Oficina de Imaginação Política

32ª Bienal de São Paulo
uma proposta de Amilcar Packer, com Jota Mombaça, Michelle Mattiuzzi, Rita Natálio, Thiago de Paula, Valentina Desideri

Oficina de Imaginação Política é uma proposta de Amilcar Packer para a 32ª Bienal. Partindo das palavras que dão nome ao projeto - oficina, imaginação e política - e junto a um grupo de colaboradores composto por Diego Ribeiro, Jota Mombança (Monstra Errátika), Michelle Matiuzi, Rita Natálio, Thiago de Paula e Valentina Desideri, Packer programou sessões de trabalho, apresentações públicas e debates ao longo dos três meses de duração da exposição. A Oficina, instalada no pavilhão, reúne pesquisa, produção e aprendizado como um lugar de convívio e elaboração coletiva de ferramentas para intervenção na esfera pública. Ao criar uma zona temporária e autônoma com os participantes, as ações concebidas pela Oficina visam ocupar espaços da cidade, do parque e das mídias, indo contra tentativas de captura e controle macropolíticos. Entendendo que há na imaginação uma potência de reivenção de territórios conceituais e reformulação de perguntas, narrativas e práticas dentro do que compreendemos como política, e diante do atual contexto sociopolítico nacional e internacional, a Oficina busca resgatar a potência de transformar imagens em ação como ferramenta de resistência e atuação política, e como forma de requalificar a experiência com a arte. 
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Programa:

21 outubro, 14h
Palestra com Acácio Augusto / Anarquia no brasil: revolta e antipolítica dos “estrangeiros indesejáveis” para nação
A anarquia chega ao Brasil com os operários vindos de terras europeias, aqui são logo perseguidos como elementos indesejáveis que, em meio suas práticas e experimentações de liberdade, atiçam revoltas e instauram a antipolítica. A cultura libertária se dissemina e segue potente até os dias de hoje, em pesquisas, práticas educativas, estilos de via e inéditas formas de contestação pública. Seguem como indesejáveis às variadas formas da política contemporânea.

Bio:
Acácio Augusto é doutor em Ciência Sociais pela PUC-SP, professor credenciado no Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política da UVV-ES e Programa de Psicologia Institucional da UFES, pesquisador no Nu-Sol (Núcleo de Sociabilidade Libertária do Programa de Pós Graduação da PUC-SP) e bolsista Pós-Doc CAPES na UVV-ES. Autor de Política e polícia: cuidados, controles e penalizações de jovens, Rio de Janeiro: Lamparina, 2013.


27 e 28 outubro (14h às 18h)
Oficina com Barbara Glowczewski / Cartografar Existências
Nas Nações Unidas, a expressão “povos indígenas” (do francês peuples autochtones) tende apenas a designar os povos colonizados que se identificam e são identificados assim devido a sua economia, baseada em atividades de subsistência como a caça, a coleta, a horticultura e o pastoreio, com uma visão muitas vezes holística e sagrada da terra, e por serem considerados minoria em suas próprias terras. Esses critérios parecem corresponder a milhares de grupos linguísticos espalhados pelo planeta, e que representam pelo menos 6% da população global. O pedido para que recebam o estatuto de povos soberanos já vem sendo discutido na ONU há mais de trinta anos e, enquanto isso, seus modos de vida, quer seja na Amazônia, na Sibéria, na Mongólia ou no deserto de Kalahari, são ameaçados pela violência de Estado, ou pela engenharia florestal e pelas empresas de mineração. Na África, o reconhecimento do estatuto de “povos indígenas” relaciona-se aos povos tuaregues, berberes, bosquímanos, pigmeus, fulas e massais, mas exclui os grupos étnicos que praticam a agricultura ou que foram historicamente deslocados, ou seja, a maioria do continente. Na América do Norte, na Austrália e na Nova Zelândia, muitos povos indígenas vivem hoje em cidades ou reservas antigas que se tornaram comunidades autogeridas. Em uma mesma família, a realização social de alguns – através da arte, da educação, do esporte, da ação social ou da política – contrapõe-se ao desespero e à angústia suicida de outros. Ainda assim, esses que conseguem geralmente exigem sua indianidade e o direito ao reconhecimento cultural e legal de sua diferença como os primeiros australianos; eles lutam politicamente para trazer à luz a especificidade dos problemas que afetam as comunidades de onde vêm. Alguns grupos exploram diversas estratégias discursivas sobre a sua relação com a natureza e aceitam, por exemplo, o papel de guardiães ecológicos a fim de tentar recuperar um modelo público e economicamente justo de governo.” (trecho de “Entre o espetáculo e a política: singularidades indígenas”, de Barbara Glowczewski, publicado em 2011, no nº 13 do Cadernos de Subjetividade. pp. 120-142).

Bio: 
Pesquisadora do Laboratoire d’Anthropologie Sociale (CNRS/ EHESS/ Collège de France) é autora de diversos livros entre os quais “Du rêve à la loi chez les Aborigènes - mythes, rites et organisation sociale en Australie”, (PUF, 1991), “Les rêveurs du désert - peuple warlpiri d’Australie” (Actes SUD, 1996), “Rêves en colère avec les Aborigènes australiens” (Plon, Terre Humaine, 2004) e “Devires totêmicos” (N-1). Trabalhou com Felix Guattari nos ano 1980 e realizou diversas estadas de campo entre diferentes povos indígenas da Austrália. Nesta conferência, ela propõe realizar um percurso crítico a partir de lições extraídas da observação da criatividade da resistência dos Aborígenes australianos, de povos colonizados pela França e de cultos de matriz africana no Brasil.

29 outubro, 14h
Palestra com Barbara Glowczewski / De pé com a Terra
Mais informações em breve.

Bio:
Pesquisadora do Laboratoire d’Anthropologie Sociale (CNRS/ EHESS/ Collège de France) é autora de diversos livros entre os quais “Du rêve à la loi chez les Aborigènes - mythes, rites et organisation sociale en Australie”, (PUF, 1991), “Les rêveurs du désert - peuple warlpiri d’Australie” (Actes SUD, 1996), “Rêves en colère avec les Aborigènes australiens” (Plon, Terre Humaine, 2004) e “Devires totêmicos” (N-1). Trabalhou com Felix Guattari nos ano 1980 e realizou diversas estadas de campo entre diferentes povos indígenas da Austrália. Nesta conferência, ela propõe realizar um percurso crítico a partir de lições extraídas da observação da criatividade da resistência dos Aborígenes australianos, de povos colonizados pela França e de cultos de matriz africana no Brasil.

19 de Novembro
Palestra com Wallidah Imarisha  / Sonhando novos futuros: Ficção científica e mudança social
Como o co-editora da antologia “Octavia’s Brood: Science Fiction Stories From Social Justice Movementsl”, Walidah Imarisha se conecta à ideia de mudança social. A premissa básica de “Octavia’s Brood” é que toda organização é ficção científica. Para construir novos futuros apenas, é precisamos primeiro ser capazes de imaginá-los coletivamente. Nós também temos que ser capazes de imaginar diferentes maneiras de nos envolver uns com os outros, de partilhar o poder, de construir instituições, de estar em comunidade, que pode ser tão estranho para nós como viver em Marte. Para construir, como diz o Black Lives Matter, movimentos líderes que são visionário, devemos criar espaços onde todos nós compartilhemos ideias coletivamente, liderança, e trabalho, para trazer nossos sonhos de libertação para fora do éter para a realidade.

Bio:
Walidah Imarisha é educadora, escritora, professoea e poeta. É editora de duas antologias incluíndo “Octavia’s Brood: Science Fiction Stories From Social Justice Movements”. Imarisha escreveu o livro de não-ficção “Angels with Dirty Faces: Three Stories of Crime, Prison and Redemption” e da coleção de poesias “Scars/Stars”. É professora do programa de Escrita e retórica da Universidade de Standford, E.U.A.

