Pós-Graduação 2011/2012: Islão Contemporâneo. Culturas e Sociedades. FCSH-UNL Lisboa.

2ª fase de candidaturas: 12 a 30 Setembro 

Curso especialmente vocacionado para a formação e especialização nas áreas de conhecimento das culturas islâmicas e da religião muçulmana na contemporaneidade – preenchendo a lacuna existente numa oferta nacional escassa e exclusivamente orientada para as abordagens históricas. À sua relevância social é acrescida uma valência de intervenção política no que respeita à monitorização de relações de multiculturalidade e diplomáticas.
Pretende-se oferecer uma formação fundamental que permita a interpretação de realidades sociais e culturais contemporâneas em contextos maioritariamente islâmicos, e em contextos de encontro entre muçulmanos e não muçulmanos (colonialismo, migração, turismo) num panorama de transnacionalismo islâmico.

Esta Pós-Graduação envolve o Departamento de Antropologia da FCSH/UNL, o Centro em Rede de Investigação em Antropologia/Núcleo de Estudos em Contextos Islâmicos(CRIA/NECI), o Centro de História Além-Mar (CHAM), o Instituto de Línguas da Universidade Nova de Lisboa (ILNOVA) e é articulado com o Projecto Islão, Poder Y Diáspora (Univ. Autonoma de Madrid). 

Contactos:

Departamento de Antropologia / FCSH-UNL
Av. Berna, 26-C, 1069-061 Lisboa
Tel: 217908369
Email: antropologia@fcsh.unl.pt / nflv@fcsh.unl.pt 
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02.09.2011 | by franciscabagulho | ...

Harvard Academy For International and Area Studies postdoc (deadline: 10/1)

2-year appointments for recent PhDs in social sciences, history, and law for “outstanding scholars who are at the start of their careers [and] whose work combines disciplinary excellent with a command of the language, history, or culture of non-Western countries or regions. Their scholarship may elucidate domestic, comparative, or transnational issues, past or present.”
to see here

31.08.2011 | by martalanca | PhD

Revista (IN)VISÍVEL

A Revista (IN)VISÍVEL tem por objectivo principal a criação de novas interpretações acerca de temáticas culturais e sociopolíticas a partir de um tratamento multidisciplinar entre variadas linguagens,  de forma a alargar o acesso ao  conhecimento a um público mais vasto.

A relevância de um projecto editorial neste âmbito, justifica-se a partir da constatação da ausência de espaços públicos de comunicação que estabeleçam um diálogo acessível acerca de temas que aqui consideramos “invisíveis”.

A invisibilidade que aqui destacamos origina-se a partir de dois principais eixos: de um lado pela forma de tratamento descontextualizado e “espectacular” realizado pelos média e de outro, pela rigidez excludente da linguagem científica. Diante do quadro exposto, a criação deste projecto surge também como tentativa de colaborar com a diminuição do fosso existente entre as linguagens académica e jornalística que, em muitos casos, seja de um lado ou seja do outro, acabam por restringir o potencial comunicativo de suas produções textuais.

A Revista, na sua primeira fase, contemplará o espaço lusófono e terá sua apresentação em formato digital com participação de colaborares/as de diferentes orientações profissionais. A periodicidade será trimestral e sua distribuição gratuita.

PRIMEIRO TEMA: PORNOGRAFIA

O tema de abertura do projecto é a Pornografia. Apesar de existirem diversos debates acerca das diferenciações socioculturais entre o que é ou não pornografia, não é interesse desta edição balizar qualquer tipo de definição certeira. E sim, experimentar as diversas formas de significação deste conceito. Uma delimitação interessante da emergência do conceito de pornografia e sua consolidação enquanto prática dá-se a partir do contexto histórico do surgimento das tecnologias de impressão “ao colocar em circulação reproduções baratas, criando um próspero mercado para o obsceno” (Moraes, 2003). Esta, segundo Moraes (2003) é uma das teses centrais da colectânea de ensaios “A invenção da pornografia – A obscenidade e as origens da modernidade, 1500-1800, organizado por Lynn Hunt (1999). Importa também realçar que o interesse deste projecto editorial afirma-se a partir das inúmeras possibilidades interpretativas deste conceito. E neste caso, prevalece a própria representação da pornografia a partir da visão escolhida pelos autores desta edição diante de uma impossibilidade delimitadora de tal prática.

