«O músico luso-cabo-verdiano Ritchaz Cabral chega até nós com “Kabalindadi”, caloroso e bamboleante tema mergulhado na melhor tradição dos sons típicos de Cabo Verde que pretende alertar consciências para a necessidade de combater a tirania e corrupção humana que preenchem o nosso dia-a-dia. Este é então o cartão de visita do primeiro EP a solo do músico, “Mal Famadu”, que estará disponível digitalmente a partir do próximo mês de Fevereiro com o selo da Music For All.
Ricardo Cabral, de nome artístico Ritchaz Cabral, nasceu em Lisboa, no profícuo ano de 1988, e é filho de pais cabo-verdianos, imigrantes em Portugal há várias décadas. Com apenas 13 anos, começa a dar os seus primeiros passos na música. O passaporte para aquilo que, anos mais tarde, se transformaria na sua vida profissional foi um velho gravador de cassetes, propriedade do seu progenitor, e um microfone inventado e construído pelo próprio utilizando pequenas colunas modificadas. Na altura, cantava letras conhecidas de autores cabo-verdianos e gravava brincadeiras com as irmãs e amigos. Entre 2003 e 2012, fez parte da dupla Ritchaz & Keky que se apresentava com uma sonoridade mestiça onde o Kuduro se encontrava com a Kizomba e onde o Techno e o Reggae se fundiam com o Funaná e o Hip-Hop, num autêntico caldeirão de influências e sonoridades. A partir de 2007, a dupla trabalhou com a agência cultural Filho Único (Lisboa), com quem tiveram atuações regulares dentro e fora do país e através da qual participaram na coletânea de CD’s Novos Talentos da Fnac e da Antena 3 (2008). Entre 2009 e 2011, Ritchaz frequenta dois cursos relacionados com a criatividade, produção e marketing musical na Restart (Lisboa), passando a fazer com frequência trabalhos de gravação, produção, mistura e masterização de música para diversos artistas na Europa e África. Nascia assim uma faceta diferente e complementar na carreira de Ritchaz Cabral! Em 2011, e nos dois anos que se seguiram, Ritchaz integrou a banda de Reggae Luso United, sediada na Amadora, assumindo-se como teclista.
Paralelamente, o artista envolve-se em diferentes projetos ligados à música. Foi co-criador do Estúdio SomGráfico (estúdio de música comunitário), no bairro Outurela (Oeiras), juntamente com outros amigos e músicos; deu aulas de viola na escola básica local; e fez a co-produção e o lançamento do álbum musical independente Proghetto, que contou com a presença de vários artistas. Em 2012, o artista junta-se ao grupo Raboita como vocalista, guitarrista e baixista. É nesta altura que passa a ter mais contacto com a música tradicional de Cabo Verde, adicionando ao seu leque de sonoridades as Mornas, Batukus, Funanás, Coladeiras e Mazurcas. Chegamos, enfim, a 2014. Esta foi a altura em que Ritchaz decidiu dedicar-se a uma carreira a solo, começando a preparar aquele que se tornaria no seu primeiro EP. Neste trabalho são bem audíveis as suas raízes cabo-verdianas através dos Funanás lentos, dos Batuques com letras que retratam a simplicidade da vida e os valores do amor e respeito assim como os temas de cariz social, vertente que Ritchaz sempre prezou bastante. Em simultâneo, Ritchaz integra o grupo Skopeofonia, um projeto de investigação académica em Etnomusicologia, da Universidade de Aveiro com a Fundação para a Ciência e Tecnologia, que tem recolhido e analisado as práticas musicais no bairro da Cova da Moura, na Amadora. É por entre um leve sorriso, um ritmo quente e pegadiço e uma letra que nos transporta para as sinceras e profundas paisagens africanas que encontramos este primeiro trabalho de Ritchaz Cabral. O menino que Portugal viu nascer e crescer é hoje um homem que não esquece as suas origens, homenageando-as em “Mal Famadu”, o seu primeiro EP a solo. »
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Fourth Annual ACGS Conference Amsterdam, 26-27 October 2017
Keynote speakers: * Victoria Bernal (Professor of Anthropology, University of California, Irvine, US) * Paula Chakravartty (Associate Professor Media, Culture and Communication, New York University, New York, US) * Iain Chambers (Professor of Cultural and Postcolonial Studies, Oriental University, Naples, Italy)
Central to artist Kara Walker's work is Black history, its telling and re-telling, and the effect this has on African-Americans today. She attacks racial myth and stereotypes, exploring issues such as slavery, sexuality, oppression and domination.Postcolonial thinking has challenged the stability of discourses on culture, globalisation, economics, human rights and politics. Postcolonial thinking, as a form of mediation and displacement of worldviews, triggered a re-evaluation of the complex connections between culture, class, economy, gender and sexuality. This conference aims to engage with such postcolonial displacements. Displacement can be seen under the rubric of mobility and its many forms today, most tellingly discernible in the forced movements of peoples in the wake of wars, and the concomitant crises this provokes around issues of “culture and civilization”, and its gendered, religious and raced dimensions. The refugee crisis in Europe is an important case in point. Cultural productions from the non-West continue to displace received understandings of other cultures and societies (Chow, 2002, Narayan, 1997) while contemporary political movements draw inspiration from postcolonial struggles as they deploy new media forms, as Howard Caygill (2013) has recently shown in his analyses of the Gandhian non-violence movement, the continuing Maoist rebellions and their relation to the Zapatistas and the Indignados. The shifting contours of gender and sexual politics, and the critique of stable identities provoked by queer politics and theory, are also producing displacements, in the discourse and practice of the politics of rights. Local, regional and national politics often challenge universal rights claims. e.g. the controversies around the relevance of “Global Queer” (Altman, 1996). The postcolonial is understood here simultaneously as a mediating and a displacing series of interventions, which demands engagement with contemporary understandings of globalisation. We invite papers that explore the complexity of postcolonial mediations in their interaction with the displacements of globalisation through theoretical and empirical analyses. Possible topics include: 1. How can a postcolonial perspective inform newer understandings of contemporary forms of cultural, political and economic globalisation? For example, what does the “neo-colonial” turn (Mignolo) imply for thinking globalisation’s many dimensions today? What purchase might postcolonial perspectives (including postcolonial self-critique) have in the context of “planetary” (Spivak) developments, discussions of “Empire” and “Multitude” (Hardt/Negri) and articulations of “singular” (Jameson) and alternative modernities? 