"25 de Abril, sempre no ar" - sessões de escuta radiofónica - MAIO 2024

25 de Abril, sempre no ar

SESSÕES DE ESCUTA RADIOFÓNICA

7, 14 e 21 de Maio no Museu do Aljube, Lisboa

Revolução que deu os passos decisivos na rádio, é na rádio que ela mais ecoa.

Voltamos aos passos das canções, dos repórteres que fintavam as sombras dos vampiros, do enviado especial estrangeiro tomado pela poesia que estava na rua e dos artistas de hoje que invadem e ocupam uma rádio porque ela ainda é a casa das palavras. Para que o microfone continue a ser poema e fale.”

Caras e caros ouvintes de Abril (em Maio),
Começa esta próxima terça-feira, 7 de Maio, a extensão portuguesa da programação dedicada ao cinquentenário da revolução dos cravos criada para um dos maiores festivais de rádio do mundo, o Longueur d’ondes de Brest, realizado em Fevereiro de 2024.
Voltamos a sintonizar alguns dos memoráveis - e alguns deles quase desconhecidos ou algo esquecidos - momentos radiofónicos que põem Abril sempre no ar: antes, durante ou depois do sonho “inteiro e limpo” que se iniciou na rádio.
25 de Abril, sempre no ar
Estas sessões de escuta imersiva e colectiva permitem, em diálogo com as peças ou fragmentos escolhidos de reportagens, documentários, criações ou outros formatos radiofónicos, uma reflexão sobre a própria escuta e todas as suas camadas sonoras e ecos contemporâneos.
Uma viagem com alguns dos protagonistas e autores destes sons de resistência e liberdade: Adelino Gomes, Fernando Alves, Manuel Alegre, João Brites, João Paulo Guerra e Francisco Fanhais.[Na primeira escala desta programação radiofónica em curso, em Brest, além de Adelino Gomes e Francisco Fanhais, marcaram igualmente presença: Elsa Cornevin, Irene Flunser Pimentel, Kaye Mortley, Isabel Meira, Luísa Semedo, Pedro Rosa Mendes e Victor Pereira, entre outros.]
É uma curadoria que tive a alegria e a responsabilidade de realizar, com a infinita camaradagem – cúmplice, crítica e sábia – do repórter de Abril e de todos os meses, Adelino Gomes.

A entrada é livre.

03.05.2024 | par mariana | 25 de abril, museu do aljube, revolução dos cravos

Um Museu Vivo de Memórias Pequenas e Esquecidas | Digressão 2024 - 50 anos 25 Abril

Queridos companheiros, companheiras, companheires,

escrevo-vos do presente de 2024, ainda no maravilhamento daquele dia na Avenida da Liberdade, em Lisboa, e das manifestações em todas as outras avenidas por esse país fora, e os dias seguintes e anteriores de torrentes memoriais e importantes momentos de inscrição do passado no espaço público. Em particular, penso na inauguração do primeiro museu nacional dedicado à memória e à resistência antifascista – situado no Forte de Peniche, antiga prisão do Estado Novo para presos políticos. Sem dúvida, um dos momentos mais marcantes, tocantes e significativos das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril.

Inscrever e transmitir memória tem feito parte do labor artístico do Teatro do Vestido, pelo menos desde 2014, data em que estreou Um museu vivo de memórias pequenas e esquecidas, no Negócio/ZDB, no Bairro Alto, em Lisboa – um trabalho que iria adquirir uma vida própria ao longo desta última década, em que não parámos de o apresentar em Portugal e no estrangeiro, constantemente acrescentando e polindo novas partes, novas reflexões, que acompanharam esta década de lutas pela memória.

Este trabalho, cuja investigação teve início em 2011, partiu de uma intensa e aprofundada pesquisa em torno das histórias de vida e memórias de pessoas comuns sobre a ditadura do Estado Novo, o 25 de Abril de 1974 e o processo revolucionário que se seguiu a esse dia – marco de todos os começos na nossa vida como país livre. Foi acompanhado de uma enorme pesquisa histórica e da reunião de documentos, artefactos, objectos pessoais - parte de um arquivo sensível, afectivo, mostrado e manuseado ao vivo no espectáculo.

Dividido em 7 partes, com um jantar revolucionário a meio e um debate/conversa final, Um museu vivo é um espectáculo exigente e de grande cumplicidade com quem o vê, uma investigação quase forense sobre aspectos que nos constituem como país, como comunidade, como indivíduos, onde memória colectiva e memória individual se interseccionam e onde alguém que nasceu depois interpela o passado a partir do seu lugar de ‘filha da revolução.’ Tudo isto se desenvolve ao longo de 6h, que às vezes são mais, pois como museu vivo que é se situa neste lugar de interrogação e citação do presente. Neste ano de comemoração dos 50 anos do 25 de Abril assistimos a uma riqueza de expressões, polémicas, divisões em torno da data, que não poderiam senão estar presentes neste novo ciclo de apresentações que se inicia esta semana no TAGV, em Coimbra. Quem sabe o que cada dia até essas récitas nos reservará ainda? De tudo isso se alimenta este museu. Por isso a sua duração aproximada e o seu carácter aberto, em progresso.

A nova composição da Assembleia da República, por seu turno, exige de cada uma e cada um de nós uma consciência do momento crucial em que nos encontramos, esta esquina da história particular onde os caminhos diante de nós se revestem de incerteza e perigo. Mas também da esperança de sabermos o nosso papel neste guião, nesta luta. porque nada acabou ainda.

porque não acaba nunca.
porque foi essa a promessa que herdámos:
a de um país novo.
tudo por construir.

Esperamos por vós nesta nova digressão que aqui se inicia.
E que juntos continuemos a interpelar Abril e Maio e Junho e Julho até Dezembro – todos esses meses de exaltação, vigília e transformação da vida de um povo reprimido até então.

Abraços com Abril nos olhos e nos braços.
Fascismo nunca mais.