O lançamento do Número Zero da Revista (IN)VISÍVEL decorrerá dia 28 de Setembro, pelas 15.30h (hora de Portugal), através de uma transmissão em directo, pela Internet.

 

31.08.2011 | by martalanca | invisível, revista

"Música Migrante em Lisboa"

Lançamento do livro “Música Migrante em Lisboa” 21 de Setembro, 18h00, Aud. B 203, Ed. II, ISCTE-IUL

31.08.2011 | by martalanca | música

The new migration paradigm of transitional African spaces de Pedro F Marcelino

Acaba de ser publicado o livro de Pedro F Marcelino intitulado: The new migration paradigm of transitional African spaces: Inclusion, exclusion, liminality and economic competition in transit countries: a case study on the Cape Verde Islands, pela editora alema LAP LAMBERT Academic Publishing

Sinopse:  “Stringent post-9/11 American and European immigration regulations changed the migratory map of West Africa. They did not, however, alter the aspirations of thousands who still wish to depart - and do. This thesis analyses Cape Verde’s pivotal position as a transhipment centre for continental African migrants in transit to Europe, suggesting the islands have become a liminal space and, often, an imposed final destination for individual migratory projects. The study discusses the  early stages of public engagement with immigration, and how the debate is affecting the construction of identity, ideas about national development, and immigration policy itself. It suggests the islands be understood within a global migratory context that encompasses the changing geopolitics of Europe, positing - from a geopolitical perspective - that immigration policies in the EU have pushed Europe’s de facto borders westwards and southwards to the West African coast  between Morocco and Cape Verde. Using a postcolonial theoretical framework, this study proposes an innovative model of inclusion and exclusion to understand the integrative features of transitional spaces.”

Livro disponível na Amazon

31.08.2011 | by franciscabagulho | cabo verde, migração

Transformar a realidade. Bárbara Santos e o espaço KURINGA

Ser cidadão não é viver em sociedade, é transformá-la

Augusto Boal, fundador do Teatro do Oprimido.

Apetece dar graças aos acasos da vida o ter-nos trazido esta mulher para Berlim. Bárbara Santos, socióloga de formação, lutadora por caráter e diretora durante catorze anos do Centro do Teatro do Oprimido do Rio de Janeiro, mudou-se para a capital alemã por razões familiares. Não duvidamos de que a cidade terá ficado mais rica.

As Madalenas Oprimidas na Guiné Bissau, 2010O que para muitos será ainda desconhecido, é um trabalho que se tem estendido por mais de setenta países em todo o mundo e goza dos apoios de inúmeras organizações como a  UNESCO e a UNICEF. O Teatro do Oprimido, criado nos anos 70 pelo teatrólogo Augusto Boal, parte do pressuposto fundamental de que o teatro é uma forma de expressão básica e comum a toda a Humanidade, independentemente de raça, sexo, religião, classe social ou escolaridade. Os seus objetivos principais são a democratização da produção teatral, o acesso das camadas mais desfavorecidas a essa produção,  e a transformação da realidade através do teatro. “Quando o Augusto Boal começou a fazer teatro, ele fazia teatro político. Então era uma classe média branca que dizia para o povo o que é que o povo deveria fazer para se libertar da sua opressão. Ele foi percebendo que isso não funcionava, porque você fica dando conselhos para o outro, e era muito mais importante que o outro falasse dele próprio. Então ele criou o Teatro do Oprimido. A ideia é que todo o mundo é teatro. Visa estimular o oprimido a enxergar a sua realidade, de uma maneira estética. É um teatro feito pelo oprimido, para o oprimido, e que tem um objetivo muito claro, que é a transformação da realidade“, diz Bárbara Santos.

