O Médico Negro do Rei
Até que os leões tenham os seus próprios historiadores, a história das caçadas glorificará sempre os caçadores
provérbio africano
Margarida Magalhães Ramalho publicou recentemente uma biografia de Thomaz de Mello Breyner (1866-1933), Conde de Mafra, avô de Sophia de Mello Breyner, aí descrito como o médico do Rei D. Carlos e das prostitutas de Lisboa. Este personagem foi casado com uma filha com Henrique Burnay, um dos banqueiros mais ricos do país. Profundamente monárquico, foi deputado e escreveu nos jornais mais conservadores, nomeadamente no Acção Realista1.
Memória e esquecimento
A memória coletiva cultural forma-se com a celebração/recordação dos acontecimentos do passado. As memórias constituem uma herança que cada geração lega às seguintes. Não podendo ser uma memória exaustiva, apenas pode ser incorporada como herança uma fração do passado real. Esse processo implica, assim, uma forte componente de seleção levada a cabo com base em critérios atuais serve uma visão do presente e constrói uma visão de futuro – um devir em construção.
Maurice Halbwachs, na sua obra seminal Memória coletiva, defende que a Memória é a reconstrução do passado à luz dos referenciais do presente. Assim, a partir de referenciais diversos se obtêm memórias diversas, ainda que todas assentes em factos verificáveis. Mas é possível ir mais longe e identificar interesses que exijam a supressão e o apagamento da memória coletiva de factos e acontecimentos que colidem com a narrativa dominante sobre determinadas épocas.
Nesse sentido, memória e história são campos nos quais se trava uma dura batalha cientifico-ideológica, cujos vários grupos sociais, partindo de metodologias e posicionamentos distintos, procuram fazer vingar o seu ponto de vista.
Naturalmente as classes dominantes que detêm o poder económico e político, controlando igualmente todo um aparelho cultural e ideológico, impõem a sua perspetiva como verdade institucional e oficial. As classes e os grupos dominados, por seu lado, têm maior dificuldade em manter as suas memórias e a defender a verdade factual.
Percebemos então que essas memórias selecionadas e integradas numa herança histórica e cultural são as que melhor servem as classes dominantes em cada momento. Assim, essa herança vai-se alterando à medida das necessidades e dos interesses em presença.
Tudo o que não encaixa nessa narrativa é omitido, esquecido, rasurado. O apagamento desses acontecimentos impede outras memórias de se formarem e consolidarem. Quando tal é feito com vista a suprimir uma identidade, a anular memórias de uma comunidade, constitui um crime que urge reparar.
A sociedade portuguesa sempre foi diversa desde a sua fundação no século XII. No entanto, o regime democrático tem vindo a criar o mito de uma sociedade exclusivamente branca, em que negros e outras minorias são considerados “segunda-geração” de imigrantes recentes, logo não parte integrante do todo nacional, fingindo esquecer que “Muito antes do seu confinamento ao território português, espaço fundacional, havia várias décadas que a sociedade portuguesa já era pluricultural” (Mata, 2016, pp. 8) Não é por acaso que Portugal se recusa a reconhecer minorias étnicas no seu ordenamento jurídico.
Para esta falsa construção identitária, o silenciamento da História e das memórias das várias minorias étnico-raciais torna-se essencial. Uma manipulação engenhosa, uma narrativa difundida repetidamente mas que não resiste ao escrutínio sério.
Veja-se o caso dos Ciganos, parte da comunidade nacional há séculos e que não têm uma historiografia na academia portuguesa, a sua presença nunca mencionada na História do seu próprio país, o seu contributo esquecido, a sua marca histórica apagada. Fantasmas sem passado e sem futuro. Como se de corpo estranho sem parte da nossa sociedade se tratasse.
O mesmo se passa com os Negros, em larga medida apagados e apenas presentes como “escravos”, ou “selvagens” e “imigrantes” (na maior parte das referências, “indocumentados” – para não dizer “ilegais”, a terminologia preferida do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e, portanto, do Estado). Tudo o resto eclipsado. Simultaneamente, a escravatura e o colonialismo justificados e/ou tornados processos normalizados.
Como noutros casos, o processo de silenciamento procura invisibilizar os contributos, as pertenças, as lutas e as conquistas das minorias étnicas e impor uma falsa visão de uma sociedade sem diversidade em que das diversas minorias se espera apenas que se dissolvam na cultura dominante.