Joana Craveiro
27 de Abril de 2024

03.05.2024 | par mariana | 25 de abril, 50 anos do 25 de abril, Joana Craveiro, Teatro do Vestido

O 24 de Abril começou em África

 

Sexta-feira, 12 de abril de 2024 às 18:30 - 20:00 WEST

Bublioteca de Belém 

 

Conversa entre o historiador José Augusto Pereira e Lúcia Furtado, ativista da organização FEMAFRO - Associação de Mulheres Negras, Africanas e Afrodescendentes em Portugal, sobre os vínculos entre a ação dos movimentos nacionalistas em África e a revolução de abril.
Participação gratuita e com marcação prévia: bib.belem@cm-lisboa.pt

 

 

 

08.04.2024 | par Nélida Brito | 25 de abril, Africa, biblioteca de belem

Abril Independente | Programação Especial Abril na Casa Independente

A CASA INDEPENDENTE APRESENTA PROGRAMAÇÃO ESPECIAL DE ABRIL

Abril Independente
(faccioso e não dormente)

O mês de Abril na Casa Independente, faz abrir muitas portas e janelas, para uma programação que se quer na rua e até ao telhado da Casa.

A data evoca muitas lutas e mais do que recriações este mês procura convulsões, com uma assinatura de programação a 4 mãos, o Take Over* da Casa alargou-se e estendeu-se à programação, que Roger Madureira (da Equipa da Casa) pensou com a Inês Valdez e com a Patrícia Craveiro Lopes, juntando ao trio Renata Sancho (Cineasta Portuguesa e que tem a seu encargo a produtora Cedro Plátano) para uma curadoria de cinema. Com este quarteto de tigresas, apresenta-se sob a égide de “O Serviço de Cirurgia Democrática” as intervenções que vão presentear os dias na Casa, com reflexão, arquivo, memória, luta, resistência e arte.

De 1 a 30 de Abril, os espaços da Casa, da entrada ao telhado, passando pelas varandas e paredes, cobrem-se de intervenções e instalações numa ocupação visual, que traz evocações de Ana Hatherly (1929-2015) à iconografia das pinturas murais revisitadas pelo olhar da equipa, e que reflectem as lutas activas de hoje e relembram a relevância que mantêm desde abril de 74, abordando temas como o colonialismo, a censura, a tortura, o exílio, sem deixar de lado a luta feminista.

De 2 a 30 de abril, às terças-feiras (2, 9, 16, 23 e 30 de abril), às 21H, o ciclo de cinema “Vejam Bem”, pensado e curado por Renata Sancho, oferece-nos um espaço de pensamento, com exibição de filmes seguida de conversa de contextualização e digestão. Neste ciclo procura-se recuperar olhares sobre a liberdade e registos como “O medo à espreita” & “Outra forma de Luta”, entre outros títulos cuidadosamente pensados para este mês e que introduzem diversas questões “quentes” do pós-25 de Abril, como a independência das ex-colónias.

E como Abril se fez e se cumpre na rua, é para a rua que segue a programação deste mês, na noite de 24 para 25 de Abril, sob a denominação de “Por teu Livre Pensamento”. Mais que recriações históricas, procuram-se convulsões heroicas, desse heroísmo que só se faz em modo colectivo, com todos no Largo do Intendente, e de participação aberta a todos, com uma apresentação única de videomapping analógico na fachada da Casa Independente. Um mapeamento de retropojectores, manipulados humanamente e em directo, com muita margem para erros, como a vida, pensando no que seria o videomapping há 50 anos sem os recursos existentes hoje. Uma performance duracional, multidisciplinar, activa e política que a todos convoca para a luta activa contra uma ideia de falsa democracia. Nesta noite com performance e instalações que congrega música e muitas outras intervenções surpresa pensadas para este momento, em que se grita que estarmos vivas e activas na Casa Independente, tem um duplo sentido: a liberdade e a resistência, e o fim de um edifício, mas não o fim de um projecto.

Já depois da meia noite, dentro da Casa Independente, Bruno Huca que é actor e é cantor, sendo os dois apenas este corpo, esta alma com pés no chão e carapinha no céu, apresenta-se em concerto, numa noite que será de entrada livre (até à lotação da Casa). Mais surpresas serão anunciadas em breve.

Para além da programação especial de Abril, que evoca todos os sentidos, a Casa mantém a programação regular que promete transformar as noites de fim de semana em momentos de luta e glória, com as habitués DJ Set pelo mês dentro: SELECTA ALICE (5 Abr), LADYG BROWN (6 Abr), SUGU (12 Abr), FIDJU-FEMA (13 Abr), RITA SÓ (19 Abr), PIRIQUITOS MUITOS (20 Abr), LEO SOULFLOW (26 Abr), SIR SCRATCH + DOM MAC I (27 Abr); todas as sextas e sábados de abril, com bilheteira à porta.

Comecem as mobilizações e as festividades, em Abril, resistências mil, na Casa Independente para toda a gente.

*O Take Over é uma iniciativa interna da Casa, que dá a vez e a voz, mensalmente, a uma pessoa da equipa para assumir a comunicação da programação. Iniciada em Março com Marcos, gerente da Casa, o mês de Abril abre as portas ao Take Over do Roger, que se envolveu também no desenho da programação especial de Abril. Todo o programa foi pensado a partir de elementos físicos e de memória da Casa e edifício, evocando os princípios de luta activa, mais que nunca, e trazendo para as diferentes secções da programação, detalhes da Casa, como por exemplo o facto do edifício ter albergado na sua história a Associação do Livre Pensamento; ou ainda o detalhe da sala de trabalho interna ter sido em tempos o Serviço de Pequenas Cirurgias, entre outros detalhes que nortearam e inspiraram o programa que a equipa agora apresenta.