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30.08.2011 | by martalanca | teatro do oprimido

workshop de Wordpress e as plataformas livres na cultura

O Workshop de Wordpress e as plataformas livres na cultura realiza-se em Faro nos próximos dias 10 e 11 de Setembro na sede da AGECAL.
A comunicação cultural na actualidade passa pela utilização do espaço virtual na difusão de conteúdos. O acto de projectar a informação, inicia-se no momento em que escolhemos as plataformas de trabalho. Com orçamentos reduzidos e fraca capacidade de conhecimentos técnicos nesta área, como poderão os agentes culturais responder a um mundo virtual em constante actualização?. A resposta passa por trabalhar em rede, utilizando plataformas livres que permitam a partilha de saber e a interacção com diversas comunidades. 
Pensado para dar uma introdução sobre algumas das mais dinâmicas plataformas de uso web, este workshop  pretende partilhar conhecimentos na óptica do utilizador básico, tendo como ponto de partida a criação de um site na plataforma colaborativa Wordpress. Seguir-se-ão exercícios de conhecimento e ligação a diversas plataformas web, como redes sociais e outras aplicações úteis para o trabalho em rede.
- O mundo web e partilha de informação.
- Construção de um site em wordpress e trabalho em rede
- Interacção com aplicativos web
Formador: Jorge Rochas (www.jorgerocha.org)
Público alvo: Agentes culturais, artistas e outros criativos, público em geral com interesse na matéria.  
Pré-requisitos: Estar familiarizado com o uso de internet na lógica do utilizador.
Requisitos adicionais: trazer computador que permita ligação wifi.
Para mais informações e inscrições consulte o site da www.agecal.pt 

28.08.2011 | by martalanca | comunicação, internet, Jorge Rocha, mundo virtual

Ocupações Temporárias 20.11

Maputo vai ser novamente ocupada

“Ocupações Temporárias 20.11” instala-se de novo na capital trazendo a arte contemporânea aos lugares comuns dos cidadãos, a partir de 11/09 e até 02/10.

A Faculdade de Medicina da UEM, a Associação Moçambicana de Fotografia, o Cinema Scala, a Av OUA e a Av 25 de Setembro acolherão as intervenções de Camila de Sousa, Filipe Branquinho, Jorge Fernande, Shot-B e Azagaia, na segunda edição do projecto OCUPAÇÕES TEMPORÁRIAS.

A exposição, que este ano tem como mote a PRECARIEDADE, mantém o objectivo de se constituir numa plataforma de apresentação de artistas de diferentes disciplinas, com diferentes vivências e escolas, numa mostra da produção artística contemporânea moçambicana disponível para todos os públicos.

De 11 de Setembro a 2 de Outubro de 2011, decorre a segunda “versão” de um projecto de ocupações artísticas de espaços não convencionais da cidade de Maputo e tal  como na versão anterior, foram convidados artistas de naturalidade moçambicana para intervir e ocupar locais distintos que fazem parte do circuito urbano da capital e que por isso constituem territórios franqueado a todo o tipo de público. A exposição colectiva resulta assim numa rede de mostras individuais em espaços “invulgares” onde as intervenções artísticas se realizam sem alterar a função original do lugar.

PRECARIEDADE

OCUPAÇÕES TEMPORÁRIAS 20.11 inaugurará no dia em que se celebram 10 anos sobre o ataque às torres de Nova Iorque, o dia que marca a queda do mito da segurança inviolável, o fim da tranquilidade colectiva. Novos interesses parecem estabelecer-se e com isso novas ordens que alteram estruturas fundamentais como o trabalho, o parentesco, as relações sociais e até as identidades. Estes são os tempos da PRECARIEDADE, do transitório, do temporário, do inseguro. O que acontecerá ao que sempre nos foi confortável e apaziguador, ao que sempre tivemos como definitivo, permanente, seguro? Voltará? Queremos que volte? Saberemos, poderemos, conciliar frenesim com eternidade? Resultado com paciência? Sucesso com memória? As OCUPAÇÕES TEMPORÁRIAS 20.11 são elas próprias, por definição, precárias, tendo em conta os locais e condições em que se apresentam, mas na versão deste ano sê-lo-ão ainda mais, já que se apresentam assumidamente como uma proposta de reflexão pública sobre o tema que terá um espaço de particular relevo nos encontros com artistas e as conferências a realizar em parceria com a Academia.

Mais infos aqui:  ocupacoestemporarias@gmail.com 823537921

28.08.2011 | by martalanca | Maputo

Platform OneArt coming soon

Non-Euroamerican culture is a significant and firmly acknowledged part of the art scene and as such it is represented in galleries in the centres of the art world. The relationship, and sometimes tension, between art from countries located distant from Euroamerican capitals and local art work can be interpreted as one of the sources of debate in the art scene. This debate also provides an alternative approach to art practice as well as the possiblity of  critical positions which would not be otherwise possible.