3 de Dezembro
Palestra e lançamento do livro “Homo Modernus” com Denise Ferreira da Silva
Mais informações em breve.

Bio:
Denise Ferreira da Silva ensina no Instituto de Gênero, Raça, Sexualidade e Justiça Social (GRSJ) da Universidade de British Columbia, no Canadá. Sua escrita aborda os desafios conceituais, éticos e políticos do presente global, por meio de uma perspectiva radical feminista e negra. Ela intervém nas áreas de teoria política, teoria crítica legal, estudos de crítica racial e étnica, estudos pós-coloniais e globais, e estudos culturais. Publicou “Toward a Global Idea of Race” (University of Minnesota Press, 2007) e como coeditora, ” Race, Empire, and the Subprime Crisis ” (Johns Hopkins 2013) e Notes Towards the End of time (Living Commons Collective, 2016). Dentre seus artigos recentes, destacamos “To Be Announced: Radical Praxis of Knowing at/the Limits of Justice” (Social Text, 2013), “Transversing the Circuit of Dispossession.”, (The Eighteenth Century: Theory and Interpretation, 2014) e “Toward a Black Feminist Poethics: The Quest(ion) of Blackness Towards the End of the World” (The Black Scholar, 2014). Ela também coedita a série de livros da eitora Routledge Law and the “Postcolonial: Ethics, Politics, and Economy” e “Indigenous Peoples and the Law”.

18.10.2016 | par marianapinho | arte, cidade, Convívio, Elaboração Coletiva, Imaginação, Intervenção, oficina, política, Potência

Exposição | Imbamba ya muhatu | Coisas de mulher

até 20 de Outubro no Centro Cultural Português LUANDA

A expressão “coisas de mulher” é muitas vezes usada para apontar questões supérfluas: cabelos, unhas, comidas. Uma expressão que deliberadamente torna tudo supérfluo retirando elementos do mundo ao remetê-los ao espaço de intimidade das mulheres. Contudo, ao colocarmos essas mesmas questões de volta ao mundo (re) encontramos contextos políticos, económicos e sociais que as estruturam. Desde a construção histórica do feminino e do papel social da mulher ao seu lugar social ou à feminização do trabalho doméstico. Mas bom, estas não são mais coisas de mulher, pois não? O espaço de intimidade feminina para que são remetidas as unhas, os cabelos e as comidas são também o espaço social que a mulher ocupa.O circuito económico do cabelo que usamos e as noções de beleza que os acompanham não fazem parte desse espaço; senão por imposição, ainda que através de subtis mecanismos, estes sim do âmbito da intimidade entre mãe e filhas, tias e avós, onde se aprende a ser mulher, a cuidar, a não reclamar do trabalho doméstico e a fazê-lo bem.

Esta exposição pretende trazer para o espaço público da exposição algumas coisas de mulher e questionar o espaço que estas coisas ocupam através do trabalho de duas artistas. Keyezua, artista angolana e Wura-Natasha Ogunji, artista nigeriana. Ambas as artistas trabalham temas como o corpo feminino e a construção social da mulher. Wura e Keyezua têm ainda em comum a prática da performance, prática que pelas suas próprias características já coloca o corpo no centro da acção e do debate. Nesta exposição a performance será central para contextualizar os debates que as suas obras abordam oferecendo uma nova camada de interpretação e discussão sobre os temas propostos. 
Artistas:
Wura-Natasha Ogunji
Conhecida pelos vídeos em que usa o seu próprio corpo para explorar noções de movimento e de impressão em água, terra e ar. A sua mais recente série de performances intitulada ‘Mo gbo mo branch/I heard and I branched myself into the party’ explora a presença da mulher no espaço público em Lagos, Nigéria. Oguji já foi congratulada com uma série de prémios, incluindo o John Simon Guggenheim Memorial Foundation Fellowship (2012) e apoios do Idea Fund, Houston (2010), e do Pollock-Krasner Foundation (2005). Ogunji já apresentou o seu trabalho no Centro de Arte Contemporânea (Lagos), The Menil Collection (Houston) e a Fundação Pulitzer para as Artes (St. Louis). Licenciou-se em Antropologia pela Stanford University, Palo Alto, CA, em 1992 e um MFA em Fotografia pela San Jose State University, CA, em 1998. Ela vive entre Austin e Lagos.
Keyezua
Licenciada pela Real Academia de Artes em Haia, Holanda. ‘’Desde pequena fui a criança desobediente em casa, mudando as coisas para mostrar os meus sentimentos e de forma a provocar reacções. É algo que não desapareceu com os anos, cresceu em mim e tornei-me alguém que interage com questões humanas expondo-as para criar espaços de debate ou para uma segunda opinião da minha audiência. A minha arte entre o expressionismo, surrealismo e pan-africanismo. Gosto de definir-me como uma contadora de histórias.’’
Curadora
Suzana Sousa
Curadora e crítica de arte independente. Trabalhos recentes: 2015, co-curadoria com Bruno Leitão da exposição Love Me Love Me Not: Arte da colecção Sindika Dokolo na Biblioteca Almeida Garreth, Porto, Portugal; 2014, co-curadoria do projecto Sights and Sounds, Global film and Video no The Jewish Museum, Nova Iorque, EUA e curadoria de Tipo Passe, exposição de fotografia de Edson Chagas, em Luanda, no IC-Centro cultural Português. Trabalhos publicados em Contemporary&; Art+Auctions (NY) and Arterial Network/ Arts in Africa. Mestre em estudos culturais pela Goldsmiths College, Universidade de Londres e doutoranda em Antropologia pelo ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa, com o projecto de pesquisa ‘Da nacionalização da arte em Angola. Contextos políticos da constituição da categoria de arte angolana.’

14.10.2016 | par marianapinho | Coisas de Mulher, exposição, Keyezua, Wura-Natasha Ogunji

From Marxism and Subaltern Studies to Postcolonialism. A conversation with professor Sanjay Seth

26 de Outubro | 18h | FCSH-UNL | Torre B | Sala T16

Partindo da tradição dos Subaltern Studies, mas igualmente interrogando as ligações intelectuais entre essa tradição e correntes políticas como o maoismo, Sanjay Seth tem procurado que a teoria pós-colonial confronte não apenas os efeitos que o eurocentrismo tem sobre as ciências sociais e humanas mas também a natureza necessariamente paroquial das mesmas. A nossa conversa, porém, iniciar-se-á pelos estudos que Seth realizou em torno da Índia, da história das relações entre marxismo e nacionalismo no contexto da luta pela independência à história da educação em contexto colonial e pós-colonial, ou não fosse a partir do “arquivo indiano” que têm procedido as suas intervenções no domínio da Teoria da História e da Teoria Pós-Colonial. A conversa será inicialmente conduzida por José Neves, docente do Departamento de História da FCSH-UNL, e será depois aberta à participação de todos os investigadores que assim o desejarem.

Sanjay SethSanjay SethSANJAY SETH assumiu a cadeira de Política do Goldsmiths College (Londres) após ter lecionado na Universidade de Sydney e na La Trobe University (Melbourne). Em Goldsmiths, dirigiu o Center for Postcolonial Studies. Ao longo da sua carreira, publicou sobre a história contemporânea da Índia, assim como sobre teoria política, teoria social, teoria pós-colonial e relações internacionais. É autor de Marxist Theory and Nationalist Politics: The Case of Colonial India (Sage Publications, 1995) e Subject Lessons: The Western Education of Colonial India (Duke University Press, 2007). Coordenou Postcolonial Theory and International Relations: A Critical Introduction (Routledge, 2013). Entre os seus artigos em torno da historiografia e da teoria da história, contam-se dois ensaios traduzidos para português e ambos acessíveis online em regime de acesso aberto: «Razão ou Raciocínio? Clio ou Shiva?», em História da Historiografia, 2013; «Sociologia Histórica e Teoria Pós-colonial: Duas Estratégias para Desafiar o Eurocentrismo», em Revista Expedições: Teoria da História & Historiografia, 2016.
Este seminário realiza-se no âmbito do projecto FCT “Amílcar Cabral: from Political History to the Politics of Memory” [PTDC/EPH-HIS/6964/2014].

