Walter D. Mignolo - Decolonialidade depois da Guerra Fria

Durante a Guerra Fria, a descolonização era o meio para um fim específico: a libertação. E a libertação significava a expulsão do território dos ocupantes imperiais para que os locais (Indígenas, nativos) tomassem conta do seu destino. A conferência de Bandung mantém-se como a referência desse tempo. Libertação não significava nem capitalismo nem socialismo, mas descolonização, a criação do seu próprio estado-nação. O fim da Guerra Fria mudou radicalmente o cenário, fechando alguns caminhos e abrindo novos. Bandung provou-se então ter sido também o sinal da des-ocidentalização.

Nesta conferência, Walter Mignolo, filósofo, professor catedrático, diretor do Centro de Humanidades e Estudos Globais da Universidade de Duke, distinguido com o prémio William H. Wannamaker, autor de livros como The Darker Side of Western Modernity: GlobalFutures, Decolonial Options(2011) e Histories/GlobalDesigns: Coloniality, Subaltern Knowledges, and BorderThinking (1999 e 2012), aborda o significado, o potencial e os limites da decolonialidade após a Guerra Fria, explorando as suas consequências culturais, políticas e económicas.

17 MAI 2019 SEX 18:30 Grande Auditório Culturgest

 Entrada gratuita* Duração 1h30

*Entrada gratuita, sujeita à lotação e mediante levantamento de bilhete no próprio dia a partir das 18:00

Em inglês sem tradução simultânea

Não haverá live streaming

evento Facebook

06.05.2019 | par martalanca | Walter D. Mignolo

Oficinas, Percursos e Visitas em Maio para os + novos e famílias

 

Museu da Marioneta
PRIMAVERA POR UM FIO · Oficina · dom. 26, 10h30

Casa Fernando Pessoa
QUANDO VEJO ESTA LISBOA · Percurso · qua. 22, 15h

Cinema São Jorge
INDIE JÚNIOR · Oficinas · entre 2 e 12

Castelo de S. Jorge
ANTES DO CASTELO · Visita guiada · dom. 5, 11h
ORDENS MILITARES RELIGIOSAS · Artes bélicas · dom. 12, 11h
NOITE DOS MUSEUS · sáb. 18, das 20h30 às 24h

LU.CA Teatro Luís de Camões
Visitas ao LU.CA

Museu Bordalo Pinheiro
MUSEU BORDALO PINHEIRO INVADE O MERCADO DE ALVALADE · Oficinas
sáb. 4, das 10h às 13h
VAMOS DESENHAR COM… · Oficina de desenho com Jeanne Waltz
sáb. 25, das 15h às 17h30
PASSEAR NA LISBOA DE BORDALO · Visita-percurso · sáb. 25, das 15h às 17h
BENJAMIN RABIER, ILUSTRAÇÕES DO ROMANCE DA RAPOSA DE AQUILINO RIBEIRO
Exposição · 17 de Maio a 15 de Setembro
Actividades com entrada livre: Visitas Guiadas, Sessão de Leitura e Desenho e Oficina de Desenho · entre os dias 18 e 28

Museu de Lisboa (vários Núcleos)
COMEMORAÇÕES DO DIA INTERNACIONAL DOS MUSEUS · Visitas e oficinas
de 17 a 19

Museu de Lisboa - Palácio Pimenta
AZUL E BRANCO, OS AZULEJOS DO PALÁCIO PIMENTA · Visita-jogo · dom. 5, 11h30

Museu de Lisboa - Santo António
O CULTO POPULAR A SANTO ANTÓNIO · Visita orientada · dom. 5, 15h30

Padrão dos Descobrimentos
MAMÃ CHALEIRA · Oficina para pais e filhos · dom. 12, 10h30

03.05.2019 | par martalanca | EGEAC

Wywiad z Nástio Mosquito / Interview with Nástio Mosquito

In the video, the curator of the Army of the Individual Idiom Nastio Mosquito ponders the issues of artist’s identity and responsibility through the voice of James Baldwin, also commemorating the recently deceased Bisi Silva, a Nigerian female artist. Bisi Silva died in a hospital in Lagos on 12 March, aged 54. She was a resourceful curator who funded a non-profit art gallery and education centre in Nigeria’s biggest city of Lagos, which enabled the artistic scene to flourish, allowing contemporary African artists to gain wider recognition. Materials and sources used: - James Baldwin’s speech entitled „The Moral Responsibility of the Artist”, which he gave at the University of Chicago in 1963 https://www.youtube.com/watch?v=PlnDb…, - Richard Sandomir’s article, issued on 25 February 2019 in The New York Times, - interview with Nastio Mosquito by Kasia Tórz from 13 December 2018. realizacja: Irek Bednorz koncepcja: Nástio Mosquito

