Episódio #4 "Herdar o Império" Paulo Faria

 
Em Memória da Memória.Interrogações e testemunhos pós-imperiais

Em memória da memória, conversamos com Paulo Faria.

Paulo Faria nasceu em Lisboa em 1967. É escritor e tradutor literário e é muitíssimo provável que já se tenham deparado com o seu nome impresso lá em casa mais do que uma vez, nalgum dos livros de Cormac McCarthy, Charles Dickens ou George Orwell que verteu para português. Em memória da memória do pai, mas também de um passado do qual se assume como sujeito implicado, escreveu dois romances – e outros textos – em torno dos legados da guerra colonial.

No podcast do projeto MAPS conversamos com Paulo Faria sobre silêncios, heranças e sobre as razões que explicam como para descobrir o pai, foi preciso primeiro descobrir a guerra: uma guerra contra o esquecimento, uma guerra com o luto, uma guerra contra o trauma, uma guerra consigo mesmo, uma guerra contra os modos como ainda hoje se pensa e conta este acontecimento em Portugal. Sobre tudo isso nos falará Paulo Faria no Em Memória da Memória.

A realização é de Inês Nascimento Rodrigues, a edição de som de José Gomes e a imagem gráfica de Márcio de Carvalho. Indicativo: voz de Rui Cruzeiro e música original da autoria de XEXA.
 

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© Imagem: Márcio de Carvalho (cortesia do artista)

Realizado no âmbito do projeto de investigação “MAPS – Pós-Memórias Europeias: Uma Cartografia Pós-Colonial”, coordenado pela investigadora do Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra, Margarida Calafate Ribeiro, e financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), o podcast vai contar com 18 episódios e vai ficar disponível na plataforma REIMAGINAR A EUROPA. Poderá também ser subscrito em SpotifyApple PodcastsAmazon Music e noutras plataformas de podcasts. 

30.11.2023 | par martalanca | guerra colonial, memoirs, memória, Paulo Faria

Despojos de Guerra, de Sofia Pinto Coelho para ver na OPTO

DESPOJOS DE GUERRA, Spoils of War (2022) | Série documental. 4x 40′. Portugal. 

Despojos de Guerra revela histórias extraordinárias de espionagem, patriotismo, sobrevivência e romance, tendo como pano de fundo a guerra colonial portuguesa em África (1961 a 1974). Com recurso a imagens de arquivo extraordinárias e pela primeira vez submetidas a um processo de colorização inédito em Portugal, esta série documental, com assinatura de Sofia Pinto Coelho, vem dar voz a heróis anónimos que relatam agora as encruzilhadas que enfrentaram em tempo de guerra e de descolonização. 

Ver série.

Despojos de Guerra é uma co-produção da Blablabla Media com a SIC, realizada com o apoio à inovação audiovisual do ICA – Instituto do Cinema e Audiovisual. 


12.10.2022 | par Alícia Gaspar | Blablabla Media, despojos de guerra, documentário, guerra colonial, opto, PIDE, sofia pinto coelho

Os cadáveres são bons para esconder minas | Peça de Teatro e Conversa

15, 16, 17 e 18 setembro | TMJB – Sala Experimental (Almada)
20 outubro a 13 novembro | Sala Grande OMT (Coimbra)

qui, sex e sáb às 21h00
dom às 16h00

Duração aprox.: 90min. | M/14

COMPRAR BILHETE

Carlos GomesCarlos Gomes

A Guerra Colonial, que Portugal travou nas suas antigas colónias de Angola, Moçambique e Guiné-Bissau contra os movimentos independentistas, aconteceu há 50 anos, mobilizou um milhão de soldados e afectou toda a sociedade portuguesa. Os cadáveres são bons para esconder minas é um espectáculo que explora as memórias desse conflito. Como explica o Teatrão: “Tal como actualmente o Ocidente tem vindo a discutir o legado esclavagista e colonial, impõe-se regressar a esta ferida da história recente portuguesa para compreender as suas implicações para toda uma geração e de que modo as suas repercussões chegam aos nossos dias”. Partindo do lado documental e testemunhal da guerra, procura-se explorar a noção de trauma que atravessa as histórias e as palavras que chegaram até aos nossos dias.