Os médicos do Rei D. Carlos
Mas o que tem toda esta reflexão a ver com Thomaz de Mello Breyner o médico do Rei do Carlos? Tudo. Esta biografia, acima referida, Thomaz de Mello Breyner - Relatos de uma Época do Final da Monarquia ao Estado Novo, da autoria de Margarida de Magalhães Ramalho, e outros trabalhos procuram elevá-lo ao papel de médico do Rei. Veja-se a profusão de entrevistas e textos que foram publicados nos meios de comunicação social a propósito do lançamento do referido livro. A verdade, contudo, é outra.
A Real Câmara dirigida pelo Mordomo-Mor era constituída por diversos serviços, nomeadamente os médicos, atente-se no plural –“Da Real Câmara, faziam também parte os Médicos. Desde muito cedo que a Casa Real tinha ao seu serviço esta categoria profissional” (Machuqueiro, 2013, pp. 93).
A Real Câmara era, pois, um serviço exclusivo pessoal do Rei e da família real e era constituída pelos Gentis-homens da Câmara, o Secretário Pessoal do Rei, os Médicos, o Farmacêutico, Guarda-Roupas, Porteiros e Reposteiros e ainda o pessoal do quarto. O Mordomo-Mor, por seu lado, tinha ainda a cargo não só a Real Câmara mas também outros serviços a Música de Câmara Real, as Reais Capelas, as Reais Bibliotecas, o Gabinete Numismático, o Gabinete de Pintura, o Museu de História Natural - todos estes serviços privativos do Rei. A par da Câmara Real existia também a Casa da Rainha com os seus serviços exclusivos, e um longo conjunto de serviços dedicados a servir a Família Real. Pedro Machuqueiro indica que o número de médicos da Real Câmara variou ao longo dos tempos – por exemplo, em 1891 eram nove e em 1894 apenas quatro. A média de médicos em serviço simultâneo fixava-se em torno de seis (Machuqueiro, 2013b, pp 59).
É que o Rei não tinha um médico. Tinha um conjunto de médicos da Real Câmara de que um nome sobressaía, o de Carlos Tavares, um médico negro.
Carlos Tavares
Mas quem era Carlos Joaquim Tavares? Aquando da sua morte em 1913, o jornal A Voz d’África escreveu “Este ilustre médico nasceu em Egito em Angola no distrito de Benguela em 25 de Dezembro de 1857 e veio para Lisboa …. “ (A Voz d’África, 1913, pp. 1). Era, pois, angolano. “Era filho de António Joaquim Tavares” (A Capital, 1913, pp. 2).
Egito é uma pequena povoação junto à costa a cerca de 35 Km a Norte da cidade do Lobito, na atual província de Benguela, em Angola. Aí os portugueses estabeleceram um entreposto do criminoso tráfego negreiro que durante séculos praticaram.
Veio para Lisboa onde incialmente estudou na Escola Politécnica de Lisboa e, depois, na Escola Médico-cirúrgica em que entrou em 1882 logo se destacando como um dos mais brilhantes alunos de Medicina do seu tempo.
Brito Camacho, médico e político republicano2, na sua obra de caráter memorialista Gente Vária descreve-o como “um homem de superior inteligência” e “espirito notavelmente imaginoso” (Camacho, 1928, pp. 27). Conta o episódio do discurso no Teatro da Trindade que celebrizou o ainda estudante Carlos Tavares e chamou a atenção o seu Professor Sousa Martins.
A Academia de Lisboa associara-se às festas do centenário de Camões, e Carlos Tavares, ainda estudante, foi encarregue de fazer um discurso no Theatro da Trindade. O thema escolhido foi este – a medicina nos Luziadas. Esse discurso foi a revelação d’um extraordinário talento oratório, e Sousa Martins, que Mestre na Arte que celebrisara Cicero e Demosthenes, logo o tomou á sua conta (Camacho, 1928, pp. 27).
O discurso de Carlos Tavares obteve um tal êxito que o António Maria, o jornal ilustrado editado por Rafael Bordalo Pinheiro, publicou uma ilustração do jovem estudante elegantemente vestido e com um vistoso laço junto ao grande mestre Sousa Martins. Note-se que até Rafael Bordalo Pinheiro, um acérrimo defensor do colonialismo e cujos desenhos revelam amiúde o seu racismo, como bem explica Ângela Guimarães, se rendeu aos talentos oratórios de Carlos Tavares3.