 

13.10.2016 | par marianapinho | Marxism, postcolonialism, Sanjay Seth, Subaltern Studies

International Workshop | Decolonising Knowledge, Subaltern Epistemologies

Lisboa, 28th October
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa
Edifício ID, Piso 4, Salta Multiusos 2

Avenida de Berna, nº 26

Throughout the last decades, the Humanities and the Social Sciences gave renewed importance to the subaltern question. This workshop will map different intellectual proveniences of the question and simultaneously promote the debate on political and epistemic problems of the present. We will address historiographical debates currently held by those following the thread of the Subaltern Studies, the connections between the thought of Antonio Gramsci and Postcolonial Studies, the singular trajectory of “black marxist” C.L.R.James, as well as the encounters between literature and anthropology, history and cinema, and, last but not least, how the subaltern question challenges authors like Michel Leiris, James C. Scott and Jacques Rancière.
Working languages: English, French and Portuguese.
Convenors: José Neves, Manuela Ribeiro Sanches, Marcos Cardão and Orazio Irrera.An event organized by: Centro de Estudos Comparatistas da Universidade de Lisboa and Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa

Programme
10h - Introduction, by Marcos Cardão (Centro de Estudos Comparatistas, FLUL)
10h15 - First Session
- Does history travel? Historiography and non Western pasts, Sanjay Seth (Goldsmiths College, University of London)
- Decolonizing Revolution with C.L.R. James, or What is to be done with Eurocentrism?, Matthieu Renaul (Université Paris 8)
- Decolonising knowledges, decolonising modernity?, Manuela Ribeiro Sanches (Centro de Estudos Comparatistas, FLUL)
13h - lunch break14h30 – Second Session
- Subalternity at its limits. Infrapolitique et prise de parole, Orazio Irrera (Université Paris 8)
- An Italian Difference? Gramsci, Anti-colonial Thought and Resistance Aesthetics, Neelam Srivastav (Newcastle University)
- Subalternes, émancipation et décolonisation - entre l’histoire et le cinéma, Maria-Benedita Basto (Université Paris-Sorbonne, Paris IV)
17h15 – Coffee and Wine break
17h30 – Final discussion, introduced by José Neves (Instituto de História Contemporânea, FCSH-UNL)

13.10.2016 | par marianapinho | Decolonising Knowledge, Subaltern Epistemologies

Aline Frazão, concertos Lisboa, Porto e Coimbra

Aline Frazão regressa a Portugal para uma temporada de concertos de Outono, com a estreia do seu novo espectáculo “Insular”.
Após a apresentação do seu novo disco no início do ano em Portugal, e da tour internacional, Aline Frazão volta aos palcos nacionais para partilhar a poesia da sua mensagem, capaz de construir pontes entre a urgência da acção e a serenidade do isolamento, e uma linguagem musical que, ao terceiro disco, integra a vertente eléctrica na sua costumeira toada acústica.
Os concertos trarão os temas do tão aclamado novo disco, que contou com a produção de Giles Perring e a participação de Pedro Geraldes (Linda Martini), não esquecendo os trabalhos anteriores “Movimento” (2013) e “Clave Bantu” (2011).

11.10.2016 | par martalanca | Aline Frazão, música

Exposição e lançamento de publicação | coisas de lá / aqui já está sumindo eu

Por Ana Gandum e Daniela Rodrigues com Grupo Tradução e Arquitectura

6 de Outubro de 2016 às 19:00

Abertura da exposição, lançamento da publicação e conversa com curador Leno Veras

SARACVRA, Rio de Janeiro | #8 Monográfica

Rua Sacadura Cabral, 219, Saúde, Rio de Janeiro - Brasil

coisas de lá / aqui já está sumindo eu parte de duas investigações académicas distintas em curso, com um universo de pesquisa comum: a circulação de coisas [objectos e fotografias] no contexto transnacional de migrações portuguesas para o Brasil. Propõe uma publicação e uma instalação visual.

Da publicação: A publicação explora o conceito de catálogo como elemento compósito, documental e classificatório das coisas em análise: objectos que circulam actualmente nas malas de portugueses em trânsito entre Portugal e o Brasil / souvenirs fotográficos na trama de correspondência entre os dois países até inícios da década de 1970. A publicação lançada no dia 6 de Outubro de 2016 reflecte um processo de acumulação de materiais a ser concluído em Dezembro de 2017. Qual fichário em aberto, prevê o encarte de textos adicionais e a integração contínua de novos itens em fichas catalográficas.

Da instalação: Na instalação presente de 6 a 8 de Outubro na #8 Monográfica, reúnem-se objectos pessoais trazidos de Portugal para o Brasil, diários de campo, diapositivos, narrativas e impressões fotográficas. Partindo do caos das coisas no seu contexto de pesquisa, testamos um desdobramento das imagens e um deslocamento dos objectos para dar a ver o potencial luminoso e solitário do fragmento: fragmento-imagem, fragmento-testemunho, fragmento-objecto.


Ana Gandum (FCSH-UNL – Doutoramento em Estudos Artísticos ; ECO – UFRJ) e Daniela Rodrigues (CRIA – Centro em Rede de Investigação em Antropologia – Doutoramento em Políticas e Imagens da Cultura e da Museologia; Núcleo de Estudos Ritual, Etnografia e Sociabilidades Urbanas, IFICS-UFRJ) com grupo de pesquisa Tradução e Arquitetura (Adriano Mattos, Ana Cecília Souza, André Victor, Jessica de Castro, Pedro Mameluque e Rita Davis)

Contactos para mais informações:

Ana Gandum: anagandum@gmail.com | +55 (21) 987263545 | whatsapp: +351 91 6059729

Daniela Rodrigues: m.daniela.r@gmail.com | +55 (21) 983501834

03.10.2016 | par marianapinho | coisas de lá/aqui já estou sumindo eu

Exposição [Co] Habitar

“(Co)Habitar” reúne um conjunto de obras das artistas Lia Chaia e Andrea Brandão que exploram o espaço habitável em diferentes vertentes. Se, por um lado, as artistas foram convidadas, através do seu trabalho, a conviver temporariamente num mesmo espaço expositivo, por outro lado, as suas trajetórias de criação levaram-nas a cruzar e a habitar lugares reais ou imaginários que, com a sua carga histórica, cultural e política, alimentam de diferentes formas as suas prátivas.

Em diálogo com o núcleo expositivo principal, que inclui um conjunto de obras, algumas de site specific, criadas especialmente para este evento, serão apresentados vídeos de Daniel Barroca, Eurídice Kala, Cinthia Marcelle e Carolina Saquel, e performances de Joana Bastos, Lia Chaia e Eurídice Kala.