2. Migration in its many forms has centralized displacement as a crucial feature of globalisation. How might a postcolonial perspective further a contemporary engagement with the displacements of peoples in the wake of economic globalisation, political crises, human rights crises, and the ongoing militarization of the globe? How can the figures of the “migrant”, the “refugee” and the “asylum-seeker”, for example, be rethought given their contemporary reformulations by nation-states and transnational entities such as the EU and other multilateral deportation/resettling schemes in Asia? 3. Queer theory has long argued that gender and sexuality are not external dimensions to be “added” onto considerations of subjectivity but intrinsic to how “human” subjectivities are lived, transformed and theorized. How do contemporary forms of displacement register at the level of gender and sexual politics? And how might queer forms of thinking intervene, mediate, displace or consolidate racist, sexist, transphobic, and hetero-normative discourses in the wake of globalisation, often under the rubric of culture and civilization? 4. Contemporary forms of globalisation are not only represented but also actively constructed through forms of media engagement, from political mobilization through social media to filmic and televisual cultural practices. These mediated forms of global politics demand different forms of analysis while also provoking transformations in how we theorize media themselves. How can “mediation” be confronted and theorized given the postcolonial dimensions of contemporary globalisation? 5. The contours of globalisation in terms of borders, the nation-states and transnational communities are being displaced and redrawn in the content of contemporary economic, political and military crises. How might postcolonial perspectives furnish cognitive and affective mappings of the overlaps and disjunctions of political and cultural cartographies? 6. Given that a “postcolonial perspective” unites competing perspectives (e.g. the literary, the politico-economic, the Marxist, the postmodernist) rather than a unified and homogeneous body of arguments, what are the contemporary forms of internal displacement within the field? Contributions from fields from across the social sciences or humanities are invited. Please submit an abstract (200-300 words) and short bio (max. 100 words) by 1 February 2017 to acgs-fgw@uva.nl<mailto:acgs-fgw@uva.nl?subject=Abstract%20Postcolonial%20Mediations%20Conference>. Notice of acceptance will be given by 1 May 2017. Conference fee: 50 Euros (25 Euros for PhD students). Conference dinner: 25 Euros. Organisers: Sudeep Dasgupta (University of Amsterdam), John Nguyet Erni (Hong Kong Baptist University), Aniko Imre (University of Southern California), Jeroen de Kloet (University of Amsterdam), Sandra Ponzanesi (Utrecht University), Raka Shome (National University of Singapore)
Convite para ver o projecto URB, dia 12 de Janeiro, às 21h, na Fundação Calouste Gulbenkian. Entrada livre. O bilhete deve ser levantado lá um dia antes.
Existe um corpo que está em risco. Sem título é um território para construção de um solo, onde a coreografia é gerada pelo trânsito de referências e memórias de um corpo negro. Esse território é dividido por lotes, que procura no espaço entre o próprio corpo e o chão, ou na ficção de uma imagem, “tensionar” a questão da presença desse corpo coexistir nesse mesmo espaço. Existe um corpo que está em risco e que não tolera qualquer tentativa de controlar o que ele produz. Davi Pontes
Coreografia e interpretação Davi Pontes Acompanhamento Artístico Miguel Bonneville Música Original Challenger (Luís Kasprzykowski) Desenho de Luz Nuno Patinho Registo Vídeo e Fotográfico Joana Linda Produção Executiva: Cristina Correia
Para o povo soviético, o colapso do Estado surgiu como uma surpresa completa e, ao mesmo tempo, como algo de natural. Esse evento dramático revelou um paradoxo presente no seio do sistema soviético: se a maioria dos seus cidadãos experimentava este sistema como eterno e imutável, também tinham estado sempre preparados para a sua desintegração. No livro Everything Was Forever, Until It Was No More: The Last Soviet Generation [Tudo foi para sempre, até não o ser mais: a última geração soviética], Alexei Yurchak, professor de Antropologia na Universidade de Califórnia, Berkeley, usa este paradoxo como ponto de partida para a análise da vida soviética durante o período do “socialismo tardio”. Por um lado, a imagem do socialismo que emerge neste livro é muito diferente dos estereótipos que reduzem a realidade soviética a um simplismo binário: estado de opressão versus resistência popular, cultura oficial versus não oficial, linguagem totalitária versus linguagem privada, mentira pública versus verdade escondida. Por outro, o próprio conceito de hipernormalização que Yurchak introduz revela-se potencialmente útil para análise de outros sistemas políticos, como comprovou o célebre documentário de Adam Curtis, HyperNormalisation, estreado em 2016. Nesta conferência, Alexei Yurchak discutirá os argumentos principais do seu livro, estendendo esta reflexão à análise do capitalismo contemporâneo.