Como aluno revelou-se brilhante:
Carlos Joaquim Tavares realizou o Ato Grande em 1883, o seu primeiro exame a 17 de junho de 1878 e o último que foi à 8ª cadeira, “Clínica médica”, quatro anos depois a 15 de junho de 1882. Em todos os exames, exceto no primeiro, “Anatomia descritiva” recebeu a aprovação com louvor (Gama, 2018, pp. 118).
Terminado o curso concorreu e venceu o concurso para Professor da sessão de Medicina tendo sido “nomeado por decreto de 16 de Abril de 1885” (Gama, 2018). Foi promovido a lente em “24 de Setembro de 1888 sendo-lhe destinada a sétima cadeira (pathologia interna) vaga por jubilação do professor Pita” (A Capital, 1913, pp. 2).
Embora nas décadas finais do século XIX, porque o país se perdia em sucessivas crises políticas e económicas, era apoucado na cena internacional e tardava a modernizar-se, se tenha instalado um mal-estar na sociedade portuguesa que levou uma geração de intelectuais a auto-designar-se Vencidos da Vida, na Medicina o panorama era outro. Um grupo brilhante de médicos lançava as bases da Medicina moderna, assente no método científico, na experimentação, e no alargamento dos tratamentos a muitas classes sociais até aí excluídas. Esse grupo, que se designou os Vencedores da Medicina, teve como impulsionador Sousa Martins. Dele também fez parte Carlos Tavares.
Prossigamos com A Voz d’África:
Tendo granjeado fama como lente e como clínico, foi aí 1894 nomeado médico da Real Câmara por intervenção de Carlos Lobo d’Avila, ministro, amigo e admirador de Carlos Tavares (A Voz d’África, 1913, pp.1).
E o artigo refere, em tom irónico, que se o Rei D. Carlos queria ter um bom médico na sua Real Câmara, e não apenas os condes, teve de refrear os preconceitos de cor e aceitar Carlos Tavares.
Na verdade Carlos Tavares era já nesse momento um dos mais prestigiados clínicos do seu tempo. Na sua História resumida da Medicina em Portugal, o Professor J. Martins Siva refere que no final do século sobressaíram
Na clínica, além de Sousa Martins e Manuel Bento, sucederam-se Bettencourt Pita, Arantes Pedroso, Oliveira Feijão, Curry Cabral, Carlos Tavares e Ferraz de Macedo (Silva,2002b, pp. 312).
Foi médico pessoal do Dr. Manuel Bento de Souza, seu mestre e amigo, de quem escreveu o elogio fúnebre no jornal ilustrado Brasil-Portugal, em 1899. Desse texto admirável extraímos a seguinte citação para que se possa admirar os dotes oratórios de Carlos Tavares:
“O eminente professor, que tinha carinhos de pai para os discípulos que o adoravam, que os enchia de assombro pela concisão, clareza e força d’argumentos de todas as suas preleções, -qualidades tão invejadas e enaltecidas Sousa Martins - era o único cuja firmeza de mão podia opor-se á de Claude Bernard e cujo rigor de demonstração podia igualar-se ao de Pasteur” (Tavares, 1899, pp. 7).
Em 1903, enquanto professor de Patologia Interna, fez parte da Comissão Revisora da Farmacopeia, instituição que corresponde ao moderno Infarmed, que aprovava os medicamentos para uso humano.
Quando o Príncipe Luís Filipe visitou os territórios africanos ocupados em 1907 Carlos Tavares foi o médico escolhido para acompanhar o herdeiro do trono.
No momento da morte do Rei D. Carlos, assassinado em Lisboa, a Real Câmara que examinou o seu corpo e determinou a causa da morte era composta por António de Lencastre, Oliveira Feijão, Barros da Fonseca, Carlos Tavares, António Meireles, Artur Ravara, Tomaz de Mello Breyner e Silva Amado. Foram estes médicos que, no Palácio das Necessidades, fizeram uma autópsia rigorosa ao cadáver do Rei (Barata, 2008, pp. 114).
Exerceu várias funções, nomeadamente de Vice-Presidente da Sociedade das Ciências Médicas de Lisboa e Diretor da Sociedade de Banhos de São Paulo.
Publicou vários artigos em revistas médicas e dois livros, O nervo do gosto ou de Wrisberg e Algumas palavras sobre o arthritismo, sendo o primeiro a sua tese de doutoramento.