O Teatrão é uma companhia de Coimbra que inicialmente se dedicava exclusivamente ao teatro infantil. Em 2008, assumiu a gestão da Oficina Municipal do Teatro e iniciou um projeto artístico que assenta na exploração do território e na proximidade com os públicos da região, explorando diferentes formas teatrais.

O escritor e dramaturgo Jorge Palinhos foi galardoado com o Prémio Miguel Rovisco 2003 e o Prémio Manuel Deniz Jacinto 2007, e esteve na shortlist do Prémio Luso-Brasileiro de Teatro António José da Silva 2011. Foi dramaturgo convidado da Capital Europeia da Cultura Guimarães 2012.

Dramaturgia Jorge Palinhos
Encenação Isabel Craveiro
Interpretação Afonso Abreu, David Meco, Diogo Simões, João Santos e Teosson Chau
Direção Musical e preparação vocal Rui Lúcio
Desenho de Luz Jonathan Azevedo
Cenografia e Figurinos Filipa Malva
Sonoplastia Nuno Pompeu
Design gráfico Paul Hardman
Fotografia Carlos Gomes
Cabeleireiro Carlos Gago (Ilídio Design)
Costureira Albertina Vilela
Construção Cenário Nuno Pereira e Tiago 
Operação de Luz e Som Jonathan Azevedo e Nuno Pompeu
Direção de Produção Isabel Craveiro
Produção Executiva Cátia Oliveira
Assistência à Produção Maria Rui (estagiária)
Direção Técnica Jonathan Azevedo
Comunicação Margarida Sousa 

***

Conversa

Guerra Colonial - Memória e Esquecimento
Co-organização Teatrão e CROME/Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra

17 SET · 18h

Teatro Municipal Joaquim Benite

Entrada Livre

A colaboração entre pensadores, investigadores, intelectuais e a criação artística é fundamental para umolhar crítico e transformador do mundo contemporâneo. No caso do Teatrão, apostado em inspirar o seu público com criações que o interrogam e mobilizam sobre oestado atual do mundo, tem-se construído uma relaçãomuito sólida de trabalho, de múltiplos formatos, com o Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (CES-UC). Com outros Centros de Investigação locais,nacionais e internacionais também, mas o CES é umparceiro fundamental e inspirador para a nossa atividade. É nesse contexto que surge, associada ao espetáculo “Os cadáveres são bons para esconder minas”, a conversa “Guerra Colonial – Memória e esquecimento”, organizada em parceria com o projeto CROME e que parte deste espetáculo para discutir, 50 anos depois, questões sobrea Guerra Colonial. Neste caso, porque o espetáculo convoca um olhar atual sobre os ex-combatentes, os seus percursos e o impacto deste conflito nas suas trajetórias, sublinhando a complexidade e legitimidade dos diferentes lugares de fala, convidamos artistas e investigadores a estabelecer ligações entre o objeto artístico e a produção de conhecimento pós-colonial.

Com:

Miguel Cardina

Investigador do Centro de Estudos Sociais da Universidade deCoimbra. É membro da coordenação da linha temática “A Europa e o Sul Global: Patrimónios e Diálogos”. Foi Presidente do Conselho Científico do CES (2017-2019). É coordenador do projeto «CROME– Crossed Memories, Politics of Silence. The Colonial-Liberation Wars in Postcolonial Times», financiado pelo European ResearchCouncil. É autor ou co-autor de vários livros, capítulos e artigos sobre colonialismo, anticolonialismo e guerra colonial; história dasideologias políticas nas décadas de 1960 e 1970; e dinâmicas entrehistória e memória.