 

03.05.2019 | par martalanca | Nástio Mosquito

mostra de filmes e conversa com Welket Bungué

TERÇA-FEIRA, 7 DE MAIO 201918h00 - 21h I Hangar 
Apresentação de filmes do realizador Welket Bungué com conversa no final da sessão, na qual o público pode colocar questões sobre aspetos da sua ideologia cinematográfica e auto-retrato fílmico.
Entrada: 3€ (gratuita para sócios)  
VÃ ALMA (4º episódio) (2018) MENSAGEM (2016) e NADA FIZEMOS (2019) AGINAL (2018)> Filme exclusivo, título será divulgado no evento < (2019) BASTIEN (2016) EU NÃO SOU PILATUS (2019)
Balanta e luso-guineense, Welket Bungué, nasceu em Xitole (Guiné-Bissau) em 1988. Filho de Paulo T.Bungué, engenheiro florestal especializado na cultura do cajueiro, conhecedor exímio do território florestal guineense e filho de Segunda N’cabna, ex-militar e aposentada da Guarda Nacional Guineense. Teve como referência materna Mª de Fátima B. Alatrache, senhora de brandos costumes, que exerceu muitos anos como professora na GB. Filho de emigrantes, Welket iniciou a sua formação artística em 2005. É licenciado em Teatro no ramo de Atores (ESTC/Lisboa) e pós-graduado em Performance (UniRio/RJ). É Membro Permanente da Academia Portuguesa de Cinema desde 2015. Em 2012 foi distinguido com “Prémio de Melhor Ator” pela sua interpretação em MÜTTER.

Realizou as curtas-metragens MENSAGEM, WOODGREEN, AGINAL, ARRIAGA (2018) e BASTIEN no qual foi distinguido pelo “Prémio de Melhor Ator” e “Melhor Primeira Obra’” nos prémios Shortcutz 2017. Desde 2016, trabalha regularmente com a companhia de teatro Mala Voadora (Portugal). É também locutor para entidades internacionais, desenvolve Escrita Dramática, Argumento de Cinema, Performances e Teatro. Atualmente vive entre o Rio de Janeiro e Berlim.

02.05.2019 | par martalanca | Guiné Bissau, Welket Bungué

OFICINAS BUALA MINDELO

Inscrições gratuitas, basta enviar email para buala@buala.org


IMAGEM - dias 17 e 18 maio das 15 às 19h 

Pedro Castanheira - Director de fotografia e cineasta. Realizou o filme Rogério de Carvalho - Um Nómada Fiel  (2015) e dirigu a imagem de inúmeros filmes. 

JORNALISMO CULTURAL 20 e 21 das 15 às 19h  no Centro Cultural Português 

 Marta LançaJornalista, programadora, investigadora em Estudos Artísticos. Lançou as revista V_ludo (1999),  Dá Fala (2004, Mindelo) e o portal BUALA (2010). 

*Conceitos e práticas de imagem, direção de fotografia e história do cinema * Dinâmica e conteúdos do BUALA * Publicações independentes e interdisciplinares * Jornalismo cultural nas suas diversas manifestações e formatos * Mediação cultural * Circuitos artísticos nos países de língua portuguesa * Exercícios práticos de escrita e imagem * Promoção de debate.

Objetivo: produzir material escrito e visual com os participantes a publicar no portal www.buala.org/pt

Alexandre Diaphra #afdiaphra - Rapper, poeta, beatmaker e artista multimídia

 SLAM POETRY I Spoken Word Mindelo #13 Txon-poesia, festival internacional de poesia do Mindelo I dia 17 I 21h30 I quiosque da Praça Nova 

SHOWCASE/ Lançamento de ep #IKENGA I dia 19, às 18h30 I Centro Cultural do Mindelo.

