Coletivo as7bonecas lança convocatória para textos queer de mulheres

Até 21 de Abril de 2024.

O projeto independente as7bonecas, conceptualizado e coordenado por Stella Faustino e Joana Rosa, que quer encorajar e divulgar a Literatura Queer em Portugal, e a autoria de mulheres, lança hoje, dia 22 de Janeiro, a segunda convocatória nacional para textos queer de mulheres, numa chamada inclusiva e interseccional. As submissões ficam abertas até dia 21 de Abril de 2024 e há um prémio monetário no valor de 1000€.

A edição anterior, decorrida entre Dezembro de 2022 e Março de 2023, com o tema “O desejo queer entre mulheres”, resultou em prémios para Cláudia Zafre e Prudância M., assim como na inclusão dos contos de Lora, Al berta, MNE e Alice Erce no primeiro e-book editado pelo coletivo, “Querer Queer”, que pode ser encontrado no site.

A edição deste ano é dedicada a Judith Teixeira (1808-1959), autora provocadora, colocada, durante décadas, à margem do panorama literário e artístico português. Quando lançou “Satânia” (1927), o seu único livro de contos, vivia-se em Portugal um clima de progressiva instauração da ditadura, que Judith sempre desafiou. Adversa ao status quo, pagou um preço alto por insistir em expressar-se. Com esta pequena homenagem, e em pleno ano de comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, as7bonecas querem não só contribuir para reverter o apagamento de que, deliberadamente, foi alvo, mas também para a visibilidade e reconhecimento de estórias e autoras que desafiem convenções dominantes.

A edição deste ano conta com a colaboração da ilustradora Bárbara Sereno e com as juradas da edição anterior, Luísa Semedo, Ana Bessa Carvalho, Amanda Ribeiro e Helena Ales Pereira.

Mais detalhes em www.as7bonecas.pt e instagram.

Poster- Bárbara Sereno Poster- Bárbara Sereno

 

 

 

22.01.2024 | par Nélida Brito | literatuta queer, mulheres

BAAN, realizado por Leonor Teles

Uma Pedra no Sapato tem o prazer de anunciar que, após estreia mundial na competição internacional do Festival de Locarno e passagem pelo Reykjavík IFF, onde ganhou o Golden Puffin, prémio mais importante do festival Islandês, BAAN, de Leonor Telles, chega às salas de todo o país a 8 de Fevereiro.

 

Quando uma cidade deixa de ser casa, tudo o que fica são memórias. Entre Lisboa e Banguecoque, duas mulheres encontram-se num carrossel de passado, presente - e talvez futuro - que acelera uma juventude em tumulto. A vida adulta, a carreira e os afectos tornam-se avassaladores, numa história que começa quando L conhece K.

 

22.01.2024 | par Nélida Brito | cinema, Leonor Teles

Uma confissão se quiseres - Teatro Griot

Encenação: Rogério de Carvalho I Produção: Teatro GRIOT

CAE Sever de Vouga 27 JAN 21H30; 28 JAN 16H

O que vive abaixo da superfície da sujeição? A ausência de liberdade pode fazer morrer uma alma? A insubmissão surge como a única possibilidade de sobrevivência para Rose — uma menina que se descobre mulher e negra no contexto dos lugares estanques da escravidão. O espetáculo constrói imagens para presentificar um passado traumático, o discurso de Rose é fragmentário, atemporal, escapa à moralidade. Rose reencena o trauma em modo contínuo e obstinado, ora encarnado-o, ora espectadora de si mesma. I Texto: criação, seleção e montagem coletiva I Interpretação: Daniel Martinho, Zia Soares I Design de luz: Jorge Ribeiro I Música e Design de som: Xullaji I Cenografia e Figurinos: Neusa Trovoada I Fotografia: Joana Linda I Artwork: Neusa Trovoada I Cabelos: Zu Pires I Maquilhagem: Antónia Rosa I Produção: Teatro GRIOT Apoio: Palácio Baldaya/ Junta de Freguesia de Benfica, Polo Cultural Gaivotas Boavista.

19.01.2024 | par martalanca | Rogério de Carvalho, teatro griot

Campo Experimental - Ângela Ferreira in collaboration with Alda Costa

Dear Friends

For years, I’ve had a dream of sharing an exhibition space with one of the people I’ve long collaborated with in the research space: Alda Costa - a Mozambican historian, researcher and activist friend.

The generous and unexpected invitation from Rialto6 in Lisbon - whose only requirement was that I develop an artistic project that challenged me - allowed us the privilege of imagining, all together, a plan for two exhibitions, one at the Rialto6 space in Lisbon and the other at the National Art Museum in Maputo.  These two exhibitions are the result of our research into the Mozambican creative ethos and material investments in the proposed utilisation of natural resources during the first decade after independence. The curators are Paula Nascimento and Álvaro Luís Lima.

I’m delighted to invite you to join us for the opening of Experimental Field: Ângela Ferreira in collaboration with Alda Costa on Friday 26 January at 9:30 pm.

Alda Costa, Ângela Ferreira and Alexandrino José . Arquivo Biblioteca Nacional/col.moçambicana, Maputo, October 2023Alda Costa, Ângela Ferreira and Alexandrino José . Arquivo Biblioteca Nacional/col.moçambicana, Maputo, October 2023

Experimental Field: Ângela Ferreira, in Collaboration with Alda Costa, explores material and environmental research undertaken in the early years of Mozambique’s independence. The exhibition takes its name from an outdoor agricultural learning laboratory maintained at Eduardo Mondlane University’s campus, where university staff, researchers and students worked together to produce food, design resources, tools and structures, and train farmers and community technicians. This experimental site was coordinated by TBARN (Técnicas Básicas de Aproveitamento de Recursos Naturais), a research group formed in the early years of the socialist government to improve farmers’ production and quality of life with minimal resources. 

