (Parque de la Memoria) Marcio Seligmann (UNICAMP) , Cecília Maria Bouças (Tortura Nunca Mais). – O debate discute as estratégias para transformar em fala coletiva a memória da ditadura na América Latina.

28/09 – 3a feira
Terreiro A pele do invisível

Filmes - Programa 8 - 10h30 e 15h00
Journeys from Berlin/1971, Yvonne Rainer, 1980, Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha, 120min.
Reminiscences of a Journey to Lithuania, Jonas Mekas, 1972, Estados Unidos e Alemanha, 78min.

Terreiro Eu sou a rua
17h00 - Jonathas de Andrade e Gabriela Salgado -  O debate tem como ponto de partida a obra criada por Jônathas para a Bienal, desenvolvida através da discussão sobre os cartazes associando imagens e palavras usados por Freire.

29/09 – 4af
A pele do invisível (filmes)

Filmes - Programa 9 – 9h00 e 12h00
Xarabovalha, Heloisa Buarque de Holanda, Brasil, 13min.
Pátio, Glauber Rocha, 1959, Brasil, 11min.
Frantz Fanon, Isaac Julien, 1996, Reino Unido, 70min.
‘Âshûrâ’: This Blood Spilled in My Veins, Jalal Toufic, 2002, Líbano, 81min.

16h00 - Mutirão - Graziela Kunsh - O Projeto Mutirão é uma obra processual que acontece na forma de conversas/apresentações únicas que documentam a produção coletiva de uma outra cidade.

30/09 – 5af
Neste dia, o Consulado da Holanda no Brasil apresenta uma programação de performances, palestras e filmes holandeses nos Terreiros da 29a Bienal de São Paulo, durante todo o dia.

A pele do invisível (filmes)
Filmes - Programa 10 - 09h15, 13h30
Otolith Group I, Otolith Group, 2009, 22min.
Otolith Group II, Otolith Group, 2009, 48min.
Otolith Group III, Otolith Group, 2009, 49min.
Handsworth songs, Black Audio Film Collective, 1986, Reino Unido, 61min.
Signs of Empire, Black Audio Film Collective, Reino Unido, 15min.
Image of Nationality, Black Audio Film Collective, Reino Unido, 15min.

01/10 – 6af
A pele do invisível (filmes)

Filmes - Programa 1 – 10h00, 14h30, 18h20
Iluminai os Terreiros, Eduardo Climachauska, Gustavo Moura e Nuno Ramos, 2006, Brasil, 44min.
New Babylon de Constant, Victor Nieuwenhuijs e Maartje Seyferth, 2005, Holanda, 13min.
Brasília, contradições de uma cidade nova, Joaquim Pedro de Andrade, 1967, Brasil, 30min.
Ya es tiempo de Violencia, Enrique Juarez, 1969, Argentina, 45min.
100comédia 3, Cripta Djan, 2008, 44min.
Tombée de Nuit sur Shangaï, Chantal Akerman, 2007, Bélgica, 15min

02/10 – sábado
A pele do invisível (filmes)

Filmes - Programa 2 – 14h00, 18h00
Prison Images , Harun Farocki, 2000, Alemanha, 50min.
Baghdad in no Particular Order, Paul Chan, 2003, 51min.
Cabra Marcado para Morrer, Eduardo Coutinho, 1984, Brasil, 116min.

Eu sou a Rua (conversas e debates)
16h - Marilena Chauí  - A Filósofa e professora inicia uma série semanal de conversas com o público sobre assuntos e obras da 29a Bienal de São Paulo. As conversas acontecem em 2, 9, 16 e 23 de outubro, sempre às 16hs

 

03/10 - domingo
A pele do invisível

Filmes - Programa 2 – 13h00.

Intervista, Anri Sala, 1998, Albania, 25min.
Olhar em segredo, Arthur Omar, 2009, Brasil, 35min.
Double Take, Johan Grimonprez, 2009, Bélgica, Alemanha e Holanda, 80min.