 

Co-organização: BUALA e Centro Cultural Português do Mindelo I

Parceria de programação: Txon - Festival de poesia do Mindelo I Apoio: Dg-Artes.

02.05.2019 | par martalanca | Diaphra, internacionalização, jornalismo cultural, Mindelo, Oficinas do Buala

Ciclo Mundos 2019 I Teatro da TrindadeI 30 abril

21h00 REALEJO (Portugal)

Formado em 1990, o grupo Realejo dedica-se à criação e interpretação de música das tradições europeias (a partir da Idade Média), com especial incidência na música para sanfona, instrumento que havia desaparecido completamente no nosso país durante o século XIX. O grupo utiliza instrumentos tradicionais portugueses, a maior parte dos quais construídos por Fernando Meireles que é, atualmente, o único construtor de sanfonas em Portugal. Com três álbuns editados, o Realejo já realizou mais de 200 espetáculos em todo o país e no estrangeiro. A partir de 2000, o grupo começou também a explorar a utilização da voz em temas tradicionais e outros da sua própria autoria. Dotado de um conjunto de músicos talentosos, o Realejo consegue um equilíbrio notável entre a tradição e a modernidade de que resulta uma música inventiva e personalizada, unanimemente elogiada pela mais exigente crítica musical portuguesa.

22h00 SOFIANE SAIDI & MAZALDA (Argélia)

Chamam-lhe “o príncipe do raï 2.0”, o novo expoente do estilo mais febril da música argelina. Natural de Sidi Bel Abbès, aos 15 anos já cantava nos clubes mais lendários de Orão. Em Paris, para onde emigrou, transformou-se numa criatura da noite. Era possível encontrá-lo em cabarets, clubes, bares, a acompanhar DJs à beira do Sena. Depois, chegaram os grandes palcos. Como Khaled com a sua banda mágica nos anos 90, Sofiane Saidi encontrou no sexteto Mazalda o entorno que o ajuda a focar. Uma banda com instrumentos como o saz e o mezoued, mas essencialmente elétrica, trazendo para os nossos dias o raï de sabor clássico que Sofiane tem na voz rouca e quente.

29.04.2019 | par martalanca | música

Africa Habitat, na Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa

29.04.2019 | par martalanca | Africa Habitat

Electra 5 / Juventude

A Juventude – a eterna e a efémera – é o assunto central do quinto número da revista Electra. Diz-se na apresentação deste dossier que “à altíssima quota que a ideia de juventude detém no mercado de valores estético-sociais não corresponde a situação real dos jovens que, por um lado, são nalguns aspectos uma geração delapidada e, por outro, só eles estão aptos a acompanhar o tempo que acelerou vertiginosamente.”

No dossier escrevem o jornalista inglês Jon Savage, que traça a história da cultura da juventude, o filósofo italiano Remo Bodei (fractura geracional), o professor Vinícius Nicastro Honesko (sobre Pier Paolo Pasolini e os jovens estudantes das revoltas de 1968), José Bragança de Miranda (sobre as mitologias da juventude e da velhice), entre outros.

O portfolio deste número é do arquitecto Michael Morris e do atelier SEArch+, intitulado 5 Casas em Marte, que reúne os projectos de habitat espacial desenvolvidos em colaboração com a NASA.

A entrevistada é a historiadora e crítica de arte, Elisabeth Lebovici, autora de estudos importantes sobre artistas contemporâneos e do livro Ce que le sida m’a fait, que testemunha o efeito da sida no campo das artes.

O escritor Michel Erman fala-nos da relação de Marcel Poust com o dinheiro; eo arquitecto André Tavares aborda a reabilitação e destruição nos centros históricos de Lisboa e Porto. É ainda publicado um diário do encenador de teatro e ópera Rafael R. Villalobos

26.04.2019 | par martalanca | Electra

Call aberta i-PORTUNUS: esquema de mobilidade para artistas e profissionais da cultura

Prazo de submissão de candidatura: 15 de Maio 2019.  Já se encontra aberta a call a mobilidade de artistas e profissionais lançada no âmbito do projecto i-Portunus, um projecto-piloto que apoia a mobilidade de  artistas e profissionais, entre 15 e 85 dias, em países elegíveis ao Programa Europa Criativa, incluindo os países não pertencentes à UE.
A primeira edição da iniciativa conta com 500 vagas disponíveis. O prazo de submissão de candidaturas termina a 15 de Maio e devem ser feitas através do site oficial do projecto : MailScanner has detected a possible fraud attempt from “www.europacriativa.eu” claiming to be https://www.i-portunus.eu/.
A primeira fase do programa-piloto destina-se a duas categorias de expressões culturais e artísticas: artes do espectáculo (teatro, dança ou circo) e artes visuais (fotografia, vídeo, escultura ou pintura).