Ângela Ferreira builds on TBARN’s visual and textual remains to reveal the revolutionary ethos that made Mozambique a global centre for radical experimentation in the 1970s and early 1980s.

The exhibition expands on Ferreira’s research-based practice and its search for the contemporaneity of the past. Experimental Field emerges from the artist’s ongoing dialogue with Alda Costa, a pioneer Mozambican art historian and cultural worker whose lived experience during socialism and scholarship thereafter have made her living memory of an unmatched moment in cultural history. In the exhibition, historical objects from Costa’s milieu and personal collection are displayed alongside Ferreira’s work. These objects’ design reveals the period’s placement of material conditions at the forefront of cultural production. Through this dialogue, Ferreira’s works investigate histories that simultaneously express political pragmatism and creative playfulness, being locally grounded and international in their reach.

In the last quarter of 2024 the exhibition travels to Mozambique.  This second iteration will take place at the Museu Nacional de Arte in Maputo.

The Minister of Education and Culture, Graça Simbine Machel, visiting Eduardo Mondlane University in 1976, on the occasion of the July Activities (AJU), was welcomed by Rector Fernando Ganhão and visited the experimental field of the TBARN Study Centre directed by António Quadros on the main campus. Surrounded by some of his History students (you can recognise Atanásio Dimas on the left), AQ presents part of TBARN's projects. On the right, partially covered up, is Patrocínio da Silva, head of the AJU/1976 Central Commission. Source: UEM/AHM archive. Photographs: Carlos Alberto, Armindo Afonso

 

 

19.01.2024 | par Nélida Brito | Africa, Art, Maputo

Conversa-debate: Memorializar a Escravatura no espaço público português

Paulo Moreira

Nuno Coelho

Marta Lança

Evalina Gomes Dias

Conversa-debate “Memorializar a Escravatura no espaço público português” com Evalina Gomes Dias (Djass – Associação de Afrodescendantes), Marta Lança (BUALA) e Paulo Moreira (INSTITUTO), moderada por Nuno Coelho (curador da exposição).

Evento do programa paralelo da exposição “Joaquim – O Conde de Ferreira e seu legado” com curadoria de Nuno Coelho.

Jardim da Memória, Ilha de Moçambique- © Nuno Coelho Jardim da Memória, Ilha de Moçambique- © Nuno Coelho


SOBRE                                         PÁTIO DO BOLHÃO 125

EQUIPA                                       4000-110 PORTO, PORTUGAL

PRESS KIT                                  RAMPACULTURA@GMAIL.COM

 

 

19.01.2024 | par Nélida Brito | Africa, escravatura, Moçambique

Segundo Ciclo de Conversas "Alimentar uma causa - parceria Serralves e Universidade Católica

21 de janeiro, às 11h, vamos falar sobre “Voluntariado universitário:

uma experiência transformadora” 

“Alimentar uma causa” em parceria com a Universidade Católica,

regressa à Fundação de Serralves

O segundo Ciclo de Conversas “Alimentar uma causa” regressa no domingo à Fundação de Serralves, numa parceria científica conjunta com a Universidade Católica Portuguesa no Porto. Carmo Themudo, coordenadora da Unidade de Desenvolvimento Integral da Pessoa   da Universidade Católica Portuguesa, vai liderar a primeira Conversa que se intitula “Voluntariado Universitário: uma experiência transformadora”. A sessão é aberta ao público e realiza-se a 21 de janeiro, pelas 11h00, na Biblioteca da Fundação de Serralves.

Ao longo de 2024 vão realizar-se nove conversas, lideradas por docentes e investigadores das diferentes faculdades da Universidade Católica Portuguesa no Porto, com o objetivo de sensibilizar o público para a importância da Agenda global para a sustentabilidade. Célia Manaia, membro da comissão executiva do Centro Regional do Porto da Universidade Católica Portuguesa, salienta a importância da “renovação do Ciclo Alimentar uma Causa, uma frutífera parceria entre a Fundação de Serralves e a Universidade Católica Portuguesa que procura lançar um olhar multidisciplinar sobre temas que nos tocam a todos, todos os dias.”

De janeiro a novembro de 2024: Vamos falar sobre Responsabilidade Social

A primeira Conversa realiza-se a 21 de janeiro, às 11 horas, na Biblioteca da Fundação de Serralves. Carmo Themudo, coordenadora da Unidade de Desenvolvimento Integral da Pessoa da Universidade Católica Portuguesa, explica que “o voluntariado universitário não é apenas uma atividade extracurricular, é uma oportunidade para os estudantes aplicaremos seus conhecimentos e talentos, desenvolverem-se enquanto pessoas e contribuírem positivamente para a construção de um mundo mais justo e solidário.”

Ao longo do ano vão ser muitos os temas abordados. Em fevereiro, Marta Rosas, docente da Faculdade de Direito – Escola do Porto, falará sobre “Direito, acompanhamento e inclusão: oque mudou e o que ainda pode mudar?”. Em março será o momento de Helena Gonçalves, docente e coordenadora do Fórum de Ética da Católica Porto Business School, falará sobre “Idadismo (no trabalho): uma discriminação (in)visível?” “A Arte como fator de transformação social”, é o desafio que nos deixa Cristina Sá, docente da Escola das Artes, em abril. Em maio, Constança Festas, docente da Faculdade de Ciências da Saúde e Enfermagem no Porto, vai falar sobre “Ser diferente – desafios da inclusão”. “O FUTURO: 12 anos a proteger a vida terrestre com o cidadão” por Conceição Almeida, do projeto das 100 mil árvores, é o tema de junho. Em julho Filipe Pinto, coordenador da Área Transversal em Economia Social, vai falar sobre “Autenticidade ou cosmética? Transparência e impacto nas organizações sociais”. O mês de outubro marca o regresso do Ciclo de Conversas com a presença de Marta Correia e Elisa Veiga, docentes da Escola Superior de Biotecnologia e da Faculdade de Educação e Psicologia respetivamente, vão falar sobre “Saúde e bem-estar dos estudantes universitários: lições da pandemia”. A última sessão do ano, agendada para novembro, será liderada por Mariana Barbosa e Raquel Matos, docentes da Faculdade de Educação e Psicologia, sobre “De pequenino se torce o pepino: prevenir a indiferença social através da imaginação heroica”.

