Kimi Djabaté, 18 Fev no Musicbox, LISBOA
Há uma parte da população mundial que carrega os séculos às costas, como se de sacola com farnel se tratasse. No ponto de convergência que é Lisboa, são tantos que mais parece que a cidade está em constante viagem – e é bom lembrar que o tempo é também um espaço navegável e experimentado. Se olharmos com atenção e cuidado, é entre eles que encontramos os verdadeiros desafios intelectuais e artísticos, que abundam em densidade e perspectiva. Assim é com Kimi Djabaté, tocador de balafón nascido e criado em Tabato, território da Guiné-Bissau onde os griots, músicos originários do Mali, se firmaram há séculos. Karam, o segundo álbum do multi-instrumentista que a respeitada Cumbancha editou, tem essa matriz genética telúrica – a infância, os alicerces, a genuinidade – e uma reflexão social e política do que é África nos dias que correm. É cantado em mandinga, mas a música que debita é universal. E imprescindível.
De volta aos concertos em Lisboa, Kimi sobe pela primeira vez ao palco do Musicbox a 18 de Fevereiro.