Enquadramento:
Em maio de 2018, a Comissão Europeia publicou a sua comunicação sobre “Uma Nova Agenda Europeia para a Cultura”. A Nova Agenda propõe uma acção mais directa em relação à mobilidade de artistas e profissionais da cultura, e mais especificamente para “estimular a mobilidade dos profissionais nos sectores cultural e criativo e remover os obstáculos à sua mobilidade”.
O projecto I-Portunus enquadra-se, pois, no conjunto de iniciativas lançadas pela Comissão Europeia com o objectivo de identificar novos modelos operacionais a implementar no futuro Programa Europa Criativa 2021-2017. 
A Call a projectos de mobilidade de artistas e profissionais foi ganha pelo consórcio  entre o Goethe-Institut, o Institut français, a Nida Art Colony da Academia de Artes de Vilnius e a Izolyatsia, o qual testará diferentes durações da mobilidade para diferentes fins profissionais, ao longo de seis meses.
Para mais informações: Eva.Blaute.extern@goethe.de

24.04.2019 | par martalanca | artistas, mobilidade

"memórias da plantação" de grada kilomba

memórias da plantação é uma compilação de episódios quotidianos de racismo, escritos sob a forma de pequenas histórias psicanalíticas. Das políticas de espaço e exclusão às políticas do corpo e do cabelo, passando pelos insultos raciais, Grada Kilomba desmonta, de modo acutilante, a normalidade do racismo, expondo a violência e o trauma de se ser colocada/o como Outra/o. Publicado originalmente em inglês, em 2008, memórias da plantação tornou-se uma importante contribuição para o discurso académico internacional. Obra interdisciplinar, que combina teoria pós-colonial, estudos da branquitude, psicanálise, estudos de género, feminismo negro e narrativa poética, esta é uma reflexão essencial e inovadora para as práticas descoloniais.

grada kilomba é uma artista interdisciplinar, escritora e teórica, com raízes em Angola e São Tomé e Príncipe, nascida em Lisboa, onde estudou psicologia e psicanálise. Na esteira de Frantz Fanon e bell hooks, a autora reflecte sobre memória, raça, género, pós-colonialismo, e a sua obra estende-se à performance, encenação, instalação e vídeo. Kilomba cria intencionalmente um espaço híbrido entre as linguagens académica e artística, dando voz, corpo e imagem aos seus próprios textos. Os seus trabalhos foram apresentados na 32.ª Bienal de São Paulo, na 10.ª Bienal de Berlim, na Documenta 14 e no MAAT, entre outros. Vive em Berlim, onde se doutorou em filosofia na Freie Universität e foi professora no Departamento de Género da Humboldt Universität.

Kilomba cria um espaço de resistência e, em última análise, um espaço de esperança: uma nova geografia do futuro. Alfredo Jaar

 

24.04.2019 | par martalanca | Grada kilomba, memórias da plantação

'Understory' de Margarida Cardoso

Argumento: Margarida Cardoso Fotografia: Margarida Cardoso, Luís Correia, Miguel Costa Som: Nuno Carvalho Montagem: Pedro Marques, Francisco Costa Produção: Lx Filmes

Culturgest - Grande Auditório11/05/2019  -  21:30

A realizadora Margarida Cardoso (“A Costa dos Murmúrios”, “Yvone Kane”) organiza, nestes “Contos Botânicos”, um extraordinário ensaio pessoal sobre uma planta e todas as suas ramificações culturais e económicas: o cacau. Viajando por São Tomé e Príncipe, Inglaterra e pelo Brasil, a realizadora passeia-se entre passado e presente, desmontando os esquemas da opressão colonial europeia e investigando as possibilidades de uma exploração justa da planta. E nos vários cantos do mundo, são as mulheres que provocam as mudanças. Uma História alternativa, que é uma her-story e uma understory.