 

Mais informações disponíveis em: www.porto.ucp.pt  e www.serralves.pt

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21 de janeiro | 11 horas | Fundação de Serralves

Ciclo de Conversas “Alimentar uma Causa”

“Voluntariado universitário: uma experiência transformadora”

Carmo Themudo | Coordenadora da Unidade de Desenvolvimento Integral da Pessoa da Universidade Católica Portuguesa no Porto

Licenciada em Gestão em 1995 pela Universidade Católica Portuguesa, a colaborar com a Universidade Católica - Porto desde então. Inicialmente responsável pelo Departamento de Comunicação e Relações-Públicas, atualmente coordena a Unidade de Desenvolvimento Integral da Pessoa. Nesta unidade tem promovido e dinamizado temáticas de fé, solidariedade e sustentabilidade/responsabilidade social universitária, nomeadamente o envolvimento da comunidade académica, sobretudo alunos, com a comunidade externa através do voluntariado e da metodologia de Aprendizagem-Serviço. Integra o Observatório de Responsabilidade Social e Instituições de Ensino Superior, onde coordena um grupo de Aprendizagem-Serviço.

Mais informações: https://www.porto.ucp.pt/pt/central-eventos/ciclo-conversas-alimentar-uma-causa-voluntariado-universitario-uma-experiencia

19.01.2024 | par Nélida Brito | responsabilidade social, sustentabilidade

Em Memória da Memória. Interrogações e testemunhos pós-imperiais

Episódio #10 “Herdar o Império” Conversa com Ariana Furtado
 

Márcio de Carvalho (cortesia do artista)Márcio de Carvalho (cortesia do artista)Em memória da memória, sentamo-nos com Ariana Furtado.
Ariana Furtado nasceu em Cabo Verde em 1976 e veio viver para Portugal ainda bebé de colo. A sua biografia e a da sua família, ascendentes e descendentes, acabaram por ocupar um lugar central no trabalho pedagógico e social que faz. Sobretudo na área da educação, vocação maior e cumprida. Professora do 1.º ciclo do ensino básico, tradutora de livros infantis e coautora do projeto “Com a mala na mão contra a discriminação”, Ariana contorno-nos neste encontro um pouco mais dessas suas outras mil faces.
As vivências de Ariana, entre Cabo Verde e Portugal, configuram-se em labirintos que se inscrevem sem nome. São experiências marcadas na pele e que transportaram para a sua biografia íntima, familiar e profissional. Essas heranças do império, e que o tempo não apaga, Ariana espera que se mitigem na próxima geração, a da sua filha Madalena.
A realização é de Inês Nascimento Rodrigues, a edição de som de José Gomes e a imagem gráfica de Márcio de Carvalho. Indicativo: voz de Rui Cruzeiro e música original da autoria de XEXA.

Ouvir aqui. 

12.01.2024 | par mariana | Africa, african culture, african studies, ariana furtado, cabo verde

Problematizar a realidade| Descolonizar a descolonização | Philip Cartelli, Samir Gandesha

Programa 3: Descolonizar a descolonização I Fundação Calouste Gulbenkian, Auditório 3 I 18.01.2024 | 18h30
Exibição integral:Borom sarret (1963, 20 min.) de Ousmane Sembène
Discussão: Philip Cartelli, Samir Gandesha

As obras de arte, nomeadamente aquelas que trabalham a partir de material documental, podem oferecer um apelo particularmente desafiante para refletir sobre a realidade. Enquanto a ligação indexante à realidade que abordam garante ao som e à imagem uma credibilidade específica, a postura do artista, a sua escolha estética, temática e política, bem como a posição autorreflexiva, podem gerar uma avaliação crítica sobre a constituição dessa realidade. É neste ponto que a arte encontra a filosofia. A reflexão sobre a relação entre o mundo factual e a sua apropriação subjetiva, questionando as reivindicações hegemónicas de objetividade e autoridade e problematizando as contradições inerentes à sociedade, são, por imanência, questões filosóficas.
A presente edição de Problematizar a realidade – encontros entre arte e filosofia reúne um conjunto de seis sessões de discussão e quatro seminários, decorre na Fundação Calouste Gulbenkian e foca-se no momento em que a arte e a filosofia estabelecem diálogos produtivos, propondo abordagens diversificadas sobre o pensamento contemporâneo. Cada sessão de discussão parte da exibição parcial ou integral de obras de arte, acompanhada por uma reflexão conduzida por teóricos, investigadores ou artistas.
A terceira sessão de discussão acontece em janeiro e reúne o artista Philip Cartelli e o investigador Samir Gandesha numa reflexão suscitada pela exibição de Borom sarret (1963), da autoria de Ousmane Sembène, considerado o pai do cinema africano. O filme retrata um dia na vida de um condutor de carroças em Dakar (Senegal), cujo percurso sublinha a separação da cidade, entre os espaços pobres e os condomínios fechados. Nas palavras de Samir Gandesha, trata-se de um minimalismo formal com várias camadas de complexidade que revelam a violência estrutural, estabelecida e consolidada através das relações coloniais de classe e de género, que perduram no período pós-independência.
Philip Cartelli (EUA) é artista e investigador, cujo trabalho em filme e vídeo foi apresentado em festivais e outros eventos, incluindo: Locarno Film Festival, Edinburgh International Film Festival, Visions du Réel (Nyon), Torino Film Festival, FIDMarseille e Art of the Real (Film at Lincoln Center, Nova Iorque). Cartelli foi participante no Whitney Independent Study Program (Nova Iorque) e é doutorado pela Harvard University (onde foi membro do Sensory Ethnography Lab) e pela École des hautes études en sciences sociales (Paris). Atualmente, é Professor Associado no Department of Visual Arts do Wagner College (Nova Iorque).
Samir Gandesha (Canadá) é Professor Associado no Department of the Humanities e Diretor do Institute for the Humanities, ambos na Simon Fraser University (Canadá). Para além da autoria de artigos, capítulos de livros e entradas de enciclopédias, é editor de Spectres of Fascism: Historical, Theoretical and International Perspectives (Pluto Press, 2020), Crossing Borders: Essays in Honour of Ian H. Angus, Beyond Phenomenology and Critique (Arbeiter Ring, 2020, com Peyman Vahabzadeh), Aesthetic Marx (Bloomsbury Academic, 2017, com Johan F. Hartle), Spell of Capital: Reification and Spectacle (Amsterdam University Press, 2017, com Johan F. Hartle), Arendt and Adorno: Political and Philosophical Investigations (Stanford University Press, 2012, com Lars Rensmann), entre outros.


