25 Agosto a 5 de Setembro
Competição Internacional
27, Quinta | 21h30 | Capitólio | Cinema ao Ar Livre
29, Sábado | 21h30 | Culturgest
Baamum Nafi | Nafi’s Father
Mamadou Dia
Senegal, fic., 2019, 109’
A primeira longa de Mamadou Dia chega-nos duplamente premiada no Festival de Locarno (Leopardo de Ouro Cineastas do Presente e Melhor Primeiro Filme). Rodado na sua cidade natal, Matal no Senegal, esta é a história de dois irmãos, Tierno e Ousmane, que se zangam por causa do casamento dos seus dois filhos. O primeiro quer casar o seu rapaz com a filha do segundo, a bela Nafi. O que está em causa é o alastrar do fundamentalismo numa pequena comunidade.
Nafi’s Father, de Mamadou Dia
27, Quinta | 21h30 | Culturgest
1, Terça | 21h30 | Cinema São Jorge
Eyimofe| This is My Desire
Arie Esiri, Chuko Esiri
Nigéria, Estados-Unidos, fic., 2020, 115’
Todos os anos Nollywood, a Hollywood nigeriana, produz cerca de mil filmes. Destes quase nenhuns viajam para fora de África. Caso diferente para a primeira longa metragem dos irmãos gémeos Esiri que, a partir de duas histórias, em certo sentido também elas gémeas, abordam o desejo de sair para o Ocidente. Mofe, um homem que faz reparações numa fábrica e Rosa, empregada de bar e cabeleireira, procuram uma saída da colorida e aprisionante capital, Lagos.
Retrospectiva Ousmane Sembène
25, Terça | 21h30 | Cinemateca
5, Sábado | 19h | Cinemateca
BOROM SARRET
Ousmane Sembène
Senegal, doc., 1963, 20’
É já com quarenta anos e com vários romances publicados que Sembène começa a filmar. Nesta sua segunda curta, considerada por muitos historiadores como um dos primeiros filmes realizado por um negro em África, seguimos um condutor de carroça pelas ruas pobres e desoladas de Dakar.
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LA NOIRE DE…
Ousmane Sembène
Senegal, França, fic., 1966, 65’
A longa-metragem inaugural de Sembène é tida como o primeiro filme de um realizador da África subsariana a ter atenção internacional. Baseado num conto homónimo do autor, ela acompanha a vinda, de Dakar para a Riviera francesa, de Diouana, uma jovem senegalesa, contratada como babysitter por um cosmopolita casal francês. Este é um trajeto de silenciosa rebelião, na passagem dos sonhos ilusórios por uma vida melhor a uma realidade de exploração.
LA NOIRE DE…, Ousmane Sembène
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TAUW
Ousmane Sembène
Senegal, fic., 1970, 24’
Tauw e Ouman são irmãos. Tauw, o mais velho, procura, em vão, um emprego. Ouman, 11 anos, procura, em vão, apoios para o seu líder religioso. Diferentes fases de crescimento, o moderno e o tradicional em confronto, nas ruas de uma Dakar em mudança após a independência.
29, Sábado | 15h30 | Cinemateca
4, Sexta | 21h30 | Cinemateca | Cinema ao Ar Livre
CAMP DE THIAROYE
Ousmane Sembène, Thierno Faty Sow
Senegal, Argélia, Tunísia fic., 1988, 157’
Talvez a grande obra-prima de Ousmane Sembène e o grito mais intenso de condenação das injustiças do colonialismo. No rescaldo da 2ª Guerra Mundial, os soldados senegaleses regressam da Europa e, antes do retorno a casa, são colocados no acampamento militar de Thiaroye. Perante as más condições de acomodação e a redução de pagamento, os soldados revoltam-se e são massacrados às mãos do exército francês. Vencedor do prémio especial do Júri em Veneza.