16h00 - Mutirão - Graziela Kunsh - O Projeto Mutirão é uma obra processual que acontece na forma de conversas/apresentações únicas que documentam a produção coletiva de uma outra cidade.

O outro, o mesmo

18h00 – Leitura -  Bailado do Deus Morto - Entre os dias 03 e 6 de outubro, sempre às 18hs, atores do Movimento Bixigão  fazem leituras dramáticas de excertos de “O Bailado do Deus Morto”, de Flávio de Carvalho, em diálogo com o espaçø do terreiro “O Outro, o mesmo”

04/10 – 2af
A pele do invisível

Filmes - Programa 4 – 10h15; 14h40
Pachamama, Eryk Rocha, 2008, Brasil, 115min.
Pacific, Marcelo Pedroso, 2009, Brasil, 73min.
Superoutro, Edgard Navarro, 1989, Brasil, 45min.

Eu sou a rua
17h00 - Buala - Marta Lança e Marta Mestre - Marta Lança e Mestre irão apresentar o site Buala, que propõe uma discussão sobre a arte africana contemporânea, afirmando a necessidade de fortalecimento do intercâmbio entre países da esfera lusofônica.

O outro, o mesmo
18h00 - Leitura do Bailado do Deus Morto - Entre os dias 03 e 6 de outubro, sempre às 18hs, atores do Movimento Bixigão  fazem leituras dramáticas de excertos de “O Bailado do Deus Morto”, de Flávio de Carvalho, em diálogo com o espaço do terreiro “O Outro, o mesmo”

05/10 – 3af
A pele do invisível

Filmes - Programa 5 - 10h15
Surname Viet, Given Name Nam, Trinh T. Minh-ha, 1989, Estados Unidos, 108min.
Rouch in Reverse, Manthia Diawara, 1995, Estados Unidos e Reino Unido, 52min.
Margem, Maya Da-Rin, 2007, Brasil, Colômbia e Peru, 64min.10h15 - 14h00 -

A pele do invisível - Eventos
15h00 - Tape Deck Solos - Tape Deck Solos, projeto do artista Gabriel Menotti é uma série de quatro exibições comentadas de material bruto registrado em fita magnética. A cada sessão, diferentes gêneros característicos do vídeo são examinados por Menotti e convidados.

O outro, o mesmo
18h00 - Leitura do Bailado do Deus Morto - Entre os dias 03 e 6 de outubro, sempre às 18hs, atores do Movimento Bixigão  fazem leituras dramáticas de excertos de “O Bailado do Deus Morto”, de Flávio de Carvalho, em diálogo com o espaço do terreiro “O Outro, o mesmo”

06/10 – 4af
A pele do invisível

Filmes - Programa 6 – 10h15hs
Surname Viet, Given Name Nam, Trinh T. Minh-ha, 1989, Estados Unidos, 108min.
Rouch in Reverse, Manthia Diawara, 1995, Estados Unidos e Reino Unido, 52min.
Margem, Maya Da-Rin, 2007, Brasil, Colômbia e Peru, 64min.

A pele do invisível - Eventos

15h00 - Tape Deck Solos - Tape Deck Solos, projeto do artista Gabriel Menotti é uma série de quatro exibições comentadas de material bruto registrado em fita magnética. A cada sessão, diferentes gêneros característicos do vídeo são examinados por Menotti e convidados.

O outro, o mesmo
18h00 - Leitura do Bailado do Deus Morto - Entre os dias 03 e 6 de outubro, sempre às 18hs, atores do Movimento Bixigão  fazem leituras dramáticas de excertos de “O Bailado do Deus Morto”, de Flávio de Carvalho, em diálogo com o espaço do terreiro “O Outro, o mesmo”.