Duração da sessão: 120 Min. | M/14 | Entrada livre, sujeita à lotação da sala.
Filme falado em francês e legendado em português e inglês; a discussão é em língua inglesa com tradução simultânea para português.
Ver site Para mais informações, por favor contactar:
info@problematisingreality.com
www.facebook.com/ProblematisingReality

04.01.2024 | par martalanca | Philip Cartelli, Samir Gandesha

Mostra de Cinema IPO Lisboa 100 Anos

Inserida nas comemorações do centenário do Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil, a Mostra de Cinema organizada em parceria com o IndieLisboa vai levar ao ecrã do Cinema São Jorge seis filmes que apresentam diversas abordagens e perspectivas sobre a forma como lidamos com o corpo e o cancro.

A inauguração é às 18h de sexta-feira (05/01), precedida por um cocktail de abertura antes da exibição de A Luta Contra o Cancro em Portugal, curta-metragem documental assinada por António Lopes Ribeiro em 1952, uma obra histórica sobre a criação, construção e implementação do IPO em Lisboa. A sessão de abertura prossegue depois com La guerre est déclarée, realizado e protagonizado por Valérie Donzelli, filme de abertura da secção Semaine de la Critique do Festival de Cannes em 2011.

Da programação, destaque também para o debate que vai acontecer no sábado, depois da exibição do filme estreado no último Festival de Berlim, Notre corps, de Claire Simon (sábado às 15h). Com o objectivo de enriquecer a experiência dos espectadores e discutir os temas abordados, o debate é moderado pela radialista Joana Cruz, com as participações de Paula Chaves (representante da Liga Portuguesa Contra o Cancro), Nuno Artur Silva (ex-secretário de Estado da Cultura e fundador das Produções Fictícias) e o poeta e editor das Edições Saguão, Rui Miguel Ribeiro.

Todas as sessões são apresentadas por profissionais de saúde do IPO que vão complementar a exibição de cada filme com uma visão experiente e de proximidade, de quem lida diariamente com a doença oncológica.

A mostra reúne filmes premiados, assinados por cineastas de prestígio como Nanni Moretti, Arthur Hiller ou Catarina Vasconcelos, que contam histórias de coragem, resiliência e esperança.

O programa da Mostra é o seguinte:

5 JANEIRO, SEXTA-FEIRA

18h00

A LUTA CONTRA O CANCRO EM PORTUGAL

António Lopes Ribeiro, Portugal, Documentário, 1952, 16’

+

LA GUERRE EST DÉCLARÉE

Valérie Donzelli, França, Ficção, 2011, 100’

21h00

LOVE STORY

Arthur Hiller, EUA, Ficção, 1970, 100’

6 DE JANEIRO, SÁBADO

15h00

NOTRE CORPS

Claire Simon, França, Documentário, 2023, 168’

»» sessão seguida de Debate

21h00

CARO DIARIO

Nanni Moretti, Itália, Ficção, 1993, 100’

7 DE JANEIRO, DOMINGO

15h00

THE FAREWELL

Lulu Wang, EUA / China, Ficção, 2019, 100’

18h30

A METAMORFOSE DOS PÁSSAROS

Catarina Vasconcelos, Portugal,

Documentário/Ficção, 2020, 101’

 

04.01.2024 | par martalanca | cinema

Inauguração da Toponímia Presença Africana em Lisboa

13 janeiro, 15h, Largo de São Domingos

No seguimento do projeto apoiado pela Câmara Municipal de Lisboa (CML) inserido no Programa BIP/ZIP, a Associação Cultural e Juvenil Batoto Yetu Portugal (BYP) tem o prazer de a/o convidar para estar presente na inauguração das placas toponímicas e da estátua que assinalam algumas personalidades e espaços da presença africana na cidade de Lisboa. O evento terá lugar dia 13 de janeiro, pelas 15h, no Largo de São Domingos (Rossio, Lisboa). Este projeto é composto por 20 placas, distribuídas pelos principais locais de memória da histórica presença africana na cidade, e conta também com uma estátua em homenagem a “Pai Paulino”, obra do escultor moçambicano Frank Ntaluma. Este projeto foi realizado em parceria próxima com o Hangar, Gabinete de Estudos Olissiponenses, Jardim Botânico Tropical, JF de Arroios, JF da Misericórdia, JF de Santa Maria Maior, JF de Santo António, JF de São Vicente, JF de Belém, JF da Estrela, Museu da Marioneta, Paroquias associadas à Igreja da Graça, Igreja de São Domingos, Basílica dos Mártires, Lisbon Walker, Sardinha do Bairro Tuk Tuk, Battuta Experiencies Tuk Tuk, Traço Invulgar Lda (Mármores e granitos), apoiantes via crowdfunding, PAR – Respostas Sociais, Casa Pia de Lisboa, I.P. e Infotreff.