27, Quinta | 21h30 | Cinemateca | Cinema ao Ar Livre
3, Quinta | 15h30 | Cinemateca
CEDDO
Ousmane Sembène
Senegal, fic., 1977, 120’
Ceddo é o nome dado aos últimos detentores do espiritualismo africano antes da chegada do islamismo e cristianismo. Numa aldeia senegalesa do séc. XVII, o rei Demba War cede às pressões do líder islâmico e os ceddo raptam a sua filha para prevenir a conversão forçada à nova religião. Este “micro épico”, como foi apelidado, foi à época censurado e conta-se que Sembène distribuía, à saída dos cinemas, panfletos que descreviam as cenas removidas.
CEDDO, Ousmane Sembène
29, Sábado | 21h30 | Cinemateca | Cinema ao Ar Livre
2, Quarta | 15h30 | Cinemateca
EMITAÏ
Ousmane Sembène
Senegal, fic., 1971, 103’
Durante a 2ª Guerra Mundial, as forças colonialistas francesas do governo de Vichy requisitam o bem mais precioso que têm os habitantes da aldeia senegalesa de Efock: o arroz. A minoria étnica dos Diola reorganiza-se para a resistência: enquanto os anciãos rezam a Emitaï, o Deus do trovão, as mulheres, mais pragmáticas, escondem a colheita. Esta história de silenciosa resistência esteve censurada 5 anos após a sua estreia em toda a África francófona.
31, Segunda | 21h30 | Cinemateca | Cinema ao Ar Livre
8, Terça | 19h | Cinemateca
FAAT KINÉ
Ousmane Sembène
Estados Unidos, fic., 2001, 120’
Quase uma década após o seu último filme, Sembène assina o que seria o primeiro volume de uma planeada trilogia sobre o heroísmo quotidiano da mulher africana. Faat Kiné é mãe solteira numa Dakar moderna, plena de contradições e aspirações de mudança. Vive com os seus dois filhos, de dois ex-maridos, tendo de lidar não apenas com a pressão social da sua condição, mas também lutar pelas suas aspirações profissionais num mundo dominado pela condição patriarcal.
28, Sexta | 21h30 | Cinemateca | Cinema ao Ar Livre
7, Segunda | 15h30 | Cinemateca
GUELWAAR
Ousmane Sembène
França, Alemanha, Senegal, Estados Unidos, fic., 1992, 115’
Esta comédia de enganos começa com a morte de Guelwaar (que significa “o nobre”), padre e ativista católico. Quando a família vem reclamar o corpo à morgue apercebe-se que este desapareceu e que foi enterrado por engano num cemitério muçulmano. Sátira a uma África atolada pelos pequenos conflitos, por uma burocracia paralisante e pelos dogmas e crenças religiosas em confronto. A ironia fina e os pequenos detalhes revelam toda a mestria de Sembène.
1, Terça | 15h30 | Cinemateca
5, Sábado | 21h30 | Cinemateca | Cinema ao Ar Livre
MOOLAADÉ
Ousmane Sembène
Senegal, França, Marrocos, Tunísia, Camarões, fic., 2004, 124’
O último filme de Sembène e segundo de uma planeada trilogia sobre o heroísmo da mulher africana. Numa pequena vila senegalesa, Collé Ardo, a segunda mulher de um próspero agricultor, prepara o casamento de sua filha. Eis que resolve acolher quatro meninas que procuram refúgio na sua casa para escapar ao ritual de “purificação”, que consiste na sua excisão genital. Tal atitude inicia um conflito que divide irremediavelmente os membros da sua comunidade.
2, Quarta | 19h | Cinemateca
5, Sábado | 15h30 | Cinemateca
NIAYE
Ousmane Sembène
Senegal, fic., 1964, 35’
Inspirado em factos reais, Niaye narra através de um griot - um contador de histórias africano - o caso de uma jovem cuja inesperada gravidez vem escandalizar a comunidade e agitar os valores tradicionais de uma pequena vila senegalesa.
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MANDABI
Ousmane Sembène
França, Senegal, fic., 1968, 90’
Um homem senegalês de meia idade, desempregado, vive com as suas duas mulheres e filhos em Dakar. Quando recebe um vale postal vindo do seu filho, trabalhador em Paris, começam os problemas burocráticos para o levantar. Sembène foca-se, pela primeira vez, na corrupção da vida quotidiana do seu país, cumprindo o sonho de fazer um filme todo falado em língua Wolof. O olhar crítico valeu-lhe a censura no Senegal e um prémio internacional da crítica no Festival de Veneza.
