“Negreiro Espacial”, de Biru
Alexandre Francisco Diaphra, Biru, encontra-se no Rio de Janeiro, onde participou, na semana passada, no FLUPP 2014 – Primeiro Poetry Slam Internacional da América Latina – no qual ficou em terceiro lugar. Apresenta agora o EP Ikenga (lugar da força) onde, no seu auto intitulado estilo GhettoGumbe, podemos ouvir os temas “Negreiro Espacial” e “Moloki Ikenga”.
Ikenga sai antes do trabalho Diaphra’s Blackbook of The Beats, com data de lançamento para Fevereiro de 2015.Com a subscrição da newsletter, os interessados poderão ver na íntegra o vídeo clip “Negreiro Espacial”, bem como apoiar e acompanhar todo o trabalho que o artista tem vindo a desenvolver.
Negreiro Espacial mistura musicalmente o negro da Índia e o negro do Pará (Brasil) numa faixa polirrítmica bem tecida onde as guitarras nómadas num tom blues transportam o ouvinte através da humanidade do homem enquanto Diaphra, no seu estilo griot, conta a história da sua chegada a esta dimensão e continua apelando ao Homem a ver-se livre através da desconstrução de suas próprias crenças.
assim como a luz a verdade também encadeia vê-te livre
Moloki Ikenga coloca Diaphra num outro nível dentro da arte do beatmaking. Soando a filme antigo lembra do Tarzan, o Homem Macaco e esse estilo de banda sonora tribal com uma secção de metais épica, elementos de percussão ritualística, guitarras com uma vibe étnica, um louco theramin do espaço, uma linha de baixo dentro do estilo afro beat e o scratch do DJ faz-me melindrar para que selva este jaga estará a retornar. Usando samples da faixa “Macongo me Chiquita” de Ferreira do Nascimento, da compilação da editora Analogue Africa,Angola Soundtrack – The Unique Sound of Luanda (1968-1976), Diaphra juntou-se aos Xamãs da Brandoa para o fazer.
BiruLexIcon
Em 2003 decidiu ser Rapper. Passados quase 8 anos, hoje, constata-se que ele é mais do que isso. Rapper, MC, poeta, edutainer (educador e entertainer) e beatmaker, entre outras coisas, BiruLexIcon, também conhecido por Biru, é o artista renascentista do século XXI. Da sua própria desconstrução à auto-recriação, hoje apresenta-se como Alexandre Francisco Diaphra.
Um estilo KSF (punk) com espírito DIY (do it yourself) onde as raízes ancestrais se cruzam com o urbanismo acelerado da cidade onde reside, “de capa encharcada e um S desbotado ao peito”.