Centro Cultural Brasil-Moçambique - Av. 25 de Setembro, nº 1728, Maputo
Entrada Gratuita
A parceria estabelecida entre a Fundação PLMJ e o DOCKANEMA – Festival do Filme Documentário, que se manifestou na mostra “25 Frames por Segundo em Moçambique - Vídeos da Colecção da Fundação PLMJ e de Artistas Moçambicanos”, apresentada em edições anteriores do festival, apresenta este ano a mostra dasOBRAS SELECCIONADAS DO PRÉMIO FUNDAÇÃO PLMJ DE VÍDEO-ARTE DA CPLP, incluindo a vencedora desta iniciativa: “Between Moment – Red, Green, Black”, de Berry Bickle.
O Prémio, promovido com o apoio do Instituto Camões, resulta do lançamento de um concurso aberto a artistas nascidos ou residentes em países membros da CPLP, com periodicidade anual. Através da mostra das obras seleccionadas, parte integrante da programação DOCKANEMA, a vídeo-arte marca novamente presença no festival. O programa, a ser visionado no dia 13 de Setembro, inclui as obras “Lusoviventes”, de Fabiano Jota (Brasil), “Between Moment – Red, Green, Black”, de Berry Bickle, “Dois Duas”, de Mariana Carrilho, “Fazer a Mala”, de Maimuna Adam, “80.000”, de David Aguacheiro e “Angústia”, de Mário Macilau (Moçambique).
A Fundação PLMJ, instituída pela sociedade de advogados PLMJ, A.M. Pereira, Sáragga Leal, Oliveira Martins, Júdice e Associados, em Lisboa, é uma das mais importantes instituições culturais de natureza privada em Portugal. Activa ao longo da última década, a Fundação PLMJ constitui uma colecção de arte de artistas portugueses contemporâneos, programa o seu próprio espaço expositivo e organiza exposições, livros e outros projectos. Recentemente, a sua acção alastrou-se aos membros da CPLP, desenvolvendo a Fundação um acervo de obras de artistas da CPLP e promovendo e patrocinando múltiplos projectos.
O GLM – Gabinete Legal Moçambique, membro da PLMJ International Network, promove a actividade da Fundação PLMJ em Moçambique. A mostra das OBRAS SELECCIONADAS DO PRÉMIO FUNDAÇÃO PLMJ DE VÍDEO-ARTE DA CPLP prolonga a actividade da Fundação PLMJ no domínio da vídeo-arte a Moçambique, contribuindo para a divulgação deste meio de expressão no país e a divulgação de artistas moçambicanos a nível internacional.
O DOCKANEMA – Festival do Filme Documentário, este ano na sua 6ªa edição, exibe, de 9 a 18 de Setembro, mais de 80 filmes e diversas actividades culturais paralelas no Centro Cultural Franco-Moçambicano, Centro Cultural Brasil-Moçambique e no Teatro Avenida.
Para mais informações, contactar Rita Neves através do email ritaneves90@gmail.com ou do tlm. 827881852
Av. Agostinho Neto ( Junto ao centro Cultural Universitario)
No âmbito da Feira do Livro de Maputo 2011, o Dockanema (Festival do Filme Documentário) organiza, em parceria com a Escola de Comunicação e Artes da Universidade Eduardo Mondlane, um encontro-palestra com o historiador belga Guido Convents, autor do livro Os Moçambicanos Perante o Cinema e o Audiovisual. Uma história político-cultural do Moçambique colonial até à República de Moçambique (1896-2010).
O encontro contará com a presença de Nataniel Ngome, director da ECA, e outras destacadas figuras do meio cultural, intelectual e artístico. A iniciativa insere-se no projecto mais amplo do Dockanema, que desde 2006 tem vindo a contribuir para o debate em torno das questões relacionadas com cinematografia em Moçambique e África.
Especializado em cinema não-ocidental, Guido Convents é autor de diversas obras sobre cinema africano e co-fundador do Afrika Filmfestival, de Leuven (Bélgica). Ao fim de uma década de intensa investigação, lança agora a obra Os Moçambicanos Perante o Cinema e o Audiovisual, num evento que terá lugar dia 30 de Abril, pelas 19h, na Feira do Livro de Maputo (FEIMA).
A obra é financiada pela Cooperação Belga e Agência Suíça para o Desenvolvimento e Cooperação, contando com o apoio da UNESCO, do Governo Flamengo, da Associazione Centro Orientamento Educativo de Itália e do Fundo Pascal Decroos.
Sinopse
Os Moçambicanos têm uma história e uma cultura cinematográfica e audiovisual fascinantes. Logo após o nascimento do cinema, foram confrontados com essa invenção que era ao mesmo tempo uma arte e um instrumento de propaganda.
