"AAH Room" Sarat Maharaj
29.04. – 04.06.2017
29.04 | 16h00 Inauguração da exposição|17h00 Conferência: “The World Turned Upside Down: Art and Ethics in the Rise of the Stone Age South’, por Sarat Maharaj
Sarat Maharaj é um conceituado curador, historiador e teórico da arte que, desenvolvendo o seu trabalho entre Londres e Malmö, se dedica com particular enfâse à obra de Marcel Duchamp e de James Joyce. A ideia para o projeto “AAH Room” partiu de Sarat Maharaj, inspirando-se no modelo da sua sala de aulas quando estudava História da Arte numa universidade destinada a “negros de origem indiana” pelo regime do apartheid, em Salisbury Island (Durban, África do Sul), durante os anos de 1960. Na época, a sala revelava-se como um espaço híbrido, exibindo uma “pirâmide evolutiva” de artefactos, obras de arte e culturas que minava a insistência numa clara separação imposta pelo governo do apartheid.
Depois de uma primeira apresentação de “AAH Room” na Academia de Arte de Malmö (Suécia), foi desenvolvida uma nova versão para Lisboa, exibindo obras de arte de Pedro Barateiro, Harun Farocki, Ângela Ferreira, Renée Green, Allan Sekula e Heimo Zobernig, juntamente com artefactos e material documental de diferentes origens. Todos os objetos “equipam” a sala de aula de História da Arte de Sarat Maharaj, para metaforicamente a recriar no espaço Lumiar Cité, transformando uma sala do passado num contexto contemporâneo.
Um internalizado sistema eurocêntrico de classificação, organizando objetos por categorias ou compartimentos segregados, sugere universos paralelos e a sua exibição corporiza essa separação. No espaço Lumiar Cité interessa também perceber a que tipo de leituras e contraposições, provavelmente involuntárias, a que a exposição também se abre. A “AAH Room” torna-se mais híbrida, funcionando como espaço de exposição e, ao mesmo tempo, como sala de seminários, onde Sarat Maharaj, Ângela Ferreira e Manuela Ribeiro Sanches, entre outros, conduzem e discutem num cenário que convida a pensar: Como lidar com uma descolonização do conhecimento numa sociedade de amplo conhecimento, num mundo enciclopédico? Qual o proveito para a ideia de prática artística não como uma realista produção de conhecimento, mas o seu oposto – ignorância conhecedora enquanto método do “ignorantitis sapiens”?
Para mais informações, por favor contactar:
Carlos Alberto Carrilho | Tel + 351 21 352 11 55 | carlos.carrilho@maumaus.org | www.maumaus.org
Lumiar Cité, Rua Tomás del Negro, 8A
1750-105 Lisboa, Portugal
Terça a Domingo, 15h00 às 19h00 ou através de marcação
Carris: 798 paragem Rua Helena Vaz da Silva, 717 paragem Av. Carlos Paredes
Metro: Lumiar (saída Estrada da Torre)