Marta Lança

Trabalhadora independente em várias áreas no sector cultural, do cinema à programação. Muitos projetos são ligados ao Brasil e a países africanos de língua portuguesa, onde tem passado grandes temporadas. Formou-se em Estudos Portugueses e é doutoranda em Estudos Artísticos (FCSH – UNL). Colaborou com diversas publicações portuguesas e angolanas. Criou as revistas V-ludo, DáFala e o portal BUALA (dinamizado desde 2010). Faz traduções de francês para português, nomeadamente de pensadores africanos como Achille Mbembe e Felwine Saar.

Jorge Palinhos

Escritor e dramaturgo. As suas obras já foram apresentadas e/ou editadas em Portugal, Brasil, Espanha, Estados Unidos da América, França, Países Baixos, Bélgica, Alemanha, Suíça e Sérvia. Formou-se em Línguas e Literaturas Modernas pela Faculdade deLetras do Porto, em 2000 e é mestre em Terminologia e Tradução também pela Faculdade de Letras, com uma tese sobre Estudos de Texto. Foi revisor de textos, tradutor, coordenador editorial e colaborador de várias publicações. Doutorado em Estudos Culturais com uma tese sobre dramaturgia lusófona contemporânea. Foi dramaturgo e dramaturgista convidado na Capital Europeia da Cultura Guimarães 2012, é dramaturgista da companhia belga Stand-up Tall, investigador residente da companhia Visões Úteis, e docente convidado da Escola Superior Artística do Porto e da Escola Superior de Teatro e Cinema.

14.09.2022 | par Alícia Gaspar | Africa, angola, esquecimento, guerra colonial, memória, os cadaveres são bons para esconder minas, teatro, tertúlia

Primeira co-produção Blablabla Media / SIC chega esta semana aos ecrãs

Estreia já este Sábado, dia 19, o primeiro episódio da mais recente coprodução da Blablabla Media com a SIC, realizada com o apoio à Inovação do Instituto do Cinema e do Audiovisual. Realizada por Sofia Pinto Coelho, com direção de fotografia de Pedro Castanheira e consultoria de arquivos de Maria do Carmo Piçarra, DESPOJOS DE GUERRA revela histórias extraordinárias de espionagem, patriotismo, sobrevivência e romance tendo como pano de fundo a guerra colonial portuguesa em África. Com recurso a imagens de arquivo inéditas e pela primeira vez colorizadas, esta série documental vem dar voz às encruzilhadas que inesperados protagonistas anónimos enfrentaram em tempo de guerra e de descolonização. Para acompanhar na OPTO.

Sebastiana, “a informadora”

Espisódio 1 | No auge da guerra colonial em Angola, uma comerciante e o marido avisavam a PIDE quando os guerrilheiros iam à sua loja abastecer-se de mantimentos. Sebastiana Valadas revela qual era o seu nome de código, quanto recebiam pelas informações e como prendiam os “turras”. Depois da descolonização, um deles ajustou contas e mandou prendê-la.

Mais informação aqui.

17.02.2022 | par Alícia Gaspar | Blablabla Media, cinema, guerra colonial, PIDE, Portugal, SIC

Álbuns de Guerra

SALA DO REPOSITÓRIO | Domingo 4 JULHO, 11H00 E 15H00


“Álbuns de Guerra” é uma criação artística sobre a Guerra Colonial, a partir das imagens e memórias partilhadas por mulheres da zona do Vale do Ave que, ao longo dos 24 meses de serviço militar dos então namorados, noivos ou maridos, materializaram a sua relação amorosa trocando fotografias, aerogramas e cartas. Combinando o carácter ficcional e documental do testemunho, com a presença material da correspondência guardada, estas mulheres são convidadas a reinterpretar as suas memórias e narrativas da Guerra Colonial, imaginando outras histórias, para além daquela que viveram. Mais do que o homem que foi para a guerra, interessa a mulher que ficou à espera e cujos amores de juventude são o fio condutor para uma outra história, mais privada e sensível, sobre este conflito global.