07/10 – 5af
Maurício Ianês - Glossolália  Em 07 / 10, o artista inicia seu projeto “Glossolália” artista irá recepcionar o público na vizinhança de diversos terreiros, durante todo o dia, estabelecendo um diálogo com este com o objetivo de coletar depoimentos escritos ou falados. Ao final de 20 dias, realiza-se um grande evento de leitura simultânea dos relatos coletados, em data ainda a ser definida.

A pele do invisível
Filmes – Programa 7 - 09h15; 11h50; 18h00
Ulysse, Agnès Varda, 1982, França, (22min.);
Sylvia Kristel – Paris, Manon de Boer, 2004, Holanda, (40min.);
A Letter to Uncle Boonmee, Apichatpong Weerasethakul, 2009, Tailândia, Reino Unido e Alemanha, (17min.);
66 Scenes from America, Jørgen Leth, 1982, Dinamarca, (39min.);
Parque de la Memoria - Monumento a las Víctimas del Terrorismo de Estado, Eduardo Feller, 2010, Argentina, 25min.

A pele do invisível - Eventos
15h00 - Tape Deck Solos - Tape Deck Solos é uma série de quatro exibições comentadas de material bruto registrado em fita magnética. A cada sessão, diferentes gêneros característicos do vídeo são examinados.

Eu sou a Rua
18h00 - Marcius Gallan + José Augusto Ribeiro - Marcius Galan conversa com o público sobre seu projeto para a  29a Bienal, “Ponto em escala real”, em companhia de José Augusto Ribeiro.
20h00 - Henrique Oliveira + Ricardo Rezende - Henrique Oliveira conversa sobre seu projeto para a 29a Bienal, “Origem do Terceiro Mundo”, em companhia de Ricardo Resende.

08/10  - 6af
A pele do invisível
Terreiro A pele do invisível

Filmes - Programa 8 – 9h00, 12h00 e 18h00
Journeys from Berlin/1971, Yvonne Rainer, 1980, Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha, 120min.
Reminiscences of a Journey to Lithuania, Jonas Mekas, 1972, Estados Unidos e Alemanha, 78min.

A pele do invisível - Eventos
15h00 - Tape Deck Solos - Tape Deck Solos é uma série de quatro exibições comentadas de material bruto registrado em fita magnética. A cada sessão, diferentes gêneros característicos do vídeo são examinados.

O outro, o mesmo
Movimento Bixigão  - O Bailado do Deus morto – O grupo Movimento Bixigão, formado por atores do Teatro Oficina e jovens da comunidade do Bixiga encenam a peça de Flávio de Carvalho, de 1933. Direção: Luciana Brittes. Produção: Fábio Delduque

20.09.2010 | par martalanca | Bienal de S.Paulo, Terreiros

Concurso criação logotipo para Instituto da África Ocidental

20.09.2010 | par franciscabagulho | África Ocidental, cabo verde, design

R.I.P. Benoît FOSSOUO

Artista camaronês praticamente desconhecido e ignorado na sua comunidade, habitava e trabalhava à saída de Bandjoun, na estrada internacional em direcção a Douala.

O seu trabalho, espécie de “primitivismo autodidacta” (Jean-Loup Amselle) caracteriza-se por uma pesquisa de signos da natureza e da cultura baseada na caligrafia (inscrições a partir do seu nome, com as cores das decorações das casasbamiléké), na assemblage de objectos encontrados (com recurso à feitiçaria local), ou na criação de “lugares” (a “banca de venda de frutas”, o “ninho de ovos”, a “passagem secreta” para armazenar comida e material).

Profeta africano, na senda de um Frédéric Bruly Bouabré (Costa do Marfim), ou Paulo Kapela (Angola). 

Morreu no hospital de Dschang Ouest Cameroun.

Sobre ele escreveu-nos Barthélémy Toguo: “ij était un créateur hors norme pour moi, nous avions une complicité forte et toujours riche en émotions. Dans toute sa vie, il n’avait jamais été compris par sa famille et son entourage. Homme Paria dans la communauté, Bernard Fossouo restera pour moi comme un artiste dévoué dans son travail avec une inspiration foisonnante, prolifique, un génie”.

