Adolfo Maria
Luanda (1935). É conhecido pela sua participação na luta pela Independência de Angola, através do combate cultural, político e armado, empreendido desde muito jovem. Esteve preso em 1959 pela polícia política portuguesa, a PIDE, por actividades nacionalistas.
No exílio, para onde partira em 1962, foi um dos fundadores do Centro de Estudos Angolanos, em Argel. Transferido em 1969 para a II Região político-militar do MPLA, dirigiu a Rádio Angola Combatente. Fez parte, em 1974, de uma tendência do MPLA, a Revolta Activa. Por esse facto, cinco meses após a independência, foi obrigado a esconder-se durante quase três anos para escapar à captura pela polícia política angolana, a DISA. Após a amnistia, em Setembro de 1978, Adolfo Maria, fez saber que estava vivo. Ficou preso cerca de três meses e depois expulso para Portugal, em Janeiro de 1979, onde reencontrou o seu companheiro de luta Gentil Viana que estivera preso e fora torturado, sendo expulso de Angola em finais de 1978.
Em Lisboa, em meados dos anos 80, participou com Viana e Mário Pinto de Andrade na formação de um Grupo de Reflexão visando o fim da guerra civil em Angola. Depois dos Acordos de Bicesse, voltou ao país, em 1991 e 1992, acompanhando Viana que foi apresentar o seu plano de convivência nacional.
Publicou artigos nos extintos jornais de Lisboa: A Capital e O Jornal. Em 2006, foi publicado o livro ANGOLA NO PERCURSO DE UM NACIONALISTA - CONVERSAS COM ADOLFO MARIA, uma entrevista ao historiador Fernando Tavares Pimenta. Em 2014, publicou ANGOLA – SONHO E PESADELO onde descreve a terrível experiência vivida quando escondido da DISA. Seguiu-se o romance NA TERRA DOS TTR, uma alegoria do país naquele tempo. Publicou em 2015, ANGOLA - CONTRIBUTOS À REFLEXÃO, compilação de textos sobre temas históricos, políticos, económicos, sociais, de cidadania e de cultura. Em Março de 2016 publicou o romance NAQUELE DIA NAQUELE CAZENGA. Em Outubro desse ano editou ANGOLA NO TEMPO DA DITADURA DEMOCRÁTICA REVOLUCIONÁRIA - POEMAS DO AUTO-CÁRCERE, constituído pelos numerosos poemas que fizera na sua clandestinidade, fugido da repressão do pós-independência. Em 2018 publicou o livro de poemas O QUE FALTA. Em 2019, ANGOLA, A HORA DA MUDANÇA.
Tem participado em vários colóquios e conferências sobre Angola e África. Fez depoimentos sobre a luta nacionalista para a série documental da RTP, A Guerra, e para a recolha de testemunhos Nos Trilhos da Independência, que foi realizada pela Associação Tchiweka. Tem entrevistas em vários órgãos de comunicação social radiofónica e televisiva e na imprensa, nomeadamente o Novo Jornal, de Luanda. Colabora em Vivências Press News e faz parte do painel de comentadores do programa Debate Africano da RDP África.