Cineasta angolano estreia projecto sobre Angola em Nova Iorque

O cineasta de origem angolana Jeremy Xido, autor do aclamado documentário “Death Metal Angola”, estreia hoje a terceira parte do seu mais recente trabalho, “The Angola Project”, no festival COIL, em Nova Iorque.

“Ao longo de quatro dias, vou mostrar as três partes do projeto. A parte 1 e a parte 2 já foram apresentadas em Lisboa no ano passado, no Teatro Maria Matos, mas esta última parte tem tudo a ver com Nova Iorque e fazia todo o sentido que estreasse aqui”, disse Xido à agência Lusa.

O realizador centra o seu trabalho na interseção entre ficção e realidade e em “The Angola Project”, mistura cinema e performance ao vivo para contar a história do processo de realização do seu mais recente filme.

Na primeira parte, planeia uma viagem a Angola, mas os seus planos falham; na terceira parte, convida a audiência a participar na realização do filme e, na terceira e última parte, convida os espectadores a partilhar pormenores da sua vida, das suas viagens e experiências sobre o colonialismo.

“É como se estivessem a editar o filme comigo. As pessoas vêm o filme a ser construído e, ao mesmo tempo, a ser destruído”, explicou.

“Quero sublinhar a ficção da realidade e a ficção que existe nos espaços reais”, adiantou, dizendo que espera “que as pessoas abandonem o teatro com a convicção de que o mundo em vivem é muito mais complexo do que achamos.”

Jeremy tem origens angolanas e nasceu em Detroit, nos Estados Unidos. Estudou na Universidade de Colúmbia e, além de cineasta, trabalha como ator, artista e performer.

Xido acredita que este será o seu último projeto sobre Angola.

“Neste momento, já estou a trabalhar noutros dois projetos. Uma ficção sobre a nação do Islão e um documentário sobre o tráfico de ossos de dinossauro na Mongólia”, relatou.

“The Angola Project” poderá ser visto esta semana no espaço Invisible Dog, em Brooklyn, como parte da programação do COIL, o festival de inverno do Performance Space 122.

16.01.2014 | par martalanca | death metal

The Square

16.01.2014 | par martalanca | Egipto, praça

Novas gerações da diáspora africana: Iyeoka

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escolhas musicais de Carlos Seixas 

16.01.2014 | par martalanca | Iyeoka

Iyeoka - Simply Falling

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escolhas musicais de Carlos Seixas 

16.01.2014 | par martalanca | Iyeoka

FACA, Festa de Antropologia Cinema e Arte

O NAVA, Núcleo de Antropologia Visual e da Arte do CRIA (Centro em Rede de Investigação em Antropologia), está a organizar a primeira edição da Festa de Antropologia, Cinema e Arte (FACA), a decorrer em Março de 2014. Pretende-se que este seja um encontro das múltiplas experiências que cruzam a arte e a antropologia. Esta festa resulta da convergência de duas esferas: a do cinema, com uma mostra de filmes que exploram os mundos da antropologia visual, e a da arte, com o desenvolvimento de uma temática específica sobre instalações artísticas. Durante quatro dias a festa desdobrar-se-á entre várias dimensões como sessões de cinema, instalações, performances, concertos e live radio. Através destes cruzamentos procura-se reflectir sobre a transversalidade dos campos artísticos e antropológicos contemporâneos.

Consultem o Regulamento para a inscrição de filmes. Envio de propostas até 17 de Janeiro de 2014. Mais informações em facebook.com/facalisboa

10.01.2014 | par franciscabagulho | antropologia visual

Eugénia Mussa

novo site da artista Eugénia Mussa 

Snowman Oil on Paper 21x29,7Snowman Oil on Paper 21x29,7

09.01.2014 | par martalanca | Eugénia Mussa

Icarus13, de Kiluanji Kia Henda, INSERT2014, Deli

Mais uma viagem de Icarus 13, do artista angolano Kiluanji Kia Henda, agora na exposição INSERT1014, de 31 de Janeiro a 28 de Fevereiro, Indira Gandhi National Centre for the Arts, em Nova Deli.

Icarus 13, 2007. The launch of Icarus 13, by Kiluanji Kia Henda.Icarus 13, 2007. The launch of Icarus 13, by Kiluanji Kia Henda.

Icarus 13 (2007) é uma instalação que documenta a expedição de “Icarus 13”, a primeira nave espacial africana a chegar ao Sol. Kiluanji serve-se da ficção e da ironia para abordar noções de utopia e falhanço, expansão colonial, modernidade, eurocentrismo e estereótipos africanos.