 

20.09.2010 | par martamestre | Benoît Fossou

Música do Dia: O Rappa - Minha Alma (A Paz Que Eu Não Quero)

 

Esses manos misturaram Reggae, Rock, Rap e alguma MPB, a esse caldeirão sonoro eles adicionaram letras politizadas e poéticas e conseguiram chamar a atenção do Brasil. O Rappa lançou em 1999 o álbum Lado B Lado A, um dos seus mais emblemáticos e da época que Marcelo Yuka ainda era o letrista e baterista da banda e O Rappa tinha as suas letras mais afiadas, altamente recomendado.

20.09.2010 | par keitamayanda

Fotografias de Luis Abelard a 24 artistas moçambicanos

“Com as Mãos”, de Luis Abelard

Apresentação no dia 23 de Setembro às 18h30, por Alexandre Pomar

Na Livraria Babel (metro S. Sebastião, Lisboa)

19.09.2010 | par martamestre | fotografia moçambicana, Luis Abelard

na Soso, S.Paulo

18.09.2010 | par martalanca

Batida Peixe Frito - Luanda

18.09.2010 | par martalanca

Literaturas africanas de expressão portuguesa são tema principal da Plural Pluriel

  As literaturas africanas de língua portuguesa estão em destaque no número 6 da revista Plural Pluriel - Revue des Cultures de Langue Portugaise (Primavera-Verão 2010), publicada pelo Departamento de Estudos Lusófonos da Universidade de Paris Ouest Nanterre La Défense.

De acordo com os seus editores, a Plural Pluriel previu desde a sua criação consagrar um número às literaturas africanas: “hoje em dia, elas ultrapassam o estado de emergência em que estiveram acantonadas durante muito tempo, para atingir um nível de serena maturidade, em que se misturam os anciãos - Pepetela, Luandino Vieira -, os mestres, lidos, traduzidos e adaptados - Mia Couto e poucos mais - e uma numerosa geração, já impaciente, de autores de Cabo Verde, da Guiné-Bissau, de Angola e de Moçambique, vivendo ou não nos seus países”.
O número, organizado por José Manuel da Costa Esteves, responsável pela Cátedra Lindley Cintra do Instituto Camões da Universidade Paris Ouest, é também uma homenagem a Michel Laban, professor, investigador e tradutor, falecido em 2008. A revista inclui textos de Maria Helena Araújo Carreira, Adriano Alcântara, Alberto Carvalho, entre outros. Na secção “documentos”, quatro escritores africanos - Mia Couto, Ondjaki, Carmén Tindó e Abdulai Sila - homenageiam o seu tradutor e amigo.
Como habitualmente, a revista dá igualmente conta da mais recente actividade e das iniciativas desenvolvidas pelo CRILUS - Centro de Pesquisas Interdisciplinares sobre o Mundo Lusófono.

 

tirado de Cena lusófona

18.09.2010 | par martalanca | literaturas africanas

Soso Arte Contemporânea Africana

Amanhã (sábado - 08/09) é o último dia para conferir as exposições em cartaz na SOSO arte contemporânea africana e no Espaço Cultural SOSO+: Kiluanji Kia Henda e Segunda Ponte.
Kiluanji busca levar os espectadores a refletir sobre a contemporaneidade e seu reflexo nas sociedades, como as alterações dos hábitos e costumes que ocorrem a todo instante, utopias que pretendem antecipar um futuro possível, ou ainda a implantação de novos elementos da globalização na paisagem. Num estilo experimental, com ironia apurada, conjuga a linguagem da foto-reportagem com a da fotografia conceitual.