Com curadoria de Filomena Serra, Giulia Lamoni e Margarida Brito Alves, esta iniciativa, que coincide com a inauguração da nova sede da Casa da América Latina e UCCLA – União de Cidades Capitais de Língua Portuguesa, estará patente até janeiro de 2017, contando com um programa alargado de visitas guiadas, performances e conferências.´

 

21.09.2016 | par marianapinho | Casa da América Latina, UCCLA – União de Cidades Capitais de Língua Portuguesa, [CO]Habitar

Exposição Crosswords

Exposição Crosswords, que exibe obras de Alfredo Jaar, Augusto de Campos, Detanico e Lain, Fernanda Fragateiro, Kiluanji Kia Henda, León Ferrari, Milumbe Haimbe, Paulo Nazareth, Reynier Leyva Novo, Zineb Sedira. A curadoria é de Gabriela Salgado. NHangar, Centro de Investigação Artística, Lisboa

A thousand and One Times Revolution, 2011 Reynier Leyva Novo Book containing the word Revolution, printed 239 940 times on 1000 pages, with the same typography, spacing and interlining. Monument on pages Edition of 5 and 2APA thousand and One Times Revolution, 2011 Reynier Leyva Novo Book containing the word Revolution, printed 239 940 times on 1000 pages, with the same typography, spacing and interlining. Monument on pages Edition of 5 and 2AP
Tanto encruzilhadas como palavras cruzadas são formas de encontro: facilitam fusões entre pessoas e palavras gerando assim novos significados através da sua colisão. No tradicional jogo de palavras cruzadas, a amálgama das palavras cria possibilidades e conotações que enriquecem e transformam a língua ao gerar associações inesperadas. De maneira similar, as imagens e as palavras têm-se combinado nos trabalhos de artistas visuais e escritores ao longo da história.

A exposição Palavras Cruzadas abrange períodos diversos de produção artística com a inclusão de figuras históricas como León Ferrari e Augusto de Campos bem como artistas jovens em plena actividade que trabalham em África, América Latina e Europa.

 

21.09.2016 | par marianapinho | Alfredo Jaar, Augusto de Campos, Crosswords, Detanico e Lain, Fernanda Fragateiro, Gabriela Salgado., HANGAR, kiluanji kia henda, León Ferrari, Milumbe Haimbe, Paulo Nazareth, Reynier Leyva Novo, Zineb Sedira

Non Film in Three Acts and a Prelude e Fatucha Superstar a encerrar o ciclo de cinema no terraço do Festival Rama em Flor

No último dia de Cinema no Terraço do Festival Comunitário Feminista queer Rama Em Flor, publicamos o Manifesto “WE WANT NO FUCKING ONE FOR FRESIDENT”, escrito e adaptado por Pedro Marum (originalmente apresentado numa performance homónima do colectivo artístico Rabbit Hole e publicado na Zine do Rama em Flor).

Aqui fica a programação de hoje, na Galeria Zé dos Bois:

QUINTA, 15 DE SETEMBRO

18h30 ÀS 20h30

AMORES E PRAZERES PARA ALÉM DA NORMA c/ Carmo Gê Pereira, Daniel Cardoso, Inês Rolo Martins e Rita Alcaire

Uma discussão sobre as formas de definir poliamor e outras não-monogamias consensuais, identificando a forma como vivemos numa sociedade mononormativa, e como isso interfere nas vidas afectivas e emocionais das pessoas. A partir de uma perspectiva feminista, inclusiva e crítica, pretendese reflectir sobre como os pressupostos monogâmicos fazem parte da sociedade. Tendo como ponto de partida o relato de experiências pessoais, serão abordadas vivências poliamorosas de todos os dias e os seus cruzamentos com feminismos, identidades lésbicas e activismos.

Carmo Gê Pereira (1982, Trás-os-Montes / Portugal) é mais um projecto que uma pessoa. Um one-personshow sediado na Carmo e crescido com a colaboração de muitos. Educação sexual Sex-Positive para adultos, uma cultura de aceitação e auto-determinação com enfoque num Cidadania Íntima e relacional e Feminismo Interseccional. Tudo princípios para uma plataforma que se desdobra em investigação independente, escrita, aconselhamento sexual, workshops, formações e uma sex-shop. 

Daniel Cardoso (1986, Lisboa / Portugal) Doutorado em Ciências da Comunicação pela Universidade Nova de Lisboa, e Professor Assistente na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. É feminista e activista, membro do grupo PolyPortugal, e procura conciliar investigação, ensino e activismo por direitos humanos e sexuais. 

Inês Rolo Martins (1988, Lisboa / Portugal) Poliamorosa, lésbica queer, feminista e activista pelos direitos LGBTQIA e Poly.

Rita Alcaire (1979, Coimbra / Portugal) Antropóloga, documentarista e activista. Membro da não te prives – Grupo de Defesa dos Direitos Sexuais. Doutoranda em Human Rights in Contemporary Societies e Mestra em Psiquiatria Cultural. Tem como temas de eleição identidade(s), sexualidade(s) e popular culture . O seu percurso profissional e académico tem sido uma resposta às diversas inquietações que lhe têm surgido em torno dessas áreas de interesse, a que se junta o vídeo como uma das formas privilegiadas de as trabalhar. Está neste momento a desenvolver, para o seu doutoramento, um projecto colaborativo de investigação-acção no âmbito da cidadania íntima e dos direitos sexuais intitulado The Assexual Revolution: discussing asexuality through the lens of human rights.

[Entrada livre para as conferências]

22h


NON FILM IN THREE ACTS AND A PRELUDE de Rita Macedo (Portugal/Alemanha, Experimental, 2010, 12’)

Como pode um filme ser um não-filme? Filmado inteiramente em Super 8, ‘Non-Film in three acts and a prelude’ é uma viagem absurda conduzida por um corpo sem cabeça, duas personagens invisíveis que contam pedras como corpos, uma realizadora abafada pelo seu próprio filme e duas virgens marias solitárias.

FATUCHA SUPERSTAR de João Paulo Ferreira (Portugal, Ficção, 1976, 43’)

Embora a sua obra tenha acabado por focar muito mais fortemente questões políticas e sociais, João Paulo Ferreira realizou esta obra singular, ‘Fatucha Superstar’, num registo musical inspirado no Jesus ‘Christ Superstar’, de Andrew Lloyd Webber. Com a revolução ainda quente, Ferreira desconstrói aquele que foi um dos grandes alicerces do Estado Novo: as aparições de Nossa Senhora de Fátima. Se por um lado, ‘Fatucha Superstar’ é fiel à estética hippie do musical de Webber – e a uma geração portuguesa da altura –, já Fátima, ou Fatucha, é um sofisticado travesti que surge aos três pastorinhos de óculos escuros e descapotável.

Entrada: 2€ por sessão | Bilhetes disponíveis na Tabacaria Martins e ZDB (em dias com programação)

* Uma programação Rabbit Hole em colaboração com a ZDB

Com o apoio Centro Documentação e Arquivo Feminista Elina Guimarãe

A seguir à última sessão de cinema haverá a festa Barghain 3.0 , no Fontória, organizada pelos Rabbit Hole.

15.09.2016 | par marianapinho | Rabbit Hole, RAMA EM FLOR, zdb

Lançamento do Jornal da Exposição "4 Fotógrafos de Moçambique"

6ª feira | 9 de Setembro | 18:30 / 20:00
Centro InterculturaCidade | Travessa do Convento de Jesus, 16 

Fotografias: Moira Forjaz, José Cabral, Luis Basto e Filipe Branquinho
Edição e texto: Alexandre Pomar, 2016
Design: Ilhas Studio / 36 pp / 35x26 cm / Distribuição :STET Quatro fotógrafos que representam outras tantas gerações da fotografia de Moçambique, desde a década de 1970 de Moira Forjaz, que fotografou a Ilha de Moçambique e os anos de Samora Machel, até à actualidade dos retratos urbanos a cores e de grande formato («Ocupações») de Filipe Branquinho, um dos jovens fotógrafos que têm alcançado carreira internacional e exposto com frequência em Portugal.
A exposição mostra a vitalidade da imagem fotográfica em Moçambique, que foi encontrando sempre diferentes caminhos documentais nos 40 anos de independência do país, para além da grande escola de fotojornalismo impulsionada pelo exemplo e pelo ensino de Ricardo Rangel, vindo dos tempos coloniais. Numa dinâmica de crescente afirmação da singularidade autoral, outros caminhos foram abertos pela rebeldia e a liberdade das imagens de José Cabral, outro mestre de fotógrafos que aliou o enfoque social e a afirmação autobiográfica à dimensão poética, e a seguir pela coerência conceptual e formal de Luís Basto, fotógrafo de Maputo e do difícil quotidiano da cidade.

