As pessoas continuam a relacionar-se com e a preservar as suas histórias. Este espectáculo é sobre ouvir histórias para voltar a contá-las com tudo o que se acrescenta mas também com tudo o que fica nos esquecimentos. Alguém disse, uma rede é uma colecção de buracos.
— Maria Gil
Avieiras, viagem de Lamas tem como ponto de partida relatos e testemunhos actuais de mulheres pertencentes a comunidades avieiras das aldeias Palhota e Escaroupim e ainda de Vila Franca de Xira e da Praia da Vieira de Leiria. Trata-se da continuação de um projecto de etnografia artística desenvolvido por Maria Gil desde 2018 (Mulheres em Terra, Homens no Mar), junto a mulheres de comunidades piscatórias e ligadas ao mar. O espectáculo parte ainda do trabalho realizado pela jornalista Maria Lamas em, As Mulheres do Meu País, para apresentar uma visão contemporânea do processo emancipatório da condição feminina dentro destas comunidades desde a segunda metade do século XX até aos dias de hoje. Após uma primeira apresentação na aldeia de Palhota para a comunidade local, o espetáculo terá estreia em Sintra, na Casa de Teatro de Sintra/Chão de Oliva a dia 28 de outubro. Os bilhetes para a data de Sintra custam €7,50 (bilhete normal) e €5 (com descontos), podendo ser reservados através do email teatrodosilencio@gmail.com. A peça ficará em cena até dia 6 de novembro.
A comunidade avieira era constituída sobretudo por famílias de pescadores da Praia da Vieira de Leiria, mas também da zona da Murtosa que, quando o mar estava bravo durante o inverno, se deslocavam em carroças, barcos, e até a pé, na direção do Tejo, para aí se dedicarem à pesca. Inicialmente, viviam dentro das embarcações - os saveiros - mas com o passar dos anos acabaram por se fixar ao longo das margens, onde construíam casas de madeira, cobertas com caniços e assentes em palafitas, que os protegiam das cheias do rio e dos efeitos do solo arenoso. As mulheres avieiras sabem pescar, lançar, lavar, coser e remendar as redes. Eram elas quem remava o barco e ainda quem carregava o peixe à cabeça para o ir vender de porta em porta, pelos caminhos ou junto aos mercados - tudo a pé. Partindo da realidade desta comunidade, este projecto visa incentivar e envolver as comunidades a apropriarem-se crítica e criativamente do seu património imaterial. Para tal, a par de todo o trabalho de recolha e investigação dos testemunhos e histórias de vida, a comunidade terá a oportunidade de ver o espetáculo final e participar de um debate sobre o mesmo.
Datas e locais 21 outubro às 19h00 | 22 Outubro e 23 de outubro às 18h00 Casa do Avieiro/Projecto Palhota Viva, Aldeia da Palhota, Valada, Cartaxo Acesso livre 28 e 29 outubro, 4 e 5 de novembro às 21h30 | 30 de outubro e 6 de novembro às 16h00 Casa de Teatro de Sintra/Chão de Oliva, Sintra Preço: 7,50€ (bilhete normal) 5,00€ (Bilhete desconto - grupos + de 5 pessoas; <25 anos; >65 anos; profissionais e estudantes de Artes Performativas) 26 Novembro às 16h00 Centro Cultural de Escaroupim, Escaroupim, Salvaterra de Magos Acesso livre Reservas e marcações e-mail - teatrodosilencio@gmail.com telm. - + 351 91 463 26 75 - produção Teatro do Silêncio
{…} «Desembaraçadas e aguerridas, as mulheres da Praia de Vieira são das mais corajosas, na luta pela vida, e também das mais sacrificadas. Para elas não há limite de trabalho nem escolha de tarefas…» «A avieira é verdadeiramente, a camarada do marido, a sua companheira de todas as horas, trabalhando com ele e suportando as mesmas agruras que ele suporta. Não é camponesa nem nasceu na região. Veio de longe, da praia de Vieira, mas fica ali, às vezes, o resto da vida. O lar é o barco, no barco lhe nascem os filhos, e raramente consegue construir uma casa - suprema aspiração de todas. Quando o rio não lhe dá peixe e a fome é a mais trágica realidade, a avieira vende fruta, trabalha no campo ou no que lhe apareça. É das figuras mais impressionantes e corajosas do nosso povo! » —Maria Lamas, As Mulheres do Meu País, p.331 e p.297