Um projeto de Catarina Laranjeiro e Tânia Dinis

Imagens e Interpretação Catarina Laranjeiro e Tânia Dinis a partir das memórias de um grupo de mulheres da zona do Vale do Ave

Espaço Sonoro Rui Lima

Coprodução Teatro Oficina e Associação Cultural Tenda de Saias

Apoio Fundação Calouste Gulbenkian

29.06.2021 | par Alícia Gaspar | álbuns de guerra, exposição, fotografia, guerra colonial, memórias

"Crónica de uma deserção, Retrato de um país", livro de Fernando Mariano Cardeira

Fernando Mariano CardeiraFernando Mariano CardeiraFernando Mariano Cardeira nasceu em Fanhais, freguesia da Nazaré, a 11 de Outubro de 1943. 

Frequenta o Liceu da Figueira da Foz, 1954-59, e o Liceu de Leiria, 1959-61. Ingressa na Academia Militar (AM) em Outubro de 1961. Em 1965 ingressa no Instituto Superior Técnico como oficial-aluno da AM. Em 1968 requere o abate ao efectivo da AM por discordar da política colonial do governo. Reclassificado em Tenente-miliciano de Infantaria em Mafra, Abril de 1969. Interrupção do curso de Engenharia, que vem a completar em 1977.

Mobilizado para a Guerra Colonial em Maio de 1970. Em 23 Agosto de 1970 deserta a salto pela Serra do Gerês, e pede asilo político na Suécia.

Regressa a Portugal em Junho de 1974. Reintregado no Exército é convidado para Director de Informação da RTP, onde fica de Abril de 1975 a Abril de 1976. Funcionário dos Serviços de Apoio do Conselho da Revolução até Agosto de 1979. 

Completa o Curso de Engenharia Nuclear no Instituto National des Sciences et Techniques Nucléaires de Saclay, França, em Setembro de 1980. 

Em 1986 ingressa no Reactor Português de Investigação como Supervisor.

Aposenta-se em 2004. Representou Portugal em vários comités científicos da OCDE e da União Europeia.

Foi um dos fundadores da Associação de Exilados Políticos Portugueses (AEP61/74) em 2015. É actualmente Presidente da Direção da Associação Movimento Cívico Não Apaguem a Memória- NAM. 

27.03.2021 | par Alícia Gaspar | Africa, crónica de uma deserção retrato de um país, Fernando mariano cardeira, guerra colonial, lançamento de livro, livro, Portugal

Dossier: As feridas abertas da Guerra Colonial - no Esquerda.net

A Guerra Colonial durou mais do dobro da Segunda Guerra Mundial e fez milhares de mortos portugueses e africanos. Urge quebrar o silêncio e desconstruir os mitos em torno deste conflito e do passado colonialista de Portugal. Assim como é imperativo dar visibilidade e garantir direitos às suas vítimas. Dossier organizado por Mariana Carneiro.

(1964), (1964),

O Dossier “As feridas abertas da Guerra Colonial” reúne contributos/testemunhos de Carlos Matos GomesMiguel Cardina e Bruno Sena MartinsInês Nascimento RodriguesSílvia RoqueMichel CahenCarmo VicenteAmílcar Cabral,  Manuel BoalAdolfo MariaDiana AndringaHelena CabeçadasLuísa MarinhoFernando Mariano CardeiraElsa PeraltaSofia Palma RodriguesCatarina GomesAntónio CalvinhoMariana CarneiroCarlos de Matos Gomes, António-Pedro Vasconcelos e João de MeloBeatriz Dias e André Natálio. Para que alguns dos temas abordados neste dossier possam ser aprofundados, disponibilizamos ainda uma seleção de filmes, documentários, séries, livros e artigos sobre a Guerra Colonial ou relacionados com esta temática.

13.10.2019 | par martalanca | guerra colonial

Ecos da História: Memória, Comemoração e Silêncio na Luta de Libertação de Angola

Colóquio Internacional Ecos da História: Memória, Comemoração e Silêncio na Luta de Libertação de Angola, 28 de agosto de 2019, 09h00

Auditório da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Agostinho Neto, Luanda - Angola

O Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, através do projeto CROME, e a Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Agostinho Neto, juntam-se para organizar um colóquio intitulado Ecos da história: memória, comemoração e silêncio na luta de libertação de Angola, subordinado ao tema da história e memória da luta e guerra de libertação de Angola contra o domínio colonial português.