24.04.2019 | par martalanca | Cacau, Margarida Cardoso, São Tomé e Príncipe

25 de abril

Os 45 anos do 25 de Abril de 1974 assinalam-se com visitas, conversas, teatro, cinema e música. O Museu de Aljube está de portas abertas dia 25, para a recolha de testemunhos dos Dias da Memória da Resistência, mas tem muitas outras propostas para celebrar Abril. No Teatro São Luiz, na rua António Maria Cardoso, paredes meias com o edifício que foi sede da PIDE, há uma Ocupação e no Museu de Lisboa há conversas sobre liberdade e revolução. Abril festeja-se também na rua, com concertos, videomapping e leituras.

 

24.04.2019 | par martalanca | 25 de abril, EGEAC

“Um Ramadão em Lisboa”

Amaya Sumpsi, Carlos Lima, Catarina Alves Costa, Joana Lucas, Raquel Carvalheira, Teresa Costa IndieLisboa 2019 • 

Documentário, 2019, 66′ Cinema São Jorge 12/5 17h


É um filme colectivo construído a 12 mãos que revela uma Lisboa plural e heterogénea através de uma série de personagens que, durante o mês de Ramadão, vivem diferentes experiências. Um filme que visita os seus quotidianos, num contexto geográfico e social onde esta não é uma prática comum nem maioritária. Seguindo um processo criativo partilhado, este documentário procura colocar em pano de fundo uma Lisboa próxima e reconhecível, dissipando a alteridade e o exotismo, num movimento de aproximação humana do cinema.

19.04.2019 | par martalanca | “Um Ramadão em Lisboa”

Cachupa de Culturas - documentário

CONVITE | 22 Abril | Padrão dos Descobrimentos | 18H30
Preview do Documentário “Cachupa de Culturas” de Hugo Israel, Av. Brasília 1400-038 Lisboa ENTRADA LIVRE

IMAGINÁRIOS PÓS-COLONIAIS E DESOCIDENTALIZAÇÃO DA ARTE 

 

A ambiguidade cabo-verdiana foi criada e alimentada por Portugal com o claro intuito de confundir aquele povo quanto à sua autonomia e assim manter o status quo colonialista, ao defender a quimera de que Portugal e as suas colónias seriam um corpo só. Facto é que, distante geograficamente tanto de Portugal quanto do continente africano mas histórica e intrinsecamente ligados a ambos, Cabo Verde é fruto do processo de fusão desses dois polos presentes na consciência da cabo-verdianidade, o que deu origem a uma idiossincrasia própria: a miscigenação e uma língua nova e comum a todos os cabo-verdianos, o crioulo e, daí, o conceito de crioulidade para descrever a experiência de miscigenação e de construção identitária da nação. A identidade e a diferença são construções ativas no contexto das relações sociais e culturais, não são inatas ou naturais.

Linhas de orientação; 1) Identidade no pós-colonialismo: hibridização e ruralismo tropical; 2) Mestiços e/ou Crioulos? 3) A diferença em relação ao outro, reivindicações essencialistas sobre quem pertence e quem não pertence. 4) Identidade étnica Vs. nacional. Cultura cabo-verdiana, africanidade e a europeização? 5) Consolidação da identidade cabo-verdiana:(Ir)responsabilidade Portuguesa 6) Identidade cabo-verdiana é também construída e vivida pela diáspora 7) Há uma relação entre a tentativa, Portuguesa, de dificultar a formação identitária das ex-colónias e o atual recenseamento étnico da sua população a partir de 2021?

 

18.04.2019 | par martalanca | cabo verde, Identidade

Mário Lúcio apresenta novo álbum no B.leza, dia 16

De Cabo Verde para o B.leza chega Mário Lúcio. O músico, que é uma figura cimeira da cultura cabo-verdiana, traz na bagagem o seu novo disco “Funanight”. O nono álbum da carreira busca as suas raízes rítmicas na África Continental, mas também lembra as músicas da diáspora africana no Caribe, do ska e do reggae às subtilezas da música cubana. Tudo isto aliado à criação de ambientes sonoros das ilhas, a vozes à capela com ascendência polifônica, numa prodigiosa “imitação” da gaita e do baixo. 