 

03.04.2024 | par mariana | 25 de abril, 50 anos do 25 de abril, casa independente, inauguração, liberdade

50 anos do 25 de Abril / Mulheres, Literatura e Revolução e MULHERES RARAS

MULHERES, LITERATURA E REVOLUÇÃO
Nos 50 anos do 25 de Abril e com um país a virar à direita é preciso entendermos melhor a nossa história para que consigamos agir, não baixar os braços e fazer muito barulho. Nesse contexto organizei na Snob um novo curso que tenta entender, do ponto de vista das mulheres - quem na verdade viu a sua vida mudar radicalmente com a revolução - como se fez essa transição. Uma revolução que se fez num dia teve e tem ainda décadas de trabalho para fazer na consciência do potencial da nossa liberdade, empatia e respeito pelo outro. Em três sessões vamos pensar como se ensina um país a viver em liberdade através da literatura, do activismo, da acção social, dos movimentos espontâneos e organizados. Só entendendo o que se passou podemos fazer o tanto que ainda falta fazer.
15, 22 e 29 de Abril, segundas-feiras19h - 20h3050€Presencial na Snob, zoom ou em vídeo em qualquer altura.Inscrições e informações: mulheres.raras.info@gmail.com
https://www.rosaazevedo.com/post/em-abril-na-snob
MULHERES RARAS

O projecto MULHERES RARAS lança-se para fora de portas, mais precisamente para o Reguengo Grande nos arredores da Lourinhã. No fim-de-semana de 6 e 7 de Abril a nossa proposta é afastarmo-nos de todos para nos aproximarmos uns dos outros a falar de livros escritos por mulheres no séc XX, em Portugal. O fim-de-semana inclui o curso MULHERES RARAS, leituras autónomas, leituras orientadas, muitas conversas sobre livros e não só, e algum tempo livre. Inclui também duas noites numa casa charmosa e todas as refeições (que serão preparadas comunitariamente.)

DATAS
De 5 de Abril, 21h a 7 de Abril, 17h
Casal Serrano
https://www.booking.com/Share-QHJp1Zd

MULHERES RARAS

Nas publicações de referência da História da Literatura Portuguesa do séc. XX escasseiam mulheres. Por um lado podemos afirmar sem estar longe da verdade que as mulheres escreviam menos que os homens. Mas porquê? E será que se justifica que os nomes de mulheres ao longo da primeira metade do século se contem pelos dedos de uma mão? Neste curso vamos falar de uma cultura feminina, por oposição a uma escrita feminina, revelar o que se passou no século XX em Portugal, falar de escritoras, do meio onde elas tiveram de se afirmar, pensar em conjunto que fenómeno de apagamento foi este. E, acima de tudo, vamos devolver à literatura alguns destes livros e destas autoras.

https://www.rosaazevedo.com/post/mulheres-raras-fora-de-portas


 

25.03.2024 | par mariana | 25 de abril, 50 anos do 25 de abril, literatura, mulheres, mulheres raras, revolução

Um Mini Museu Vivo de Memórias do Portugal Recente | CCB

Projeto documental, filho do emblemático Um Museu Vivo de Memórias Pequenas e Esquecidas, este Mini Museu abre os baús e arquivos do Teatro do Vestido no ano em que se comemora o 50.º aniversário do 25 de Abril, o «dia inicial, inteiro e limpo.» Que melhor momento para desenterrar e invocar memórias? Para recitá-las como a uma litania, para reavivá-las e com isso inscrevê-las, que é muito do que a memória pede: inscrição, transmissão. Memórias com futuro, estas. Visitamos aqui histórias que não abordámos no espetáculo-mãe; focamos outros pormenores das fotografias, tocamos outras músicas, fazemos outras perguntas. Começamos pela primeira, primordial: quanto tempo é preciso passar para que possamos falar sobre isto? E terminamos a sarar as feridas do nosso arquivo entretanto inundado e quase perdido, que nos recordou quão frágil é, afinal, a memória dos acontecimentos, e os artefactos de que nos rodeamos para a contar e explicar às gerações futuras.

Construído em resposta ao convite do CCB | Fábrica das Artes, em 2017, e inserido no ciclo Memórias de Intenção Política, a versão de 2024 mergulha mais a fundo numa parte da história colonial portuguesa e na libertação destes territórios, para isso convidando para o palco uma nova arquivista, Dúnia Semedo, aqui habitando e escavando memórias de Cabo Verde lado a lado com Joana Craveiro.

Neste Mini Museu encontramos histórias de pessoas comuns que não foram fixadas nos manuais de história tal como ela é ensinada nas escolas.

Concepção, texto, espaço cénico e direcção Joana Craveiro Interpretação Dúnia Semedo, Joana Craveiro Colaboração criativa Estêvão Antunes, Tânia Guerreiro, Henrique Antunes, Igor de Brito, João Pedro Leitão, Alaíde Costa, João Cachulo – e Rosinda Costa (na versão de 2017) Assistência de encenação Henrique Antunes Figurinos Tânia Guerreiro Desenho de Luz João Cachulo  Assistência e operação de Luz João Pedro Leitão Operação de Som Igor de Brito Operação de Vídeo Henrique Antunes  Direcção de Produção Alaíde Costa
Apoio FXRoadLights
Co-produção Teatro do Vestido e Centro Cultural de Belém | Fábrica das Artes
Um Mini Museu Vivo foi criado originalmente a convite do CCB / Fábrica das Artes em 2017, inserido no ciclo ‘Memórias de Intenção Política’.

BILHETES À VENDA NO CCB E TICKETLINE

28, 29 fevereiro, 1 março de 2024
10:30 ( Sessão de 29 de fevereiro com interpretação em Língua Gestual Portuguesa.)

2 e 3 março de 2024
16:00



23.02.2024 | par Nélida Brito | 25 de abril, CCB, memórias, Museu, Portugal

Guimarães - dia 24 de fevereiro - exposição TERRA ESTREITA

A exposição “Terra Estreita” cruza a urgência da reflexão e da ação pela paz, com propostas de artistas contemporâneos.