Propondo um olhar amplo e diversificado sobre as questões da história e memória da luta de libertação de Angola, o colóquio procurará reunir investigadores e investigadoras bem como produtores de memória cujo trabalho se tenha pautado pela disseminação e aprofundamento do conhecimento público sobre este tema.

O evento realizar-se-á no dia 28 de Agosto de 2019, a partir das 9h00, no auditório da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Agostinho Neto, seguido da mostra do filme Independência, em colaboração com a ATD – Associação Tchiweka de Documentação.

O evento é aberto ao público e não requer inscrição.

O programa do evento pode ser consultado no ficheiro em anexo ou acedendo ao seguinte link:

https://crome.ces.uc.pt/index.php?id=18380&pag=26242&id_lingua=1

 

22.08.2019 | par martalanca | guerra colonial

Seminário: "Memória da guerra colonial em Angola"

3 Abril, 18:00 - 20:00

“Memória da guerra colonial em Angola”
Maria José Lobo Antunes (ICS-UL)

3 de abril de 2017, 18h-20h
Multiusos 2, Ed. ID, FCSH/NOVA


Resumo
Esta sessão centrar-se-á na apresentação de uma pesquisa de doutoramento, concluída em 2015, que teve como objetivo construir uma etnografia da memória da guerra colonial em Angola. Partindo da comissão de serviço de uma companhia de artilharia em Angola (1971-1973), a investigação articulou diferentes lugares e momentos do tempo. As memórias pessoais dos antigos militares desta unidade foram confrontadas com outras narrativas sobre o mesmo fragmento da guerra colonial (o relato institucional militar, a narrativa literária de António Lobo Antunes, antigo alferes médico da unidade) e com as retóricas públicas que, durante o Estado Novo e no Portugal contemporâneo, forneceram as ideias e as palavras com as quais o país e o mundo eram pensados. A apresentação do caminho percorrido pela investigação permitirá abordar questões teóricas e metodológicas que rodeiam o estudo da memória e, em particular, das ambiguidades e contradições geradas pela revisitação narrativa da guerra e do passado colonial português.


Nota biográfica
Doutorada em Antropologia pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (2015), é autora do livro Regressos quase perfeitos. Memórias da guerra em Angola. Atualmente é investigadora de pós-doutoramento no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, com o projeto “Imagem, guerra e memória: fotografia da guerra colonial nas coleções pessoais e nos arquivos institucionais”.


03.04.2017 | par marianapinho | angola, Estado Novo, guerra colonial, memória, Portugal

Filipe Melo e Juan Cavia apresentam «Os Vampiros»

Autores multipremiados da saga Dog Mendonça e Pizzaboy, Filipe Melo e Juan Cavia voltam a colaborar num romance gráfico, desta vez sobre a guerra colonial.

Guiné, Dezembro de 1972.
Em plena guerra colonial, um grupo de soldados portugueses é destacado para uma operação secreta no Senegal. Porém, à medida que vão sendo consumidos pela paranóia e pelo cansaço, esta missão aparentemente simples vai transformar-se num verdadeiro pesadelo.
Embrenhados na selva, estes homens terão de confrontar sucessivos demónios – os da guerra e os que trouxeram consigo.

16.06.2016 | par martalanca | Filipe Melo, guerra colonial

*PABIA DI AOS - Por Causa de Hoje*

ILHAS - um programa realizado por Julie Vrillaud e Fannie Vrillaud

Esta peça sonora é um relato de Catarina Laranjeiro sobre o colonialismo, a guerra colonial e o neocolonialismo na Guiné-Bissau, sobre as memórias de uma guerra esquecida nos livros de história, sobre uma possibilidade de se repensar no que aconteceu e no que acontece actualmente nesta e noutras ex-colónias portuguesas. Um relato baseado e ambientado por passagens sonoras do seu documentário Pabia di Aos onde são ouvidos os discursos das pessoas que ficaram lá, longe. E uma leitura de trechos do livro Naus de António Lobo Antunes.