A exposição continua até 6 de Nov, no Centro Culural Emmerico Nunes

09.09.2016 | par marianapinho | Centro InterculturaCidade 4 Fotógrafos de Moçambique

TOMAR POSIÇÃO o político e o lugar | Ciclo de Abertura do Curso Experimental em Estudos de Performance

 

Dias 12, 13 e 14 de Setembro Polo Cultural Gaivotas | Boavista
Tomar Posição | o Político e o Lugar é um ciclo de três dias que dá início ao Curso Experimental em Estudos de Performance da plataforma baldio, a decorrer no Polo Cultural Gaivotas | Boavista, entre Setembro e Dezembro de 2016. 

Aberto ao público, o ciclo inclui, no dia 12, o lançamento da revista ‘Jeux Sans Frontières #2 – on Spaces of Resistance and Practices of Invention’ em apresentação de Luhuna Carvalho e Maria Alice Samara com a presença dos editores Sandra Lang, Nuno Leão e Ana Bigotte Vieira; no dia 13, a performance ‘Cidade Oráculo’ de Fernanda Eugénio; e no dia 14, o objecto performativo ‘Inter(in)animated Archives’ de Paula Caspão.

Constituindo-se como momento informal de encontro antes do arranque do curso, e tendo lugar naquele que doravante será o seu horário (segunda, terça e quarta-feira ao final da tarde), este ciclo propöe-se como um momento de discussäo pública de trabalhos onde ‘tomar posição’ se fez (e faz) urgente.

Este ciclo integra Lusco-Fusco, a programação de Verão do Polo Cultural Gaivotas | Boavista e tem como língua fraca o português e o inglês.

Na quarta-feira, dia 14, tem lugar um jantar de boas-vindas no restaurante água no bico (custo 12.5€). Para reservas enviar um e-mail para baldiohabitado@gmail.com.


PROGRAMAÇÃO
12 de Setembro, 18.30h Lançamento da revista ‘Jeux Sans Frontières #2 – on Spaces of Resistance and Practices of Invention’ em apresentação de Maria Alice Samara e Luhuna Carvalho, com a presença dos editores Sandra Lang, Ana Bigotte Vieira e Nuno Leão

13 de Setembro, 18.30h Performance Cidade Oráculo de Fernanda Eugénio

14 de Setembro 18.30h Objecto performativo Inter(in)animated Archives de Paula Caspão

PROGRAMAÇÃO DETALHADA:
12 de Setembro, 18.30

Lançamento da revista ‘Jeux Sans Frontières #2 – on Spaces of Resistance and Practices of Invention’ . A revista será apresentada por Maria Alice Samara e Luhuna Carvalho, seguindo-se uma conversa com os editores Sandra Lang, Ana Bigotte Vieira e Nuno Leão onde se procurará abordar especificamente a ligação entre o território metropolitano e uma série de formas de resistência contemporâneas que passam pelo habitar colectivo e comum de espaços concretos.

A JSF#2 parte das ocupações das praças que desde 2011 se fizeram sentir um pouco por todo o lado – motivo inicial que orienta, mas não esgota, a leitura deste conjunto de textos. Dar conta das formas de resistência política desenvolvidas ao longo dos últimos anos, passa por situá-las na relação com os espaços que então se abriram ou fecharam. Passa igualmente por inventariar algumas das práticas que jogaram mais ou menos positivamente com o conjunto das limitações – materiais tanto quanto subjectivas – que em cada caso, e segundo as incidências do lugar, definiram um ou outro conflito mais ou menos declarado, mais ou menos próximo ou afastado da visibilidade e dos holofotes dos media.

Conversa de Maria Alice Samara e Luhuna Carvalho com os editores da revista.

Luhuna Carvalho nasceu em Lisboa em 1980 e estuda Filosofia, Artes Marciais e Mecânica de Motociclos

Maria Alice Samara nasceu em Lisboa, em Abril de 1974. Doutorada em História Institucional e Política Contemporânea pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, é investigadora do Instituto de História Contemporânea (FCSH/UNL). Investigou sobre o tema Espaços e Redes de Resistência na grande Lisboa.

JOGOS SEM FRONTEIRAS (J-S-F) é uma plataforma transdisciplinar situada na intersecção entre arte, política e teoria crítica. 

13 de Setembro, 18.30h

‘Cidade-oráculo’, um jogo-performance participativo para 6 pessoas a cada vez por Fernanda Eugénio

‘Cidade-Oráculo’ é uma proposta participativa de deambulação que activa a matéria da polifonia urbana enquanto disparador de novas direcções e fio condutor para uma jornada inusitada. Nesta pequena viagem, o público é convidado a transportar uma pergunta emprestada, a visitar um lugar imprevisto e a experimentar as funções urbanas da agregação, da mistura e do acúmulo de camadas sensíveis. Enquanto isso, desenrola-se uma performance invisível. Para participar, é preciso trazer uma pergunta que se gostaria de fazer ao oráculo da cidade. 

Trata-se de um jogo participativo com duração de 2h. Os participantes são estimulados a trazer câmera de foto e bloco de notas.

Fernanda Eugénio é antropóloga, multiartista, investigadora e docente. Trabalha com pesquisa de campo, escrita, performance ampliada, proposições urbanas situadas e, sobretudo, com a construção de modos 
de fazer transversais para a composição relacional e para a criação por re-materialização. É directora da plataforma AND_Lab | Arte-Pensamento e Políticas da Convivência, a partir da qual desdobra uma investigação singular acerca dos usos artísticos e políticos da etnografia.

14 de Setembro, 18.30h

‘Inter(in)animated Archives’ 
Um objecto performativo de Paula Caspão 

É uma cartografia-performance que espacializa um percurso de investigação-meditação-passeação em torno das capacidades, actividades e formas de vida do Arquivo. De formato híbrido, situa-se entre a ficção e a teoria, entre as artes performativas e os estudos de performance. 

Paula Caspão é investigadora, artista transversal e dramaturgista em coreografia. Doutorada em filosofia (epistemologia e estética) pela Universidade de Paris-10, é actualmente investigadora integrada no Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa, e investigadora de pós-doutoramento no Centro de Estudos de Teatro da Universidade de Lisboa (FCT). Investiga as ecologias, as performances e as poéticas que constituem a História, o Museu e o Arquivo. Fundou Cabinet of T-Fi (Theory-Fiction): área exploratória de miscigenação entre práticas teóricas e praticas artísticas.

14 de Setembro, 21h 

Jantar-convívio no restaurante Água no Bico. Custo 12,5€. reservas até dia 12 para baldiohabitado@gmail.com

CURSO EXPERIMENTAL EM ESTUDOS DE PERFORMANCE

As inscrições para o Curso Experimental em Estudos de Performance encontram-se encerradas. 

O curso tem início a 19 de Setembro e prosseguirá até 14 de Dezembro, de 2ª feira a 4ª feira, das 18h30m às 21h30m, no Polo Cultural Gaivotas | Boavista.

 

Dias 12, 13 e 14 de Setembro
 Polo Cultural Gaivotas | Boavista

Tomar Posição | o Político e o Lugar é um ciclo de três dias que dá início ao Curso Experimental em Estudos de Performance da plataforma baldio, a decorrer no Polo Cultural Gaivotas | Boavista, entre Setembro e Dezembro de 2016. 