Este projeto contou com a consultoria da Professora Doutora Isabel Castro Henriques, bem como com o apoio técnico da DMC/DPC/DSPC/CML. Este evento, de relevância nacional e internacional, é parte de um percurso traçado pela BYP, que data de 1996 – ano da sua fundação –, a partir da qual, a associação se empenhou no resgate de um conjunto de manifestações e práticas artísticas do continente e da diáspora africanas, continuado mais tarde pela sua investigação sobre o Fado Dançado, as Visitas Guiadas aos espaços de presença africana na Área Metropolitana de Lisboa e no Vale do Sado e, mais recentemente pela promoção, em parceria com a Secretaria de Estado da Igualdade e Migrações, da Plataforma Memória Africana Digital em Portugal.

04.01.2024 | par martalanca | batoto yetu portugal, ISABEL CASTRO HENRIQUES, presença africana

Em Memória da Memória. Interrogações e testemunhos pós-imperiais

Episódio #8 Em Memória da Memória, hoje sentamo-nos com Amalia Escriva.

Amalia Escriva pertence a uma família que viveu na Argélia durante várias gerações. As vidas de vários dos seus parentes – avós, pais, tios e tias – foram profundamente impactadas pela experiência da guerra e pelo processo de descolonização que se lhe seguiu. Muitos deles acabariam por abandonar o território um ano depois da independência nacional.

Conversámos com Amalia sobre a sua infância e sobre como cresceu a ouvir a palavra Argélia remetendo para um espaço nostálgico, de afetos, mágico, mas perdido. “França,” por sua vez, seria o lugar do frio, do abandono. Esses imaginários foram-se alterando com o tempo – muito fruto do seu trabalho posterior de cineasta e documentarista. Amalia falar-nos-á disso e de muito mais. Sobre como o seu avô paterno, por exemplo, a fez prometer que jamais regressaria à Argélia. Mas Amalia voltou, 50 anos mais tarde, mas voltou. E, desde aí, não mais deixou de lá voltar. Na ocasião em que primeiro regressou ao país fê-lo em trabalho. Queria contar a história da sua bisavó paterna, a quem deve o nome: Amalia Escriva.A realização é de Inês Nascimento Rodrigues, a edição de som de José Gomes e a imagem gráfica de Márcio de Carvalho. A voz de Amalia Escriva é dobrada por Cátia Soares. Indicativo: voz de Rui Cruzeiro e música original da autoria de XEXA.

Márcio de Carvalho (cortesia do artista)Márcio de Carvalho (cortesia do artista)

 

02.01.2024 | par mariana | Africa, africanstudies, Amália Escriva, Argélia, cineasta, independência

2024 na Cinemateca: destaques da programação - Memória do País, memória do Cinema

Em anteriores aniversários redondos do “25 de Abril” (nos 10, 25 e 40 anos) a Cinemateca levou a cabo importantes ciclos e outras iniciativas de celebração. Aos 50 anos, a imensidade de memórias, reflexões e interrogações que a data nos sugere no próprio território do cinema exigiu outra escala de tempo, invadindo um ano inteiro de programação. Em 2024, todo o ano será assim contaminado por esta evocação, seja de forma direta seja de forma indireta, estabelecendo-se uma grelha de programação em que outros ciclos estruturantes virão confrontar-se, e de algum modo sempre dialogar, com iniciativas várias que reuniremos sob o chapéu “Abril 50”. O que propomos não é só lembrar Abril, ou pensar Abril, ou pensar a nossa história; é também lembrar e pensar tudo isso tomando por base a história do cinema, mais uma vez pensando-e pensando com ela

ABRIL 50

QUE FAREI EU COM ESTA ESPADA? Dentro deste chapéu, a primeira e maior iniciativa a assinalar é aquela que correrá a totalidade do ano, de janeiro a dezembro, e que terá início logo na primeira sessão de 2024: tomando de empréstimo (e naturalmente em explícita homenagem) o título de João César Monteiro QUE FAREI EU COM ESTA ESPADA? aí reuniremos quatro grandes eixos de programação temáticos, livremente trabalhados na história do cinema, todos sugeridos pelo memória de Abril, pela suas ressonâncias históricas e pela projeção destas no nosso presente. São eles REVOLUÇÃO, LIBERDADE, COMUNIDADE e FUTURO. Com eles abriremos e fecharemos o ano, e a eles voltaremos, portanto, regularmente, no decurso dele.

 

O CINEMA EM 1974 E 1975 Uma segunda vertente sugerida pelo cinquentenário será a revisitação do “estado das coisas” no cinema mundial, no momento da mudança histórica ocorrida em Portugal e durante o tempo da maior convulsão política e social que dela derivou – os anos de 1974 e 1975. O que era o cinema nesse exato período do século XX? Com que obras do cinema internacional veio o cinema português da época confrontar-se? O que eram os marcos da ficção cinematográfica e também do documentário? Serão dois anos de cinema a evocar através de uma seleção de filmes que exibiremos ao longo de dois meses, neste caso (e por entre as iniciativas mais diretamente ligadas à própria realidade histórica de Abril de 1974) em abril e maio de 2024.