O elo de ligação é o pensamento vertido nos livros e nas traduções de autores como Judith Butler, Ilan Pappe ou Ariela Aïsha Azoulay, entre muitos outros, a que o coletivo português (un)common ground (João Figueira, Marlene Monteiro Freitas, Vitor Silva e Miguel Figueira) tem vindo a traduzir para o português.

Inspirada pelo espírito e pela letra do poema de Mahmoud Darwish, “A terra é estreita para nós” (1986),  a exposição apresenta obras dos artistas  Benji BoyadjianBisan Abu EishehEmily JacirJean Luc MoulèneLarissa SansourTaysir BatnijiRyuichi Hirokawa e Yazan Khalili, provenientes dos mesmos e da coleção Teixeira de Freitas. A curadoria é do coletivo (un)common ground, com a co-produção do CIAJG . Através desta iniciativa o CIAJG assinala os 50 anos do 25 de Abril.
Em nome pessoal, venho convidar-vos para estarem presentes na Inauguração no dia 24 de fevereiro às 17h, no CIAJG em Guimarães. A vossa presença é importante e necessária!
Inauguração começará às 17h. O programa de abertura conta com um momento de leitura de poemas de Mahmoud Darwish, seguido de uma conversa com a escritora e jornalista Alexandra Lucas Coelho que apresentará no CIAJG a nova edição do livro “Oriente Próximo” (ed. Leya), revista após 7 de outubro de 2023. Para finalizar, Dima Mohamed e Hindi Mesleh juntamente com Cantina CAAA, apresentam Sufret Ardh (Mesa da Terra), uma mesa comunal onde, através da comida, celebraremos o encontro e a luta pela liberdade.

12.02.2024 | par Nélida Brito | 25 de abril, exposição, paz

8 de Fevereiro de 2024 - Inauguração da exposição “Liberdade - Portugal, lugar de encontros” na UCCLA

No ano em que se assinalam os 50 anos do 25 de Abril, a UCCLA vai inaugurar a exposição “Liberdade - Portugal, lugar de encontros” no dia 8 de fevereiro, às 18 horas. 

Com curadoria de João Pinharanda, a exposição pretende dar voz à expressão artística propiciada pela conquista da Liberdade em Portugal. Com o 25 de Abril de 1974 e o fim da Guerra Colonial criaram-se condições para uma multiplicidade de encontros.

Na seleção curatorial de João Pinharanda são-nos apresentados 28 olhares artísticos contemporâneos, oriundos dos países que se expressam oficialmente em língua portuguesa. Estes artistas têm em comum o facto de terem tido ou ainda terem em Portugal um lugar de encontro e trabalho, que pode não ser central nem determinante no seu olhar, mas que não deixa de ser um laço, com a restante realidade artística. A manifesta pluralidade de perspetivas decorre não só da diversidade de origens geográficas e das vivências pessoais, que moldaram a respetiva sensibilidades e criatividade individual. 

A mostra assume-se como uma exposição de cruzamentos e de encontros, daqueles que partiram e regressaram, dos que chegaram e ficaram, ou partiram de novo, ou nunca mais regressaram… Mas todos eles olharam para Portugal e registaram um encontro em imagens; ou olharam, a partir de Portugal, para os seus próprios mundos. Fizeram-no com Liberdade criativa e crítica, oferecendo-nos peças de um puzzle que outros artistas completarão e que nós próprios somos chamados a completar.

De destacar as múltiplas as técnicas utilizadas na produção das peças expostas, que incluem pintura, serigrafia, fotografia, escultura, azulejo e tapeçaria.  

As obras presentes permitem-nos viajar à descoberta de um mundo onírico e de criatividade onde se percecionam muitas das influências que inspiraram estes artistas e as respetivas gerações, com especial destaque para a expressão da liberdade e do espírito anticolonial, as influências espirituais ou religiosas, as influências culturais e literárias e as questões relacionadas à identidade.  

 

A entrada é livre.

A exposição engloba um núcleo no Centro Cultural de Cabo Verde (CCCV), que será inaugurado no dia 15 de fevereiro. 

 

Lista de artistas expostos:

Abraão Vicente Alfredo Cunha

Ana Marchand

Ângela Ferreira

António Ole

Carlos Noronha Feio

Cristina Ataíde

Emília Nadal

Eugénia Mussa

Fidel Évora

Francisco Vidal

Gonçalo Mabunda

Graça Morais

Graça Pereira Coutinho

Herberto Smith

Joana Vasconcelos

José de Guimarães

Keyezua

Manuel Botelho

Mário Macilau

Nú Barreto

Oleandro Pires Garcia

Pedro Chorão

Pedro Valdez Cardoso

René Tavares

Vasco Araújo

Vhils (Alexandre Farto)

Yonamine


Morada:

UCCLA - Avenida da Índia, n.º 110 - Lisboa

CCCV - Rua de São Bento, n.º 640 - Lisboa

Horário:

UCCLA - 8 de fevereiro a 10 de maio de 2024 

Segunda a sexta-feira, das 10 às 18 horas

CCCV - 15 de fevereiro a 15 de abril de 2024 

Terça a quinta-feira, das 12 às 19 horas; Sexta e sábado, das 13 às 20 horas

 

30.01.2024 | par mariana | 25 de abril, 50 anos do 25 de abril, exposição, liberdade, uccla

Tramas da Memória - SEMINÁRIO #6 (VIDAS: 25 DE ABRIL E EMIGRAÇÃO)

SEMINÁRIO #6

16 de maio de 2023, 16h00 (GMT+1)

VIDAS: 25 DE ABRIL E EMIGRAÇÃO

Manuel Antunes da Cunha (Universidade Católica Portuguesa, Braga)
O ciclo As Tramas da Memória: datas para contar é organizado pela coordenação da linha de investigação Europa e o Sul Global: patrimónios e diálogos do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. O ciclo visa assinalar e refletir sobre datas menos sonoras, mas igualmente determinantes para a construção do 25 de Abril de 1974 e das independências dos países africanos de língua oficial portuguesa e de Timor-Leste. Os seminários decorrem online, sempre que possível na data a assinalar, todos os meses, pelas 16 horas, ao longo de 2023. Esta atividade está integrada na iniciativa do CES, «50 anos de Abril».