INSERT1014, The Sharp Edge of the Global Contemporary com trabalhos de: Basel Abbas + Ruanne Abou-Rahme | Clark House Initiative | Eyal Weizman + Paulo Tavares | Gauri Gill | Harun Farocki | Hito Steyerl | Ivana Franke | Katarzyna Kozyra | Kendell Geers | Kiluanji Kia Henda | Lu Xing-Hua | Mai-Thu Perret | Rirkrit Tiravanija | Superflex | Tomàs Saraceno | Wanuri Kahiu | Yao Jui-Chung | Nikolaus Hirsch + Michel Müller

09.01.2014 | par franciscabagulho | arte contemporânea

Postcolonialist.com

Postcolonialist.com recebe contribuições de literatura, artes visuais e cênicas, cinema, ciência política, comunicação social, antropologia e sociologia. São bem-vindas em francês, espanhol e português. veja aqui. 

O tema inverno/primavera 2014 : Locais de casa (Sites of Home). Procuramos peças que investiguem como os espaços físicos e imaginários de familiaridade e de pertença (linguística, física, artística, política e social) são feitas e desfeitas no contexto de globalização, tecnologia digital e migração em massa. Desejamos obras inovadoras que contestam e redesenham os contornos de modos de pertença, criando novas “zonas” de nacionalidade e cidadania da geografia (de)colonial.

Submissões para todo tipo de articulo são aceitos numa base rotativa; porém, prazo para submissões14 de fevereiro de 2014.

Por favor, envie todas as perguntas e submissões a: editorinchief@postcolonialist.com

09.01.2014 | par martalanca | pós-colonialist

Fundação Gulbenkian apoia artes performativas moçambicanas

Ele-Ela de Macário ToméEle-Ela de Macário ToméA Fundação Calouste Gulbenkian, através do Programa Gulbenkian Parcerias para o Desenvolvimento, apoia a CulturArte, um centro de desenvolvimento Moçambicano para as artes do espetáculo, em particular da dança contemporânea.

Este centro, fundado pelo bailarino e coreógrafo Panaibra Gabriel Canda, promove este ano uma ação de formação denominada “Dramaturgia e Coreografia” que tem como objetivo a profissionalização de artistas, agentes culturais e técnicos das artes do espetáculo de nacionalidade moçambicana.

A Fundação Calouste Gulbenkian reitera assim a parceria a esta organização, à semelhança do que aconteceu em 2013 com o apoio ao projeto Pamoja, que em língua swahili significa juntos. O projeto Pamoja é uma rede que une a CulturArte, os “Studios Kabako” em Kinsagani, na República Democrática do Congo e a Associação “1er Temps” em Dakar, no Senegal, que tem como objetivo responder à dificuldade que os artistas africanos têm em encontrar plataformas para criar e mostrar o seu trabalho, no âmbito da dança contemporânea, no continente africano.

1º Lab CulturArte1º Lab CulturArte

08.01.2014 | par martalanca | artes moçambicanas, fundação Gulbenkian

Re-Writing the history of decolonisation with moving images - Call for Papers

Critical perspectives on documentary films and artistic practices from and about Lusophone Africa

Panel 3929, ASAUK 2014, University of Sussex, 09.-11.09.2014

Organizers: Robert Stock (GCSC, U Giessen/U Konstanz); Raquel Schefer (Paris 3);

Discussant: Ros Gray (Goldsmiths University of London)

Since the 1970s, there is a rich cinematographic production in Angola, Guinea Bissau and particularly Mozambique. These works have to be understood against the backdrop of the struggles for independence, the end of Portuguese colonial rule in 1974-75, subsequent political regimes and related conflicts. Actually, when considering documentary films and more recent pieces of video art, one notices a strong focus in engaging with colonial history and processes of decolonization that reach far beyond the formal transfer of power. Consequently, such films and artworks are part of a broader postcolonial framework in and through which questions of (national) identity and memory politics are addressed. The works of Ângela Ferreira, Filipa César and Nástio Mosquito and others demonstrate this in a convincing way. Though there have been recently some publications that address the analysis of such productions, there is still lack of case studies that discuss particular works in more detail and question the aesthetic as well as the ideological dimension of moving images and the performativity of visual representations. We are therefore interested in papers that scrutinise these aspects with regard to documentary and artistic practices from and about Lusophone African countries. The panel thereby aims to establish a revised and more complex history of audiovisual productions from and about the African Portuguese speaking countries and analytical perspectives about the ways they negotiate decolonisation.

