Victor Gama

(Angola, 1960) Músico, compositor e criador de instrumentos contemporâneos, Victor Gama (Angola 1960) explora a intercecção entre o virtual e o físico, o digital e o analógico, e a forma como esta se manifesta como um novo território musical e sonoro. No seu trabalho de permanente pesquisa, faz uso de elementos dinâmicos e variáveis que surgem num processo de composição que inclui a concepção, design e construção dos instrumentos com que a obra é executada, dando assim origem ao instrumentário e instalações da série Pangeia Instrumentos.  Como resultado tem vindo a atraír encomendas por parte de alguns dos ensembles e instituições de prestígio mundial como a Chicago Symphony Orchestra, a Kronos Performing Arts Association, o National Museums of Scotland, o Tenement Museum de Nova Iorque ou a Prince Claus Fonds da Holanda. Uma das sua obras mais recentes para quarteto de cordas e três dos seus instrumentos foi estreada pelo Kronos Quartet no Carnegie Hall em Nova Iorque em Março de 2010 e apresentada ao público português no CCB em Novembro de 2010. A obra “Rio Cubango” encomendada pelo Amsterdam Fund for the Arts e a Prince Claus Fund estreou no Concertgebouw em Amesterdão a Novembro de 2011 e a sua mais recente encomenda feita pela  Orquestra Sinfónica de Chicago estreou em Março de 2012 em Chicago.

Gama tem estado na origem de projectos como Berimbau-Ungu com os percussionistas Naná Vasconcelos e Kituxi, o Folk Songs Trio com os nova iorquinos William Parker e Guillermo E. Brown, Odantalan com Barbaro Martinez-Ruiz e Hugo Candelário e a Makakata Exchange na África do Sul com Dizu Plaatjies e Warrick Sony. Iniciou em 1997 e desenvolve desde então o primeiro arquivo digital de música e músicos do interior de Angola, o projecto Tsikaya – Músicos do Interior.

A paleta sonora que cria através dos seus Pangeia Instrumentos é descrita frequentemente como construída a partir de elementos percussivos e arpejos de cordas que fecham um círculo entre a música de gamelão indonésio e os compositores contemporâneos como Francis Bebey, Steve Reich, Glen Branca ou Erik Satie.

Através das suas instalações e exposições Victor Gama cria espaços de performance onde o visitante testemunha uma topografia da música, o seu corpo e a sua orientação, um conceito próximo do teatro de música de John Cage onde o público pode ouvir, ver e tocar. Entre trabalhos editados encontram-se o album Pangeia Instrumentos produzido por Aphex Twin para a Rephlex Records,  Oceanites Erraticus editado pela PangeiArt e album Naloga lançado na estreia da exposição Instrumentos na Royal Opera House de Londres em Setembro de 2012.

Web: Victor Gama Pangeia