The OneArt project as such will be the first institution which creates a bridge for contemporary art from Asia, Africa and Latin America to enter the local cultural scene.  OneArt will give exposure to artists through events such as debates, exhibitions, exhibition catalogues, workshops, an academic journal, a library/ archive attached to the gallery, and its residency programme.

 http://oneart.org/ 

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24.08.2011 | by franciscabagulho | contemporary art

Lá Vai María feat. Izé Teixeira

Ouvir aqui

21.08.2011 | by martalanca | Izé Teixeira

Kiluanji Kia Henda e Mário Macilau no Bes Photo

Os artistas Kiluanji Kia Henda e Mário Macilau falam sobre seu trabalho no BESphoto 2011. A exposição das fotos abre a partir do dia 20 de Agosto na Pinacoteca de São Paulo.

 

20.08.2011 | by martalanca | kiluanji kia henda, Mário Macilau

Summer in the City

With works by:
Marie Aly
Sander Breure & Witte van Hulzen
Heide Hinrichs
Khan Lee
Tatiana Macedo
Stephan Mörsch
Anna Ostoya
Sanne Rous
Fernando Sanchez Castillo
Aldwin van de Ven
Marjolijn de Wit

Review at Metropolis M magazine:

More interesting, more varied and more atmospheric, the summer exhibition at Tegenboschvanvreden Summer in the City. Gallery owners Pietje Tegenbosch and Martin van Vreden suggested a summer exhibition of up and unprecedented work.

Besides Anna Ostoya collages, installations of Heide Hinrichs and mysterious portraits of Marie Aly are the pictures of the Portuguese Tatiana Macedo and the works of Fernando Sanchez Castillo Spanish the most. 

Tatiana Macedo travelled to Shanghai in 2008 and photographed chairs of various Chinese tourist buses parked in profile. The upholstery of the chairs is corny, the curtains through which they are pale and wrinkled stabbing. Everything speaks the fatigue of the long journey. But in the window reflected the sky, creating an atmosphere of freedom and dreaming.
The video Castillo shows that political commitment has not disappeared from contemporary art. Castillo had a group of blind (stored) statues of the former dictator Franco groping, groping as a symbol of a dark past. The blind literally get dirty hands and the hesitant way in which the blind touch the statues, symbolizing the loading and sensitivity of the subject.

Thomas van Lier

19.08.2011 | by martalanca | Tatiana Macedo

Rethinking Africa’s Transcontinental Continuities in Pre- and Protohistory

The African Studies Centre is organizing a conference in Leiden, The Netherlands, on 12 and 13 April 2012 to mark the retirement of Prof. Wim van Binsbergen after 35 years as a senior researcher at the ASC. We would like to invite those of you who are interested in presenting a paper to submit an abstract and title by 15 September 2011. These should be sent to Marieke van Winden: winden@ascleiden.nl.

 

this conference is open to Africanists, archaeologists, linguists, geneticists, comparative mythologists, comparative anthropologists / ethnologists, palaeoanthropologists, historians, classicists, Egyptologists, Assyriologists, Mediterraneanists, Afrocentrists, and to any scholars who propose to make an original and path-breaking contribution to the topic

 

Kind regards,Marieke van Winden 
African Studies Centre  P.O. Box 9555  2300 RB Leiden  The Netherlands 

19.08.2011 | by martalanca | Estudos Africanos

5ª Edição do Festival ImigrArte

Os objectivos gerais do Festival ImigrArte consistem principalmente na promoção da interculturalidade e cidadania, valorização dos imigrantes e pelo resgate dos seus direitos, divulgação das suas culturas e artes em solidariedade com o povo português.

A associação quer propor várias actividades nas quais associações e sócios podem participar, para poder ter no festival, uma representação a mais variada possível da cultura e das artes realizadas por imigrantes.Os interessados podem participar com:

-Uma banca de: artesanato/comidas/bebidas (de preferência típicas de cada país e não produtos importados)

-Como (grupo) artista: Dança, música, teatro, pintura, fotografia/cinema/contadores de  histórias/poesia/literatura/magia/malabarismo/artes de rua/outra

-Como professor/ a de workshops para: crianças/ adolescentes/ adultos/ idosos/outros

-Como conferencista/dinamizador/a de: debates/ tertúlias/  assembleias/ outras

-Com qualquer outra actividade que queira sugerir.

