O Dia Mundial do Teatro foi assinalado no Mindelo (São Vicente, Cabo Verde) com a estreia de dois novos espectáculos, a entrega do prémio de Mérito Teatral a João Branco e um apelo em relação à reactivação do Cine-Teatro Éden-Park.
No dia 26 de Março, o grupo Craq’Otchód estreou a peça “A2”, de Di Fortes e Idá Delgado, no Auditório do Centro Cultural do Mindelo. “Trata-se de uma peça de clown sem uma história concreta, é uma série de cenas com dois clowns, seres humanos, que transportam o público para os seus mundos imaginativos e emotivos”, revela Verónica Bestetti, mentora do grupo e co-encenadora, no portal de notícias de Cabo Verde. “São seres humanos dotados de um pequeno nariz vermelho. A máscara mais pequena do mundo, que não esconde mas revela. São seres que aceitam a sua estupidez (divertida) e a compartilham com o público”, acrescenta Bestetti. A 27 de Março, o encenador João Branco recebeu, no salão nobre da Câmara Municipal de São Vicente, o prémio de mérito teatral. No final da cerimónia, os actores do Mindelo reuniram-se numa acção de teatro de rua junto ao Cine-Teatro Éden-Park, edifício que permanece ameaçado de demolição. “O projecto surgiu de uma ideia inicial de João Branco: fazer uma manifestação, no dia 27, a favor do cinema do Mindelo. Chegámos à conclusão que apenas uma manifestação seria algo muito vago”, explica a actriz Zenaida Alfama. “Decidimos montar a peça “A Última Estreia”, com a participação de actores e técnicos de todos os grupos de teatro de São Vicente. Fizemos um grupo de sketch’s ao estilo de “Mancarra”, uma peça do Grupo de Teatro do Centro Cultural Português sobre o mesmo tema”, relata. Este acto serviu para para chamar a atenção do público e dos responsáveis culturais: “o objectivo é alertar as pessoas para o facto de que o cinema faz muita falta por motivos que vão desde o divertimento ao ganha-pão e pela importância histórica do Éden-Park. Afinal, só quando deixamos de ter algo é que temos a consciência da sua real importância”, concluiu Zenaida Alfama. As comemorações terminaram no dia 28, com a apresentação da peça “É sempre êssin”, do grupo de teatro dos alunos do liceu José Augusto Pinto.
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