ouvir na STRESS.FM

 

“No documentário PABIA DI AOS é-nos mostrado o que ainda resta da guerra colonial quarenta anos depois, num país onde essa memória não é pacífica. De facto, aqueles que aderiram ao movimento de libertação e aqueles que lutaram no exército colonial põem em cena uma multiplicidade de discursos e memórias irreconciliáveis. Somos assim conduzidos a uma viagem que problematiza a herança colonial na Guiné-Bissau, problematizando o que ainda hoje permanece por se contar sobre os contornos desta guerra.”

 Catarina Laranjeiro


14.10.2014 | par martalanca | Catarina Laranjeiro, colonialismo, guerra colonial, Guiné Bissau

"Terra de Ninguém", de Salomé Lamas na Berlinale

Uma sala neutra. Terra de ninguém. Um homem sentado numa cadeira conta-nos a sua vida. Na sua juventude foi soldado de uma tropa de elite na guerra colonial em Angola e em Moçambique. Depois do 25 de abril trabalhou como guarda-costas em Portugal, mais tarde como mercenário da CIA em El Salvador, e finalmente como assassino a mando da organização clandestina basca GAL, onde executava pessoas por encomenda. A monstruosidade da crueldade exibida contrasta com o minimalismo formal do filme e a narrativa do protagonista. Imperturbável, ele descreve detalhes brutais, comenta com grande lucidez o pano de fundo da história política, conta anedotas e piadas. Os seus depoimentos são numerados e servem de base para a pesquisa e reflexões da cineasta. Uma aposta num terreno incerto: factos e ficção, memórias e fantasias, confissão e encenação pessoal andam de mão dada, enquanto a credibilidade e identidade avo sempre sendo questionadas. O denso e inquietante protocolo fílmico de uma existência na sombra trona-se num exame multifacetado das bases e dos limites do trabalho documental.

Portugal 2012, 72 Min. (9, 10, 12, 15.2.2013 no Berlinale Forum)

Produção: Luís Urbano, O Som e a Fúria

08.02.2013 | par martalanca | guerra colonial, mercenário

QUA 18 Abril, 21h // FILME + DEBATE Quem vai à guerra, no CCIF (Lisboa)

Na próxima quarta-feira, 18 de Abril, pelas 21h, o Centro de Cultura e Intervenção Feminista recebe o documentário QUEM VAI À GUERRA, um filme de Marta Pessoa que nos traz um discurso feminino sobre a guerra colonial.
Segue-se debate e temos o privilégio de contar com a participação da realizadora.

16.04.2012 | par martalanca | guerra colonial

Exposição sobre o Tarrafal e a Guerra Colonial na SPA, LISBOA

O António Valdemar e o Fernando Filipe assinalam os 50 anos do início da Guerra Colonial na sala Carlos Paredes da Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) com uma exposição documental, que inclui mapas, fotografias e livros, que ajudam a traçar o caminho deste conflito e a identificar os seus protagonistas principais.

Cartaz da exposição, da autoria de Fernando Filipe.Cartaz da exposição, da autoria de Fernando Filipe.A exposição abre com dois painéis sobre o Campo do Tarrafal, um sobre a sua criação, em abril de 1936, como colónia penal, e que encerrou em 1946, e, o outro, sobre a sua reabertura,como campo de reclusão dos independentistas africanos, em 1961. O “Campo da Morte Lenta”, como ficou conhecido, foi criado na sequência da guerra civil espanhola e como prevenção para evitar o seu alastramento a Portugal.