“Este disco é a minha memória do funaná, o meu percurso desde a minha infância no Tarrafal até aos bairros de Coqueiro, Castelão e Achada Mato, onde hoje moro, autênticos laboratórios das novas músicas. É a minha homenagem. Salvem todos os que me antecederam.”

Neste novo repertório, que apresenta amanhã, dia 16 de Abril, no B.leza, Mário Lúcio selecionou músicos da África do Sul, de Cuba e do Brasil, além dos  melhores de Cabo Verde para gravar com ele. Participam no álbum a moçambicana Wanda Baloyi, a sul-africana Judith Sephuma e o rei do funaná Zeca Nha Reinalda, para além de uma panóplia de brasileiros que incluem Leo Gandelman, Serginho Trombone, Dudú Farias, Enzo Filho, Rafael Meninão, entre outros. 

“Lembro-me da primeira vez que ouvi o som do acordeão, com seis anos, na minha aldeia natal, Monte Iria, em Tarrafal, norte da ilha de Santiago. O tocador era um senhor chamado Vér de Txota, que viria a ser meu professor desse instrumento. Parecia uma orquestra de arco-íris. O fascínio apoderou-se de mim. Apenas uns anos mais tarde, aconteceram duas revoluções, a independência de Cabo Verde, em 1975, e a adaptação do funaná aos instrumentos elétricos e eletrónicos, em 1978.”

Músico, artista plástico, dramaturgo, poeta e escritor cabo-verdiano, Mário Lúcio surpreende com uma inesperada versão de “Who the Cap Fit”, de Bob Marley, e nos riffs de guitarra com distorção na versão “rock metal” do tema tradicional “Nandinha”. A não perder.

B.leza Clube

Cais da Ribeira Nova, Armazém B. (Cais do Sodré) 1200-109 Lisboa geral.bleza@gmail.com| 210106837 | Quinta a sábado das 22h30 às 05h00 | Quartas das 22h00 às 02h00 | Domingo das 19h00 às 02h00 | Encerra à segunda e à terça (excepto vésperas de feriado).

Para mais informações ou entrevista com o artista comunicacao.bleza@gmail.com

15.04.2019 | par martalanca | Mário Lúcio de Sousa

TATIANA MACEDO | AFRI-COLA

inauguração Opening Qua Wed 17/04 2019 17h-20h   17/04 - 01/06 2019

Tatiana Macedo trabalha com filme, vídeo, fotografia e som, nas suas formas expandidas, numa abordagem interdisciplinar que penetra profundamente em contextos específicos, documentando, ficcionando e discursivamente transformando-os, através da edição e da montagem, de forma crítica, sensível e ensaística.
Em exposição individual pela segunda vez na galeria, a artista, de ascendência Portuguesa e Angolana, apresenta um conjunto de obras em que retrabalha um álbum fotográfico privado pertencente à sua tia Isabel (Bela). Mas ao contrário de um álbum amador, estes são retratos de Bela, tirados por um amigo - um fotógrafo profissional Angolano - em Luanda, nos anos de 1973 e 1974.

Na instalação, que transforma a presença das imagens numa experiência escultórica, Tatiana Macedo retrabalha digitalizações das imagens do álbum, já gastas pelo tempo, e a partir delas imprime, ela mesma, em várias escalas e depois de minuciosamente apagar todas as marcas de deterioração das impressões originais. Sem qualquer tipo de nostalgia ‘apaga’ o intervalo temporal entre a captura da imagem e a sua impressão, como que continuando o trabalho do seu autor, falecido pouco tempo depois, em 1975.

Apresentado pela primeira vez em 2016 em Berlim e sob o título Bela, este sempre foi, para a artista, um corpo de trabalho que ‘pensa’ com a migração dos elementos que o constituem, sendo fundamental este seu segundo momento de apresentação em Lisboa. Em Berlim, a artista juntou à instalação fotográfica um elemento da cultura material de consumo alemã – a Afri-Cola – uma bebida criada e registada em Colónia em 1931, que teve o seu boom comercial no pós-Guerra.

Os elementos aparentemente díspares que compõe este projecto, migram nas suas múltiplas direções contextuais, históricas e culturais, entre Angola, Portugal e Alemanha.