A Segunda Ponte é parte de um projeto maior, o 3PONTES, que integra a II Trienal de Luanda e, a convite da Fundação Sindika Dokolo, tem curadoria de Daniel Rangel, diretor de Museus do Instituto do Patrimônio Artístico e Culturaigl da Bahia. Ao todo, o projeto levará o trabalho de 20 artistas contemporâneos baianos a Luanda, fortalecendo um processo de trocas e intercâmbio cultural entre Angola e Bahia. Integram a Segunda Ponte os artistas: com Adriana Araújo, Caetano Dias, Glauber Rocha, Ieda Oliveira, Maxim Malhado, Marepe, Sarah Hallelujah e Virgínia de Medeiros.

Espaço SOSO+ (av. São João, 284, São Paulo-SP; de terça a sexta, das 11h às 19h, e aos sábados, das 11h às 17h)

18.09.2010 | par martalanca | kiluanji kia henda

pensar o Torre Bela

17.09.2010 | par martalanca

Lançamento de livro do José Luís Mendonça

Poesia Manuscrita pelos Hipocampos de José Luís Mendonça (Chá de Caxinde) - apresentação em mesa redonda pelos escritores e professores Abreu Paxe e  António Quino na União  dos Escritores Angolanos, 23 de setembro, às 18 h.
pintura de Thó Simõespintura de Thó Simões“No princípio era o hipocampo. E o hipocampo se fez poema e habitou entre nós. A sua beleza ofuscava. As suas crinas acendiam a luz do mundo e o seu voo milimétrico exumava o sal da Terra. Com essa luz e esse sal modelávamos a alma do tempo no interior de uma percussão de marimbas. “E disse Deus: Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num lugar; e apareça a porção seca; e assim foi. E chamou Deus à porção seca Terra; e ao ajuntamento das águas chamou Mares. [Génesis 1:9,10]” Então o hipocampo abraçou as correntes marítimas, o poema se fez mar e, nas esquinas do tempo, ficou apenas uma arqueologia de estrofes, sinais de búzios gravados em inesperada poeira de estrita ressonância mitológica. Comecei a ler e a registar as marcas da escrita dos hipocampos em 2004, quando circulava por Dakar, Senegal. Em 2006, na Índia, Chenai, eles cantaram e dançaram para mim nos grandes boulevards de solidão interior, em momentâneos sonhos. A partir desse ano, fui atirado como o “batêau ivre” de Rimbaud, para dentro da grande corrente fria de Benguela onde me vi subitamente escorté des hippocampes noirs. Ao desembarcar, recolhi, decifrei e restaurei a grande maioria dos seus manuscritos sobrantes nas praias do Cabo Ledo, província do Bengo, na baía de Luanda, na Ilha de Nossa Senhora do Cabo e noutras cidades costeiras de Angola. A minha estadia em Paris, a partir de 2008, permitiu recuperar outros resquícios do mar da memória. São esses versos ou falas de hipocampos, linguagem do sal e das águas, linguagem da intimidade revelada à luz branca de cada página, que esses minúsculos peixes-cavalo aqui dão à estampa”.