O dispositivo legal, de 23 de abril de 1936, [Decreto-Lei n.º 26 539] determina que se trata de uma colónia penal destinada a cidadãos «desafetos do regime», que pelos seus antecedentes eram considerados perigosos e, por isso, devendo ser isolados em campos de concentração. O Campo do Tarrafal abriu as suas portas em 29 de outubro de 1936, para lá encerrar os sindicalistas do “18 de Janeiro” de 1934, os marinheiros da Organização Revolucionária da Armada (ORA), que tentaram a sublevação em 8 de setembro de 1936, assim como os anarco-sindicalistas da CGT e republicanos que conspiravam contra a Ditadura. Nesta primeira leva foram 152 pessoas.

Em 1946, vivia-se ainda a euforia do fim da Segunda Guerra Mundial e a derrota do nazi-fascismo, Salazar foi pressionado pelos aliados a realizar eleições, que anunciou «tão livres com as da livre Inglaterra», e a encerrar o campo de concentração do Tarrafal, o derradeiro a permanecer aberto. As eleições terminaram em farsa e o Tarrafal só encerrou em janeiro de 1954.

Em 1961, com a eclosão da luta armada em Luanda, por determinação do então ministro do Ultramar, Adriano Moreira, a prisão foi reaberta, passando a designar-se de “Campo de Trabalho do Chão Bom”, e ficou destinada a receber os que em Angola, Guiné-Bissau e Moçambique lideravam os movimentos de libertação anticoloniais e independentistas. O Tarrafal fechou definitivamente no 1 de Maio de 1974, e os detidos enviados para os seus países, onde tiveram papel destacado na criação dos respetivos Estados. António Valdemar assinala em três dos painéis o papel de Adriano Moreira na manutenção do regime colonial, recordando o seu papel como subsecretário de Estado da Administração Ultramarina, entre 1960 e 1961, passando nesse ano a ministro do Ultramar, onde permaneceu em funções até 1963.

A.Melo

Exposição sobre o Tarrafal e a Guerra Colonial. Desde 8 de março na SPA _ Sociedade Portuguesa de Autores. Av. Duque de Loulé, 31. 1069 - 153   Lisboa

 

 

 

17.03.2012 | par franciscabagulho | guerra colonial, tarrafal

Lançamento do livro 'Guerra Colonial e Guerra de Libertação Nacional 1950-1974: o caso da Guiné-Bissau' de Leopoldo Amado

A apresentação estará a cargo de Maciel Santos, do Centro de Estudos Africanos da Universidade do Porto, e realizar-se-á na terça-feira, dia 24 de Janeiro, pelas 18h30, no Centro de Informação Urbana de Lisboa (Picoas Plaza, Rua do Viriato 13).

 

Resumo

Guerra Colonial & Guerra de Libertação Nacional (1950-1974): o caso da Guiné-Bissau é um exercício historiográfico que teve por escopo essencial o incremento do estado atual do conhecimento da temática, tanto pela via de confrontação de visões, de documentação vária e de leituras advenientes das duas realidades da mesma guerra, como pela assunção deliberada de uma postura metodológica de permanente dissecação diacrónica, estrutural e conjuntural, dos vários contextos que conferem a esta guerra particularidades próprias e únicas, quando comparada, por exemplo, com as que ocorreram em Angola ou Moçambique.
A obra condensa um esforço de compreensão dos meandros históricos que, por um lado, quase levaram o Exército português a um colapso militar na Guiné-Bissau, e, por outro, quase catapultaram o PAIGC para a galeria histórica dos movimentos de libertação nacional do chamado Terceiro Mundo que se destacaram na luta anticolonial.

Trata-se de uma adaptação para o grande público da tese de doutoramento que, em 2007, Leopoldo Amado apresentou à Universidade de Lisboa.

Nota biográfica
Leopoldo Amado licenciou-se em História pela Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa, concluiu o curso de Pós-graduação em Relações Internacionais (Estudos Islâmicos) pela extinta Universidade Internacional de Lisboa, e frequentou o curso de Mestrado em Estudos Africanos no Instituto de Ciências Sociais e Políticas da Universidade Técnica de Lisboa. Concluiu em 2007 o Doutoramento em História Contemporânea pela Universidade de Lisboa e atualmente, além da atividade de docência na Uni-CV, em Cabo Verde, conduz um projeto de pós-doutoramento no CES.