O Centro de Estudos Internacionais (CEI-IUL) do ISCTE acolhe, nos próximos dias 11 a 13 de janeiro, a Conferência Internacional Ativismos em África. Evento inédito em Portugal, trata-se da primeira reunião de investigadores e ativistas dedicada ao debate sobre os movimentos sociais no continente africano. A Conferência será iniciada no dia 11 de janeiro com o Fórum de Ativistas, no qual estarão presentes organizações e movimentos ativistas de Portugal e Angola, como a Plataforma de Afrodescentes em Portugal, o SOS Racismo e a Femafro, entre outras. A mesa de abertura contará com as intervenções de Leo Igwe (ativista nigeriano pela liberdade religiosa), Juan Tomás Ávila (escritor e ativista da Guiné Equatorial pró-democracia) e Luaty Beirão (rapper e ativista angolano). O encerramento terá a presença dos investigadores Pedro Neto (CEI-ISCTE IUL) e Nancy Dantas (Universidade do Cabo – África do Sul) e do ativista angolano José Marcos Mavungo. Durante a conferência decorrerá uma feira do livro, lançamento dos livros: “My way from Congo to Europe: between resistance, flight and exile” de Emmanuel Mbolela; “Sou Eu Mais Livre, Então. Diário de um preso político angolano” de Luaty Beirão e “A Sociedade Civil e o Estado na Guiné-Bissau: dinâmicas, desafios e perspectivas” de Miguel de Barros, e ainda uma mostra de documentários. A programação completa e outras informações estão disponíveis no site da Conferência: http://cei.iscte-iul.pt/activismsinafrica/pt/
Para mais informações, por favor contactar: Magda Bialoborska, magdabi@gmail.com Mojana Vargas mojanavargas@gmail.com
No âmbito da iniciativa Catchupa Factory – Novos Fotógrafos, lançada em Maio de 2016, realizou-se o Curso Avançado de Projecto em Fotografia, com a participação de 12 fotógrafos cabo-verdianos provenientes de diferentes ilhas. Pretendia-se incentivar o desenvolvimento de um projecto fotográfico documental dando particular ênfase ao trabalho de edição e de construção de sequências narrativas. Ao exercício proposto, todos responderam de forma praticamente unívoca: tendo como pano de fundo a cidade do Mindelo, os trabalhos apresentados reflectiam preocupações de ordem social, cultural e económica. Partindo de um maior ou menor conhecimento da cidade (e fazendo-o com recurso a diferentes estratégias), cada um dos autores acabou por percorrer ou habitar diferentes espaços (não é a própria fotografia, também, um acto performativo?). Em alguns casos é nos lugares de maior intimidade que se desenvolve a narrativa, sendo que outros fotógrafos foram obrigados a deslocar-se em território até então desconhecido. Dentro de uma esfera tão ampla de abordagens, talvez a característica mais visível seja uma atitude de transgressão relativamente às noções de centro e periferia. Numa cidade em que a própria geografia e o desenvolvimento urbanístico determinam de forma tão vincada sociabilidades distintas, vemos nestes trabalhos como as diferentes fronteiras e centralidades acabam por ser corrompidas. Foram estes aspectos que quisemos destacar no processo de deslocamento dos projectos fotográficos para esta plataforma eminentemente visual e interactiva. De que forma a dispersão e localização das tomadas de vista foram condicionadas pela biografia de cada autor, por sentimentos de pertença, distanciamento, curiosidade ou desejo? A Catchupa Factory – Novos Fotógrafos é uma iniciativa da AOJE e contou com o apoio do Ministério da Cultura de Cabo Verde e da Fundação Calouste Gulbenkian; o Curso de Projecto foi orientado por António Júlio Duarte e Diogo Bento e teve a participação de Pedro dos Reis (da RAUM) e Miguel Rodrigues que entre 16 e 18 de Maio conduziram um workshop e conversa sobre a fotografia e o espaço digital, no âmbito da iniciativa Raum: em Cabo Verde, com o apoio da Direção-Geral das Artes.