 

IMAGENS DE ABRIL / UMA HOMENAGEM AO CINEMA PORTUGUÊS / CORTES DE CENSURA / INSTALAÇÃO DE LUCIANA FINA Também no próprio mês de abril de 2024, e em datas mais próximas da efeméride propriamente dita, a Cinemateca voltará a exibir as “imagens de abril”, seja nas obras de referência da época, em filmes posteriores que a evocam, ou até em alguns documentos inéditos entretanto recuperados. No feriado de 25 de abril, voltaremos a abrir as portas da sede, onde decorrerá uma maratona de imagens dessas várias tipologias. Próximo dessa data, apresentaremos de novo (repetindo e renovando a experiência feita nos 70 anos da Cinemateca) uma longa sessão de homenagem ao Cinema Português, numa “montagem crua de bobines” de filmes de múltiplos géneros, em diálogo com a nossa História contemporânea. Voltaremos ainda ao tema CENSURA, retomando a exibição de montagens de “cortes” feitos pela censura portuguesa do Estado Novo. Finalmente, no próprio dia 25 de abril será também inaugurada na sede uma instalação da realizadora Lucina Fina, convidada pela Cinemateca para uma evocação livre do tema.

 

TEMPO COLONIAL – TEMPO PÓS-COLONIAL / CINEMAS DA LIBERTAÇÃO Ainda outra vertente, que consideramos indissociável de toda esta memória e interrogação, será a da realidade colonial e pós-colonial, que aqui abordaremos numa dupla dimensão. Por um lado, voltaremos aos primórdios do cinema colonial, com imagens do nosso e de outros arquivos europeus. Por outro – na ponta oposta do espectro – incluir-se-ão mostras de cinema de países lusófonos libertados do jugo colonial, nisso incluindo obras importantes fundadoras das suas próprias cinematografias e exemplos de criações recentes por parte de novas gerações.  

 

02.01.2024 | par martalanca | Cinemateca de Lisboa

“Awards Charme e Prestígio: Migrantes e Afrodescendentes 2023”, prémio para Conceição Queiroz

Conceição Queiroz, jornalista da CNN e da TVI ganha mais um prémio! Vence na categoria ‘Jornalismo’, nos “Awards Charme e Prestígio: Migrantes e Afrodescendentes 2023”. A Pivot e grande repórter foi escolhida por unanimidade, pela exímia dedicação e entrega ao jornalismo, desde 1994. A CulturFace, com o apoio do Alto Comissariado para as Migrações enaltece o seu percurso e o impacto do trabalho que desenvolve com rigor e coragem. Conceição Queiroz é referência entre gerações, no processo de integração em Portugal. É mais uma vez galardoada, mantendo um inegável caminho marcado pela perseverança e regularidade, numa busca incessante pela verdade.

28.12.2023 | par martalanca | Conceição Queiroz, jornalismo

“Fuckin' Globo!”

21 de dezembro às 19 h - 22h  no Hotel Globo em Luanda!

Aos kambas e amantes da arte nas redondezas não percam!!! A exposição colectiva “Fuckin’ Globo!” reúne vários artistas multidisciplinares, que apresentarão trabalhos em diferentes linguagens tais como performance, fotografia, som e instalação no mítico Hotel Globo, um empreendimento incontornável na vida cultural da baixa de Luanda. Nesta exposição pretende-se fazer uma abordagem sobre o uso do corpo, da imagem e do som, numa era em que o dialogo é substituído pela violência dos equipamentos de alta tecnologia, e em que a galopante globalização dos conflitos tornou-se no principal factor de contaminação e homogeneização cultural.Em “Fuckin´ Globo!”, o espaço se tornará parte indissociável do conceito das obras apresentadas, criando uma interação em uníssono entre as várias intervenções, afim de representar um universo submerso numa gritante cacofonia. Num ambiente claustrofóbico, e na intimidade dos quartos, as obras no Hotel Globo pretendem funcionar como uma metáfora sobre a inconformidade de quem vive num planeta em pleno caos e de acelerada mutação. A palavra e a imagem serão submetidas a um processo de distorção e manipulação, arriscando sobre os limites e definições da criação artística num especifico contexto geográfico.

Artistas:

Globo 112 (João Ana e Elepê)

Edson Chagas

Kiluanji Kia Henda

Marcos Kabenda

Orlando Sérgio

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The collective exhibition “Fuckin’ Globo!” is an assemblage of interdisciplinary artists and they’ll be displaying works in a wide range of art mediums and form such as performance, photography, sound and installation, at the mythical Hotel Globo, a pivotal building on Luanda’s downtown cultural life. The aim of the exhibition is to discuss the modern use of the body, image and sound, at the contemporary days we’re living, where verbal communication is replaced by the violence of the high tech hardware and the ever growing global warfare has become the principal factor of the cultural contamination and similarity.On “Fuckin’ Globo!” the space of the exhibition will be an inseparable part from the general concept of the works being shown by the artists, generating an unison from the various interventions, that will end up representing an Universe submersed in a giant cacophony. At a claustrophobic environment and the intimacy of the rooms, the purpose of the performances is to set a metaphor on the unconformity set to all of us living on a planet full of chaos and advanced mutation. Word and image will be put through a process of distortion and manipulation, thus venturing on the limit and definition of artistic creation at a specific geographical context.

23.12.2023 | par martalanca | artistas angolanos, Edson Chagas, Elepê, Fucking Globo, João Ana, kiluanji kia henda, Marcos Kabenda, Orlando Sérgio

The Best Books We Read in 2023

By Words Without Borders

WWB staff members share their favorite translated books of the year and the titles they’re most looking forward to in 2024.

