Sessão 1 | 8 de Fevereiro 15h Aud 3 - ENTRADA LIVRE
A ECONOMIA DOS MOVIMENTOS SOCIAIS URBANOS
Protesto e Revolta em Maputo e no Rio de Janeiro de Hoje
Oradores: Giuseppe Cocco, Sociólogo, Universidade Federal do Rio de Janeiro
Paulo Granjo, Antropólogo, Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa
Comentador: José Nuno Matos, Sociólogo, Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa
Durante muito tempo, marcado pela clivagem entre colonialistas e movimentos anticoloniais e, depois, por guerras civis que opuseram duas forças nacionais, a cena política moçambicana viu emergir novos protagonistas com a eclosão de uma série de motins no espaço metropolitano de Maputo, em 2008 e em 2010. Mais recentemente, em 2013, no Brasil, e com particular destaque para o Rio de Janeiro, eclodiram revoltas inesperadas num contexto que parecia exclusivamente determinado pelas clivagens político-partidárias, em torno dos governos do Partido dos Trabalhadores. Neste debate, pretende-se compreender a economia destes recentes movimentos sociais urbanos, discutindo as relações de poder que fazem o quotidiano das cidades em questão, bem como os sujeitos, as formas e o repertório de ação política dos levantamentos ocorridos.
O objetivo deste ciclo é discutir experiências históricas e atuais que contribuam para a inventariação de diferentes tipos de relações de poder. Trata-se de um programa que atravessa tanto os domínios da arte e da cultura como da política e da economia, convocando acontecimentos políticos, movimentos estéticos e debates teóricos e focando objetos tão diversos como textos literários, ações políticas, imagens cinematográficas, correntes académicas ou fluxos mercantis.
Será dedicada particular atenção às dinâmicas de territorialização implicadas nas relações de poder, da expansão colonial ao processo de globalização, da formação das metrópoles à transformação da natureza.
O programa inspira-se tanto na crítica à dominação ocidental sobre territórios e sociedades africanas, asiáticas e sul-americanas como na contestação e nas alternativas que nesses mesmos contextos se têm afirmado, quer face às novas formas de dominação ocidental quer face aos poderes instituídos no contexto pós-colonial.
Diogo Duarte, Inês Galvão e José Neves (Coordenadores)