17.09.2010 | par martalanca | hipocampos, José Luís Mendonça

O NOVÍSSIMO TESTAMENTO, de Mário Lúcio Sousa

«[…] segundo o que o povo contava, o menino abotoava roupas com assobios, desde a mais tenrinha idade que atacava bibes, calções, batas e pijamas com assobios, e ali mesmo, diante de toda a gente, estando a brincar de roda frente a Jesus, também o tinha feito, mas ninguém tinha dado por ele, e ficou Jesus incomodada com a descrição, Jesus não concebia que por um tal infantil motivo fosse uma criatura inocente encomendada à morte precoce e enclausurada pelo resto da vida, e eis que as Marias, dando credo aos contos populares, continuaram a apresentar o anónimo dizendo que, por azar, o menino tinha nascido com uma incorrigível virtude de bom e viciado assobiador, e assim como abotoava as suas roupas, também desabotoava as dos outros, por pura distracção, todas as crianças adoram chichorrobiar à toa e era isso que tinha ditado a sua sina, a criança não podia ir à missa, nem à escola, nem às procissões, nem assomar-se à janela sequer, e muito menos maravilhar-se como toda e qualquer criatura, o garoto não podia emitir sequer um desses silvos que todo o ser humano acrescenta para realçar o espanto, porque punha todo o mundo a nu, até o rei, mas menino faz exactamente aquilo que se lhe interdita e, por isso, o pequenote teve de ser considerado besta e condenado às masmorras domésticas porquanto nem todos os parentes e vizinhos aceitaram substituir nas suas e nas vestes das suas filhas botões por fechos e colchetes e também não estavam dispostos a ver-se nus na praça pública […]»

17.09.2010 | par martalanca | Mário Lúcio Sousa

"Luanda's Dreams" de Benjamin Sabby

14 a 26 de Outubro no Centro Cultural Português - Luanda
Heroínas II (Nossas Zungueiras de Todos os Dias), acrílico s/ tela, 140 x  100 cm, 2010Heroínas II (Nossas Zungueiras de Todos os Dias), acrílico s/ tela, 140 x 100 cm, 2010

 

 

 

 

 

 

Esta exposição de pintura e instalação, aborta aspectos da vida cidade de Luanda, os contrastes, as singularidades e outros pormenores. Todas as obras têm como fundo a relação entre os edifícios novos imponentes e os musseques, uma coabitação entre o novo e o velho. Este artista plástico angolano vive e trabalha em Luanda, é membro da União Nacional de Artistas Plásticos  e professor de Educação Visual. Como curador produziu exposições dos pintores VAN, Ana Silva e Paulo Kussy.Made in Angola, acrílico s/ tela, 140 x 140 cm, 2010Made in Angola, acrílico s/ tela, 140 x 140 cm, 2010

 

17.09.2010 | par martalanca | Benjamin Sabby

vidas de artistas

17.09.2010 | par martalanca

Programa de Bolsas para Artistas UNESCO-Aschberg

O Programa de Bolsas para Artistas UNESCO-Aschberg orgulha-se de anunciar a abertura de candidaturas 2011. O Programa promove a mobilidade de jovens artistas através de residências artísticas no estrangeiro.

As candidaturas estão abertas a artistas visuais, escritores criativos e músicos com idades compreendidas entre os 25 e os 35 anos.

Para consultar a lista de bolsas disponíveis para 2011 visite por favor o website. Irá encontrar links directos para instituições e instruções completas sobre os procedimentos de candidatura e respectivos prazos.

17.09.2010 | par martalanca | bolsas

Dockanema pluritemático

Futebol

Neste tema vamos ter cerca de 10 filmes. Quisemos aproveitar um pouco a onda do Mundial que há pouco terminou aqui no país vizinho. Os filmes, de diferentes origens, propõem uma reflexão sobre o futebol, sobretudo como fenómeno sociocultural e até político. Outros são mais biográficos, focando futebolistas como Maradona, Erik Cantona ou o brasileiro Garrincha. “Mundialito”, do uruguaio Sebastián Bednarik, é uma estreia absoluta em festivais. É um filme lindíssimo sobre como o Uruguai, apesar de não ter dinheiro, conseguiu organizar o Mundialito, um torneio com todos os campeões do mundo para celebrar o cinquentenário do primeiro campeonato do mundo que eles tinham ganho em 1930, a jogar em casa.

Quem acabou por conseguir viabilizar o torneio foi Sílvio Berlusconi, então um ilustre desconhecido, que, ao estabelecer conexão com um traficante de armas que tinha muito dinheiro para lavar, garantiu a realização da prova, paga com os direitos televisivos. O torneiro realizou-se e foi ganho pela selecção da casa. Berlusconi começou aí a construir a sua fortuna.”