Morreu em Lisboa em Fevereiro de 1912 aos 56 anos. A Capital publicou um extenso artigo sobre a sua vida e morte: “Faleceu esta madrugada na sua casa na rua do Athaide nº9,o Sr. Dr. Carlos Joaquim Tavares ilustre clinico e professor” (A Capital, 1913, pp. 1). No mesmo jornal e no mesmo dia surgem vários notas na necrologia anunciando a sua morte com especial para duas, uma da Faculdade de Medicina de Lisboa e outra da Sociedade de Ciência Médicas.
Recordo que nessa época outro médico negro, Sousa Martins (1843-1897), se afirmou também como notável professor e clinico dos mais pobres e desfavorecidos. É, talvez o único médico, a quem foi erigida estátua pelo seu trabalho junto dos pobres. Na cultura popular Sousa Martins ganhou mesmo um estatuto de santo secular. Guerra Junqueiro escreveu sobre Sousa Martins:
“Sousa Martins foi grande, porque foi bom. Radiou amor, encanto, esperança, alegria e generosidade… Foi amigo, carinhoso e cândido, dos pobres e dos poetas. A sua mão guiou, a sua boca perdoou, os seus olhos choraram.” (Junqueiro, 2012, pp. 19)
Racismo em vida, esquecimento na morte
Brito Camacho, um colonialista convicto que assumiu o governo de Moçambique nos primeiros anos da década de 20, deixa transparecer no livro citado anteriormente a sua índole racista insultando Carlos Tavares de forma desabrida: “Indolente por fatalidade de raça, Carlos Tavares nunca opulentou o espírito…” (Camacho, 1928, pp 27-28). O mesmo político não se coibiu de escrever sobre a mãe de Carlos Tavares o seguinte texto igualmente ofensivo, acintoso e injuriante:
“á desgraçada mulher que era sua mãe, uma pobre negra que naturalmente era incapaz de sentir orgulho pelo facto de ser seu filho um homem de posição tão elevada” (Camacho, 1928, pp. 28).
Outros ao longo da vida o procuraram diminuir e insultar. O seu génio, o seu profissionalismo, o seu conhecimento permitiram-lhe sempre vencer a adversidade. Como o próprio Brito Camacho reconhece, o racismo grassava na alta sociedade portuguesa da época:
Na verdade o rei D. Carlos, fazendo médico do paço um homem de cor, um africano, deu uma prova de coragem, porque afrontou preconceitos” (Camacho, 1928, pp. 28).
A sua luta contra o racismo e o “preconceito de cor” como esse era designado na época levou-o a envolver-se e a apoiar o vibrante movimento Negro da I República, um movimento, ele próprio silenciado pela historiografia oficial, mas que partindo de um grupo de jovens que ainda estudantes fundaram em 1911 o jornal estudantil O Negro e, depois, sucessivamente um grupo de jornais dos quais a A Voz d’África já aqui citada, mas que incluiu também A Tribuna d’África e várias outras publicações.
Este movimento político pugnou pelos direitos e interesses das populações africanas quer em Portugal quer nos territórios africanos ocupados por Portugal, pela autonomia desses territórios sob o lema “África para os africanos”, e pela igualdade racial.
Este movimento, integrado no movimento mundial do pan-africanismo da época, desembocou na organização de plataformas políticas negras e mesmo de dois partidos políticos a Liga Africana e o Partido Nacional Africano. Apesar de todas as limitações impostas pelo colonialismo estes partidos apresentaram-se a eleições e elegeram mesmo deputados.
Carlos Tavares, não sendo um político ativo, apoiou o movimento e muitos dos seus membros enquanto jovens estudantes africanos em Lisboa.
Não fora a A Voz d’África, jornal fundado, dirigido e escrito por negros na segunda década do século XX, e as memórias dos seus contemporâneos, não saberíamos muito do que sabemos sobre Carlos Tavares um dos médicos do Rei D. Carlos e um dos maiores vultos da Medicina clínica portuguesa.
Passaríamos a repetir que Thomaz de Mello Breyner era o médico do Rei. Um facto indiscutivelmente que se integra perfeitamente na narrativa da “segunda-geração” e apaga o nome e a obra do Professor Carlos Tavares.
Hoje, resgatando a sua memória, desocultando factos históricos, podemos perceber melhor a nossa História, a nossa diversidade e afastar com vigor mitos e falácias que envenenam a nossa vivência quotidiana.