A obra “Os Moçambicanos Perante o Cinema e o Audiovisual”, do historiador belga Guido Convents, é o primeiro registo impresso sobre o percurso da sétima arte em Moçambique, desde as primeiras expressões durante o regime colonial até às mais recentes empreitadas da contemporaneidade. Com uma profunda abrangência de épocas e intervenientes, o livro é mais do que uma cronologia de acontecimentos – trata-se de um relato aprofundado e bem documentado sobre os processos psico-sociais e as relações de poder antes e depois da independência, em 1975.
Tal como nas suas publicações anteriores, Guido Convents propõe um olhar sobre os diferentes actores da cultura audiovisual moçambicana, no próprio país como no estrangeiro: o governo, o público, os realizadores e a parte comercial. É-nos apresentado um estudo sobre o relacionamento dos Moçambicanos, e nomeadamente dos Africanos colonizados, com as imagens animadas e o facto de serem confrontados com a realidade. Essa procura explica, sem dúvida, a importância do documentário em Moçambique e o êxito do Festival Internacional do Filme Documentário Dockanema em Maputo.
Uma obra de referência para estudiosos e amantes do cinema, que oferece um panorama alargado sobre os processos de construção históricos do Moçambique de hoje.
Teve início a 5º edição do Dockanema, o maior festival de cinema de Maputo. Ao invés dos anos anteriores, o certame deste ano não se reduz a um único tema. O director do festival, Pedro Pimenta, desvendou cada um deles. Ao todo serão vistos cerca de 85 filmes.
Futebol
Neste tema vamos ter cerca de 10 filmes. Quisemos aproveitar um pouco a onda do Mundial que há pouco terminou aqui no país vizinho. Os filmes, de diferentes origens, propõem uma reflexão sobre o futebol, sobretudo como fenómeno sociocultural e até político. Outros são mais biográficos, focando futebolistas como Maradona, Erik Cantona ou o brasileiro Garrincha. “Mundialito”, do uruguaio Sebastián Bednarik, é uma estreia absoluta em festivais. É um filme lindíssimo sobre como o Uruguai, apesar de não ter dinheiro, conseguiu organizar o Mundialito, um torneio com todos os campeões do mundo para celebrar o cinquentenário do primeiro campeonato do mundo que eles tinham ganho em 1930, a jogar em casa.
Quem acabou por conseguir viabilizar o torneio foi Sílvio Berlusconi, então um ilustre desconhecido, que, ao estabelecer conexão com um traficante de armas que tinha muito dinheiro para lavar, garantiu a realização da prova, paga com os direitos televisivos. O torneiro realizou-se e foi ganho pela selecção da casa. Berlusconi começou aí a construir a sua fortuna.”
Ritmos Urbanos
“Trata-se de um conjunto de filmes que retratam realidades difíceis, nalguns casos mesmo violentas, que acontecem em espaços urbanos africanos ligados à cultura subterrânea ou marginal. Versa sobre uma cultura marginal, que não existe nos circuitos de difusão dessas cidades ou países, mas que não deixa de exprimir retratos bastante acutilantes das situações socioeconómicas e políticas que vivem nessas cidades e países.”
A acção decorre em grandes metrópoles africanas como Luanda, Kinshasa, Maputo ou Durban. Estes “marginais” resistem através da criação artística, sobretudo da música e da pintura. É gente que se exprime, que contesta o status quo das coisas, e que, com estes filmes, tem a possibilidade de fazer ouvir a sua voz. –
Porquê a democracia?
Em inglês “Why Democracy?”. É um conjunto de documentários produzido por várias cadeias de televisão, mas que, por determinadas razões, atingiu um número muito restrito de telespectadores. São documentários produzidos para a BBC, ARTE, canais australianos e de países nórdicos. Alguns destes filmes já passaram em Moçambique, na STV, mas, devido à hora tardia, tiveram muito pouca visibilidade. Os filmes respondem a algumas questões como: “Porque é que utilizamos a democracia? Como é que funciona a democracia? Como ela é utilizada para esconder outras coisas? Embora cada um dos filmes retrate situações particulares, há coisas que são universais como as eleições, a questão do género, o ambiente, os direitos humanos, e todas as suas problemáticas associadas a este contexto.
Retrospectiva 50 anos de independências africanas
Muitos países de África completam este ano (2010) 50 anos como países independentes. É, por isso, uma boa altura para se fazer uma retrospectiva. Maioritariamente, dizem respeito à independência da África francófona. Penso que é um momento importante sobre o qual é necessário reflectir para saber onde estamos 50 anos após o sonho de muitos. São filmes recentes muito baseados na memória daqueles primeiros anos, dando a conhecer figuras que tiveram um papel muito importante nesses anos, como Patrice Lumumba, Amílcar Cabral, Frantz Fanon, Ben Bella, e Leopold Senghor.
Produção Nacional
A produção nacional irá ter também o seu destaque. É muito interessante porque todos os anos fico surpreendido com o número de filmes produzidos aqui em Moçambique e que ninguém vê, embora tivessem sido realizados para diversos propósitos. Outros foram mesmo efectuados por iniciativa própria, em deficientes condições técnicas, mas mesmo assim merecem ser exibidos.
