O resgate foi tarefa fácil, explica Paulo Flores que já dividiu o palco com músicos como Carlitos Vieira Dias e também com outros mestres dos anos 60.
Nesta aventura da Raiz da Alma, com álbum prometido para 2011, o cantor e compositor descobriu também compositoras mulheres e sonoridades dos anos 50/60 que se julgavam perdidas.
“Encontrei o ritmo do bossa-nova que se tocava nos Camarões na década de 40”, conta com entusiasmo.
O projecto Raiz da Alma foi um ensinamento não só para Flores, como também para os músicos mais novos, garante, ao dar como exemplo o kuduro, “em que a base rítmica é o semba e a kazukuta, mas que é preciso saber de onde vem, ir às origens”, que o cantor confessa nunca ter explorado tão fundo.
Para o concerto no CCB e na Casa da Música, o angolano orgulha-se de tocar com o guitarrista Tedy Nsingui, “um kota que participou num show antes do grande combate entre Muhammad Ali e George Foreman em Kinshasa. Nessa noite Nsingui esteve ao lado de grandes nomes como B.B. King, Matadidi e Francó.
Considerado um dos mestres da música angolana e exímio nas misturas de ritmos e sonoridades, Paulo Flores vê o semba como a matriz de vários ritmos, não só em Angola, mas também no Brasil, um género que está a dar a volta ao mundo.
@Mayra Prata Fernandes, SAPO