Referências:
A Capital (1913), Falecimento – Dr. Carlos Joaquim Tavares, Ano 3, Número 921, 23 de Fevereiro de 1913
A Voz d’África (1913), Dr. Carlos Joaquim Tavares, 1 de Março de 1913
Barata, José (2008) “Uma Nosografia de D. Carlos I no centenário do regicídio”, Revista da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, Volume 15, Número 2, pp. 141-145.
Batos, Cristina (2015) “Entre dois mundos: Thomaz de Mello Breyner e a clinica de sífilis do Desterro, Lisboa”, in Filantropos da Nação, Sanglard, Gisele, Luiz Otavio Ferreira, Maria Martha de Luna Freire, Maria Renilda Nery Barreto, Tânia Salgado Pimenta (org),Rio de Janeiro, Editora FGV, pp 113-132.
Camacho, Brito (1928), Gente Vária, Lisboa, Guimarães & Cia.
Gama, Patrícia Eugénia Moreno Sanches (2018), Médicos de Lisboa – Alunos da escola Médico-cirúrgica de Lisboa 1837-1889, Tese de Doutoramento, Escola de Sociologia e Políticas Públicas, ISCTE-IUL, [on line] disponível em https://repositorio.iscte-iul.pt/bitstream/10071/19814/1/PhD_Patricia_Sanches_Gama.pdf (consultado a 20 de março de 2020).
Guimarães, Ângela (1987) “Imperialismo e Emoções- A Visão de Bordallo Pinheiro”, Sociologia, Número 2, pp. 157-182.
Halbwachs, Maurice (1990), Memória Coletiva, São Paulo, Edições Vértice.
Junqueiro, Guerra (2012), Prosas Dispersas, E-book, Freeditorial Publishing House, [on line] disponível em https://freeditorial.com/en/books/prosas-dispersas—2, consultado a 20 de março de 2020
Machuqueiro, Pedro Urbano da Gama (2013), “Nos bastidores da corte”: O Rei e a Casa Real na crise da Monarquia 1889-1908 - Anexos, tese de Doutoramento, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas. Universidade Nova de Lisboa.
Mata, Inocência (2014), “Estranhos em Permanência: A Negociação da Identidade Portuguesa na Pós-colonialidade”, Revista Crítica e Sociedade: Revista de Cultura Política, Volume 4, Número 1, pp. 5-34.
Silva, J. Martins (2002a), “Anotações sobre a história do ensino da Medicina em Lisboa, desde a criação da Universidade Portuguesa até 1911 – 2º parte e conclusão”, Revista da Faculdade de Medicina de Lisboa, Série III, Volume 7, Número 5, 237-249.
Silva, J. Martins (2002b), “Anotações sobre a história do ensino da Medicina em Lisboa, desde a criação da Universidade Portuguesa até 1911 – 2º parte e conclusão”, Revista da Faculdade de Medicina de Lisboa, Série III, Volume 7, Número 6, 305-314.
Tavares, Carlos (1899), “Dr. Manuel Bento de Souza”, Brasil-Portugal, Número 8, 16 de Maio de 1899.
- 1. A Acção Realista durou de 1924 a 1926, teve como diretor Ernesto Gonçalves e uma orientação alinhada com o integralismo lusitano, movimento de carácter fascista. Já em plena I República pugnava pela restauração da monarquia. No seu número três, entre outros artigos inclui o intitulado “O perigo Judeu” da autoria do Visconde de Porto da Cruz. No número 16 dessa publicação, Thomaz de Mello Breyner assina o artigo “A memória dos Braganças” em que escreve um panegírico de D. Carlos.
- 2. Brito Camacho (1862-1934) exerceu vários cargos ministeriais durante a I República. Em 1912 fundou o Partido da União Republicana, conhecido como partido unionista, que dirigiu. Também fundou e dirigiu o jornal desse partido A Luta. Nos anos 20 desempenhou também o cargo de Alto-comissário da República para Moçambique. Foi aluno de Carlos Tavares.
- 3. No seu estudo sobre a obra de Rafael Bordalo Pinheiro o racismo e o colonialismo estão muito presentes como explica Ângela Guimarães “A exaltação patriótica e o racismo são muito nítidos em «Portugal perante o estrangeiro” e em muitas outras obras cerâmicas ou caricaturais do célebre artista (Guimarães, 1987).