 Para uma melhor organização do festival, pedimos-lhe que preencha o Formulário de Inscrição (em anexo) até à data limite de 29 de Agosto de 2011 (inclusive), para o seguinte mail: festival.imigrarte2011@gmail.com.

18.08.2011 | by ritadamasio | activismo cultural, cultura, diversidade cultural, festival, imigração

Patché di Rima - "Ingratessa" nas Festas do Vale da Amoreira

18.08.2011 | by martalanca | Patché di Rima

BES PHOTO 2011 em São Paulo

Kiluanji Kia Henda, Mauro Restiffe, Mário Macilau, Carlos Lobo, Manuela Marques inauguram dia 20 de Agosto na Estação Pinacoteca.

 

 

 

 

17.08.2011 | by martamestre | Bes Photo, fotografia, S. Paulo

Origem angolana - António Tomás

No mês passado, escreveu-me uma amiga brasileira, a dizer que tinha estado na FLIP (Feira Literária de Paraty) e que tinha ouvido um escritor angolano, cuja apresentação tinha sido a grande sensação do evento. Grande surpresa para mim foi quando ela me disse que o angolano era Valter Hugo Mãe. Lembro-me que comecei a ouvir falar em Valter Hugo Mãe em finais dos anos 90, quando fiz um estágio no Jornal de Letras, em Lisboa, mas que em nenhum momento me tinha percebido que era meu conterrâneo. Esta descoberta fez-me pensar no que é ser angolano, ou que é identidade angolana. Reflectir sobre esta questão, parece-me, coloca-nos em posição privilegiada para questionar o legado cultural do colonialismo.
Minha preocupação não é dizer quem é ou quem não é angolano. Em Angola, como em qualquer outra sociedade moderna, o ser angolano é definido pela lei da nacionalidade. Não fui ver a lei para escrever esse texto, mas a ideia que tenho é que a nossa lei é muito mais generosa que a lei portuguesa que permite (ou pelo menos permitia) que pessoas que tenham nascido em Angola no contexto colonial possam requerer a nacionalidade. Portugal começou por nacionalizar todos os naturais das colónias durante a guerra colonial (de que outro modo se podia justificar que Angola era província ultramarina?). Desnacionalizá-los foi um dos primeiros actos políticos do governo saído da revolução de Abril. Ninguém escreveu com mais eloquência sobre a desnacionalização dos africanos que António de Almeida Santos (Quase Memórias, Vol. 1, pp. 275-284). Os fundamentos para a definição de quem é português roçam o mais puro racismo (“Era um negro bom. Bons, são em regra os negros”, Vol. 1, p. 13). Almeida Santos não se coíbe mesmo de citar Salazar: “o próprio Salazar admitiu, às tantas, que os africanos não faziam parte da Nação portuguesa. Como, assim, podiam ter direito à nacionalidade de uma Nação de que não faziam parte?” (p. 278).
Assim ficou desfeito o mito. Portugal pluricontinental nunca existiu. Foi puro oportunismo para a manutenção do sistema colonial. Porque os portugueses não distinguem “nação” portuguesa de nacionalidade portuguesa. O que é interessante, no entanto, notar, é que em muitos meios portugueses, os mesmos que tornam as teses de Almeida Santos possíveis, Angola não é “nação”, tampouco nacionalidade, mas simplesmente “território”, ou origem. E a referência a esta origem opera de dois modos: por um lado expulsa da “nação” portuguesa aqueles que não são culturalmente portugueses (os negros, por exemplo), mas por outro permite que aqueles que são culturalmente portugueses possam fazer referência à sua origem em território outro que Portugal (Almeida Santos é angolano).

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13.08.2011 | by martalanca | nacionalidade, Valter Hugo Mãe

Brixton Uprising 1981

do “Black Peoples Day” para o “The Day the Blacks Ran Riot”

Após a II GM, a chamada Windrush Generation [composta por negros da West Índia britânica], desembarcou no Reino Unido, para horror de grande parte da população branca. Os filhos desta geração revoltaram-se contra a passividade dos pais e a falta de oportunidades, sobretudo no emprego. Em 1981, um incêndio intencional de uma casa onde se comemorava um aniversário, resultou na morte de 13 adolescentes negros.