Joaquim Arena’s Under Our Skintranslated from the Portuguese by Jethro Soutar, an investigation into the remarkable lives of João de Sá Panasco, Thomas-Alexandre Davy de la Pailleterie, Andresa do Nascimento, and Marcelino Manuel da Graça, to name just a few of the historical figures profiled in this stunning book on the African diaspora in Portugal, could not have come at a better time—just as I have been reading about Juan Latino, Charles Graves, Mary Wilhelmina Lancaster, and Priscilla Henry, equally impressive figures of the diaspora in Spain and the United States. In addition to leading me through the lives of these key figures as they intersected with the course of History and came to be represented in the arts, Arena, whose book begins with his return to Portugal from his home in Cabo Verde after the death of his adoptive father, also grounded me by creating a striking sense of place. Consider his description of Alcácer do Sal: “But there’s something alluring and hospitable about the place too, as if its shadowy streets guard ancient secrets. The castle on the hill, the al-qasr (‘the castle’ in Arabic) that gives the town its name (along with sal, the Portuguese word for ‘salt’), watches over the floodplains, vast and lushly green, and looks down on the white town that climbs the slope from the river. The place has been the scene of historical battles, invasions, clashes between great empires and civilizations, and this knowledge undercuts the sleepiness with a sense of import.” Passages like this one, wonderfully mediated by Soutar, keep me returning to Arena’s book and contemplating the various groups of people that carried their languages, customs, and chattel atop a hill in the Iberian Peninsula and made something happen. Arena’s book reminds us that what was made can be unmade if we, like his friend Leopoldina (also profiled in this book), understand how things came to be. In that regard, I think that Louis Timagène Houat’s The Maroons, which tells the story of Frême and Marie’s escape from slavery and introduction into a maroon community in a forest on Réunion Island—translated by Aqiil Gopee and Jeffrey Diteman—is a good harbinger for 2024. 

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17.12.2023 | par martalanca | Joaquim Arena, livros

Episódio #6 "França: fantasmas coloniais, Argélia e racismo", com Graça dos Santos

Em Memória da Memória. Interrogações e testemunhos pós-imperiais.

Os fantasmas do colonialismo, feitos memória e pós-memória, estão no centro dos debates sobre a nova identidade francesa no pós-descolonização. Uma França onde, com o fim do império e os fluxos populacionais que ele trouxe, os franceses e as francesas são também pieds-noirs – o equivalente dos retornados portugueses; harkis – que combateram com o exército colonial francês na Argélia; antigos combatentes; franco-argelinos cujos pais migraram para França antes e depois da independência; e descendentes de todos estes grupos. A França contemporânea é este caldeirão de pessoas diversas, com vivências e memórias muito diferentes do antigo império. No entanto, têm uma herança comum: testemunharam como as suas vidas – e as dos seus pais – foram afetadas por um momento histórico extremamente significativo, uma revolução que trouxe mudanças marcantes para as suas vidas, para a configuração dos seus países e para as suas identidades. Isso gerou uma variedade de narrativas de que ouviremos exemplos nos próximos episódios e que, de alguma forma, constroem uma história outra de França e da Argélia, a partir dos espectros familiares dos seus pais e avós.

Os argelinos, franco-argelinos e seus descendentes reivindicam hoje espaço para narrativas que efetivamente contem as suas histórias, contornando as lacunas, os silêncios e as divergências das memórias não-contadas dos seus pais, mães, tios e avós. Mas, sobretudo, ambicionam construir narrativas que preencham as lacunas, os silêncios e as divergências presentes na narrativa oficial do Estado francês, em particular no que diz respeito à guerra da independência da Argélia. Durante largas décadas, assim o conta Graça dos Santos, o Estado francês recusou-se a nomear explicitamente o evento, e isso, diz-nos, é sintomático de um mal-estar latente.

A realização é de Inês Nascimento Rodrigues, a edição de som de José Gomes e a imagem gráfica de Márcio de Carvalho. Indicativo: voz de Rui Cruzeiro e música original da autoria de XEXA.

Ouvir aqui. 

15.12.2023 | par martalanca | Argélia, França, Memória da Memória, podcast

TERRATREME, 15 anos 100 filmes

13.12.2023 | par martalanca | cinema, Terratreme

"Joaquim – O Conde de Ferreira e seu legado"

INAUGURAÇÃO 

15.12.2023
Uma exposição de Barbara Neves Alves & António Ramalho, Dori Nigro & Paulo Pinto, Francisca Calisto, João Ana, Ivo Tavares e Paulo Moreira & Thaís Freire de Andrade 
Curadoria: Nuno Coelho

Programa:
Conversa com artistas e curador
16h | FBAUP Aula Magna
  
Inauguração
18h | Rampa

Joaquim Ferreira dos Santos (Porto, 1782) saiu de uma situação humilde para enriquecer com o tráfico transatlântico de pessoas escravizadas no Brasil. Regressado a Portugal, em 1832, investiu em negócios e apoiou o liberalismo, ganhando o título de Conde de Ferreira. Após a sua morte, em 1866, o seu testamento destinou fundos para projetos sociais, incluindo a construção do primeiro hospital para saúde mental em Portugal (Hospital Conde de Ferreira) e da primeira rede escolar primária no país (120 Escolas Conde de Ferreira). No entanto, a origem da sua fortuna é do desconhecimento geral da sociedade beneficiária. Ao referir-se a esta figura histórica pelo seu nome próprio, simbolicamente destronando-o do pedestal e destituindo-o do título, esta exposição pretende indagar e problematizar este homem, o seu legado e o que representa hoje, convocando profissionais das artes visuais e performativas, arquitetura e design. Complementada por um programa paralelo, a exposição pretende criar espaço para uma urgente e necessária reflexão coletiva sobre o passado e presente da sociedade portuguesa.