Aberto ao público, o ciclo inclui, no dia 12, o lançamento da revista ‘Jeux Sans Frontières #2 – on Spaces of Resistance and Practices of Invention’ em apresentação de Luhuna Carvalho e Maria Alice Samara com a presença dos editores Sandra Lang, Nuno Leão e Ana Bigotte Vieira; no dia 13, a performance ‘Cidade Oráculo’ de Fernanda Eugénio; e no dia 14, o objecto performativo ‘Inter(in)animated Archives’ de Paula Caspão.

Constituindo-se como momento informal de encontro antes do arranque do curso, e tendo lugar naquele que doravante será o seu horário (segunda, terça e quarta-feira ao final da tarde), este ciclo propöe-se como um momento de discussäo pública de trabalhos onde ‘tomar posição’ se fez (e faz) urgente.

Este ciclo integra Lusco-Fusco, a programação de Verão do Polo Cultural Gaivotas | Boavista e tem como língua fraca o português e o inglês.

Na quarta-feira, dia 14, tem lugar um jantar de boas-vindas no restaurante água no bico (custo 12.5€). Para reservas enviar um e-mail para baldiohabitado@gmail.com.


PROGRAMAÇÃO

12 de Setembro, 18.30h 

Lançamento da revista ‘Jeux Sans Frontières #2 – on Spaces of Resistance and Practices of Invention’ em apresentação de Maria Alice Samara e Luhuna Carvalho, com a presença dos editores Sandra Lang, Ana Bigotte Vieira e Nuno Leão

13 de Setembro, 18.30h 

Performance Cidade Oráculo de Fernanda Eugénio

14 de Setembro 18.30h 

Objecto performativo Inter(in)animated Archives de Paula Caspão

PROGRAMAÇÃO DETALHADA:

12 de Setembro, 18.30

Lançamento da revista ‘Jeux Sans Frontières #2 – on Spaces of Resistance and Practices of Invention’ . A revista será apresentada por Maria Alice Samara e Luhuna Carvalho, seguindo-se uma conversa com os editores Sandra Lang, Ana Bigotte Vieira e Nuno Leão onde se procurará abordar especificamente a ligação entre o território metropolitano e uma série de formas de resistência contemporâneas que passam pelo habitar colectivo e comum de espaços concretos.

A JSF#2 parte das ocupações das praças que desde 2011 se fizeram sentir um pouco por todo o lado – motivo inicial que orienta, mas não esgota, a leitura deste conjunto de textos. Dar conta das formas de resistência política desenvolvidas ao longo dos últimos anos, passa por situá-las na relação com os espaços que então se abriram ou fecharam. Passa igualmente por inventariar algumas das práticas que jogaram mais ou menos positivamente com o conjunto das limitações – materiais tanto quanto subjectivas – que em cada caso, e segundo as incidências do lugar, definiram um ou outro conflito mais ou menos declarado, mais ou menos próximo ou afastado da visibilidade e dos holofotes dos media.

Conversa de Maria Alice Samara e Luhuna Carvalho com os editores da revista.

Luhuna Carvalho nasceu em Lisboa em 1980 e estuda Filosofia, Artes Marciais e Mecânica de Motociclos

Maria Alice Samara nasceu em Lisboa, em Abril de 1974. Doutorada em História Institucional e Política Contemporânea pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, é investigadora do Instituto de História Contemporânea (FCSH/UNL). Investigou sobre o tema Espaços e Redes de Resistência na grande Lisboa.

JOGOS SEM FRONTEIRAS (J-S-F) é uma plataforma transdisciplinar situada na intersecção entre arte, política e teoria crítica. 

13 de Setembro, 18.30h

‘Cidade-oráculo’, um jogo-performance participativo para 6 pessoas a cada vez por Fernanda Eugénio

‘Cidade-Oráculo’ é uma proposta participativa de deambulação que activa a matéria da polifonia urbana enquanto disparador de novas direcções e fio condutor para uma jornada inusitada. Nesta pequena viagem, o público é convidado a transportar uma pergunta emprestada, a visitar um lugar imprevisto e a experimentar as funções urbanas da agregação, da mistura e do acúmulo de camadas sensíveis. Enquanto isso, desenrola-se uma performance invisível. Para participar, é preciso trazer uma pergunta que se gostaria de fazer ao oráculo da cidade. 

Trata-se de um jogo participativo com duração de 2h. Os participantes são estimulados a trazer câmera de foto e bloco de notas.

Fernanda Eugénio é antropóloga, multiartista, investigadora e docente. Trabalha com pesquisa de campo, escrita, performance ampliada, proposições urbanas situadas e, sobretudo, com a construção de modos 
de fazer transversais para a composição relacional e para a criação por re-materialização. É directora da plataforma AND_Lab | Arte-Pensamento e Políticas da Convivência, a partir da qual desdobra uma investigação singular acerca dos usos artísticos e políticos da etnografia.

14 de Setembro, 18.30h

‘Inter(in)animated Archives’ 
Um objecto performativo de Paula Caspão 

É uma cartografia-performance que espacializa um percurso de investigação-meditação-pas seação em torno das capacidades, actividades e formas de vida do Arquivo. De formato híbrido, situa-se entre a ficção e a teoria, entre as artes performativas e os estudos de performance. 

Paula Caspão é investigadora, artista transversal e dramaturgista em coreografia. Doutorada em filosofia (epistemologia e estética) pela Universidade de Paris-10, é actualmente investigadora integrada no Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa, e investigadora de pós-doutoramento no Centro de Estudos de Teatro da Universidade de Lisboa (FCT). Investiga as ecologias, as performances e as poéticas que constituem a História, o Museu e o Arquivo. Fundou Cabinet of T-Fi (Theory-Fiction): área exploratória de miscigenação entre práticas teóricas e praticas artísticas.

14 de Setembro, 21h 

Jantar-convívio no restaurante Água no Bico. Custo 12,5€. reservas até dia 12 para baldiohabitado@gmail.com

CURSO EXPERIMENTAL EM ESTUDOS DE PERFORMANCE

As inscrições para o Curso Experimental em Estudos de Performance encontram-se encerradas. 

O curso tem início a 19 de Setembro e prosseguirá até 14 de Dezembro, de 2ª feira a 4ª feira, das 18h30m às 21h30m, no Polo Cultural Gaivotas | Boavista.

09.09.2016 | par marianapinho | baldio jeux sans frontières

HAPPY TOGETHER 2016 // Call for Art

O programa HAPPY TOGETHER da mala voadora, em colaboração com o Pelouro da Cultura da Câmara Municipal do Porto, está de regresso: a edição deste ano tem uma incidência particular sobre África e conta novamente com um call for art e duas conferências no âmbito do Fórum do Futuro – uma com o fotógrafo Samuel Fosso e a outra, com o cineasta e curador Teddy Goitom.

O call for art ocorre entre os dias 18 de julho e 8 de setembro e pretende dar lugar à seleção de quatro propostas para intervenções artísticas na malavoadora.porto, cada uma com direito a uma bolsa de execução no valor de 1200 euros.

As obras propostas deverão relacionar-se com o tema do evento – a possibilidade de felicidade comum – nas suas mais diversas incidências, escalas e sensibilidades; e, sobretudo, devem relacionar-se com o trabalho dos convidados desta edição: Teddy Goitom e/ou Samuel Fosso.

Teddy Goitom produz documentários, criou as páginas www.afripedia.com ewww.stocktown.com e, genericamente, veicula para o mundo uma África e uma arte africana cosmopolitas. Já o fotógrafo Samuel Fosso usa o autorretrato fotográfico como um exercício de permanente reinvenção biográfica e cultural.