Como não existe um circuito estruturado para passar estes filmes, o Dockanema acaba por ser o seu momento áureo, podendo até ser, depois daqui, exibidos noutros festivais. Já tem acontecido isso. Ao todo irão ser exibidos 14 filmes nacionais. No final, aos que o criticam dizendo que o festival é elitista e que o povo não tem acesso a ele, Pedro Pimenta defende-se: “O festival, em si, não é elitista, a estrutura de difusão deste país e desta cidade é que é elitista. Não sai do centro, não se criam alternativas, acho que não cabe a mim criar isso.”
Globalidade versus identidade: reflexões sobre a sua génese, contexto e influência para o entendimento do cinema contemporâneo
iniciativa do Festival DOCKANEMA, em colaboração com a Faculdade de Letras e Ciências Sociais (FLCS) da Universidade Eduardo Mondlane (UEM), Maputo 13-15 de Setembro
O Simpósio vai reunir um conjunto de investigadores especializados em temas relacionados com a imagem, a história e a produção de cinema em Moçambique, com contribuições provenientes de vários países com destaque, para a Bélgica, Brasil, Inglaterra, Alemanha e Portugal. Organizado em três painéis distintos: “Dos pioneiros do cinema à resistência política” (13 de Setembro); “Imagens em movimento como acto de cultura e vanguarda” (14 de Setembro) e “Apontamentos para uma cinematografia moçambicana” (15 de Setembro), o encontro propõe-se a ser tanto um momento de visibilidade cinematográfica como um espaço de reflexão sobre as pesquisas efectuadas em torno do cinema moçambicano.
Os contextos específicos da resistência anti-colonial, dos movimentos de libertação e da independência, levaram a uma maior inscrição de imagens na história de Moçambique. Durante alguns anos, do início de 70 até ao início de 1980, rapidamente Moçambique transformou-se num lugar chave no mapa mundial do cinema experimental e revolucionário. A complexidade e intensidade de que nos dá conta a génese do cinema moçambicano explica em grande medida o seu registo e referencialidade à escala global. A sua natureza internacional e a influência que veio a ter na construção de cinematografias de outros países, teses e carreiras de realizadores, fotógrafos, artistas e académicos no mundo inteiro, eleva a pertinência da realização deste encontro que pretende, pela primeira vez em Moçambique, reunir um leque de pessoas que, de uma forma ou outra, sempre com abordagens distintas e sem necessariamente terem alguma relação entre elas, consideram central, no seu percurso profissional e pessoal, debruçarem sobre o cinema de um país africano.
Este encontro constitui uma acção de promoção da oportunidade de actualizar o sentido que a cinematografia moçambicana tem para a grande questão da identidade nacional: apesar do seu âmbito científico, o DOCKANEMA e a FLCS – UEM abrem as portas deste encontro também para a sociedade civil, potencializando desse modo e amplamente, o conhecimento, o diálogo e a cooperação entre os diferentes agentes nacionais e internacionais - artistas, académicos, activistas, colectividades moçambicanas diversas e público em geral.
O programa do Simpósio reflecte, pois a intenção específica de reunir especialistas internacionais com a sociedade civil em torno de filmes, que de forma paradigmática pretendem criar imagens da história e da identidade moçambicana. O desafio que se propõe é lançar um instrumento de investigação à comunidade académica moçambicana disponibilizando possíveis linhas de pesquisa sobre imagens em movimento, estudos de cinema e indústrias culturais.
ruy duarte de carvalho no simpósio do Dockanema de 2009
Temos o prazer de anunciar a realização da 5ª Edição do DOCKANEMA, Festival do Filme Documentário que agitará Maputo de 10 a 19 de Setembro 2010. Para todos os entusiastas e curiosos do cinema, o Festival oferece dez dias de promoção de filmes moçambicanos, assim como uma selecção internacional criteriosa de origens diversas. O objectivo é agitar toda a comunidade em torno deste evento, que serve de suporte à promoção do interesse e dinamização da actividade. O género documentário encarado como tela de culturas, realidades e imagens sociais particulares que se cruzam na partilha das experiências, compondo um quadro global da actualidade, pronto para ser contemplado e reflectido pela comunidade de cineastas locais e convidados, assim como, pelo público do Festival. A promessa da fusão entre o prazer e a energia intelectual que as imagens reais suscitam, apoiadas por um programa de debates, palestras e encontros profissionais que o Dockanema promove em torno das questões levantadas pelo tratamento documentário. Realizando-se anualmente desde 2006, o Dockanema já conquistou um lugar de destaque no cenário cultural de Moçambique, tendo a sua reputação, seriedade profissional e compromisso com a diversidade, sido reconhecida além fronteiras. Contamos com a vossa participação nesta edição do Festival para que, à semelhança das anteriores, possamos partilhar um momento de verdadeira experiência, estímulo e gratificação cinematográfica.