Repensar o modelo de cooperação para o desenvolvimento, cujos projetos sejam inovadores, dinâmicos, sustentáveis e que realmente promovam o trabalho em rede e o fortalecimento das organizações da sociedade civil. Nesse sentido, que as fundações invistam na formação, na qualificação técnica e na criação de lideranças fortes e fomentem o empreendedorismo e inovação social.
Estes são algumas das conclusões finais do VII Encontro de Fundações da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), que aconteceu em São Paulo e Rio de Janeiro,nos dias 12 e 16 de setembro. Promovido pelo Centro Português de Fundações, Fundação Roberto Marinho e o GIFE, o evento reuniu cerca de 100 representantes das fundações e institutos desses países.
“Os sucessivos encontros têm colocado em evidência o capital de convocação das fundações da CPLP, ou seja, a nossa capacidade de forjar parcerias setoriais ou intersetoriais ou de fazer convergir esforços e vontades, em cada momento, no sentido de encontrar as soluções mais adequadas e sustentáveis para o desenvolvimento das sociedades que procuramos servir”, definiu o presidente do Centro Português de Fundações, Emílio Rui Vilar.
Segundo ele, depois de Portugal, Cabo Verde, Angola, Moçambique e São Tomé e Príncipe, a realização do Encontro no Brasil surgiu como natural. “Os encontros têm uma óbvia dimensão de capacitação institucional das fundações que neles participam e o Brasil se destaca nessa perspectiva.”
Assim, as formas de cooperação entre as fundações entre esses países foi o cerne das discussões, entre elas relação entre as fundações, governos e comunidades no fomento e desenvolvimento de programas sociais, a partir da visão de quem investe.
Mais do que falar sobre sua importância, era pressuposto dos participantes apontarem possíveis formas de incorporar a diversidade de atores na prática das ações que desenvolvem. Sob essa lógica, eles direcionaram seus comentários a dois pontos específicos: o de não fazer para, mas sim com o público a que se quer atender; e, que, trabalhar estrategicamente a partir de uma causa torna mais fácil a mobilização de todos os atores de interesse.
Já em outra mesa, ficou evidente que, para assegurar a sustentabilidade financeira diante das adversidades apresentadas pelo contexto internacional, as fundações devem empreender ações para uma mudança de gestão, tal como uma mudança de cultura nos países.
“As agências de cooperação internacional dizem que vão sair há 10 anos. Agora, saíram. Não dá mais para esperar que os países dependam de recursos internacionais para aprofundar sua democracia”, argumentou a representante da Fundação Ford (Brasil), Ana Toni.
“Para o GIFE, como uma associação de institutos, fundações e empresas, esse Encontro abre a possibilidade de construção de novos vínculos, que pode também contribuir para o processo em curso de ampliação de sua presença internacional – compartilhando experiências e beneficiando-se do conhecimento de outras organizações”, garantiu presidente do Conselho de Governança do GIFE, Denise Aguiar.
A carta final com as conclusões do VII Encontro de Fundações da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), lida ao final do evento, passará ainda por uma consulta com os participantes para ser divulgada oficialmente. Espera-se que o documento contenha os compromissos efetivos do grupo que forma o encontro para os próximos anos de atuação e cooperação.
Rodrigo Zavala