1968: O Fogo das Ideias de Marcelo Brodsky.

É com a exposição individual 1968: O Fogo das Ideias, com curadoria de Inês Valle, que Marcelo Brodsky, artista e ativista argentino, apresenta a sua obra artística em Portugal pela primeira vez.

Em conformidade com a prática de investigação documental de Brodsky, esta exposição revela momentos de manifestação social ocorridos nos anos ‘60, permitindo também de certo modo um melhor entendimento do terror então vivido na Argentina — país do qual o artista esteve exilado até ao final da ditadura. São imagens vindicativas que nos inserem na Poor People’s March, em Washington, nas manifestações contra a Guerra do Vietname que ocorreram em Berlim, Londres ou Tóquio, ou mesmo nas diversas manifestações e campanhas estudantis contra as estruturas governamentais que aconteceram no Brasil, na Argentina, em França e em Portugal. Pela primeira vez, estas obras são justapostas não só com publicações daquele período que figuram em coleções portuguesas, assim permitindo um entendimento contextual destes momentos que gritaram por um mundo mais justo, como também com a série de vídeos Acción Visual, assinada por Brodsky e Natalia Hendler. A exposição cria também diálogos inéditos entre a obra de Brodsky e as de outros artistas, como Marcel Broodthaers (Coleção MACBA) ou Ricardo Martins.

Nas comemorações dos 50 anos da luta dos trabalhadores e estudantes, bem como dos 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, esta exposição incita uma reflexão sobre as batalhas e os desejos para os quais as nossas vozes nunca poderão ser silenciadas.

 

de 18 de setembro de 2018 a 6 de janeiro de 2019 no Museu Coleção Berardo. 

 

Imagem:© Marcelo Brodsky. Coimbra, 1969, 2018. Da série 1968: O Fogo das Ideias. Imagem original: © Fernando Marques, Varela Pé Curto e Carlos Ramos; Secção Fotográfica, Biblioteca Geral, Universidade de Coimbra

 

11.09.2018 | por martalanca | Marcelo Brodsky