17.01.2012 | par joanapires | guerra colonial, guerra libertação nacional, Guiné Bissau, lançamento livro, livro

o meu nome é portugal, reportagem

28.09.2011 | par martalanca | ana sofia fonseca, guerra colonial

"Anjos na Guerra", de Susana Torrão (Oficina do Livro)

Anjos na Guerra: A Aventura das enfermeiras paraquedistas portuguesas

A 26 de Setembro nas livrarias

Sobre o Livro
A criação do corpo de enfermeiras paraquedistas da Força Aérea Portuguesa, em 1961, levou pela primeira vez as mulheres para as Forças Armadas.
Estas mulheres que caiam do céu para tratar dos feridos e travar o sofrimento enfrentaram, ao lado dos soldados, a dureza do mato e a violência dos combates. Mas não só. Enfrentaram também o preconceito de uma sociedade conservadora, onde a ideia de enviar mulheres para um cenário de conflito era vista com enorme desconfiança. Em África, as enfermeiras faziam evacuações dos feridos da frente para os hospitais militares e prestavam apoio às populações civis, mas em Lisboa a sua acção era desconhecida para a maioria.
O livro relata a história dessas pioneiras improváveis, que quase passaram despercebidas ao seu país mas que acabaram por lhe dar uma lição de coragem.   

Sobre a Autora
Susana Torrão nasceu em1972 e é jornalista. Licenciada em Ciências da Comunicação pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, trabalhou no Diário de Noticias, Semanário, Semanário Económico e Focus. Trabalha como freelancer desde 2006 e, ao longo dos últimos anos, escreveu para publicações como Sábado, Exame, Notícias Magazine, NS’, Público ou Fora de Série. Anjos na Guerra é o seu primeiro livro.

23.09.2011 | par joanapires | Africa, guerra colonial

Os Filhos da Guerra Colonial: pós-memória e representações

Colóquio Internacional Os Filhos da Guerra Colonial: pós-memória e representações, decorre nos dias 14 e 15 de Junho de 2011, nas instalações do CES-Lisboa/Auditório do Centro de Informação Urbana de Lisboa (Picoas Plaza).

Organizado no âmbito do projecto de investigação Os Filhos da Guerra Colonial: pós-memória e representações’ (coordenado por Margarida Calafate Ribeiro), que procurou aprofundar algumas linhas críticas sobre a Guerra Colonial a partir de testemunhos de filhos de ex-combatentes, ou seja, a partir da pós-memória da Guerra, a memória daqueles que não a experienciaram, mas cresceram mergulhados em narrativas da guerra vivida pela geração dos seus pais.

+ infos

07.06.2011 | par franciscabagulho | guerra colonial

Ciclo Diana Andringa na Malaposta - Um Longo Caminho para a Liberdade

12-17 de Abril na Malaposta, em Lisboa

entrevista à Diana Andringa sobre o filme As Duas Faces da Guerra, co-realizado com Flora Gomes

02.04.2011 | par martalanca | Diana Andringa, documentário, guerra colonial

As duas faces da Guerra

 

A guerra da Guiné, revista num documentário de Diana Andringa e Flora Gomes…
Luta de libertação para uns, guerra de África para outros: o conflito que, entre 1963 e 1974, opôs o PAIGC às tropas portuguesas é visto, desde logo, de perspectivas diferentes por guineenses e portugueses. Mas não são essas as únicas duas faces desta guerra: mais curioso é que, para lá do conflito, houve sempre cumplicidade: Não fazemos a guerra contra o povo português, mas contra o colonialismo, disse Amílcar Cabral, e a verdade é que muitos portugueses estavam do lado do PAIGC. Não por acaso, foi na Guiné que cresceu o Movimento dos Capitães que levaria ao 25 de Abril. De novo duas faces: a guerra termina com uma dupla vitória, a independência da Guiné, a democracia para Portugal. É esta aventura a dois que queremos contar, pelas vozes dos que a viveram.

16.03.2011 | par martalanca | guerra colonial