Pérola Sem Rapariga | Centro Cultural Vila Flor

Pérola Sem Rapariga |

direção e encenação: Zia Soares

texto: Djaimilia Pereira de Almeida

Centro Cultural Vila Flor

Guimarães

23 Março, 21H30


Pérola Sem Rapariga inspira-se na leitura de Voyage of the Sable Venus and Other Poems de Robin Coste Lewis, e do arquivo fotográfico de Alberto Henschel. O espetáculo pensa a relação entre a superfície do corpo e aquilo que sobre ele somos capazes de dizer, entre legenda e imagem, entre a pele e o salvamento. O artista Kiluanji Kia Henda intervém no espaço da cena instalando prenúncios de apocalipse.

“A ideia é mergulhar na gargalhada e acordar do outro lado. Cair no riso como quem cai no sono e no sono como quem cai ao mar. Ou antes, rir como quem se ergue, tirar o pó dos joelhos dentro dos sonhos, erguer a cabeça dentro do abismo. Ou rir como quem se afoga. Renascer de um afogamento. Acordar da morte.

Duas mulheres que são uma andam por aqui entretidas a abrir o caminho sinuoso aonde levam as gargalhadas. Riem a bandeiras despregadas e, quando dão conta, estão em apuros, numa confusão da qual não sabem sair sozinhas.

Se há uma visão dominante, em Pérola Sem Rapariga, é que as gargalhadas das raparigas são perigosas. Parece que queremos que as mulheres posem sem rir porque temos medo do ritmo, da faca e do arco do riso — que faz tremer a terra e racha o fundo do mar.”


direção, encenação: Zia Soares

texto: Djaimilia Pereira de Almeida

interpretação: Filipa Bossuet, Sara Fonseca da Graça

artista visual: Kiluanji Kia Henda

instalação e figurinos: Neusa Trovoada

música e design de som: Xullaji

design de iluminação: Carolina Caramelo

assistência à encenação de movimento: Lucília Raimundo

vídeo promocional: António Castelo

coprodução: Sowing_arts, Teatro Nacional D. Maria II, apap – FEMINIST FUTURES (projeto cofinanciado pelo programa Europa Criativa da União Europeia)

apoio: Casa da Dança, Polo Cultural Gaivotas Boavista

duração: 1H

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Espetáculo apresentado no âmbito da Odisseia Nacional, do Teatro Nacional D. Maria II

Fotografias: ©Filipe Ferreira

Imagens: https://we.tl/t-g3Fms9HCDI

Informação e reservas: https://www.ccvf.pt/detail-eventos/20240323-perola-sem-rapariga/

15.03.2024 | par Nélida Brito | espetáculo, odisseia nacional, podcast, Teatra

Jovens e adultos vão pensar a história colonial este fim de semana, em Paredes de Coura, com a estreia de descobri-quê?

descobri-quê?, uma criação de Cátia Pinheiro, Dori Nigro e José Nunes, tem estreia marcada para o próximo sábado, dia 18 de março, no Centro Cultural de Paredes de Coura, no âmbito da Odisseia Nacional do Teatro Nacional D. Maria II.

descobri-quê? é um espetáculo que pretende contribuir para a descolonização – enquanto gesto inacabado, portanto constante e continuado – do ensino do período histórico designado como descobrimentos, quebrando uma série de narrativas oficiais que romantizam esta época e procurando uma confrontação com o passado invasor, expansionista e colonialista português.

Destinado ao público juvenil, o espetáculo resulta da colaboração dos criadores da companhia Estrutura (Cátia Pinheiro e José Nunes) com o artista, performer e arte-educador Dori Nigro. Em palco, estarão Joyce Souza, Tiago Jácome e Waldju Kondo.

Depois da estreia em Paredes de Couradescobri-quê? vai passar por mais de uma dezena de concelhos de norte a sul do país e também pela Madeira, integrado na programação da Odisseia Nacional do D. Maria II. Paralelamente ao espetáculo, serão ainda desenvolvidos, em vários concelhos do país, Laboratórios Teatrais destinados a alunos do ensino secundário e ao público em geral, onde se pretende promover o pensamento crítico e criar espaços de reflexão/ação em torno da história colonial, do passado e do presente. O primeiro Laboratório decorre já a partir de amanhã, dia 16 de março, em Paredes de Coura.

Odisseia Nacional é um projeto do Teatro Nacional D. Maria II, composto por centenas de propostas artísticas, que vão passar por 93 concelhos de todas as regiões de Portugal continental e ilhas, ao longo do ano de 2023. Depois do primeiro trimestre do ano passado na região Norte, seguem-se o Centro do país, de abril a junho, os Açores, em julho, a Madeira, em setembro, e as regiões do Alentejo e Algarve, de outubro a dezembro.

20.03.2023 | par mariadias | arte, juventude, odisseia nacional, paredes de coura