COLÓQUIO INTERNACIONAL CONHECIMENTO E CIÊNCIA COLONIAL

Fábrica de Braço de Prata Lisboa, 26-29 

Colóquio internacional Conhecimento e Ciência Colonial resulta de uma parceria entre o Centro de Filosofia das Ciências da Universidade de Lisboa e o Centro de História do Instituto de Investigação Científica Tropical, e visa promover um fórum de reflexão e discussão sobre a natureza do papel da ciência no contexto colonial e a sua relevância numa perspetiva pós-colonial. O encontro pretende juntar investigadores e especialistas, nacionais e internacionais, na área das ciências naturais, sociais e humanas para incentivar um debate em torno desta temática que, na última década, tem vindo a ganhar visibilidade.
A relação entre a ciência pós-Iluminista e a questão do progresso, do desenvolvimento e da modernização, trouxe um debate cada vez mais intenso sobre os conceitos, valores, ações e consequências da sua prática num contexto colonial que pretende explorar a reciprocidade e proximidade entre o Estado-nação moderno e a ciência e as suas instituições. Por sua vez, nas últimas décadas, a existência de uma ciência dita colonial com características específicas, inovadora e adaptada ao meio colonial, distinta da sua congénere metropolitana, ganhou um espaço próprio de discussão. O debate centrou-se na avaliação das relações entre a ciência ‘moderna’, produzida nas metrópoles e nas colónias, e os saberes ‘tradicionais’, em áreas tão diversas como a gestão dos recursos naturais, a agricultura, a alimentação, a medicina, a arquitetura, as armas e o mundo das artes. Neste sentido, o intercâmbio e a circulação de diferentes corpus de conhecimento, dentro e fora do espaço colonial, colocou a hipótese de formas híbridas e dinâmicas de saberes com trajetórias não-lineares na agenda académica, realçando a necessidade de analisar o conhecimento num quadro pluralista, transcultural e interdisciplinar. O tema da ciência no contexto colonial desperta assim uma série de interrogações sobre as relações complexas entre esta, as colónias e os impérios, que o colóquio tentará certamente desvendar.
Será que existiu uma ‘ciência colonial’? Qual a relação entre a ciência colonial e o conhecimento científico? Como é que a ciência colonial contribuiu para o discurso sobre e a imagem do outro, o colonizado, mas também do próprio colonizador? Qual a contribuição da ciência para a formação e consolidação do Estado Colonial? Em que medida é que a ciência foi subordinada ao poder político e posta ao serviço do colonialismo? Até que ponto as colónias serviram com laboratórios para a ciência e quais foram os limites da ciência dentro do projeto colonial? Quais as operações epistemológicas levadas a cabo? Como é que ciência criou raízes nas colónias e foi transmitida através do ensino? Qual a contribuição dos cientistas nascidos nas colónias? Existe uma quebra ou uma continuidade quanto ao papel da ciência entre o período colonial e pós-colonial?…

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19.11.2013 | by martalanca | ciência colonial, colonialismo

Colóquio Internacional Conhecimento e Ciência Colonial

 

a realizar-se entre 26 e 29 de Novembro, na Fábrica Braço de Prata, em Lisboa.
ver programa no site do colóquio

 

29.10.2013 | by martalanca | ciência colonial

COLÓQUIO INTERNACIONAL CONHECIMENTO E CIÊNCIA COLONIAL

Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Pavilhão C6Lisboa, 27-29 de novembro de 2013

Colóquio internacional Conhecimento e Ciência Colonial resulta de uma parceria entre o Centro de Filosofia das Ciências da Universidade de Lisboa e o Centro de História do Instituto de Investigação Científica Tropical, e visa promover um fórum de reflexão e discussão sobre a natureza do papel da ciência no contexto colonial e a sua relevância numa perspetiva pós-colonial. O encontro pretende juntar investigadores e especialistas, nacionais e internacionais, na área das ciências naturais, sociais e humanas para incentivar um debate em torno desta temática que, na última década, tem vindo a ganhar visibilidade.
A relação entre a ciência pós-Iluminista e a questão do progresso, do desenvolvimento e da modernização, trouxe um debate cada vez mais intenso sobre os conceitos, valores, ações e consequências da sua prática num contexto colonial que pretende explorar a reciprocidade e proximidade entre o Estado-nação moderno e a ciência e as suas instituições. Por sua vez, nas últimas décadas, a existência de uma ciência dita colonial com características específicas, inovadora e adaptada ao meio colonial, distinta da sua congénere metropolitana, ganhou um espaço próprio de discussão. O debate centrou-se na avaliação das relações entre a ciência ‘moderna’, produzida nas metrópoles e nas colónias, e os saberes ‘tradicionais’, em áreas tão diversas como a gestão dos recursos naturais, a agricultura, a alimentação, a medicina, a arquitetura, as armas e o mundo das artes. Neste sentido, o intercâmbio e a circulação de diferentes corpus de conhecimento, dentro e fora do espaço colonial, colocou a hipótese de formas híbridas e dinâmicas de saberes com trajetórias não-lineares na agenda académica, realçando a necessidade de analisar o conhecimento num quadro pluralista, transcultural e interdisciplinar. O tema da ciência no contexto colonial desperta assim uma série de interrogações sobre as relações complexas entre esta, as colónias e os impérios, que o colóquio tentará certamente desvendar.
Será que existiu uma ‘ciência colonial’? Qual a relação entre a ciência colonial e o conhecimento científico? Como é que a ciência colonial contribuiu para o discurso sobre e a imagem do outro, o colonizado, mas também do próprio colonizador? Qual a contribuição da ciência para a formação e consolidação do Estado Colonial? Em que medida é que a ciência foi subordinada ao poder político e posta ao serviço do colonialismo? Até que ponto as colónias serviram com laboratórios para a ciência e quais foram os limites da ciência dentro do projeto colonial? Quais as operações epistemológicas levadas a cabo? Como é que ciência criou raízes nas colónias e foi transmitida através do ensino? Qual a contribuição dos cientistas nascidos nas colónias? Existe uma quebra ou uma continuidade quanto ao papel da ciência entre o período colonial e pós-colonial?…
A transversalidade destas questões inscreve-as num contexto transnacional e transdisciplinar no qual a análise do contributo da ciência no contexto colonial pode ter um papel estruturante no quadro do debate sobre a construção de um conhecimento específico em estreita ligação com a ‘ocupação científica’ dos espaços coloniais, que pode servir para analisar e questionar o discurso sobre o saber, o pensamento meta-científico ou a sua persistência no decorrer do tempo.
Neste contexto, o Colóquio privilegiará uma abordagem transdisciplinar que permita lançar um olhar global sobre estas questões, incentivar a sua discussão e aumentar a sua visibilidade no quadro de um interesse alargado e consciência crescente da sua importância e dos seus contributos.

Áreas temáticas:
Arquivos e museus – Documentação e coleções
Jardins botânicos e zoológicos, e laboratórios agrícolas – A recolha da natureza para estudo e exposição
Arquitectura, obras públicas e organização do espaço
Bio-medicina, saúde pública e medicina tradicional
Reconhecimento do território, cartografia e fronteiras
Saberes coloniais e contextos imperiais
Cientistas, Intelectuais e Ensino
Imprensa, cultura e ciência coloniais
Política e Administração colonial
Exposições coloniais, ciência e propaganda
Colonial e pós-colonial na Europa Central

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17.04.2013 | by martalanca | ciência colonial