 

 

After the deaths of 13 young black people in a fire in New Cross which to this day remains unsolved theblakc community was outraged by the indifferenet reaction form the police and the government. In March of that year a march of 15,000 titled Black Peoples Day of action took place between New Cross and Central London. Despite provocation from the police the demonstration was peaceful although the Sun headline the next day stated “The Day the Blacks Ran Riot”. Later that year the police launched Operation Swamp where a thousand young black men were stopped and searched in a three day period in the Brixton area.. Evidence planting, beatings on the street and in the cells were common and racial abuse a daily occurence …

Black History

13.08.2011 | by martalanca | black history, London

Triângulo - Geração 80

A Geração 80 está neste momento a preparar mais um projecto inovador e gostaria de contar com a tua ajuda para encontrar possíveis candidatos para o triângulo que estamos a montar em conjunto com Portugal (Vende-se Filmes e Buala) e Brasil (Primo Filmes e Colectivo tás Ver?). 

Triângulo é um documentário (75′) sobre a nova imigração que, nos últimos anos, tem vindo a se estabelecer entre as cidades de Lisboa, Rio de Janeiro e Luanda. Trata-se de uma coprodução entre Angola, Portugal e Brasil composta por três histórias de meia hora cada assinadas por um jovem realizador de cada país.

As três cidades serão apresentadas ao espectador a partir de um (ou mais) imigrantes: um angolano no Rio, um brasileiro em Lisboa, uma portuguesa em Luanda. O  espectador percorre cada uma das cidades por meio de histórias de imigrantes. Fixando-se no país estrangeiro, estas pessoas defrontam-se com preconceitos, burocracias e mal-entendidos. Descobrem o outro lado de mitos como o sonho europeu, o novo eldorado africano ou um Brasil só de festa e samba. Descobrem também novas identidades, reconhecem traços culturais e fortalecem cumplicidades. Triângulo vai abordar o estado da relação amorosa entre Portugal – Angola – Brasil, que comunicam na mesma língua mas nem sempre se entendem. 

COMO PODES AJUDAR ESTE PROJECTO?
Para a parte Angolana, a produtora Geração 80 resolveu explorar o universo feminino da recém emigrante portuguesa em Luanda, queremos tirá-la da rota típica do expatriado e descobrirmos em conjunto a Luanda do outro lado de lá, mesmo ali ao lado.
Se conheces ou és uma emigrante portuguesa ( entre os 20 e 40 anos) recém chegada a Luanda (nem que seja há um ano ou alguém que venha a Luanda de x em x tempos em trabalhos de consultoria) e estás interessada em partilhar a tua experiência / pontos de vistas, contacta-nos! Mesmo que não estejas interessada em partilhar a tua experiência em frente a câmara, escreve e manda para nós pois também vai ajudar nos muito no nosso trabalho de pesquisa.
Mário Bastos (Realizador): mbastos@geracao-80.com / +244 923 34 44 09Jorge Cohen (Produtor): jcohen@geracao-80.com / +244 923 33 09 55

11.08.2011 | by martalanca | geração 80

“há prendisajens com o xão” de Ondjaki

hoje (10-ago-11) lançamento do livro
[o segredo húmido da lesma & outras descoisas]
na livraria da travessa de ipanema [rua visconde de pirajá 572] às 19h

“quero só/o silêncio da vela”: experimente soprar uma vela ao contrário, e engolir a luz da chama ou a chama da luz. por instantes seu coração resvalará para ceras, só assim se experimenta ser o poro de uma vela. ora, o poro da vela é que emite um silêncio de cada vez.

despalavreação: é um ensinamento. uma desaprendizagem. um desmomento. e tem outros nomes: Guimarães Prosa, Manoel de Barro, Luuandino Vieira, Mia Conto, ou qualquer pessoa que sorria no grande significado das coisas insignificantes.

pirilampo: «sabe por que minha luz é tão mínima? é que estou procurar coisas dentro de mim mesmo… ». ser que alumia um mundozito de cada vez e ajuda poetas a encontrar iluminossílabos desprovidos de grande significação.

penúltima vivência
quero só
o silêncio da vela.
o afogar-me
na temperatura
da cera.
quero só
o silêncio de volta:
infinituar-me
em poros que hajam
num chão de ser cera.

10.08.2011 | by martalanca | ondjaki