Ficha Artística | Criação, dramaturgia e interpretação: Maria Gil Realização de vídeo e edição de imagem: Joana Linda Sonoplastia e desenho de luz: Maria Gil Apoio à dramaturgia: Tiago Pereira Apoio ao desenho cénico: João Ferro Martins Mediação/apoio à produção e à criação: Aleixa Gomes, Beatriz Baião Comunicação: Sara Cunha Produção: Teatro do Silêncio 2022 Parceria: Projecto Palhota Viva, Chão de Oliva - Casa de Teatro de Sintra O Teatro do Silêncio é uma estrutura apoiada pela República Portuguesa-Cultura/Ministério da Cultura - Direcção-Geral das Artes e pela Junta de Freguesia de Carnide
A TERRA TREMEU DENTRO DE MIM E EU FIQUEI SEM CASA 15 dez | 19hLavadouro Público de Carnide | LisboaEntrada Livre
Apresentação final do trabalho realizado pela artista Maíra Zenun Almada, durante a residência artística no Lavadouro Público de Carnide seguida de conversa sobre como as marcas de uma cidade afectam e reflectem os corpos que nela habitam. A acção performática foi desenvolvida a partir de pesquisas e registos de grafites/pixações inscritas na área da Grande Lisboa, pela população negra portuguesa e afrodescendente; e de reflexões da própria artista sobre o que significa ocupar um corpo-território negro feminino, imigrante, desterrado, de descendências partidas e no fluxo de tantas fronteiras inventadas.
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As residências inserem-se em A SUL – Plataforma de criação para artistas que habitam ou cruzam o espaço Ibero-americano, direccionada para a pesquisa, a investigação e a experimentação artísticas. A Sul pretende ser ainda um lugar de encontro e de reflexão entre artistas, e entre artistas e a cidade de Lisboa.
Coordenação: Maria Gil | Acompanhamento: Maria Gil, Marta Lança e Sara Anjo | Produção: Teatro do Silêncio 2017 | Parceria: Projecto Pulsar da Junta de Freguesia de Carnide | Projecto apoiado no âmbito do RAAML – Regulamento de Atribuição de Apoios no Município de Lisboa pela Câmara Municipal de Lisboa e inserida na Passado e Presente - Lisboa Capital Ibero-americana de Cultura 2017.
O Teatro do Silêncio realiza em 2017 um ciclo de duas residências de criação para artistas que habitam ou cruzam o espaço Ibero-americano e que tenham um projecto embrionário de investigação e de pesquisa artística. Períodos de residência:1 Maio – 15 Julho 2017 – 1ª residência15 Julho – 30 de Setembro 2017 – 2ª residência As residências são abertas a todas as áreas, privilegiando-se os trabalhos site specific, performance, instalação e arte urbana. Para além da realização de dois dias de apresentação pública do seu trabalho, os artistas são ainda convidados a criarem uma actividade de serviço educativo aberta à comunidade local. As residências incluem: Apoio de 1000€ (mil euros);Cedência de espaço de trabalho (Lavadouro Público de Carnide);Realização de tutorias artísticas durante o processo de trabalho (a definir com a equipa Teatro do Silêncio);Apoio à produção executiva durante a residência;Articulação entre artista e comunidade local. CANDIDATURAS: Enviar uma nota biográfica e uma breve descrição do projecto a desenvolver para durante o período da residência para: teatrodosilencio@gmail.com DATA LIMITE PARA O ENVIO DE PROPOSTAS: 15 Abril de 2017 (1º Período - Prorrogação) e 31 de Maio (2º Período) As residências inserem-se em A SUL – Plataforma de criação para artistas que habitam ou cruzam o espaço Ibero-americano, direccionada para a pesquisa, a investigação e a experimentação artísticas. A Sul pretende ser ainda um lugar de encontro e de reflexão entre artistas, e entre artistas e a cidade de Lisboa. Coordenação: Maria Gil | Tutorias: Maria Gil, Marta Lança e Sara Anjo | Produção: Teatro do Silêncio 2017 | Parceria: Projecto Pulsar da Junta de Freguesia de Carnide +INFO: teatrodosilencio@gmail.com | + 351 91 463 26 75 – Teatro do Silêncio (Maria Gil) Projecto apoiado pela Câmara Municipal de Lisboa e inserido na Passado e Presente - Lisboa Capital Ibero-americana de Cultura 2017.