15.04.2019 | par martalanca | fotografia, Tatina Macedo

PADRÃO CRIOULO - POR FRANCISCO VIDAL

EXPOSIÇÃO I ESPAÇO ESPELHO D’ÁGUA 13 ABRIL - 25 MAIO

A exposição individual de Francisco Vidal - Padrão Crioulo - é um estudo contemporâneo de forma, linha, cor. De origem cabo verdiana e angolana, Francisco Vidal cresceu em Portugal, viveu em Berlim, Nova Iorque e Luanda e, é nessa encruzilhada de raízes culturais, que o seu trabalho ganha vida, forma e cor, através do desenho, a escultura e a instalação, debruçando-se sobre temas que debatem a diáspora africana e a sua herança, no presente e no futuro. É nessa reflexão contemporânea, de tempo e espaço, feita em retratos desenhados por cima de padrões que interpretam a história, que as suas telas revelam traços próprios, através dos quais nos são contadas outras estórias, cunhadas com memórias e simbologias, desvendando narrativas, rostos e padrões que mapeiam uma Lisboa Crioula. Um estudo de ética e estética, que ganha forma através da força e movimento dos seus traços, e que dá voz à sua profusão de cores. São cerca de uma dezena de obras que, em exposição, são desafiadas a dialogar com o seu enquadramento histórico e geográfico, em confronto com o Padrão dos Descobrimentos, num lugar de encontro de culturas, que representa o Espaço Espelho d’Água.

Av. Brasília, s/n - edifício Espelho d’Água, Belém1400-038 Lisboa

932327616 https://www.facebook.com/espacoespelhodagua/

14.04.2019 | par martalanca | Francisco Vidal, pintura

7ª edição do Viagem 24h a África

7ª edição do Viagem 24h a África, um evento/festival que irá decorrer nos próximos dias 7, 8 e 9 de Junho, no Centro de Vivências, Arte e Natureza, na aldeia de ‘Senhora dos Milagres’, em Monção. Organizado por Eva Azevedo e a Associação Popolomondo, o Viagem 24h a África tem como objectivo a realização de vários workshops intensivos de dança e música africanas, convidando músicos e bailarinos com experiência profissional e de diversas nacionalidades (Burkina Faso, Senegal, Benim, Moçambique, Cabo Verde, Brasil, Espanha e Portugal), para serem os formadores deste encontro. Este evento, no entanto, não se limita à formação de jovens músicos e bailarinos. Em pleno contacto com o contexto natural do Alto Minho o Viagem 24h a África é um momento de encontro e partilha de experiências culturais, proporcionando a todos três dias de convívio, gastronomia africana, debates, espectáculos, apresentações de livros, cinema e arte africana. Este evento tem reunido, ao longo do tempo, parcerias com diversas instituições tais como: Sementinha (Porto)Centro Formação Cultural Contagiarte (Porto)Raíz das Coisas (Porto), ATACA-Movica (Porto), Associação Francesa L´Etincelle,Compagnie Fongnon KouraAssociation Bolo Art ´s(Burkina Faso), Centre de Développement Artistique et Culturel Elijah(Benim), Centro de Vivências, Arte & Natureza (Monção) e Filarmónica Milagrense (Monção). 

14.04.2019 | par martalanca | Viagem 24h a África

NARRATIVAS AFRO-EUROPEIAS: MEMÓRIA, MEDIAÇÃO E IMAGINAÇÃO

10 de Abril 2019 | 18H00 NOVA FCSH | Edifício ID, Sala Multiusos 3
Poderão diferentes histórias ser contadas num mesmo espaço?
Conversa com: Ana Paula Tavares (Poetisa, investigadora no CLEPUL - UL),Diana Andringa  (Jornalista, investigadora, CES - UC), Dulce Cardoso (Escritora), Margarida Calafate Ribeiro (Investigadora do CES - UC; Coordenadora da Cátedra Eduardo Lourenço, Univ. de Roma), Yara Monteiro (Escritora) Moderação: Maria Agusta Babo (Professora da FCSH, Investigadora no ICNOVA).
A emergência de uma pós-memória colonial e a inerente reabertura de arquivos é uma dimensão dos processos pós-coloniais da Europa, ocorrendo a par da emergência de novas narrativas, nomeadamente interculturais e afrodescendentes. Estes aspetos, de grande relevância para a reconstituição do tecido socio-cultural, revelam a complexidade do pós-colonial e as suas co-existências: o aprofundamento da consciência histórica do colonialismo, o questionamento das mitologias nacionais e a necessidade de uma re-imaginação da identidade coletiva. A narrativa torna-se por isso um campo de batalha e de cerzimento - um lugar de reconto, de contra-narrativas e de sonhos por inventar. Poderão diferentes histórias ser contadas num mesmo espaço? Qual o papel da literatrua e dos relatos na mediação das várias dimensões da pós-colonialidade?