Este seminário insere-se no ciclo  As Tramas da Memória: datas para contar organizado pela coordenação da linha de investigação Europa e o Sul Global: patrimónios e diálogos. O ciclo visa assinalar e refletir sobre datas menos sonoras, mas igualmente determinantes para a construção do 25 de Abril de 1974 e das independências dos países africanos de língua oficial portuguesa e de Timor-Leste. Os seminários decorrem on-line, sempre que possível na data a assinalar, todos os meses, pelas 16 horas, ao longo de 2023

No dia 16 de Maio assinala-se o Dia Internacional de Histórias de Vida. Elsa Lechner convida o professor Manuel Antunes da Cunha, da Universidade Católica Portuguesa, em Braga, para uma reflexão sobre o 25 de Abril e a emigração portuguesa em França.

 

 

16.05.2023 | par mariadias | 25 de abril, emigração, seminário, Tramas da Memória

"Estendais", livro de Gisela Casimiro

Estendais, o livro de crónicas de Gisela Casimiro que a Caminho agora edita vem, como a própria autora descreve, “do cerne, do coração, do estômago, do amor, da observação de estendais e pessoas”. Um livro sobre o mundo.


A sessão de apresentação decorre na Livraria Almedina Rato, no dia 11 de maio (quinta-feira), pelas 18h30. O livro será apresentado pela actriz Cláudia Semedo e pela jornalista Lia Pereira.

«Em todas as histórias, a Gisela está em si, buscando o outro. “Fiz de perder o meu ofício”, resume algures. “Às vezes perco tempo a observar as pessoas e perco uma boa fotografia”, observa noutra página. “E a menina, escreve sobre Portugal ou sobre África?”, perguntam-lhe no metro. “Sobre o mundo”, responde. Sobre o seu mundo, acrescento eu. Um mundo com tanto sentir como saber, onde quem tem um livro, mesmo que pouco mais, tem tudo.»

Gisela Casimiro nasceu na Guiné-Bissau em 1984. É autora de Erosão e Giz (poesia), e do texto e dramaturgia de Casa com Árvores Dentro, espectáculo encenado por Cláudia Semedo e estreado no Teatro Municipal Amélia Rey Colaço. Participou, entre outras antologias nacionais e internacionais, de Reconstituição Portuguesa (org. Viton Araújo e Diego Tórgo), premiada em Cannes. Os seus textos estão traduzidos para turco, mandarim, alemão, espanhol e inglês. É ainda artista, performer, curadora, tradutora e activista.

Ficha do Livro
Título: Estendais
Nº págs: 296
ISBN: 9789722132114
PVP C/ IVA: 15,90€

27.04.2023 | par mariadias | 25 de abril, crónica, estendais, Gisela Casimiro, Guiné-Bissau, livro

Comemorações do 25 de Abril

A um ano de comemorarmos o 50.º aniversário do 25 de Abril, aqui estamos de novo parafestejar esse heróico levantamento militar do Movimento das Forças Armadas que pôs fim a48 longos anos de obscurantismo e ditadura fascista.Comemorar o 25 de Abril é festejar aquela madrugada por que tanto esperava o povoportuguês para emergir da noite e do silêncio e poder construir, em liberdade, uma sociedadedemocrática, justa e inclusiva. Por isso o povo saiu à rua e juntou-se aos heróicos capitães paradar corpo à Revolução de Abril: conquistaram-se liberdades e garantias, direitos políticos,económicos, sociais e culturais, afirmou-se a soberania e independência nacionais – princípios,direitos e garantias consagrados na Constituição da República Portuguesa.Uma sociedade democrática, justa e inclusiva constrói-se ou desconstrói-se conforme asopções de políticas públicas e a capacidade de participação dos cidadãos. Por isso, desde o 25de Abril de 1974, tem havido avanços e recuos nessa construção. Persistem discriminaçõespor género, idade, deficiência, origem étnica ou carências de ordem socioeconómica que seagravaram com a pandemia COVID 19 e com o recente, aumento do custo de vida que está acriar cada vez mais desigualdades em Portugal. São de valorizar e continuar a defender osavanços nas garantias e liberdades individuais, no reconhecimento dos direitos das minorias edo direito à diferença.Há, pois, que continuar a lutar para cumprir Abril porque cumprir Abril é garantir que todos osportugueses tenham acesso a pensões, reformas e salários dignos, à saúde, educação, cultura,habitação porque, como diz o poeta, sem isso não há liberdade a sério. Cumprir Abril écontribuir para a construção de uma sociedade em que se possa viver com dignidade, nummeio ambiente amigo da natureza, em que a Paz, o diálogo e a cooperação entre as Nações eos Povos sejam uma realidade.Para cumprir Abril é preciso defender e reforçar o Serviço Nacional de Saúde, essa construçãomaior da democracia, sem o qual teria sido impossível combater eficazmente a pandemia doCOVID 19, dotando-o dos meios necessários e compensando os profissionais de saúde deforma digna e consistente.Para cumprir Abril é preciso investir na Educação, respondendo ao clamor dos seusprofissionais de forma a poder aplicar-se efetivamente os desígnios da Escola Inclusiva.Para cumprir Abril é preciso investir na Cultura, pois é pela Cultura que se preserva a memóriaidentitária dos povos, sem a qual o futuro fica comprometido, não esquecendo que a práticado desporto é um fator dinamizador da consciência coletiva, sobretudo na juventude.Para cumprir Abril é preciso garantir o direito à habitação, em condições de habitabilidade ede acessibilidade.Para cumprir Abril é preciso combater a pobreza e o agravamento das desigualdades sociais.Nesse combate ocupa lugar de destaque a valorização dos direitos laborais, pondo fim àprecarização do trabalho e aos baixos salários, mas, também, é preciso aumentar as reformase pensões e garantir uma efetiva proteção dos grupos sociais mais vulneráveis emarginalizados.Para cumprir Abril deve ser reconhecido o combate às alterações climáticas, entendendo quepartilhamos todos o mesmo desafio existencial e que temos uma responsabilidadeintergeracional, de deixarmos um mundo melhor para as próximas gerações.Para cumprir Abril é preciso que a todos seja garantido o direito de acesso à Justiça.Em todas estas dimensões é preciso avançar.