Estreia em Portugal: 11 de dezembro de 2016 | 16h Sede da ACOSP - Associação da Comunidade de S. Tomé e Príncipe em Portugal, Portas de Benfica-Edificio do Castelo Norte-PortaB Apresentação de Abílio Bragança Neto e Augusto Nascimento Duração: 25min Novembro, 2016
Sinopse São Tomé e Príncipe é um pequeno país insular situado no Oceano Atlântico a cerca de 300 km da costa oeste africana. No início do século XX quase toda a superfície do arquipélago era ocupada pelas roças, estruturas agrárias que surgiram para produzir em grande escala duas culturas introduzidas nas ilhas, café e cacau. A maioria das roças estavam nas mãos dos portugueses. Entre 1890 e 1920 as quantidades de cacau exportado do arquipélago eram significativas, mas o declínio da produção começou pouco depois. Com a independência, as roças foram nacionalizadas e nas décadas que se seguiram a produção baixou ainda mais. Actualmente a maior parte do património arquitectónico está em avançado estado de degradação e a produção de café e cacau é muito reduzida. “nem meu nem teu… é nosso” regista uma polifonia de opiniões sobre a nacionalização das roças em São Tomé e Príncipe.
Realização Nilton Medeiros e Magdalena Bialoborska Locução David João Jochua Imagem e montagem Nilton Medeiros Fotos Arquivo histórico de STP Produção Magdalena Bialoborska Música Filipe Santo Blue Dot Sessions: album Migration | available under Public License in freemusicarchive.org. A moment of reflection by Enrico Altavilla | provided by freesoundtrackmusic.com Monkoto by Kevin MacLeod | licensed under Creative Commons by Attribution 3.0 License, provided by incompetech.com
Pesquisa bibliográfica Nascimento, Augusto (2002), Poderes e quotidiano nas roças de S. Tomé e Príncipe: de finais de oitocentos a meados de novecentos. Pape, Duarte e Rodrigo Rebelo de Andrade (2013), As roças de São Tomé e Príncipe. Seibert, Gerhard (2002), Camaradas, clientes e compadres. Colonialismo, Socialismo e Democratização em São Tomé e Príncipe. Silva, Hélder Lains e (1958), São Tomé e Príncipe e a cultura do café. Tenreiro, Francisco (1961), A Ilha de São Tomé.
Uma bolsa Consolidator Grant do Conselho Europeu de Investigação (ERC), no valor de 1,9 milhões de euros, foi atribuída a Silvia Rodriguéz Maeso, investigadora do Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra, para concretizar o projeto de investigação «POLITICS – The politics of anti-racism in Europe and Latin America: knowledge production, decision-making and collective struggles».
Sílvia RodriguezO projeto de Silvia Maeso tem como desafio inovador aprofundar o conhecimento sobre o antirracismo, proporcionando uma maior compreensão sobre a forma como as injustiças historicamente enraizadas estão a ser questionadas por instituições e movimentos sociais de base. O estudo a efetuar tem dois objetivos principais: a) a análise de processos de produção de conhecimento sobre “raça” e (anti)racismo nas esferas da política governamental (inter)nacional, universidades públicas e movimentos sociais; b) a análise dos múltiplos caminhos de denúncia e mobilização coletiva contra o racismo quotidiano em relação às práticas policiais e às representações sobre (anti)racismo nos meios de comunicação social.
Este estudo desafia as lacunas nos estudos comparativos que têm trabalhado a partir de abordagens meramente avaliativas, sustentando-se em contextos de pesquisa que permitem interrogar as relações entre os níveis global, nacional e local, nomeadamente as realidades das Nações Unidas, a Organização dos Estados Americanos (OAS), da União Europeia (UE) e das políticas públicas, universidades públicas e movimentos de base em 4 países: Brasil, Peru, Portugal e Espanha. POLITICS procurará desvendar a configuração de diferentes noções de dignidade, justiça e igualdade resultantes das lutas antirracistas e das políticas públicas e a legislação recentes, que nos permitam pensar horizontes descoloniais.
Neste concurso para Consolidator Grant, o ERC recebeu mais de 2300 candidaturas, com apenas cerca de 10% a conseguirem aprovação. O objetivo do ERC é o de apoiar os/as investigadores/as numa fase em que estão a consolidar as suas equipas de investigação independentes.
Doutorada em Sociologia Política (Universidade do País Basco), Silvia Maeso é investigadora principal do CES, onde integra a equipa do Núcleo de Estudos sobre Democracia, Cidadania e Direito (DECIDe). É professora nos Programas de Doutoramento «Democracia no Século XXI» e «Human Rights in Contemporary Societies» e no Mestrado Internacional «Roads to Democracy(ies)» (UC/University of Siegen). É ainda membro do Comité de Redação da revista e-cadernos ces e do Comité Editorial de Papeles del CEIC. Foi coordenadora executiva do projeto «TOLERACE - The semantics of tolerance and (anti-)racism: public bodies and civil society in comparative perspective». Entre as suas publicações mais recentes destacam-se: Eurocentrism, Racism and Knowledge: Debates on History and Power in Europe and the Americas (Palgrave Macmillan, 2015, coorganizado com Marta Araújo) e Os contornos do Eurocentrismo. Raça, história e textos políticos (Almedina, 2016, em coautoria com Marta Araújo).
