Afrika Aki

Monte Cara, apresenta 3ª Edição de Afrika Aki

Está de volta o evento Afrika Aki que resgata a memória e a influência do icónico e prestigiado Clube Monte Cara que, em 1976 se instalou na Rua do Sol ao Rato e se tornou um dos principais epicentros da cultura africana com a influência de Cabo Verde, em Lisboa. Idealizado e gerido por Bana ou Adriano Gonçalves que tornou este espaço num verdadeiro trend setter da modernidade musical de Cabo Verde que se reflete até aos dias de hoje e lançou no seu palco Cesária Évora, Paulino Vieira, Armando Tito, Celina Pereira e será recriado dia 11 de abril de 2025, às 22h30, no B.Leza.

O evento contará com participações especiais de Micas Cabral, uma das vozes mais icónicas daGuiné-Bissau e vocalista da banda Tabanka Djazz, Mário Marta, a grande revelação da música de Cabo Verde contemporânea, premiado pelo seu primeiro disco que conta com a colaboração de Lura no funaná “Aguenta”, e Chalo Correia, cantautor angolano influenciado por clássicos como Ngola Ritmos, David Zé, Urbano de Castro e Kiezos.

Contar a História do Monte Cara, neste espetáculo é celebrar os 50 anos das Independências e honrar a Banda Monte Cara que reúne veteranos do Clube de Bana com músicos da nova geração. Lisboa é frequentemente palco de encontros musicais únicos, onde um angolano toca uma morna,um cabo-verdiano toca um gumbé e um guineense toca um semba. Essa fusão de ritmos eculturas dá origem ao AFRIKA AKI, um projeto que destaca a harmonização de influências africanasem Lisboa. A noite promete ser uma viagem musical única, marcada por trazer de volta a raiz de onde tudocomeçou e as noites que viravam madrugadas ao som dos ritmos inesquecíveis do Monte Cara.

27.02.2025 | by martalanca | Bana, Lisboa africana, Monte Cara

Homenagem a Bana em Lisboa

No passado dia 11 o Teatro São Luíz recebeu a Festa de Homenagem a Bana, com a participação de vários músicos cabo-verdianos residentes em Portugal e em outros países da Europa e alguns ainda que vieram directamente de Cabo Verde.



Com a presença de várias personalidades cabo-verdianas, como os músicos Boss AC e Lura, que marcaram presença apesar de não cantarem, a homenagem contou ainda a presença do próprio primeiro-ministro de Cabo Verde, José Maria Neves.

Numa noite de brilho e de grandes actuações, coube a Bino Barros, músico cabo-verdiano da nova geração, residente em Barcelona, abrir o palco. “A música de Bana esteve sempre presente na minha casa, a minha mãe acordava com a música dele. É um prazer estar aqui hoje”, disse Bino. “Que este momento fique para sempre na memória de todos”.

E ficou certamente! O primeiro momento de surpresa e aparição de Bana no palco foi protagonizado por Luz Maria, filha do músico, que concretizou o sonho de fazer dueto com o seu pai quando este entrou no palco enquanto ela cantava. Foi um momento emotivo e de magia, abrilhantado pelo delírio do público que manifestou a sua alegria com a sala a aplaudir de pé o momento, inclusive com rosas atiradas para o palco, que ficou ainda mais colorido.

Bana, considerado “Lenda Viva da Música Cabo-Verdiana” é uma grande referência para muitos músicos de Cabo Verde, e uma pessoa que sempre ajudou os outros, como é caso de Leonel Almeida, que Bana ajudou a vir para Portugal e a gravar: “Bana é um grande nome de Cabo Verde, senão Rei. Desde mornas a coladeiras”, disse Leonel.

Rita Lobo, sobrinha de Ildo Lobo, outro grande nome da música do arquipélago, também marcou presença. Seguiu-se a actuação de Luís Fortes, residente na Holanda, de onde veio propositadamente, que terminou dizendo admirar Bana como “grande Músico e grande Senhor”. E o público voltou a entrar em delírio com a presença de Dany Silva, que gravou o seu primeiro disco com Bana.

Antes do intervalo, Mayra Andrade, a voz cabo-verdiana que tem conquistado vários prémios internacionais, subiu ao palco cantando primeiro a solo e depois em dueto com Bana, para alegria dos presentes, que os brindou com um caloroso coro de palmas.

O espectáculo reabriu depois com a declamação de poemas de grandes poetas lusófonos, como Fernando Pessoa, por Gonçalo Moita, antes da actuação do grupo coral “Alma de Coimbra”, sob orientação de Zé Afonso. Foi um momento memorável, de um verdadeiro intercâmbio cultural, que ficou ainda mais belo quando Bana se juntou a “Alma de Coimbra” para interpretar o incontornável “Sodadi”, de Cesária Évora. Foi um verdadeiro apogeu e o público interagiu inundando-os de palmas demoradas.


Celina Pereira, além das músicas programadas, surpreendeu Bana com o tema que este sempre lhe pede para cantar, desde os tempos do Eden Parque: Avé Maria do Morro

Outra grande amiga de Bana, a cantora e compositora Celina Pereira, “encheu o palco” com uma grande performance, terminando a sua actuação com um grande dueto com o homenageado Bana.

Seguiu-se o momento mais aguardado pelo público: a actuação de Bana. E foi uma constante interacção entre o músico e a plateia. Fez-se a grande festa de homenagem com a participação do próprio. Bana interpretou as suas grandes músicas e mostrou que nem a idade nem o recente problema de saúde o deixaram menos brilhante e o público aclamou.

Ainda de salientar os presentes oferecidos a Bana pelos músicos de Cabo Verde em geral, pelos músicos de Cabo Verde na Holanda e ainda pelo governo de Cabo Verde, onde se repetiram os agradecimento e reconhecimento pelo trabalho de Bana em prol da música e cultura do país.

O evento encerrou com todos os participantes no palco para uma última música com Bana, numa noite de harmonia, de festa e de muito brilho.

 

tirado de Cultura: PALOP

18.06.2010 | by martalanca | Bana, cabo verde, música