As enormes marcas negativas que a guerra colonial deixou na sociedade portuguesaprovocaram no nosso povo um profundo sentimento de defesa da Paz, objectivo assumido naConstituição da República Portuguesa que garante a soberania e independência , preconizandoa criação de uma ordem internacional capaz de assegurar a paz e a justiça nas relações entreos povos e os Estados, em particular no reforço da identidade Europeia e nos laçosprivilegiados de amizade e cooperação com os países de Língua Portuguesa.Face ao recrudescimento de expressões reacionárias de cariz racista, xenófobo,antidemocrático e fascista, afirmamos que estamos unidos na convicção de que os valores deAbril estão bem presentes na história, na identidade de Portugal e dos portugueses e que tudofaremos para combater ideias e acções que ataquem Abril e a Constituição da RepúblicaPortuguesa que corporiza os seus valores.A todos quantos se revejam nos valores constantes neste Apelo da Comissão Promotora dasComemorações Populares do 25 de Abril, que se juntem e participem no Desfile Popular, às 15horas do dia 25 de Abril de 2023, no Marquês de Pombal/Avenida da Liberdade.Viva o 25 de Abril!

24.04.2023 | par mariadias | 25 de abril, desfile, liberdade, participação

Visita o Aljube!

30 de julho de 2022 - 10H30
Museu do Aljube Resistência e Liberdade

Vem conhecer a exposição longa duração do Museu do Aljube Resistência e Liberdade, e as histórias da resistência à ditadura em Portugal até à revolução do 25 de Abril de 1974.

A exposição de longa duração do Museu apresenta aos visitantes no piso -1 uma mostra arqueológica com vestígios encontrados aqui.

No piso 0, o memorial de homenagem aos presos políticos, a história do edifício e a exposição temporária “Adeus Pátria e Família”.

No piso 1, a caracterização do regime ditatorial português (1926-1974), os seus meios de repressão e opressão (a Censura, as polícias e os tribunais políticos).

No piso 2, a resistência das oposições (semi-legais e clandestinas), a prisão, a tortura, os curros de isolamento.

No piso 3, a luta anticolonial e os movimentos independentistas de libertação, o derrube da ditadura e o 25 de Abril de 1974 e no piso 4, a exposição temporária “A Sagrada Família”.

Duração aproximada: 1h

Entrada livre, sujeita a inscrição em: inscricoes@museudoaljube.pt

27.07.2022 | par Alícia Gaspar | 25 de abril, cultura, exposição, museu do aljube, visita guiada

Visita o Aljube!

Vem conhecer a exposição longa duração do Museu do Aljube Resistência e Liberdade, e as histórias da resistência à ditadura em Portugal até à revolução do 25 de Abril de 1974.

A exposição de longa duração do Museu apresenta aos visitantes no piso -1 uma mostra arqueológica com vestígios encontrados aqui. No piso 0, o memorial de homenagem aos presos políticos e a história do edifício; no piso 1, a caracterização do regime ditatorial português (1926-1974), os seus meios de repressão e opressão (a Censura, as polícias e os tribunais políticos).
No piso 2, a resistência das oposições (semi-legais e clandestinas), a prisão, a tortura, os curros de isolamento.
No piso 3, a luta anticolonial e os movimentos independentistas de libertação, o derrube da ditadura e o 25 de Abril de 1974.

Duração aproximada: 1h

30 DE ABRIL DE 2022 - 10H30
MUSEU DO ALJUBE RESISTÊNCIA E LIBERDADE

Entrada livre, sujeita a inscrição em: inscricoes@museudoaljube.pt

25.04.2022 | par arimildesoares | 25 de abril, história, museu do aljube, Resistência

REVOLUÇÃO, HISTÓRIA E DEMOCRACIA - Programa de Iniciativas do IHC pelo Aniversário do 25 de Abril

Ciclo de iniciativas do Instituto de História Contemporânea, a pretexto de mais um Aniversário do 25 de abril de 1974.

Todas as iniciativas serão transmitidas no canal youtube do Instituto. Participam nas iniciativas: José Pedro Castanheira, Amália Rodrigues, Manuel Deniz Silva, Miguel Carvalho, Nuno Domingos, Raquel Ribeiro, Flávio Almada (lbc), Inês Galvão, Amílcar Cabral, Susana Peralta, Ana Ferreira, Cláudia Ninhos, Jorge Pedreira, Inês Brasão, João Leal, Inácia Rezola, Pedro Rei Silva, Edgar Silva, Pedro Ramos Pinto, Madalena Meyer Resende, António Costa Pinto, Pedro Aires de Oliveira, Rita Narra Lucas, Luís Trindade, Ricardo Noronha, Rita Luís, Rui Lopes.

09.04.2021 | par Alícia Gaspar | 1974, 25 de abril, democracia, história, instituto de história contemporânea, liberdade, revolução

25 de abril

Os 45 anos do 25 de Abril de 1974 assinalam-se com visitas, conversas, teatro, cinema e música. O Museu de Aljube está de portas abertas dia 25, para a recolha de testemunhos dos Dias da Memória da Resistência, mas tem muitas outras propostas para celebrar Abril. No Teatro São Luiz, na rua António Maria Cardoso, paredes meias com o edifício que foi sede da PIDE, há uma Ocupação e no Museu de Lisboa há conversas sobre liberdade e revolução. Abril festeja-se também na rua, com concertos, videomapping e leituras.