We particularly encourage PhD candidates and early career researchers to participate in this panel. In order to submit your abstract (max. 250 words), please go to http://www.asauk.net/conferences/asauk14.shtml . The Call for papers will close in April 2014.

Please contact Raquel Schefer or Robert Stock to the following email address - rewritingpanel.asauk@gmail.com - for further information.

08.01.2014 | par martalanca | films

Iveth Karinganas do Rap Moz Mc Moçambique ft Rage, Awayo & SGee I MOÇAMBIQUE

Facebook: IvethcbcTwitter: @Iveth_Cotonete

 

08.01.2014 | par martalanca | Iveth

4º Observatório de África, América Latina e Caraíbas - começa sábado I LISBOA

Sessão 1 | 8 de Fevereiro 15h Aud 3 -  ENTRADA LIVRE 

A ECONOMIA DOS MOVIMENTOS SOCIAIS URBANOS

Protesto e Revolta em Maputo e no Rio de Janeiro de Hoje

Oradores: Giuseppe Cocco, Sociólogo, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Paulo Granjo, Antropólogo, Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa

Comentador: José Nuno Matos, Sociólogo, Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa

 Durante muito tempo, marcado pela clivagem entre colonialistas e movimentos anticoloniais e, depois, por guerras civis que opuseram duas forças nacionais, a cena política moçambicana viu emergir novos protagonistas com a eclosão de uma série de motins no espaço metropolitano de Maputo, em 2008 e em 2010. Mais recentemente, em 2013, no Brasil, e com particular destaque para o Rio de Janeiro, eclodiram revoltas inesperadas num contexto que parecia exclusivamente determinado pelas clivagens político-partidárias, em torno dos governos do Partido dos Trabalhadores. Neste debate, pretende-se compreender a economia destes recentes movimentos sociais urbanos, discutindo as relações de poder que fazem o quotidiano das cidades em questão, bem como os sujeitos, as formas e o repertório de ação política dos levantamentos ocorridos.

O objetivo deste ciclo é discutir experiências históricas e atuais que contribuam para a inventariação de diferentes tipos de relações de poder. Trata-se de um programa que atravessa tanto os domínios da arte e da cultura como da política e da economia, convocando acontecimentos políticos, movimentos estéticos e debates teóricos e focando objetos tão diversos como textos literários, ações políticas, imagens cinematográficas, correntes académicas ou fluxos mercantis.

Será dedicada particular atenção às dinâmicas de territorialização implicadas nas relações de poder, da expansão colonial ao processo de globalização, da formação das metrópoles à transformação da natureza.

O programa inspira-se tanto na crítica à dominação ocidental sobre territórios e sociedades africanas, asiáticas e sul-americanas como na contestação e nas alternativas que nesses mesmos contextos se têm afirmado, quer face às novas formas de dominação ocidental quer face aos poderes instituídos no contexto pós-colonial.

Diogo Duarte, Inês Galvão e José Neves (Coordenadores)

08.01.2014 | par martalanca | OBSERVATÓRIO, unipop

Três anos de Primaveras Árabes

Três anos depois das “Primaveras Árabes”, o futuro destes países contínua incerto, enquanto a Síria está mergulhada numa guerra comandada por interesses exteriores. Quando tudo está em aberto, é pertinente fazer um balanço das revoltas, questionar e analisar como será o futuro do Médio Oriente e do Norte de África.

A Casa Árabe, AfrikPlay, ISCTE-IUL e o programa Visão Global da Antena 1, organizam um conjunto de três sessões, em três quartas-feiras seguidas, no mês de janeiro de 2014, no ISCTE-IUL.

A primeira, no dia 8, será um debate, gravado ao vivo para o programa Visão Global da Antena 1, entre quatro analistas, dois portugueses, um egípcio e um tunisino para falar das mudanças, das transições e transformações que estamos a assistir nesta zona do planeta.

As seguintes, nos dias 15 e 22, têm como mote um filme sobre as revoluções da Tunísia e do Egito, comentado por jornalistas que fizeram a cobertura das revoltas, portugueses que as viveram e árabes que estão em Portugal.

As sessões são abertas e livres, com tempo para perguntas e respostas com o público.