Os seus interesses de investigação e ensino têm-se centrado nas áreas da: teoria sociológica, racismo e antirracismo em contextos europeus; Eurocentrismo e a produção da História; e Comissões da Verdade em contextos latino-americanos.
Conseguidos nos concursos mais competitivos da Europa, este é já o sexto financiamento do ERC que o CES obtém, num total de mais de 9 milhões de euros. Depois da Advanced Grant atribuída a Boaventura de Sousa Santos (2010), no valor de 2,4 milhões de euros, para o projeto de investigação «ALICE – Espelhos estranhos, lições imprevistas: definindo para a Europa um novo modo de partilhar as experiências do mundo», das Starting Grants outorgadas a Ana Cristina Santos (2013), para realizar o projeto «INTIMATE - Cidadania, Cuidado e Escolha: A Micropolítica da Intimidade na Europa do Sul» (1,4 milhões de euros), e a Miguel Cardina (2016), para desenvolver o projeto «CROME – Memórias cruzadas, políticas do silêncio: as guerras coloniais e de libertação em tempos pós-coloniais» (1,4 milhões de euros), e das Consolidador Grants atribuídas a Margarida Calafate Ribeiro e Helena Machado (2015), para desenvolverem, respetivamente, os projetos «MEMOIRS – Os Filhos dos Impérios e Pós-Memórias Europeias» (1,9 milhões euros) e «EXCHANGE – Geneticistas forenses e a partilha transnacional de informação genética na União Europeia: relações entre ciência e controlo social, cidadania e democracia» (1,8 milhões de euros).
As bolsas ERC que, com o apoio da UE, financiam a investigação de ponta no espaço europeu, têm sido pouco atribuídas a cientistas em Portugal. É, portanto, significativa mais esta atribuição a estudos conduzidos no Centro de Estudos Sociais, representativa da qualidade e inovação de projetos na área dos estudos críticos de “raça” e (anti)racismo.
An International Conference 09 – 10 Março de 2017 Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado, Lisboa A conferência internacional The Museum Reader, organizada pelo Instituto de História da Arte da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e pelo Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado, tem por objectivo propor linhas temáticas e pontos notáveis para pensar, reflectir e debater novas realidades, práticas e condições de trabalho detectadas nos museus deste século XXI. Pretende-se analisar e sistematizar novos modos e paradigmas, tendências e diferentes práticas e formas de pensar o papel das instituições artísticas no contexto do actual panorama artístico.
Em foco estarão os seguintes temas: · Os museus na passagem do século XX para o século XXI · O museu e a concepção neoliberal de cultura · As transformações paradigmáticas das instituições artísticas no contexto da actual ordem social, económica e política · A crítica institucional enquanto investigação dos contornos e funcionamento das instituições de arte · O museu como lugar de negociação e conflito · O potencial das instituições e a nova esfera institucional: o novo Institucionalismo, a museologia radical, museologia crítica · Crítica e experimentação nas instituições artísticas · Práticas institucionais e não institucionais no museu · Quais as exigências e desafios das práticas artísticas contemporâneas para os museus e instituições artísticas · A futura identidade das instituições artísticas
Convidamos os interessados a enviar um resumo (não mais de 300 palavras), acompanhado de uma breve biografia (aprox. dois parágrafos) para os elementos do comité de organização, através do email themuseumreader2017@gmail.com, até 13 de Janeiro de 2017. Os participantes serão notificados até ao fim de Janeiro e o programa da conferência será anunciado em meados de Fevereiro. As línguas da conferência são o inglês e o português. Uma selecção das comunicações apresentadas na conferência serão publicadas num número especial da revista Wrong Wrong (wrongwrong.net, ISSN 2183-5527). Para assuntos administrativos e questões práticas, por favor contactar Patrícia Melo (themuseumreader2017@gmail.com) Mais informação aqui.
Comité de organização: Sandra Vieira Jürgens [IHA, FCSH, Universidade NOVA de Lisboa] Emília Tavares [Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado]
Comité científico: David Santos [Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa] Fernando José Pereira [Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto] Helena Barranha [Instituto Superior Técnico, Universidade de Lisboa] Idalina Conde [ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa] Joana Cunha Leal [IHA, FCSH, Universidade NOVA de Lisboa] Lúcia Matos [IHA, FCSH, Universidade NOVA de Lisboa; Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto] Margarida Brito Alves [IHA, DHA, FCSH, Universidade NOVA de Lisboa] Maria João Gamito [Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa] Nuno Crespo [IHA, FCSH, Universidade NOVA de Lisboa] Raquel Henriques da Silva [IHA, DHA, FCSH, Universidade NOVA de Lisboa] Sandra Leandro [IHA, FCSH, Universidade NOVA de Lisboa; Universidade de Évora]
Organização: Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado: www.museuartecontemporanea.pt Instituto de História da Arte, FCSH/NOVA: www.iha.fcsh.unl.pt Este evento é financiado por Fundos Nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia no âmbito do projecto estratégico UID/PAM/00417/2013
“A Experiência Afro-Brasileira na Tela” 10 - 15 de dezembro Cinemateca Portuguesa, Casa Independente Ciclo de cinema organizado pelo Queer Lisboa e EGEAC – Galerias Municipais/AFRICA.CONT
* Debate: “Leituras Queer do Cinema Afro-Brasileiro” (Entrada livre)
Tendo por base a programação de cinema do ciclo “A Experiência Afro-Brasileira na Tela”, pretende-se analisar e debater questões ligadas à forma como a comunidade afro-brasileira foi historicamente representada no cinema do Brasil, assim como na cultura popular, com um foco especial nas questões do género e da sexualidade; até à reivindicação a que assistimos recentemente, da criação de um novo paradigma nessa representação, por parte de jovens cineastas afro-brasileiros. Será também debatido o papel das novas linguagens cinematográficas mais experimentais na construção desse paradigma e de como as estéticas e narrativas queer contribuíram para esta nova vaga de produções cinematográficas. O debate conta com a presença de Karla Bessa (Professora na Universidade Estadual de Campinas e investigadora nas áreas de História Política, Estudos Culturais, Estudos de Género, Sexualidade, Teoria Queer e Estudos Fílmicos), Viviane Ferreira (Cineasta, formada pela Escola de Cinema e Instituto Stanislavisky, e advogada que lida com direitos de autor, direito cultural e direito público) e Lolo Arziki (Realizadora e estudante).