Ritmos Urbanos

“Trata-se de um conjunto de filmes que retratam realidades difíceis, nalguns casos mesmo violentas, que acontecem em espaços urbanos africanos ligados à cultura subterrânea ou marginal. Versa sobre uma cultura marginal, que não existe nos circuitos de difusão dessas cidades ou países, mas que não deixa de exprimir retratos bastante acutilantes das situações socioeconómicas e políticas que vivem nessas cidades e países.”

A acção decorre em grandes metrópoles africanas como Luanda, Kinshasa, Maputo ou Durban. Estes “marginais” resistem através da criação artística, sobretudo da música e da pintura. É gente que se exprime, que contesta o status quo das coisas, e que, com estes filmes, tem a possibilidade de fazer ouvir a sua voz. –

Porquê a democracia?

Em inglês “Why Democracy?”. É um conjunto de documentários produzido por várias cadeias de televisão, mas que, por determinadas razões, atingiu um número muito restrito de telespectadores. São documentários produzidos para a BBC, ARTE, canais australianos e de países nórdicos. Alguns destes filmes já passaram em Moçambique, na STV, mas, devido à hora tardia, tiveram muito pouca visibilidade. Os filmes respondem a algumas questões como: “Porque é que utilizamos a democracia? Como é que funciona a democracia? Como ela é utilizada para esconder outras coisas? Embora cada um dos filmes retrate situações particulares, há coisas que são universais como as eleições, a questão do género, o ambiente, os direitos humanos, e todas as suas problemáticas associadas a este contexto.

Retrospectiva 50 anos de independências africanas

Muitos países de África completam este ano (2010) 50 anos como países independentes. É, por isso, uma boa altura para se fazer uma retrospectiva. Maioritariamente, dizem respeito à independência da África francófona. Penso que é um momento importante sobre o qual é necessário reflectir para saber onde estamos 50 anos após o sonho de muitos. São filmes recentes muito baseados na memória daqueles primeiros anos, dando a conhecer figuras que tiveram um papel muito importante nesses anos, como Patrice Lumumba, Amílcar Cabral, Frantz Fanon, Ben Bella, e Leopold Senghor.

Produção Nacional

A produção nacional irá ter também o seu destaque. É muito interessante porque todos os anos fico surpreendido com o número de filmes produzidos aqui em Moçambique e que ninguém vê, embora tivessem sido realizados para diversos propósitos. Outros foram mesmo efectuados por iniciativa própria, em deficientes condições técnicas, mas mesmo assim merecem ser exibidos.

Como não existe um circuito estruturado para passar estes filmes, o Dockanema acaba por ser o seu momento áureo, podendo até ser, depois daqui, exibidos noutros festivais. Já tem acontecido isso. Ao todo irão ser exibidos 14 filmes nacionais. No final, aos que o criticam dizendo que o festival é elitista e que o povo não tem acesso a ele, Pedro Pimenta defende-se: “O festival, em si, não é elitista, a estrutura de difusão deste país e desta cidade é que é elitista. Não sai do centro, não se criam alternativas, acho que não cabe a mim criar isso.”

 

17.09.2010 | par martalanca | Dockanema

Cinco finalistas do BESPhoto são de Portugal, Angola, Moçambique e Brasil

Cinco candidatos seleccionados de quatro países lusófonos representados: Portugal, Brasil, Angola e Moçambique. Assim determinou o júri do Prémio BESPhoto 2011, na primeira edição aberta aos artistas de expressão portuguesa no Brasil e Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) desde que o prémio foi lançado em 2004.