08.01.2014 | par franciscabagulho | primavera árabe

Universidade Kwame Ture - Plataforma Gueto

18.12.2013 | par martalanca | movimento negro, Plataforma Gueto

“Guiné-Bissau, Terra Sabi” e “Produtos, Técnicas e Saberes da Tradição Bijagó”

No âmbito da celebração do Dia do Consumo Nacional, que se a 20 de Dezembro, a Tiniguena realiza, em parceria com Artissal, Coajoq, No Kume Sabi e Kafo, organizações que integram o Grupo de Trabalho para a Promoção dos Produtos da Terra, um conjunto de atividades que decorrerão das 9H30 às 14H00 no Complexo do Espaço da Terra, sita nas dependências da sede da Tiniguena, no Bairro Belém.
Durante o evento, será lançado a 2ª Edição do Livro de Receitas da gastronomia tradicional guineense “Guiné-Bissau, Terra Sabi” e do 2º Caderno Cultural do CRET sobre “Produtos, Técnicas e Saberes da Tradição Bijagó”.

ver programa

16.12.2013 | par martalanca | Guiné Bissau, Tiniguena

As One ft WJ NHA LIFE ...

16.12.2013 | par martalanca | Guiné Bissau

Lil Pasta Sacerdote & Tchubilla: Paula Paula

16.12.2013 | par martalanca | kuduro

Nada Tenho de Meu, um diário de viagem no extremo oriente

16.12.2013 | par martalanca | viagem

A Kindumba da ANA: “Gente que se parece consigo mesma”

Imagem que explica a origem do nome “A Kindumba da ANA” em sua página no Facebook.Imagem que explica a origem do nome “A Kindumba da ANA” em sua página no Facebook.

Francisca Nzenze Meireles, a Chiquinha, é angolana e mora no Brasil há poucos anos. Seu interesse por ”cabelos naturais, curiosidade e amor aos cabelos naturais crespos” foi a inspiração para “A Kindumba da ANA”, seu primeiro trabalho de histórias em quadrinhos (HQs) que lhe trouxe destaque pelas tiras bem-humoradas e pela temática que sempre gira em torno de um personagem forte: o cabelo natural crespo. O nome ANA brinca com as iniciais de Angolanas Naturais e Amigos, um fórum online. As tiras podem ser acompanhadas na página da Chiquinha.


Francisca Nzenze Meireles, também conhecida como Chiquinha - “Na rua, vejo surgir aos poucos, outro modelo de gente. Gente que se parece consigo mesma”. Foto utilizada com permissão.Francisca Nzenze Meireles, também conhecida como Chiquinha - “Na rua, vejo surgir aos poucos, outro modelo de gente. Gente que se parece consigo mesma”. Foto utilizada com permissão.Na semana em que se comemora o 
Dia da Consciência Negra, conheça um pouco mais dessa artista, suas impressões sobre trabalhar entre diferentes culturas e sobre a afirmação das identidades. E, no espírito das lusofonias, aproveite para conhecer um pouquinho mais do sotaque e das coisas de Angola.

Global Voices em Português (GV): Fale um pouco sobre o cenário dos quadrinhos de Angola. (falamos em cenário, e não em mercado, para que não fique restrita ao mercado comercial. Ao contrário, preferimos que pense nos quadrinhos que te interessam). O que você leu e lê? O que você recomenda?

Chiquinha:
 Eu era leitora assídua de uma tirinhas Angolanas nos anos 90. O MANKIKO [en, pt], de Sérgio Piçarra, um Angolano. Era muito bom, mas já não existe. Aliás o mercado livreiro e editorial em Angola não é muito vivo. Não sei o que se produz agora. Fui convidada a participar de uma exposição de banda desenhada em Angola promovida pelo OLINDOMAR estúdios. Enviei alguns trabalhos, mas nem sei se foram expostos. Eles não voltaram a me contactar. Mas imagino que a banda desenhada, como se chamam os quadrinhos em Angola, estejam sim “vivos e bem de saúde”. Jovens talentosos lá há muitos! Problemas existem nas editoras.

GV: Seu trabalho começou em Angola e agora segue no Brasil. Isso mudou de alguma maneira a inspiração do dia-a-dia que alimenta seu trabalho?

Chiquinha:
 Em Angola eu tenho um livro infantil escrito e ilustrado por mim, mas não tinha nada feito nada parecido com ilustração em quadrinhos. Os quadrinhos A Kindumba da ANA começaram aqui mesmo no Brasil (onde hoje moro) a partir do meu interesse em cabelos naturais, curiosidade e amor aos cabelos naturais crespos. Foi quase por acaso que nasceu “a Kindumba da ANA”. Eu participava de um grupo do Facebook chamado Angolanas Naturais e Amigos, e lá se discutia muito sobre cabelos naturais.