 

24.04.2019 | par martalanca | 25 de abril, EGEAC

Um Museu Vivo de Memórias Pequenas e Esquecidas

33º Festival de Almada. Teatro-Estúdio António Assunção 

7 de Julho, às 19h30 // 8 de Julho, às 16h // 10 de Julho, às 15h

Construído a partir de uma intensa pesquisa ao longo de 4 anos, este projecto percorre mais de 80 anos da história de Portugal, centrando-se em três momentos/períodos cruciais: A Ditadura do Estado Novo, a Revolução do 25 de Abril de 1974, e o Processo Revolucionário que se lhe seguiu e a que alguns chamam PREC, enquanto outros chamam outras coisas mais depreciativas (mas ainda há quem se lembre dele com saudade). Um Museu Vivo de Memórias Pequenas e Esquecidas questiona precisamente algumas das narrativas hegemónicas em circulação sobre estes acontecimentos, bem como algumas das contra-narrativas, algumas memórias consensuais construídas e replicadas e reescritas e revistas ao longo dos anos – contrapondo a isto uma ‘pequena memória’ – pessoal e privada – a partir de testemunhos de pessoas desconhecidas que viveram estes períodos e que, também elas, têm a sua história para contar.

Este espectáculo foi escrito e dirigido por Joana Craveiro, que o interpreta, em 5h de relatos, perplexidades e assombros vários.

fotografia de João Tuna.fotografia de João Tuna.
Um Museu Vivo de Memórias Pequenas e Esquecidas esteve na lista dos melhores do ano 2014 dos jornais Expresso e Público e foi nomeado para melhor espectáculo do ano pela Sociedade Portuguesa de Autores. Recebeu o Prémio do Público do Festival de Almada.

Investigação, texto, direcção e interpretação: Joana Craveiro
Colaboração criativa e assistência: Rosinda Costa e Tânia Guerreiro
Figurinos: Ainhoa Vidal
Desenho de luz: João Cachulo
Produção: Cláudia Teixeira
Assistente de produção: Igor de Brito
Co-produção: Teatro do Vestido e Negócio/ZDB
Apoio: Citemor - Festival de Montemor-o-Velho e Festival Alkantara

Duração 5h (com refeição incluída)
No final de cada espectáculo haverá um debate com os espectadores.

Para mais informações, por favor consulte o site do Festival de Almada

05.07.2016 | par martalanca | 25 de abril, memória, Teatro do Vestido

Aniversário de pais incógnitos

É hoje (ontem) o 37º aniversário da vitória dos movimentos de libertação nacional de Angola, Moçambique e Guiné-Bissau, nas suas guerras contra o regime colonial português.
Isto porque, é bem sabido, o objectivo de uma guerrilha não é vencer militarmente no terreno, mas levar o opositor a não ter vontade e/ou condições para continuar a combater.
As independências vieram depois, por vezes com enormes sobressaltos até lá. Mas a sua estrondosa vitória deu-se na madrugada de 24 para 25 de Abril de 1974.
Uma vitória de pais incógnitos. Por lá, porque deve ter havido quem achasse que o objectivo estratégico da sua luta armada não seria suficientemente heroico, quando vertido no discurso público. Por cá, porque reaparecem ciclicamente umas alminhas carunchosas a clamar que as guerras não estavam militarmente perdidas, como se isso fosse o relevante em guerras como aquelas.
Entretanto, combatentes dos movimentos de libertação, obrigado pela vossa contribuição para a nossa própria libertação.

 

Paulo Granjo

26.04.2011 | par martalanca | 25 de abril, movimentos de libertação

Paulo Flores em Vila Nova de Santo André

O músico, cantor e compositor angolano Paulo Flores vai estar em Vila Nova de Santo André, na noite de dia 24 de Abril, para o concerto comemorativo dos 37 anos do 25 de Abril.

Trata-se do concerto que a Câmara Municipal de Santiago do Cacém promove e oferece à população no âmbito das comemorações da Revolução dos Cravos. Este ano, o concerto realiza-se em Vila Nova de Santo André, junto ao Parque Central, às 22h00.

23.04.2011 | par ritadamasio | 25 de abril, angola, comemorações, música angolana, revolução dos cravos

