A performance “Cerco”, do Teatro Estúdio Fontenova, estreada em 2020, será apresentada online no Festival Mátria Amada, no dia 21 de Março de 2021, numa sessão entre as 20h e as 23h (hora de Portugal), aproximadamente às 22h.
Ocupámos as terras, delimitámo-las, fechámo-las cada vez mais, até para quem sempre viveu delas. E como reagiu o nosso corpo a estes “cercos”? Foi-se fechando também, nele mesmo, e na sua ligação à terra. Corpo e Terra, dois lugares que habitamos, como não pensar neles de forma intrinsecamente ligada? Olhamos para o Alentejo, para Setúbal, para movimentos indígenas que questionam a violência para com terra e a violência para com o corpo da mulher, questionámos mulheres à volta do mundo na sua ligação corpo-terra, questionámos as nossas próprias ligações, bebemos das investigações académicas de Silvia Federici e do conceito de Marx de “cercamento”. Assim, cercámos corpos, palavras, memórias e movimentos descobrindo que precisamos de os devolver, mais livres e mais abertos.
“Dizemos Mãe Terra… é a nossa mãe, e nós somos os filhos, e tudo entre nós e a terra é o nosso cordão umbilical. Então… se violarmos a terra, violamos estas coisas… envenenamo-nos.” — Laura Red Elk (Pueblo Pintado)
Em memória da(s) (histórias) da avó Guilhermina. Em memória da Acácia que era meu avô.
Criação: Eduardo Dias e Patrícia Paixão | Interpretação: Fábio Nóbrega Vaz e Patrícia Paixão | A partir de: Silvia Federici, Relatório “Violence on the Land, Violence on our Bodies”; Textos de Amala Oliveira, Anna Luňaková, Bitasta Das, Iliana Martinez, Shahd Wadi, Silvia Floresta, Tatiana Zalla, Guida Brito (Blog “Navegantes de Ideias”) | Música: Accordzéâm (Tema “Des Hauts Débats”) e Tio Rex / Miguel Reis (Tema “BOM DIA! e Outros Pensamentos”) | Voz-Off:Carlos Pereira, Graziela Dias, Ricardo Gaete, Ricardo Guerreiro Campos, Sara Túbio Costa | Design, Vídeo e Operação Técnica: Leonardo Silva | Agradecimentos: Inês Monteiro Pires, Luís Junqueira | Apoio à Produção: Tomás Barão | Fotografia: Helena Tomás
Ficha Técnica Vídeo Integral: Realização, Câmara e Montagem: Leonardo Silva | Assistentes de Câmara: Helena Tomás e Tomás Barão | Captação e Pós-Produção Áudio: João Mota | Anotação: Helena Tomás
Produção: Graziela Dias | Direção Artística: José Maria Dias | Co-Produção: Casa Da Cultura | Setúbal | Produção Executiva: Teatro Estúdio Fontenova | Estrutura financiada: Governo de Portugal – Direção-Geral das Artes e Município de Setúbal
Promovido pelo Grupo Manuí (Brasil) e coordenado pela Tati Zalla e pelo Leandro Pfeifer, o Festival Mátria Amada vai reunir músicos, escritores, artistas, atores, lideranças indígenas e quilombolas e promover reflexões acerca dos cuidados com o meio ambiente e preservação dos ecossistemas através de intervenções artísticas e um espetáculo a cada evento.
21 de Março — O cuidado com a Terra como inspiração artística 28 de Março — Mestres tradicionais e os cuidados com a Terra 4 de Abril — O caipira e os cuidados com a Terra 11 de Abril — Povos Originários e os cuidados com a Terra