O concurso é aberto a todos os artistas residentes em Portugal e as intervenções podem ser de qualquer formato ou campo artístico – da instalação à performance, das artes visuais ao vídeo.

O anúncio das quatro propostas selecionadas será feito até ao dia 23 de setembro e as obras apresentadas durante o Fórum do Futuro.

 

REGULAMENTO E FOTOGRAFIAS DISPONÍVEIS EM http://bit.ly/29M8KDl

 

Agenda

Abertura do concurso | 19 de julho de 2016

Entrega de propostas via e-mail | a partir de 16 de julho de 2016

Limite para o envio de propostas | 8 de setembro de 2016, às 16.00

Anúncio das 4 propostas selecionadas | até 23 de setembro de 2016

Montagem/Execução/Preparação das Intervenções | 24 a 30 de outubro de 2016

Inauguração | 3 de novembro de 2016, às 17.00

Duração | a definir*

Desmontagem | a definir*

*A duração da exposição e/ou o número de apresentações, bem como a respetiva desmontagem serão estudados uma vez conhecidas as propostas vencedoras, em função da disponibilidade e viabilidade das mesmas.

03.09.2016 | par martalanca | Happy Together Call for Art Mala Voadora

Ciclo Mundos – setembro | Teatro da Trindade INATEL

8 de Setembro |  21h30

 

KAYHAN KALHOR & TOUMANI DIABATÉ (Irão/Mali)

Apesar dos 6 500 quilómetros que separam Teerão de Bamako, Kayhan Kalhor e Toumani Diabaté têm numerosos pontos em comum. Têm praticamente a mesma idade, iniciaram a carreira de solistas muito jovens - Toumani tinha 5 anos e Kayhan sete anos- e fizeram a mesma escolha dão aprender a música clássica dos seus respectivos países. A sua principal particularidade é tornarem-se, através de um jogo bastante pessoal e uma pesquisa inovadora, os embaixadores culturais das suas regiões e até do seu continente. Ambos têm a ousadia de ultrapassar as fronteiras da sua arte graças aos numerosos encontros internacionais. Então se este diálogo entre o kora mandinga e o kamanché persa é totalmente imprevisível, aquele entre Toumani Diabaté e Kayhan Kalhor é evidente. Fazem-nos partilhar uma preciosa aventura musical e humana.

15 de Setembro | 21h30

METÁ METÁ (Brasil)

O trio trabalha com a diversidade de géneros musicais brasileiros, utilizando arranjos nus e económicos que ressaltam elementos melódicos e signos da música de influência africana no mundo, explorando o silêncio e o contraponto, fugindo das ideias convencionais, seja nas características estéticas, ou seja, no modo alternativo de compartilhar a sua arte. No show, o trio chama ao palco os músicos Marcelo Cabral (baixo), Samba Ossalê (percussão) e Sérgio Machado (bateria). Com a banda, Metá Metá revela o lado mais pulsante do cd, com grooves dançantes, e arranjos em que a polifonia explorada pelo trio se expande para dialogar agora com referências do rock, afrobeat e dos batuques brasileiros em geral.

 

22 de Setembro |  21h30

DAKHABRAKHA (Ucrânia)

O nome parece impronunciável, como uma formula diretamente saída de um conto de fadas. Um homem e três mulheres vindos da Ucrânia e vestidos com trajes tradicionais. Com os seus cantos polifónicos e toucas na cabeça, eles misturam a tradição com a modernidade. É um dos grandes fenómenos dos últimos anos no circuito das músicas do mundo. O quarteto ucraniano DakhaBrakha parte de melodias tradicionais do seu país recolhidas em aldeias onde sobrevivem algumas dessas expressões quase esquecidas, pervertendo-as depois com um amplo dicionário de outras músicas resgatadas às mais variadas geografias – chamam-lhe «caos étnico». Tão bela quanto estranha, esta súmula desafia classificações e tanto assenta em harmonias vocais feéricas como toma caminhos de um transe eminentemente físico.

 

Local dos concertos:

MORADA |Teatro da Trindade INATEL

Rua Nova da Trindade, 9 | 1200-301 LISBOA

Coordenadas GPS: 38° 42′ 43.1” N | 9° 08′ 33.6” W

30.08.2016 | par martalanca | Ciclo Mundos, música

Festival Músicas do Mundo 2016

O FMM Sines - Festival Músicas do Mundo é um festival de música realizado no concelho de Sines, Costa Alentejana, Portugal, todos os meses de julho. Organizado pela Câmara Municipal de Sines, é um festival de serviço público cultural povoado por espectadores-descobridores. Adotando “Música com espírito de aventura” como assinatura, define-se por uma programação exigente apresentada em cenários históricos e urbanos de grande beleza e autenticidade, próximos de uma costa com paisagem protegida. 

Castelo de Sines Castelo de Sines

ver programa 

21.07.2016 | par martalanca | Festival de Músicas do Mundo

Open call for curatorial proposals BIENALSUR

BIENALSUR has organized two open international contests for curatorial projects and artistic proposals to encourage the creation of projects that could not be conducted outside the exceptional setting of a biennial. In this regard, those proposals that intervene/interfere non-conventional sites, public urban spaces, etc. will be favored in order to build visual reference networks. The Biennial will thus become a milestone that signals the territory beyond conventional exhibition halls. The calls are open until August 31st, 2016.

What is BIENALSUR?

BIENALSUR is the 1st International Contemporary Art Biennial of South America. It takes place in 2016 and 2017. Next year, the main venues in Buenos Aires will be the Centro Cultural Kirchner, the MUNTREF and the Museo Nacional de Bellas Artes. Besides, this Biennial operates in collaboration with the cities of Tucumán, Córdoba, San Juan, Montevideo, Asunción, Bogotá, Lima, Sao Paulo, Santiago de Chile, Valparaíso, Rio de Janeiro, Quito, Cali, Berlin, Cotonou and Sydney, as well as other cities that will be incorporated later.

BIENALSUR is organized by the Universidad Nacional de Tres de Febrero.

Aníbal Jozami: General Director

Diana Wechsler: Curator and Conicet-UNTREF Researcher

More information and terms and conditions at www.bienalsur.org.

20.07.2016 | par martalanca | BIENALSUR

Open call for ideas for a web-series on migrations, development and human rightsOpen call for ideas for a web-series on migrations, development and human rights

The partners of the European project AMITIE CODE launch a call for ideas for the production of a web-series on migration, development and human rights.

The call is open to European independent audio-visual production companies, non governmental organisations and civil society ones, local organisations involved in decentralized cooperation and migrants integration, independent foundations.

The web series will be divided into 6 episodes to be filmed in the partner cities of Bologna (IT), Toulouse (FR), Hamburg (DE), Riga (LT), Loures – metropolitan area of Lisbon (PT), Seville/Andalusia (ES) and focused on:
1. The unequal relationships between developed and developing countries;
2. The global interdependency that causes every action (including individual consumer choices) to have an impact on developing and emerging countries;
3. The importance of Africa’s development for nowadays Europe;
4. The results of the development cooperation, and in particular of decentralised cooperation;
5. The migrations and the routes within Africa, Latin America and Asia, and from Africa, Latin America and Asia to Europe, with special attention towards the migration flows directly involving the partner cities;
6. The human rights standard and the impact of responsible consumption.

The selected idea/project will be awarded €65.000.

You can find further information on the call and the forms to participate on AMITIE CODE website www.amitiecode.eu
All forms and all the other requested material must be sent via certified e-mail to protocollogenerale@pec.comune.bologna.it  by the 1st of September 2016.