01.04.2019 | par martalanca | NARRATIVAS AFRO-EUROPEIAS

AFROEUROPEANS: OPEN CALL/RESIDÊNCIA ARTÍSTICA

Esta Residência Artística é organizada pelo projeto de investigação “À margem do cinema português: estudo sobre o cinema afrodescendente produzido em Portugal” e dirige-se a artistas afro-europeus ou afrodescendentes residentes em Portugal.  É coordenada pelos professores Michelle Sales (UFRJ/CEIS20), Sérgio Dias Branco (UC/CEIS20/LIPA) e Fernando Matos Oliveira (UC/CEIS20/TAGV)

O programa visa proporcionar espaço criativo e de diálogo para artistas afro-europeus a fim de catalisar novos trabalhos, projetos em comum e formação de novas redes de trabalho e colaboração. A residência irá selecionar até cinco artistas afro-europeus residentes em Portugal, que estejam a trabalhar há pelo menos dois anos consecutivos, para apresentação pública de portfolio e finalização de trabalho. Esta residência interessa-se pelo aprofundamento de questões políticas e identitárias que dizem respeito aos modos de pensar, sentir e existir afro-europeus em contextos urbanos violentos, pós-industriais e pós-coloniais em crise.

Esta iniciativa decorre entre os dias 21 de junho e 4 de julho de 2019 na cidade de Coimbra e conta com os apoios do Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX (Ceis20) da Universidade de Coimbra, do Laboratório de Investigação e Práticas Artísticas (LIPA) da Universidade de Coimbra, do Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV) e do Colégio das Artes da Universidade de Coimbra.

A residência prevê a apresentação de um trabalho em sessão pública conjunta no TAGV, em Coimbra. O programa visa promover encontros e troca de experiências que permitam trabalhar e desenvolver temas, tais como: o desenvolvimento de projetos de criação; a captação de recursos; as dinâmicas decoloniais nas artes performativas, na performance e na história do cinema português. 

  1. Palavras-chave: território; espaço; cartografia; geografia; sociedade; identidade; céu; appropriação; construção; forma; essência; percepção; registro; memória; cultura; tradição; isolamento; ancestralidade; magia, potencial.
  1. Quem pode concorrer: Qualquer artista que esteja a trabalhar há, pelo menos, dois anos seguidos.
  1. Área de atuação: Artes Visuais/ Cinema;  Artes performativas
  2. JúriMichelle Sales, curadora (UFRJ/CEIS20) Carlos Antunes, curador (CAPC/ Coimbra) Pedro Pousada, artista visual e professor (CAUC/CES) Sérgio Dias Branco, professor (FLUC/CEIS20) Fernando Matos Oliveira, professor (FLUC/CEIS20) 
  1. Residência irá disponibilizar: Cachê: 500,00 €; Um viagem ida e volta pela Companhia CP Comboios; Alojamento; O LIPA e TAGV irão oferecer suporte para a produção artística de acordo com os recursos humanos e equipamentos disponíveis; Espaço de trabalho individual: a ser definido;
  1. Inscrições: Todas as inscrições terão que ser submetidas online;

Deadline: Todas as inscrições devem ser submetidas até 00:00 local time (UTC - 01:00) do dia25 de abril de 2019; Inscrições incompletas não serão consideradas; Para inscrever-se deverá enviar portfolio com até 3 trabalhos, além da descrição do trabalho que pretende realizer ou finalizar através da Residência Afroeuropeans e carta de motivação de até 1000 palavras, além de uma breve biografia e deve ser enviada em arquivo .pdf para afroeuropeus@gmail.com . 

 

 

01.04.2019 | par martalanca | Residência Artística