Na conversa com outras meninas , sempre surgiam cenas do quotidiano engraçadas, chatas, polêmicas, tristes, alegres… enfim, como gosto muito de desenhar, decidi brindar algumas meninas com historinhas que teriam um final feliz e/ou engraçado. Assim nasceu a Kindumba da ANA.

O facto de estar no Brasil não mudou, porque a fonte de inspiração continua sendo cabelo crespo natural, e nada mais. Alguns episódios referem-se ao Brasil especificamente, mas sempre tendo o cabelo como protagonista principal.

A Kindumba da ANA. Tira em quadrinhos utilizada com permissão.A Kindumba da ANA. Tira em quadrinhos utilizada com permissão.

GV: Como é, para Chiquinha, trabalhar entre diferentes culturas?

Chiquinha:
 Eu não considero o Brasil tão diferente de Angola culturalmente falando. Aliás, Angola consome actualmente muita cultura do mundo inteiro. Principalmente os mais jovens. Nem a língua chega a ser um entrave à compreensão das tirinhas que faço. Aliás, a maioria dos fãs da Kindumba da ANA são Brasileiros. Não sei se porque a internet é mais acessível aqui no Brasil, ou se existem outros motivos para isso.

GV: Para os quadrinhos brasileiros, as possibilidades do mundo online e o aumento da participação de autores de outros cantos do país, fora do eixo Rio-São Paulo, parece estar levando a uma maior diversidade, com a inclusão de novos temas e outras visões de mundo nas obras que chegam aos leitores. Do seu ponto de vista, como estrangeira, acredita que é uma tendência? Como foi sua acolhida?

Chiquinha: 
Eu não conheço muitos quadrinhos Brasileiros. Conheço a Turma da Mônica, as charges do Laerte, Henfil… mas não sou leitora assídua de revistinhas em quadrinhos. Então não saberia responder se existe essa tendência de mudança e inclusão de novos temas.

Sobre a minha acolhida, devo dizer que a resposta tem sido bastante positiva. As pessoas gostam de se ver representadas. Eu tento dar à A.N.A uma personalidade leve e agradável, um tipo abordagem que permita que crianças e adultos considerem os cabelos naturais, simplesmente como eles são: cabelos naturais. A A.N.A vem para imprimir leveza a um tema que poderia facilmente ser revestido de polêmica.

A Kindumba da ANA. Tira em quadrinhos utilizada com permissão.A Kindumba da ANA. Tira em quadrinhos utilizada com permissão.

GV: Vivemos um tempo de afirmação das identidades em suas múltiplas variantes – etnia, gênero, religião, e outras. A manifestação dessas identidades é bastante perceptível online, e um dos exemplos é o seu próprio trabalho com A Kindumba da Ana. Entende que essa mudança consegue ultrapassar o mundo virtual e firmar-se nas ruas também.

Chiquinha:
 Acho que sim, e devo dizer que as redes sociais permitem que isso aconteça de um modo bastante abrangente. Eu mesma consegui voltar a usar o meu cabelo natural depois de pesquisar no You Tube o que fazer com o meu cabelo, porque eu de facto não sabia como cuidar dele. Não sabia o que usar, como pentear , estilizar, lavar… Depois foi o Facebook, troca de experiências, contacto com outras pessoas iguais a mim e a cada dia eu me sentia mais encorajada a perseguir um modelo meu, um modelo que não se vê na televisão , nas revistas, na literatura.

Na rua, vejo surgir aos poucos, outro modelo de gente. Gente que se parece consigo mesma. Gente que não quer se parecer com o padronizado da sociedade pré fabricada!

A Kindumba da ANA. Tira em quadrinhos utilizada com permissão.A Kindumba da ANA. Tira em quadrinhos utilizada com permissão.

Este artigo é parte da cobertura especial 20.11 – Dia da Consciência Negra. 
Leia a primeira entrevista: Estereótipos persistentes, preconceitos latentes: negros e histórias em quadrinhos no Brasil.

fonte: 
http://pt.globalvoicesonline.org/2013/11/21/a-kindumba-da-ana-gente-que-se-parece-consigo-mesma/

12.12.2013 | par herminiobovino | baía, Brasil, consciência negra

CICLO DE CINEMA - CINEMA E IMPÉRIO: CENSURA A FILMES DE AUTOR DURANTE O ESTADO NOVO - 12/13 DEZEMBRO - 17,30h - ENTRADA LIVRE

10.12.2013 | par raul f. curvelo | cinema, colonialismo português, Estado Novo, FILIPA LOWNDES VICENTE, instituto de ciências sociais, maria do carmo piçarra