The partners of AMITIE CODE project are:

Municipality of Bologna (IT), GVC (IT), Emilia-Romagna Region (IT), FAMSI (ES), City of Loures (PT), Municipality of Reggio Emilia (IT), City of Toulouse (FR), Riga City Council (LV), University of Bologna (IT), CEI-IUL (PT), Sevilla Acoge Foundation (ES), ECCAR European Coalition of Cities Against Racism, Adult education college of Hambourg (DE), Latvian Centre for Human Rights (LV), Cittalia (IT).

17.07.2016 | par martalanca | development, human rights, migrations

JAMES "BLOOD" ULMER (EUA) Ciclo Mundos

15 Julho sexta - 21h30 | Teatro Trinda I Inatel 

Basta olhar para a história deste guitarrista de jazz para nos perguntarmos quantas vidas já não terá vivido. Nascido na Carolina do Sul em 1940, as cordas da sua guitarra acompanharam, a partir da década de 60, incontáveis bandas e artistas, do jazz ao R&B, do funk aos blues. Mas seria a sua ligação ao saxofonista Omette Coleman, que pela primeira vez integrou uma guitarra eléctrica na sua música, que o tornariam mítico. Ulmer desdenhou da segurança e do conforto de cada sucesso para mudar tudo. Aderiu ao método harmolódico de Ornette Coleman com o fito de ir mais além, estabelecendo uma nova forma de afinar o seu instrumento. Encheu o jazz de funk, de rock e mesmo de folk e até na cena norte-americana dos blues está a deixar marcas. Nenhum dos idiomas musicais da diáspora afro-americana sai incólume dos seus dedos: misturam-se, confundem-se e ficam profundamente renovados. É um gigante da música do século XX e deste início do XXI, independentemente de géneros e tendências.

14.07.2016 | par martalanca | Blues, Carolina do Sul, JAMES

ÂNGELA FERREIRA | Underground Cinemas & Towering Radios

21 Julho :: 18h30 - Inauguração

Underground Cinemas & Towering Radios reúne um conjunto de obras através das quais Ângela Ferreira (Moçambique, 1958) tem investigado, celebrado e problematizado as utopias descolonizadoras e revolucionárias do período eufórico de construção nacional em Moçambique, entre a independência em 1975 e o início da guerra civil em 1977. Na linha do pensamento de Frantz Fanon, Amílcar Cabral e Samora Machel, Ferreira examina o papel da cultura, nomeadamente do cinema e da rádio, na construção da nação e nas dinâmicas de colaboração internacionalista, em contexto de Guerra Fria e de luta anti-apartheid na África do Sul. Presta homenagem a este momento histórico através de uma prática investigativa e arquivística que recorre à escultura, ao vídeo, ao som, à fotografia, à serigrafia e ao desenho para revelar imagens e sons deste período que permanecem frequentemente esquecidos. As homenagens de Ferreira sob a forma de modelos e estudos para monumentos, normalmente incluindo várias versões, retêm uma qualidade de incompletude, abertura, mobilidade e desejo – mesmo quando se trata de instalações de grandes dimensões que passaram da experimentação do desenho e da maquete ao acabamento da escultura final. Estes arquivos e cartografias de revolução são monumentos em revolução (incompleta). A utopia moçambicana do período pós-independência, os seus esforços comunitários, internacionalistas e de bases para descolonizar a produção e a distribuição de imagens, e o impacto das suas ondas (de rádio) na luta anti-apartheid regressam dos seus futuros passados para indagar o presente. 

 

Underground Cinemas and Towering Radios gathers a set of works by means of which Ângela Ferreira (Mozambique, 1958) has been investigating, celebrating and problematizing the decolonizing and revolutionary utopias of the euphoric period of nation building in Mozambique, between the independence in 1975 and the beginning of the civil war in 1977. In line with the theories of Frantz Fanon, Amílcar Cabral and Samora Machel, Ferreira examines the role of culture, notably of cinema and radio, in the nation-building process and in the dynamics of internationalist collaboration, in a context of Cold War and of anti-apartheid struggle in South Africa. She pays homage to this historical moment by means of an investigative and archival practice undertaken through sculpture, video, sound, photography, serigraphy and drawing, in order to reveal images and sounds from this period, which often remain forgotten. Ferreira’s homages in the form of models and studies for monuments, usually including several versions, retain a quality of incompletion, openness, mobility and desire – even in the case of large installations, which have moved from the experimentation of drawings and maquetes towards the finish of the final sculpture. These archives and cartographies of revolution are monuments in (incomplete) revolution. The Mozambican post-independence utopia, its internationalist and grassroots communal efforts of decolonizing image production and distribution, and the impact of its (radio) waves on the anti-apartheid struggle return from their past futures to pose questions about (and to) the present.

 

13.07.2016 | par martalanca | ângela ferreira

Teatro GRIOT O lugar por onde a vaca passou

- Tu quem és?

- Que raça? 

O lugar por onde a vaca passou - a partir de Prometeu, Rascunhos e Agrilhoado - é uma produção do Teatro GRIOT com encenação de João Fiadeiro

O Teatro GRIOT convidou o coreógrafo João Fiadeiro, o artista visual Francisco Vidal e o designer de luz Eduardo Abdala para a criação de um espectáculo que procura o “território do meio, do intervalo e da suspensão...” (João Fiadeiro) como lugar de eleição, onde o espectador tem a sensação de ter entrado numa peça já em andamento e sem fim. Partindo de duas traduções distintas de “Prometeu Agrilhoado” de Ésquilo, especificamente do encontro com Prometeu, João Fiadeiro propõe-nos uma espécie de meta-diálogo entre traduções (entre tradutores), que se aproximam, se afastam e se cruzam, chegando mesmo a sobrepor-se de quando em quando.  Num deslocamento do foco, coloca-se o protagonismo na exilada vaca que se atravessa na vida do prisioneiro Prometeu.

- Pelo resto dos tempos

- Para sempre ficará entre os mortais

- os mortais contarão histórias acerca desta tua travessia.

- a grande fama da tua travessia.

- Ao lugar chamarão Bósforo

- Dela tirará o nome de Bósforo,

- por tua causa.

- a passagem da vaca.

- O lugar onde passou a vaca.

“Este teatro* não é bem um teatro*: é apenas uma ruína. Ruíram as palavras de uma língua que já ninguém fala e a que mesmo a mais escrupulosa erudição dos filólogos não mais voltará a dar inconsciente consciência de quem a falou; ruíram os textos corrompidos por copistas, corrompidos pela química, desfeitos para sempre; e se são ruínas sempre as palavras que noutra língua substituem as primeiras, é este teatro* ruína de uma ruína, corroído pelo tempo, pelas línguas, pela História.”  (Obra Completa de Ésquilo, Introdução Jorge Silva Melo)

*no original lê-se “livro”.

Data | De 20 a 31 de Julho’16 
Local | Teatro do Bairro
Morada | Rua Luz Soriano N.º 63 (Lisboa)
Hora | 21H30 (Qua. a Sáb.) 17H (Dom.)
Preço | 10€ (Normal) 7,50€ (C/desconto) 5€ ( +10 pax)
Reservas | 213 473 358 ou 913 211 263 (das 15H às 20H)
Encenação: João Fiadeiro;  Actores: Ana Rosa Mendes, Giovanni Lourenço, Margarida Bento, Matamba Joaquim; Cenografia: Francisco Vidal; Assistência a cenografia: Micael Costa; Design de luz: Eduardo Abdala; Figurinos: Inês Morgado; Sonoplastia: Carlos Neves; Fotografia: Magda Fernandes; Comunicação: UPF| Comunicação e Relações Públicas; Produção: Teatro GRIOT; Apoio à produção: Underground Railroad

13.07.2016 | par martalanca | Ésquilo, João Fiadeiro, teatro griot

Performa Gala Honors Okwui Enwezor

11.07.2016 | par martalanca | Okwui Enwezor, South Africa