2, Quarta | 21h30 | Cinemateca
11, Sexta | 19h | Cinemateca
XALA
Ousmane Sembène
Senegal, fic., 1975, 123’
Nos anos pós-independência, no Senegal mantém-se a influência ocidental. Um ganancioso homem de negócios retira dividendos dessa situação e, como prova do seu sucesso, casa-se com a sua terceira mulher. Mas eis que, ao tentar consumar o casamento, se vê atacado por uma terrível xala, uma maldição que o deixa impotente. Baseada no romance que Sembène escreveu dois anos antes, esta é uma simbólica sátira acerca da impotência social e política do seu país.
Retrospectiva 50 Anos Forum Berlinale
26, Quarta | 15h30 | Cinemateca
3, Quinta | 21h30 | Cinemateca | Cinema ao Ar Livre
ELDRIDGE CLEAVER, BLACK PANTHER
William Klein
França, Argélia, doc., 1970, 75’
Após acusação de uma tentativa de assassinato, Eldrige Cleaver, militante do movimento Black Panther Party, exila-se na Argélia. O realizador e fotógrafo William Klein fará aqui o retrato de um homem multifacetado, escutando o seu discurso ativista sobre a revolução, a luta na América, os seus rivais políticos, como Nixon ou Reagan. Mas esta é também uma obra além da ideologia, o retrato de um revolucionário romântico, num exílio lírico e comovente.
28, Sexta | 15h30 | Cinemateca
SOLEIL Ô
Med Hondo
França, Mauritânia, fic., 1970, 104’
O realizador e actor da Mauritânia, Med Hondo, espantou o mundo do cinema com este seu filme inicial (vencedor do Leopardo de Ouro em Locarno), rodado durante quatro anos e com um baixo orçamento. Esta é a luta de um emigrante mauritano em Paris, em face das precárias condições de trabalho, remuneração discriminatória, humilhação e indiferença. Um manifesto original, com influências do cinema verité, da montagem eisensteiniana, da sátira e do absurdo.
27, Quinta | 15h30 | Cinemateca
MONANGAMBEE
Sarah Maldoror
Argélia, fic., 1969, 18’
Sarah Maldoror, cineasta maior da causa da libertação africana, assina aqui o seu primeiro filme. A denúncia da tortura no colonialismo português em Angola, bastando uma palavra com significado desconhecido para dar origem à violência.
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PHELA-NDABA (END OF THE DIALOGUE)
Members of the Pan Africanist Congress
África do Sul, doc., 1970, 45’
Em 1970, membros do Congresso Pan-Africano formaram um colectivo cinematográfico. Um grupo de sul africanos exilados em Londres utilizou imagens de arquivo e vídeos filmados em segredo no seu país para realizar o que seria um dos primeiros filmes sobre o Apartheid.
Foco Mati Diop
29, Sábado | 21h50 | Cinema São Jorge
ATLANTIQUE
Mati Diop
França, Senegal, Bélgica, fic., 2019, 106’
Trabalhadores de uma obra na capital do Senegal não recebem há meses. Um deles, o jovem Souleiman, decide atravessar o oceano em busca de uma melhor vida. Ada, de 17 anos, apesar de prometida a outro homem, espera o regresso do seu amor. Inspirada na figura de Penélope, mas também em Romeu e Julieta, Atlantique é um conto de espíritos, traumas e crescimento. Grande Prémio do Júri do Festival de Cannes de 2019.
ATLANTIQUE, Mati Diop
27, Quinta | 19h15 | Culturgest
MILLE SOLEILS
Mati Diop
França/Senegal, fic., 2013, 45’
Mille Soleils, vencedor do IndieLisboa em 2014, conta o regresso da realizadora ao Senegal, revisitando dois atores do filme Touki Bouki (1971), realizado pelo seu tio, Djibril Diop Mambéty. Memórias reais e liberdades de ficção, o cinema e/é a sua família.