O INEVITÁVEL É INVIÁVEL - Manifesto dos 74 nascidos depois de 74

Somos cidadãos e cidadãs nascidos depois do 25 de Abril de 1974. Crescemos com a consciência de que as conquistas democráticas e os mais básicos direitos de cidadania são filhos directos desse momento histórico. Soubemos resistir ao derrotismo cínico, mesmo quando os factos pareciam querer lutar contra nós: quando o então primeiro-ministro Cavaco Silva recusava uma pensão ao capitão de Abril, Salgueiro Maia, e a concedia a torturadores da PIDE/DGS; quando um governo decidia comemorar Abril como uma «evolução», colocando o «R» no caixote de lixo da História; quando víamos figuras políticas e militares tomar a revolução do 25 de Abril como um património seu. Soubemos permanecer alinhados com a sabedoria da esperança, porque sem ela a democracia não tem alma nem futuro.
O momento crítico que o país atravessa tem vindo a ser aproveitado para promover uma erosão preocupante da herança material e simbólica construída em torno do 25 de Abril. Não o afirmamos por saudosismo bacoco ou por populismo de circunstância. Se não é de agora o ataque a algumas conquistas que fizeram de nós um país mais justo, mais livre e menos desigual, a ofensiva que se prepara – com a cobertura do Fundo Monetário Internacional e a acção diligente do «grande centro» ideológico – pode significar um retrocesso sério, inédito e porventura irreversível. Entendemos, por isso, que é altura de erguermos a nossa voz. Amanhã pode ser tarde.
O primeiro eixo dessa ofensiva ocorre no campo do trabalho. A regressão dos direitos laborais tem caminhado a par com uma crescente precarização que invade todos os planos da vida: o emprego e o rendimento são incertos, tal como incerto se torna o local onde se reside, a possibilidade de constituir família, o futuro profissional. Como o sabem todos aqueles e aquelas que experienciam esta situação, a precariedade não rima com liberdade. Esta só existe se estiverem garantidas perspectivas mínimas de segurança laboral, um rendimento adequado, habitação condigna e a possibilidade de se acederem a dispositivos culturais e educativos. O desemprego, os falsos recibos verdes, o uso continuado e abusivo de contratos a prazo e as empresas de trabalho temporário são hoje as faces deste tempo em que o trabalho sem direitos se tornou a norma. Recentes declarações de agentes políticos e económicos já mostraram que a redução dos direitos e a retracção salarial é a rota pretendida. Em sentido inverso, estamos dispostos a lutar por um novo pacto social que trave este regresso a vínculos laborais típicos do século XIX.
O segundo eixo dessa ofensiva centra-se no enfraquecimento e desmantelamento do Estado social. A saúde e a educação são as duas grandes fatias do bolo público que o apetite privado busca capturar. Infelizmente, algum caminho já foi trilhado, ainda que na penumbra. Sabemos que não há igualdade de oportunidades sem uma rede pública estruturada e acessível de saúde e educação. Estamos convencidos de que não há democracia sem igualdade de oportunidades. Preocupa-nos, por isso, o desinvestimento no SNS, a inexistência de uma rede de creches acessível, os problemas que enfrenta a escola pública e as desistências de frequência do ensino superior por motivos económicos. Num país com fortes bolsas de pobreza e com endémicas desigualdades, corroer direitos sociais constitucionalmente consagrados é perverter a nossa coluna vertebral democrática, e o caldo perfeito para o populismo xenófobo. Com isso, não podemos pactuar. No nosso ponto de vista, esta é a linha de fronteira que separa uma sociedade preocupada com o equilíbrio e a justiça e uma sociedade baseada numa diferença substantiva entre as elites e a restante população.
Por fim, o terceiro e mais inquietante eixo desta ofensiva anti-Abril assenta na imposição de uma ideia de inevitabilidade que transforma a política mais numa ratificação de escolhas já feitas do que numa disputa real em torno de projectos diferenciados. Este discurso ganhou terreno nos últimos tempos, acentuou-se bastante nas últimas semanas e tenderá a piorar com a transformação do país num protectorado do FMI. Um novo vocabulário instala-se, transformando em «credores» aqueles que lucram com a dívida, em «resgate financeiro» a imposição ainda mais acentuada de políticas de austeridade e em «consenso alargado» a vontade de ditar a priori as soluções governativas. Esta maquilhagem da língua ocupa de tal forma o terreno mediático que a própria capacidade de pensar e enunciar alternativas se encontra ofuscada. Por isso dizemos: queremos contribuir para melhorar o país, mas recusamos ser parte de uma engrenagem de destruição de direitos e de erosão da esperança.

Se nos roubarem Abril, dar-vos-emos Maio!


Alexandre de Sousa Carvalho – Relações Internacionais, investigador; Alexandre Isaac – antropólogo, dirigente associativo; Alfredo Campos – sociólogo, bolseiro de investigação; Ana Fernandes Ngom – animadora sociocultural; André Avelãs – artista; André Rosado Janeco – bolseiro de doutoramento; António Cambreiro – estudante; Artur Moniz Carreiro – desempregado; Bruno Cabral – realizador; Bruno Rocha – administrativo; Bruno Sena Martins– antropólogo; Carla Silva – médica, sindicalista; Catarina F. Rocha – estudante; Catarina Fernandes – animadora sociocultural, estagiária; Catarina Guerreiro – estudante; Catarina Lobo – estudante; Celina da Piedade – música; Chullage - sociólogo, músico; Cláudia Diogo – livreira; Cláudia Fernandes – desempregada; Cristina Andrade – psicóloga; Daniel Sousa – guitarrista, professor; Duarte Nuno - analista de sistemas; Ester Cortegano – tradutora;Fernando Ramalho – músico; Francisca Bagulho – produtora cultural; Francisco Costa – linguista; Gui Castro Felga – arquitecta; Helena Romão – música, musicóloga; Joana Albuquerque – estudante; Joana Ferreira – lojista; João Labrincha – Relações Internacionais, desempregado; Joana Manuel – actriz; João Pacheco – jornalista; João Ricardo Vasconcelos – politólogo, gestor de projectos; João Rodrigues – economista; José Luís Peixoto – escritor; José Neves – historiador, professor universitário; José Reis Santos – historiador; Lídia Fernandes – desempregada; Lúcia Marques – curadora, crítica de arte; Luís Bernardo – estudante de doutoramento; Maria Veloso – técnica administrativa; Mariana Avelãs – tradutora; Mariana Canotilho – assistente universitária; Mariana Vieira – estudante de doutoramento; Marta Lança– jornalista, editora; Marta Rebelo – jurista, assistente universitária; Miguel Cardina – historiador; Miguel Simplício David – engenheiro civil; Nuno Duarte (Jel) – artista; Nuno Leal– estudante; Nuno Teles – economista; Paula Carvalho – aprendiz de costureira; Paula Gil – Relações Internacionais, estagiária; Pedro Miguel Santos – jornalista; Ricardo Araújo Pereira– humorista; Ricardo Lopes Lindim Ramos – engenheiro civil; Ricardo Noronha – historiador;Ricardo Sequeiros Coelho – bolseiro de investigação; Rita Correia – artesã; Rita Silva – animadora; Salomé Coelho – investigadora em Estudos Feministas, dirigente associativa; Sara Figueiredo Costa – jornalista; Sara Vidal – música; Sérgio Castro – engenheiro informático;Sérgio Pereira – militar; Tiago Augusto Baptista – médico, sindicalista; Tiago Brandão Rodrigues – bioquímico; Tiago Gillot – engenheiro agrónomo, encarregado de armazém; Tiago Ivo Cruz – programador cultural; Tiago Mota Saraiva – arquitecto; Tiago Ribeiro – sociólogo;Úrsula Martins – estudante…

22.04.2011 | par martalanca | 25 de abril, direitos sociais, manifesto