«Vê além do que ouves» foi o mote e o desafio aceite a partir do qual nasceu o Muvi - Festival Internacional de Música no Cinema, o único festival de cinema específico sobre música em Portugal, que de 29 de novembro a 5 de dezembro de 2016 regressa ao Cinema São Jorge, em Lisboa, para a terceira edição.
Este ano, no programa, vão constar homenagens a David Bowie, falecido no início do ano, e a Lemmy Kilmister, líder dos Motorhead, que nos deixou no final do ano passado, com um filme e um documentário sobre cada um e também a Pedro Cláudio, fotógrafo e realizador de vários vídeos de música.
Vai também haver espaço para homenagear os 35 anos dos Heróis do Mar, através de um debate e projecção de vídeos da banda.
A sessão abertura do Muvi dá-se já esta terça-feira com a homenagem a David Bowie com a apresentação de Labirinto (Edição comemorativa dos 30 anos), um filme de Jim Henson e interpretado por David Bowie.
TER | 29 NOV | 21:00 | SALA MANOEL DE OLIVEIRA
JIM HENSON, EUA, 1986, FIC, 101’
Uma miúda de 16 anos (Jennifer Connelly) tem 13 horas para resolver um labirinto e resgatar o seu irmão quando o seu desejo para que este fosse levado é concedido pelo Rei Goblin (David Bowie). Sessão precedida pelos documentários “Capitão Fausto: Pontas Soltas” (40’) e “Hey Mr. Bass Player” (03’).
E no que diz respeito à parte competitiva, poderemos assistir a filmes como:
“Enterrado na Loucura” – Punk em Portugal 82-88”, de Hugo Conim e Miguel Newton,
QUA | 30.11 | 21:15 | SALA 3
Haverá um visionamento para a imprensa, às 16:30, quarta-feira, na sala 3
“Hired Gun”,Fran Strine
QUA | 30.11 | 21:00 | SALA MANOEL DE OLIVEIRA
“Benjamim: Auto Rádio”, de Gonçalo Pôla,
SEX | 02.12 | 21:15 | SALA 3
“Capitão Fausto: Pontas Soltas”, de Ricardo Oliveira,
TER | 29.11 | 21:00 | SALA MANOEL DE OLIVEIRA
“The Parkinsons: A long way to nowhere”, de Caroline Richards,
SÁB | 03.12 | 21:15 | SALA 3
“Filho da mãe: Rendufe“, de Miguel Filgueiras,
SÁB | 03.12 | 18:45 | SALA 3
“I Shot Bi Kidude”, deAndy Jones
QUI | 01.12 | 21:00 | SALA MANOEL DE OLIVEIRA
“Filhos de Bach”, deAnsgar Ahlers
SEX | 02.12 | 21:00 | SALA MANOEL DE OLIVEIRA
“I Am The Blues”, de Daniel Cross
SÁB | 03.12 | 18:30 | SALA MANOEL DE OLIVEIRA
A terceira edição do Muvi terá pela primeira vez filmes concerto, salientando:
“Mar de Sines” de Diogo Vilhena QUI | 01.12 | 21:15 | SALA 3 + Filme-concerto Charlie Mancini
QUI | 01.12 | 23:15 | SALA 2
“O Grande Monteleone”, de João Leitão terá uma nova roupagem musical tecida ao vivo pela pianista, compositora e improvisadora Catherine Morisseau. O realizador também estará presente. QUI | 01.12 | 21:30 |
É de destacar, em paralelo à programação do Muvi, a realização dos vários concertos ao vivo que poderão ser vistos:
CONCERTO PATRULHA DO PURGATÓRIO CONCERTO PATRULHA DO PURGATÓRIO
QUA | 30.11 | 23:30 | SALA 2
CONCERTO com três projectos musicais: “Malaise”, “Bichos” e “Montalvor”
SEX | 02.12 | 23:00 | SALA 2
CONCERTO com três projectos musicais :“Viper”, “Vircator” e “Urso Bardo”
O Wake Up Africa é um projecto Internacional que tem como objectivo a contribuição de São Tomé e Príncipe no despertar do continente africano. Esta contribuição passa pela valorização de África, nomeadamente o património, cultura, recursos humanos. Wake Up Africa pretende revelar segredos, contar histórias de vida, tirar sonhos do papel e trazê-los à realidade, encontrar diamantes por lapidar e dar-lhes forma… Queremos mostrar a África ao mundo! Wake Up Africa projecto aberto de intercâmbio intercontinental. Pretendemos actuar nos diversos campos da vida em Sociedade, tais como: Educação, Saúde, Economia, Tecnologia, Desporto, Meio Ambiente, Turismo, Artes, Cultura, entre outros… Dentre os campos enumerados pretendemos organizar colóquios, workshops, feiras, campanhas de sensibilização, colher experiências de outros países em projectos que sejam exequíveis e ver de que forma se pode implementá-los em São Tomé e Príncipe.