Esta sétima edição adquire estatuto internacional também pela itinerância. Os cinco escolhidos vão apresentar, pela primeira vez, o seu trabalho na Pinacoteca de São Paulo (em Julho e Agosto de 2011) depois da habitual exposição no Museu Colecção Berardo em Lisboa, entre 14 de Março e 13 de Junho. Depois das mostras, será anunciado o vencedor. O prémio terá um valor pecuniário (40 mil euros) superior ao habitual.
Ao angolano Kiluanji Kia Henda (Luanda, 1979), escolhido pelo “trabalho desenvolvido em torno da sua experiência da história recente de Angola”, juntam-se os portugueses Carlos Lobo (Guimarães, 1974) de quem o júri realça “a precisão da sua abordagem à fotografia da paisagem urbana” e Manuela Marques, notada pela “sua poética da intimidade expressa em diversos projectos”.
exposição de Kiluanji Kia Hendaexposição de Kiluanji Kia HendaMas integram também o grupo final o moçambicano Mário Macilau (Maputo, 1984), do qual o júri refere “a qualidade da sua representação do panorama social e cultural de Moçambique” e o brasileiro Mauro Restiffe (São José do Rio Pardo, 1970), escolhido pelo “uso que faz da tradição da história da fotografia na tomada de paisagens contemporâneas”.
O júri é composto pelo curador, crítico de arte e professor Delfim Sardo, por Portugal, Bisi Silva, a curadora e fundadora-directora do Centro de Arte Contemporânea de Lagos, na Nigéria, por África, e pelo Brasil o curador e crítico de arte Ivo Mesquita. A selecção dos candidatos foi feita a partir de exposições e edições realizadas em suporte fotográfico no último ano.

17.09.2010 | par martalanca

Crianças de lugar nenhum

Fotografias de Mauro Pinto*

Existe, em Maputo, um lugar que se chama Chiango.

“Chiango”, um nome bonito para nomear um lugar impensável – um lugar sem infância, pintado a preto e branco.

No interior de minúsculas “casas-caixões” e de alguns blocos apertados de cimento que servem de dormitório, vivem crianças que a sociedade moçambicana marginalizou e chamou de “fora da lei”. Classificados e normatizados como “infractores” pelo sistema judiciário, os nomes destas crianças foram esquecidos na gaveta de um grande e imponente edifício a que chamamos de “LEI”.

Com o passar do tempo, lentamente, os seus rostos e corpos foram também desaparecendo da memória de quem legislou as suas infâncias. Arquivadas em beliches enferrujados, uma por cima da outra, tal como se faz com caixas de papelão, estas crianças foram enviadas para um lugar de destino nenhum.

Sem água e energia, sem estrutura alguma para inseri-las de volta na sociedade, crianças e jovens, irmãs e avós tornadas mães, vivem nestes “campos de reeducação”, totalmente privados de educação.

Que justiça é esta? – é o que se pergunta o fotógrafo Mauro Pinto na viagem que faz para este “lugar nenhum”.

Através do seu olhar, tecido com cuidado ao longo das linhas que desenham estes rostos “desaparecidos”, percebemos que nas curvas deste lugar quadrado e asséptico, algo pulsa de vida e de infância. Por detrás dos rostos tornados visíveis pela imagem, dos brinquedos e objectos que emergem redondos das linhas rectas de cada beliche e colchão, dos desenhos tortos pintados à carvão, pendurados e inscritos nas paredes brancas, espreita a infância e o desejo pela cor.

Cada fotografia contida nesta série consiste num acto de coragem.

Cada fotografia insiste como um ponto de interrogação nas nossas “Leis” e instituições.

Cada fotografia exige que imaginemos uma outra “Lei”, outra “infância”, outro lugar que não seja em lugar nenhum.

 

Camila de Sousa



* Mauro Pinto participará em El Ojo Salvaje, Mês de Fotografia no Paraguay a partir de 23 de setembro. A sua exposição terá lugar no Centro de Artes Visuais/Museo do Barro.

16.09.2010 | par martalanca | Mauro Pinto

Saul Williams no Bairro Alto!

Muito boa entrevista sobre o trabalho do músico, performer, poeta, músico norte-americano. Aqui

16.09.2010 | par martalanca | Saul Williams