Programa paralelo 

16.12.2023 + 06.01.2024
16h | Rampa
Visitas guiadas à exposição

13.01.2024
16h | Rampa

Projeção do filme “Debaixo do Tapete” (48’) de Catarina Demony & Carlos Costa seguida de conversa com Catarina Demony e Nuno Coelho, moderação de Alexandra Balona

20.01.2024
16h | Rampa
Performance “Alva Escura” (20’) de Dori Nigro & Paulo Pinto

27.01.2024
16h | Rampa
Conversa-debate “Ecos silenciados: entre a memória e a censura” com Dori Nigro, Paulo Pinto, Georgia Quintas e Virgílio Ferreira, moderação de Alexandra Balona

03.02.2024
16h | Rampa
Conversa-debate “Memorializar a escravatura no espaço público português” com Evalina Gomes Dias, Marta Lança e Paulo Moreira, moderação de Nuno Coelho

Esta exposição tem o apoio do Centro de Estudos Interdisciplinares da Universidade de Coimbra (CEIS20) / Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e da Direção-Geral das Artes / Ministério da Cultura. A Rampa é uma estrutura financiada pela Direção-Geral das Artes / Ministério da Cultura e pelo Criatório / Câmara Municipal do Porto.

12.12.2023 | par martalanca | Conde Ferreira, escravatura, memorialização, Rampa

Zoos humanos, ethnic freaks y exhibiciones etnológicas – Conferência com Hasan G. López Sanz

Quinta-feira, 14 de Dezembro às 19 horas

Esta conferência abordará questões que o filósofo espanhol Hasan G. López Sanz tem vindo a debruçar na sua investigação, como as complexas relações entre exotismo e educação, antropologia e memória colonial, restituição e reparação.  A apresentação incluirá, também, uma reflexão sobre a forma como a arte contemporânea tem vindo materializar estas ideias, nomeadamente através de projetos de artistas que têm vindo a desconstruir o pensamento colonial, que muitas vezes persiste em algumas das ciências humanas e da Academia. “Zoos humanos, ethnic freaks y exhibiciones etnológicas. Una aproximación desde la antropología, la estética y la creación artística contemporánea”, publicado por Hasan Lópes em 2017, constituiu-se, ainda, como uma das múltiplas referências para a construção do conhecimento basilar do eixo Memória de Elefante, do Ping!. A publicação, editada pela editora Concreta, aborda temas marcantes para a reflexão e debate destas questões, como foi o caso da decisão do Estado Novo em organizar a “Primeira Exposição Colonial Portuguesa”, nos Jardins do Palácio de Cristal do Porto, em 1934.

Local:Auditório da Biblioteca Municipal Almeida Garrett
Para assistir à conferência deve levantar o bilhete gratuito (máximo 2 por pessoa) até 15 minutos antes do início do evento. Pode reservar o seu lugar antecipadamente através do email galeriamunicipal@agoraporto.pt.

Hasan G. López Sanz é doutorado em Filosofia. É professor na área de Estética e Teoria das Artes na Faculdade de Filosofia da Universidade de Valência, investigador associado do CRAL (Centre de Recherches sur les Arts et le Langage) em Paris, e membro e diretor do grupo de investigação “Grupo de estudios visuales sobre memoria de la esclavitud, el colonialismo y sus legados”, entre outros projetos.Desenvolve a sua investigação no domínio da imagem, das suas práticas e usos públicos, especialmente em relação com a antropologia, a estética e a arte contemporânea. Entre as suas publicações, incluem-se livros como o “Zoos humanos, ethnic freaks y exhibiciones etnológicas. Una aproximación desde la antropología, la estética y la creación artística contemporánea” (Concreta, 2017), “Let’s bring blacks home! Imaginação colonial e formas de aproximação gráfica dos negros em África” (1880-1968) (PUV, 2020).

ver mais programa Ping!

09.12.2023 | par martalanca | Exposição Colonial Portuguesa, Hasan G. López Sanz, ping!, Zoos humanos

Episódio #5 "Herdar o Império" Conversa com Verónica Leite e Castro

 
Em Memória da Memória. Interrogações e testemunhos pós-imperiais 7 de dezembro 2023

Em memória da memória, hoje sentamo-nos com Verónica Leite e Castro. 

Verónica Leite e Castro é natural de Luanda, capital de Angola, onde nasceu em 1959. O seu pai era português e emigrou para Angola, onde dirigiu um estabelecimento comercial. Aí, viria a conhecer a mãe de Verónica, mulher angolana, nascida na província do Uíge, filha de pai português branco e de mãe negra bacongo do norte de Angola. Verónica Leite e Castro cresceu numa família de mulheres, tendo conhecido o pai apenas aos 16 anos, depois de vir viver para Portugal. 

As circunstâncias de ter crescido com uma história familiar profundamente intrincada com o colonialismo e com as relações de poder e de violência racista, sexista e de classe que ele produz impactaram a sua vida posterior. 

Quando se deu a revolução do 25 de abril de 1974, que pôs fim à ditadura em Portugal, ainda residia em Angola. No ano seguinte, veio viver para Portugal. Explica que não é retornada, que a sua história é diferente. Olhando para o caminho percorrido em termos de memória pública do colonialismo em Portugal, Verónica Leite e Castro destaca o modo como as heranças coloniais ainda moldam de forma determinante a sociedade portuguesa.

A realização é de Inês Nascimento Rodrigues, a edição de som de José Gomes e a imagem gráfica de Márcio de Carvalho. Indicativo: voz de Rui Cruzeiro e música original da autoria de XEXA.

07.12.2023 | par martalanca | Verónica Leite e Castro