Apresentam-se artistas, cineastas e grupos de África, Ásia, Europa e América do Norte que, baseados em filmes, fotografia, propaganda e arte pública, expõem reflexões interdisciplinares sobre as relações entre África, a União Soviética e os países da sua área de influência.
A exposição Things Fall Apart, curadoria de Mark Nash, foi buscar o seu título ao romance homónimo de Chinua Achebe publicado originalmente em 1958. Esta obra clássica de ficção pós-colonialista, que foi publicada em Portugal com o nome Quando Tudo se Desmorona, é considerada por muitos o arquétipo do romance moderno africano escrito em inglês. A sua história reflete sobre o impacto devastador do colonialismo em África. A exposição faz esta associação como uma forma de olhar para uma perda semelhante da perspetiva utópica com o fim da Guerra Fria e com o colapso do investimento do Bloco de Leste no desenvolvimento político e cultural em África. Things Fall Apart apresenta quinze projetos de artistas contemporâneos relacionados de diversas maneiras com este tema.
de Manuel Santos da Maia no Festival des 3 Continents, 2016 Integrado na secção E L’Afrique et du Portugal: Destins, Mémoires, Représentations 22 a 29 Novembro, em Nantes, França “Sommes-nous orientés par un fétichisme pour les choses laissées par d’autres époques ou bien nous invitent-elles, plus essentiellement, à examiner la réalité de nos mémoires individuelles, collectives, imaginaires, et partant d’elles, à comprendre mieux ceux que depuis notre présent nous sommes devenus ? C’est par une incursion dans ce mouvement dynamique que nous convions le spectateur à voyager parmi trois courts-métrages réalisés au cours de la décennie écoulée par des artistes qui manifestent diversement leur tentation de l’archive. Dans The Dockworker’s Dream, l’américain Bill Morrison nous invite à naviguer (littéralement) parmi le mouvement d’images provenant des archives de la Cinémathèque portugaise. Montées, revisitées, accompagnées par une bande-sonore de Kurt Wagner, leader du groupe Lambchop, elles construisent un voyage en forme d’écho distant à l’esprit des Découvertes : remontée du fleuve Douro, déambulation dans les rues de Porto, ses usines, ses commerces portuaires pour atteindre jusqu’au grand horizon du continent africain. À partir de films 8mm tournés dans la province mozambicaine de Nampula par son père, l’artiste Manuel Santos Maia nous place devant Alheava_Filme dans la position d’un auditeur découvrant les images d’un film dont on connaît déjà l’histoire. Trajectoire contée à la première personne par un « retornado », son grand-père, avec comme résolution de faire poindre à l’intersection de la parole et de l’image, la réalité d’une aliénation qui renvoie l’un à l’autre le processus de colonisation et de décolonisation. Soldier Playing With Dead Lizard est une séquence réalisée à partir d’une collection de photographies de guerre prises entre 1973 et 1974 provenant d’un soldat de l’armée coloniale portugaise en Guinée-Bissau. À ces images découvertes dans le bric-à-brac d’un marché aux puces, Daniel Barroca associe un enregistrement sonore de la même époque provenant de sa propre famille. L’attention exclusivement portée par les plans sur des détails nous oblige à forcer notre perception sensorielle comme si nous étions nous-mêmes pris dans un zoom. Plus sont amplifiées la dimension des images et les échelles sonores, moins la certitude est grande de nous en saisir et de les comprendre. Autrement dit : de quelles projections sommes-nous capables dans l’espace qui sépare ce moment où la matière a été saisie de celui auquel nous la découvrons?” Aisha Rahim (Coprogrammatrice)
Não há nada de mais imoral do que roubar sem riscos. É o risco que nos diferencia dos banqueiros e dos seus émulos que praticam o roubo legalizado com a cobertura do governo.
Albert Cossery (1913-2008), em As Cores da Infâmia (1999), continua a perseguir a imbecilidade dos grandes deste mundo, para ele uma fonte de inspiração inesgotável. No seu derradeiro livro, o mestre da preguiça e ocioso impenitente prossegue a gesta dos anti-heróis das ruelas do Cairo e conta a história de um ladrão inteligente e irónico que encontra na carteira de um promotor imobiliário sem escrúpulos uma carta que prova a sua responsabilidade no desabamento de um prédio de aluguer, causando a morte dos pobres inquilinos. Para este escritor egípcio de língua francesa, que nasceu no Cairo e viveu desde 1945 num quarto de hotel em Paris, «não fazer nada é uma actividade interior», daí ter sido preciso esperar quinze anos por este último romance, onde são abordados todos os seus temas predilectos: o ódio aos nababos, a ironia em relação ao poder e o desejo de ver triunfar as únicas criaturas credoras da sua consideração, ou seja, aquelas que perceberam que a vida é outra coisa, e nada tem a ver com a posse de bens materiais.
Exibição de 2 documentários seguido de debate 25.11.2016, 15h30: Auditório Afonso de Barros - ISCTE Sessão dupla com a projecção de Às Portas de Lisboa (8 min, Portugal), e Making a Living in the Dry Season (35 min, Angola), dois documentários realizados por antropólogas portuguesas, em diferentes contextos académicos (Mestrado em Portugal e Doutoramento em Inglaterra). A sessão, com a presença das realizadoras, contempla duas produções recentes focadas cada uma em contextos diversos, urbano e rural, de modo a mostrar e discutir a diversidade da antropologia hoje. Para além da prática da antropologia, o debate inclui a discussão sobre a cada vez mais emergente produção cinematográfica por antropólogos.
Às Portas de Lisboa Marta Ramalho, 2016, 8 min, PT Legendado em Inglês
Documentário sobre o bairro de Alfama em Lisboa, através da actividade de dois artesãos, uma costureira e um oleiro, oferecendo o seu olhar sobre a recente vaga de turismo e as implicações no seu quotidiano. Exercício para a cadeira de Atelier de Imagem do Mestrado em Culturas Visuais do Departamento de Antropologia da Universidade Nova de Lisboa. (Selecionado para a FACA: Festa de Antropologia, Cinema e Arte, Março 2016. Exibido na Cinemateca Portuguesa em 11/03/2016.)
Making a Living in the Dry Season (Fazer pela Vida na Época Seca) Inês Ponte, 2016, 35 min, MiniDv, Angola/PT/RU Falado em Olunyaneka e legendado em Inglês
Passado na aldeia de montanha de Katuwo, o filme é um retrato intimo do quotidiano de uma família vivendo numa quinta agro-pastoralista no Namibe, Angola. Através do meu pedido a Madukilaxi, a minha anfitriã, para pôr a uso a sua mestria na feitura de uma boneca, o filme aborda uma noção dupla de trabalho que tem lugar na época seca: a nossa produção artesanal colaborativa e a labuta necessária para “fazer pela vida”. Lipuleni, o bebé de Madukilaxi, segue ambas as dimensões laborais, e as três celebramos o resultado dos nossos esforços com um banquete. (Seleccionado para o EthnoFest, International Ethnographic Film Festival (Grécia), Kratovo Ethnographic Film Festival (Macedónia); Film Art International Festival, (Figueira da Foz, Portugal); Mostra de Filme Etnográfico da Associação Portuguesa de Antropologia (Coimbra, Portugal), 2016. Uma versão mais longa foi apresentada como filme de Doutoramento em Antropologia Social com Meios Visuais, da Universidade de Manchester, Reino Unido, exibida no International Ethno Film Festival Heart of Slavonia, Drakovo, Croácia; e no Colóquio Africanista Satterthwaite, Grasmere, Reino Unido, 2015.)
Ricardo Falcão (ISCTE-IUL) email Inês Galvão (ICS-UL) email Mail All Convenors
Short Abstract Whereas intimacy is broadly defined by kin, religion, ethics or moralities, personal relationships seem less determined by the legal categories of juridical instruments and human rights activisms, we question how popular culture, public policy and politics concur for contesting social expectations.
Long Abstract The politicization of intimacy is a rather controversial, even ambiguous, idea. Drawing lines between what’s to remain private and what’s of public nature is as much a cultural issue as it is a political one, thus making it part of socio-historical constructs where such boundaries become meaningful. How does intimacy become a public matter? According to human rights definitions, when fundamental rights of individuals are in peril, the state has to take the private realm into its legislative apparatus, thus trying to redefine a field where religions, moral codes and subjectivities also claim their space. In west-african contexts, social relationships are strongly defined by traditions, kinship, public morality, socio-religious conduct, gender and generational roles, and less by these legal instruments that sometimes are actively avoided, thus creating a field of (sometimes) tense negotiation between the demand for new rights and rooted cultural identities. Concepts of intimacy and sexual and reproductive rights are examples of such negotiation between traditions, social values and human rights. Do individuals seeking alternative life paths find available scripts? Are new narratives allowed where people make their lives meaningful away from the constraints of established social values? In this panel we want to reflect on these intersections and question how continuity and rupture are enacted in both urban and rural settings. We welcome perspectives on intimacy empirically grounded in the study of public, political and popular cultures that focus the reception of gender idioms in domains such as those of sexuality, close relationships and daily life practices.